— Diabo! O frio está a chegar.
O vaqueiro olhou para o céu. Nem uma só nuvem empanava o brilho da atmosfera. Estava-se quase a meio de Novembro e os homens, durante o dia, continuavam a ir trabalhar para os campos em mangas de camisa, raro naquela época do ano. À noite, porém, o caso mudava de figura. O ventinho gelado que descia das Montanhas Rochosas furava até os ossos.
Agora, inopinadamente, o vento parecia ter rodai vindo do Norte. Lije Murdock deu a sua observação por terminada. O tempo regressava à sua normalidade, trazendo o frio quando lhe competia... embora com pouco de atraso.
Dispôs-se a regressar a casa, pois a sua missão est cumprida. Viera verificar como se encontravam os a mais e vira que, felizmente, quase não se haviam mexi do mesmo sítio. Antes, contudo, resolveu dar uma vista de olhos para o caso de se ter perdido alguma rês em qualquer ravina.
O vento do Noroeste soprava com maior força ali em cima. Lije procurou proteção, refugiando-se atrás de um penhasco. Não descortinava qualquer animal... Afinal, pareceu-lhe ver um.
Olhou com mais atenção. Que diabo faria uma vaca a descer por ali?
Não. Claro que não! Afinal era um cavaleiro, que quase a seguir identificou como sendo Sammy Eden, o ruivo da quadrilha. Agora já não lhe restava a menor dúvida que era ele.
Encolheu os ombros, como se tivesse perguntado a si mesmo que andaria ele a fazer por ali e tivesse concluído que isso pouco lhe importava. Talvez o chefe o tivesse mandado fazer algum reconhecimento.
Começava a arrefecer deveras. Em menos de meia hora a temperatura tinha descido desalmadamente. Quando atingiu a planície pôde observar como as vacas se colocavam de costas para o vento, procurando defender-se dos seus embates.
— Muito ides sofrer este Inverno, pequenas — comentou para si próprio, ao mesmo tempo que esporeava o seu cavalo para ir ao encontro de Sammy, um pouco mais além. — No Texas, não estáveis habituadas a estas coisas...
Olhou uma vez mais para o céu. Parecia que uma densa neblina, trazida pelo vento, o ia encobrindo. O próprio Sol perdera muito do seu fulgor e, em determinados momentos, era possível olhar para ele.
— Mau, mau — murmurou de novo. — Receio bem que o Inverno se faça anunciar por um nevão de categoria.
Procurou Sammy com a vista, estranhando ainda não o ter visto aparecer do lado do leito da torrente. Esse era o caminho mais indicado para regressar ao rancho.
Incitou a sua montada. O outro parecia não ter a mínima pressa, o que de resto pouco lhe adiantaria enquanto percorresse aquele tortuoso carreiro. Por fim, atingiu o mesmo ponto que ele e, aproximando-se cuidadosamente do bordo da ravina, gritou:
— Ei, Sammy! Onde pensas tu que vais?
Eden levantou a vista, nitidamente sobressaltado. Deu um violento sacão nas rédeas e pareceu mesmo que ia puxar pelo revólver. Porém, não o chegou a fazer.
— Olá, Lije! Vou por aí... — respondeu vagamente.
— Está um frio dos diabos, rapaz. Começou tarde, mas parece decidido a recuperar o tempo perdido. Vamos para casa e deixa-te de passeios!
— Tens razão — concordou Sammy, sorrindo. — Espera aí que eu já subo.
Lije fez o que o outro lhe pedia. O leito da torrente tinha muitos braços por onde as enchentes estivais arrastavam as férteis terras circundantes. De repente viu aparecer Sammy, que acabava de trepar por um deles.
— Que diabo fazias por estas bandas, camarada? —perguntou, ao mesmo tempo que dirigia o cavalo para o seu lado. A pergunta fora feita, não por desconfiança, mas por simples curiosidade. — Julguei que Jeff te mandara a... Não, Sammy! Que vais fazer...?
A sua frase ficou a meio, cortada pelo estampido dum tiro. Lije Murdock, ainda com a incredulidade estampada nos seus olhos ingénuos, levou a mão ao peito, ao mesmo tempo que caía para trás, projetado pela bala que acabava de encaixar. Pete, assustado, encabritou-se, ajudando a queda.
