As palavras de Craig ressoaram fortemente entre o grupo de homens que presenciara o assassínio do xerife.
O condutor da diligência, que ainda empunhava o seu comprido chicote, afastou-se rapidamente dele e encostou-se à caixa do velho e escangalhado veículo.
— Quem és tu? — perguntou Buck, olhando friamente o homem que se atrevia a enfrentá-lo.
Os seus olhos cruéis iluminaram-se ao ver que o seu possível inimigo estava desarmado e que, portanto, não podia ser muito perigoso.
— Um homem que não gosta de fanfarrões nem de assassinos.
— É muito fácil dizer isso quando se está desarmado. Se alguém te emprestar um revólver não me importo de te ouvir — respondeu Buck, dando um passo para diante, disposto a afastar-se.
Mas a mão de Craig fechou-se à volta do seu braço e obrigou-o a parar.
— Não trago armas porque se as trouxesse teria de matar muitos tipos da tua espécie.
Buck meteu os polegares no cinturão, soltou uma grande gargalhada e olhou ironicamente para Craig.
— Já sou crescidinho para ter medo. Decerto és o perigoso Craig Larsen — observou assim que pôde conter o riso.
Todos os presentes olharam para Craig, pois eles sabiam perfeitamente que Buck acertara e esperavam a reação do homem que, apesar de estar desarmado, não temia o assassino.
— Sou Craig Larsen.
O sorriso irónico desapareceu, do rosto de Buck ao ouvir aquela afirmação e os polegares saíram do cinturão e foram apoiar-se nas coronhas dos «Colts».
Sabia que o homem que se encontrava diante de si não gracejara, mas os seus olhos interrogaram os outros que permaneciam junto da diligência.
- E Craig Larsen — disse o cocheiro.
— Ouvi falar muito de ti na cadeia de Denver — disse Buck, com ar amistoso.
— Em troca eu nunca ouvi pronunciar o teu nome, Buck. Apenas hoje... e ainda bem, pois é sempre desagradável conhecer um cobarde assassino.
Buck encaixou o insulto, enquanto o seu cérebro procurava pensar. Tinha de matar Craig, embora este não trouxesse armas. O nome de Buck Morrow correria por todo o estado e tornar-se-ia famoso como o homem que acabara com o invencível Larsen. E ninguém se deteria a pensar que Craig estava desarmado.
As palmas das suas mãos fecharam-se sobre as coronhas dos dois «Colts» e os seus olhos semicerraram-se até ficarem convertidos em estreitas fendas onde brilhava a maldade.
Craig adivinhou a intenção do seu inimigo. Olhando diretamente aqueles alhos, saberia quando Buck sacaria. Era um velho truque que todos os pistoleiros conheciam.
No momento em que do cérebro de Buck brotou a ordem de mover as mãos, Craig deu um salto de lado e com um brusco puxão arrancou o chicote da mão do cocheiro.
A comprida tira de couro entrançado ficou estendida no pó da rua principal como uma grande cobra que descansasse ao sol. Craig empunhava firmemente o cabo curto e quando os pesados «Colts» 45 apareceram nas mãos de Buck o chicote silvou no ar.
A comprida serpente de couro estalou e a ponta chumbada atingiu Buck entre os olhos, cegando-o momentaneamente, e tornou inofensivos os dois projéteis que saíram das suas armas.
Craig volteou o chicote por cima da cabeça e a tira de couro enrolou-se no pulso direito do assassino e arrancou-lhe o «Colt» da mão.
Quando Buck procurou reagir era tarde. O chicote, manejado pelo braço potente de Craig, arrancara-lhe o outro revólver.
— Vou dar cabo de ti, Buck — disse Craig, serenamente. — Chicotear-te-ei até enlouqueceres de dor ou de medo.
Buck quis agarrar o couro entrançado, mas Craig foi muito mais rápido e a ponta chumbada traçou um profundo e sangrento sulco na face do ex-presidiário de Denver.
Outra chicotada rasgou-lhe a camisa e a carne do peito. Outra arrancou-lhe um bocado da orelha e Buck começou a gritar.
Craig continuou a golpear até que a camisa do assassino do xerife ficou convertida numa massa de roupa rasgada e sangrenta.
— Vai matá-lo! — murmurou o cocheiro, que conhecia perfeitamente os efeitos do chicote.
— Não merece outra coisa — respondeu-lhe o homem que estava a seu lado. — Encontrou a forma do seu sapato.
Buck saltava de um lado para o outro, procurando fugir daquela serpente de couro que se lhe enrolava no corpo e lhe arrancava tiras de pele.
Gritava, suplicava e gemia, mas o chicote continuava a abrir-lhe sulcos no corpo. Tinha os olhos inchados, as faces e a testa cheias de sangrentos traços e já não era o arrogante pistoleiro que assassinara um xerife a sangue-frio.
