«Cuco» não conseguia despegar o olhar das belas formas do corpo de Elisa Rawson. Desde que entrara ao seu serviço, muito antes do marido falecer, «Cuco» deixara-se apaixonar pela patroa. A mulher conhecia os sentimentos do seu empregado e procurava tirar o melhor partido dessa circunstância.
- Temos de tentar uma vez mais – disse a mulher.
Manuel engoliu em seco e o seu olhar tornou-se mais descarado. Ela sorriu-lhe e o instinto animal do homem animou-o a pegar-lhe num braço. No entanto, qualquer coisa na sua mente não lhe permitiu satisfazer aquele desejo.
- Estou completamente à sua disposição, Elisa…
- Vamos para o alpendre. Ali, poderemos falar mais à vontade. Não tenho interesse em que James ou Eva surpreendam a nossa conversa.
Enquanto seguia a mulher, os olhos de «Cuco» brilhavam intensamente e os seus lábios entreabriam-se de desejo.
- Você está divinal esta manhã, Elisa.
- Somente esta manhã?
O homem não pôde suportar por mais tempo a paixão que o dominava. Ergueu os braços, desejoso de acariciar aquele belo e sensual rosto. Ela, porém, afastou-o com suavidade, mas continuou a sorrir-lhe provocadoramente.
- Nesta manhã… e sempre, Elisa – sussurrou. – O que se passa é que cada vez gosto mais de si.
Elisa Rawson ergueu a cabeça e envolveu-o no seu olhar quente e incitante. O seu corpo roçou, provocadoramente, pelo do homem, obrigando-o a aspirar o seu perfume. E, nesse instante, Manuel «Cuco» teria sido capaz de levar a cabo a mais difícil das tarefas para conquistar aquela mulher.
- Há outros homens que também me pretendem – murmurou ela com voz ciciada – Dan Karpis, por exemplo… No entanto…
- Como?... – perguntou Manuel «Cuco?» com ansiedade.
- Livra-me desse homem e… - sussurrou ela, referindo-se a Roy Gale.
(Coleção Búfalo, nº 70)
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