Goldstein chegou a roçar a culatra de uma das suas armas, mas ao ver o cano do revólver que lhe apontavam, cerrou os dentes e murmurou:
- Qual é o seu jogo, Fleming?
- Abaixo a máscara. Não lhe servirá nenhuma treta! Está colhido como um novilho.
- Vai assassinar-me a sangue-frio?
- Vou entrega-lo à justiça, cujos representantes se encarregarão de dar-lhe o que merece.
- A mim?
Os homens que estavam próximo haviam-se calado e o silêncio estendia-se a pouco e pouco pela sala. Alguns curiosos acercavam-se, para não perderem nenhum pormenor do acontecimento.
- Creio que não está bom da cabeça, Fleming –dizia o capataz.
- Vamos, dirija-se para a porta! – ordenou o «detetive».
Nathan soltou um grunhido, mas obedeceu e pôs-se a andar, passando por diante de John Fleming. Este seguiu-o, sem deixar de lhe apontar o «Colt».
Naquele instante, uma harmónica emitiu as notas alegres da valsa «Há uma rapariga bonita no Mississipi».
Fleming parou, franzindo a testa. Quando se voltou para inspecionar o interior da sala, puxaram-lhe pela manga. Era o cego.
- Oiça –disse-lhe – Esse homem que prendeu não é o assassino. Equivocou-se. Tem que acreditar. O ruído dos passos não coincide.
O «detetive» mexeu a cabeça e, para lá, numa mesa a umas três jardas, viu Frank Winters tocando harmónica. Um homem e uma mulher faziam-lhe companhia, ante uma garrafa de whisky e três copos. Frank sorria e os seus olhos tinham uma vivacidade extraordinária. A mulher mirava-o, deslumbrada.
(Coleção Búfalo, nº 12)
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