Ao ver que não conseguia fugir ao duro castigo, encolheu-se para oferecer menos alvo, enquanto com os braços procurava defender o rosto.
Craig deixou o seu inimigo respirar uns momentos. Não queria matá-lo, mas sim dar-lhe uma sova da qual lhe ficassem sinais durante toda a vida... e já o conseguira.
— Não é muito fácil acabar comigo, Buck. Deviam ter-te informado disso.
Buck gemia como um garoto assustado. Todas as suas roupas se encontravam rasgadas e as feridas abertas pelo chicote cobriam até as suas mãos assassinas.
Ao ver que Craig deixara de açoitá-lo, fez uma última tentativa para fugir e, esquecendo-se da sua fama, deitou a correr.
A ondulante serpente de couro silvou novamente e Buck sentiu que qualquer coisa se lhe enrolava na garganta, produzindo-lhe uma forte queimadura.
Abriu a boca para procurar o ar e um violento puxão fê-lo cair de joelhos no pó.
Craig moveu o pulso e o chicote desenroscou-se da garganta de Buck.
Este apresentava um aspeto lamentável. Ajoelhado ao meio da rua, junto do cadáver de Bremer, com as mãos a cobrirem-lhe o rosto, parecia um enorme sapo humano.
— Toma — disse Craig, entregando o chicote ao cocheiro — e providencia para que as tuas mulas não se envenenem com o sangue deste cobarde.
Ao passar pelo derrotado Buck, empurrou-o com o pé e fê-lo cair de bruços no solo. Depois afastou-se em direção ao «saloon».
— Esta correia corta como uma navalha de barba —disse o cocheiro, olhando o chicote —. e Buck, se sair com vida, vai estar de cama um mês.
— Não teremos tanta sorte — comentou um mineiro.
O corpo de Alfred Bremer foi recolhido por alguns homens e o do seu assassino ficou no pó da rua.
Buck não perdera os sentidos, embora todo o corpo lhe ardesse. Assim que verificou que todos os homens se tinham afastado, pôs-se penosamente em pé e, cambaleando como um bêbado, começou a andar.
Por duas vezes tropeçou e caiu, mas finalmente conseguiu chegar à parede e encostar-se a ela. Por fim, deixando atrás de si um rasto de sangue, dirigiu-se para uma cabana situada fora da povoação, junto da qual tombou.
Um homem saiu da miserável cabana e arrastou-o para dentro, fechando a porta para evitar olhares curiosos.
O condutor da diligência, que ainda empunhava o seu comprido chicote, afastou-se rapidamente dele e encostou-se à caixa do velho e escangalhado veículo.
— Quem és tu? — perguntou Buck, olhando friamente o homem que se atrevia a enfrentá-lo.
Os seus olhos cruéis iluminaram-se ao ver que o seu possível inimigo estava desarmado e que, portanto, não podia ser muito perigoso.
— Um homem que não gosta de fanfarrões nem de assassinos.
— É muito fácil dizer isso quando se está desarmado. Se alguém te emprestar um revólver não me importo de te ouvir — respondeu Buck, dando um passo para diante, disposto a afastar-se.
Mas a mão de Craig fechou-se à volta do seu braço e obrigou-o a parar.
— Não trago armas porque se as trouxesse teria de matar muitos tipos da tua espécie.
Buck meteu os polegares no cinturão, soltou uma grande gargalhada e olhou ironicamente para Craig.
— Já sou crescidinho para ter medo. Decerto és o perigoso Craig Larsen — observou assim que pôde conter o riso.
Todos os presentes olharam para Craig, pois eles sabiam perfeitamente que Buck acertara e esperavam a reação do homem que, apesar de estar desarmado, não temia o assassino.
— Sou Craig Larsen.
O sorriso irónico desapareceu, do rosto de Buck ao ouvir aquela afirmação e os polegares saíram do cinturão e foram apoiar-se nas coronhas dos «Colts».
Sabia que o homem que se encontrava diante de si não gracejara, mas os seus olhos interrogaram os outros que permaneciam junto da diligência.
- E Craig Larsen — disse o cocheiro.
— Ouvi falar muito de ti na cadeia de Denver — disse Buck, com ar amistoso.
— Em troca eu nunca ouvi pronunciar o teu nome, Buck. Apenas hoje... e ainda bem, pois é sempre desagradável conhecer um cobarde assassino.
Buck encaixou o insulto, enquanto o seu cérebro procurava pensar. Tinha de matar Craig, embora este não trouxesse armas. O nome de Buck Morrow correria por todo o estado e tornar-se-ia famoso como o homem que acabara com o invencível Larsen. E ninguém se deteria a pensar que Craig estava desarmado.
As palmas das suas mãos fecharam-se sobre as coronhas dos dois «Colts» e os seus olhos semicerraram-se até ficarem convertidos em estreitas fendas onde brilhava a maldade.
Craig adivinhou a intenção do seu inimigo. Olhando diretamente aqueles alhos, saberia quando Buck sacaria. Era um velho truque que todos os pistoleiros conheciam.
No momento em que do cérebro de Buck brotou a ordem de mover as mãos, Craig deu um salto de lado e com um brusco puxão arrancou o chicote da mão do cocheiro.
A comprida tira de couro entrançado ficou estendida no pó da rua principal como uma grande cobra que descansasse ao sol. Craig empunhava firmemente o cabo curto e quando os pesados «Colts» 45 apareceram nas mãos de Buck o chicote silvou no ar.
A comprida serpente de couro estalou e a ponta chumbada atingiu Buck entre os olhos, cegando-o momentaneamente, e tornou inofensivos os dois projéteis que saíram das suas armas.
Craig volteou o chicote por cima da cabeça e a tira de couro enrolou-se no pulso direito do assassino e arrancou-lhe o «Colt» da mão.
Quando Buck procurou reagir era tarde. O chicote, manejado pelo braço potente de Craig, arrancara-lhe o outro revólver.
— Vou dar cabo de ti, Buck — disse Craig, serenamente. — Chicotear-te-ei até enlouqueceres de dor ou de medo.
Buck quis agarrar o couro entrançado, mas Craig foi muito mais rápido e a ponta chumbada traçou um profundo e sangrento sulco na face do ex-presidiário de Denver.
Outra chicotada rasgou-lhe a camisa e a carne do peito. Outra arrancou-lhe um bocado da orelha e Buck começou a gritar.
Craig continuou a golpear até que a camisa do assassino do xerife ficou convertida numa massa de roupa rasgada e sangrenta.
— Vai matá-lo! — murmurou o cocheiro, que conhecia perfeitamente os efeitos do chicote.
— Não merece outra coisa — respondeu-lhe o homem que estava a seu lado. — Encontrou a forma do seu sapato.
Buck saltava de um lado para o outro, procurando fugir daquela serpente de couro que se lhe enrolava no corpo e lhe arrancava tiras de pele.
Gritava, suplicava e gemia, mas o chicote continuava a abrir-lhe sulcos no corpo. Tinha os olhos inchados, as faces e a testa cheias de sangrentos traços e já não era o arrogante pistoleiro que assassinara um xerife a sangue-frio.
Ao ver que não conseguia fugir ao duro castigo, encolheu-se para oferecer menos alvo, enquanto com os braços procurava defender o rosto.
Craig deixou o seu inimigo respirar uns momentos. Não queria matá-lo, mas sim dar-lhe uma sova da qual lhe ficassem sinais durante toda a vida... e já o conseguira.
— Não é muito fácil acabar comigo, Buck. Deviam ter-te informado disso.
Buck gemia como um garoto assustado. Todas as suas roupas se encontravam rasgadas e as feridas abertas pelo chicote cobriam até as suas mãos assassinas.
Ao ver que Craig deixara de açoitá-lo, fez uma última tentativa para fugir e, esquecendo-se da sua fama, deitou a correr.
A ondulante serpente de couro silvou novamente e Buck sentiu que qualquer coisa se lhe enrolava na garganta, produzindo-lhe uma forte queimadura.
Abriu a boca para procurar o ar e um violento puxão fê-lo cair de joelhos no pó.
Craig moveu o pulso e o chicote desenroscou-se da garganta de Buck.
Este apresentava um aspeto lamentável. Ajoelhado ao meio da rua, junto do cadáver de Bremer, com as mãos a cobrirem-lhe o rosto, parecia um enorme sapo humano.
— Toma — disse Craig, entregando o chicote ao cocheiro — e providencia para que as tuas mulas não se envenenem com o sangue deste cobarde.
Ao passar pelo derrotado Buck, empurrou-o com o pé e fê-lo cair de bruços no solo. Depois afastou-se em direção ao «saloon».
— Esta correia corta como uma navalha de barba —disse o cocheiro, olhando o chicote —. e Buck, se sair com vida, vai estar de cama um mês.
— Não teremos tanta sorte — comentou um mineiro.
O corpo de Alfred Bremer foi recolhido por alguns homens e o do seu assassino ficou no pó da rua.
Buck não perdera os sentidos, embora todo o corpo lhe ardesse. Assim que verificou que todos os homens se tinham afastado, pôs-se penosamente em pé e, cambaleando como um bêbado, começou a andar.
Por duas vezes tropeçou e caiu, mas finalmente conseguiu chegar à parede e encostar-se a ela. Por fim, deixando atrás de si um rasto de sangue, dirigiu-se para uma cabana situada fora da povoação, junto da qual tombou.
Um homem saiu da miserável cabana e arrastou-o para dentro, fechando a porta para evitar olhares curiosos.
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