Estendido no solo, fazendo apelo às últimas forças, o vaqueiro apenas pôde murmurar:
— Por... quê, Sam... eu? Por... quê...?
O ruivo sorriu cruelmente do alto do seu cavalo, ao mesmo tempo que soprava o fumo da boca do cano do revólver.
— Porque — ripostou, embora o seu companheiro já o não pudesse ouvir — assim não poderás contar a ninguém que eu não estava onde me tinham mandado. E porque assim ninguém suspeitará que sou eu quem informa Fred de todos os vossos movimentos.
Dito isto, substituiu calmamente o cartucho por outro que tirou do cinturão, e seguiu o seu caminho.
O vaqueiro olhou para o céu. Nem uma só nuvem empanava o brilho da atmosfera. Estava-se quase a meio de Novembro e os homens, durante o dia, continuavam a ir trabalhar para os campos em mangas de camisa, raro naquela época do ano. À noite, porém, o caso mudava de figura. O ventinho gelado que descia das Montanhas Rochosas furava até os ossos.
Agora, inopinadamente, o vento parecia ter rodai vindo do Norte. Lije Murdock deu a sua observação por terminada. O tempo regressava à sua normalidade, trazendo o frio quando lhe competia... embora com pouco de atraso.
Dispôs-se a regressar a casa, pois a sua missão est cumprida. Viera verificar como se encontravam os a mais e vira que, felizmente, quase não se haviam mexi do mesmo sítio. Antes, contudo, resolveu dar uma vista de olhos para o caso de se ter perdido alguma rês em qualquer ravina.
O vento do Noroeste soprava com maior força ali em cima. Lije procurou proteção, refugiando-se atrás de um penhasco. Não descortinava qualquer animal... Afinal, pareceu-lhe ver um.
Olhou com mais atenção. Que diabo faria uma vaca a descer por ali?
Não. Claro que não! Afinal era um cavaleiro, que quase a seguir identificou como sendo Sammy Eden, o ruivo da quadrilha. Agora já não lhe restava a menor dúvida que era ele.
Encolheu os ombros, como se tivesse perguntado a si mesmo que andaria ele a fazer por ali e tivesse concluído que isso pouco lhe importava. Talvez o chefe o tivesse mandado fazer algum reconhecimento.
Começava a arrefecer deveras. Em menos de meia hora a temperatura tinha descido desalmadamente. Quando atingiu a planície pôde observar como as vacas se colocavam de costas para o vento, procurando defender-se dos seus embates.
— Muito ides sofrer este Inverno, pequenas — comentou para si próprio, ao mesmo tempo que esporeava o seu cavalo para ir ao encontro de Sammy, um pouco mais além. — No Texas, não estáveis habituadas a estas coisas...
Olhou uma vez mais para o céu. Parecia que uma densa neblina, trazida pelo vento, o ia encobrindo. O próprio Sol perdera muito do seu fulgor e, em determinados momentos, era possível olhar para ele.
— Mau, mau — murmurou de novo. — Receio bem que o Inverno se faça anunciar por um nevão de categoria.
Procurou Sammy com a vista, estranhando ainda não o ter visto aparecer do lado do leito da torrente. Esse era o caminho mais indicado para regressar ao rancho.
Incitou a sua montada. O outro parecia não ter a mínima pressa, o que de resto pouco lhe adiantaria enquanto percorresse aquele tortuoso carreiro. Por fim, atingiu o mesmo ponto que ele e, aproximando-se cuidadosamente do bordo da ravina, gritou:
— Ei, Sammy! Onde pensas tu que vais?
Eden levantou a vista, nitidamente sobressaltado. Deu um violento sacão nas rédeas e pareceu mesmo que ia puxar pelo revólver. Porém, não o chegou a fazer.
— Olá, Lije! Vou por aí... — respondeu vagamente.
— Está um frio dos diabos, rapaz. Começou tarde, mas parece decidido a recuperar o tempo perdido. Vamos para casa e deixa-te de passeios!
— Tens razão — concordou Sammy, sorrindo. — Espera aí que eu já subo.
Lije fez o que o outro lhe pedia. O leito da torrente tinha muitos braços por onde as enchentes estivais arrastavam as férteis terras circundantes. De repente viu aparecer Sammy, que acabava de trepar por um deles.
— Que diabo fazias por estas bandas, camarada? —perguntou, ao mesmo tempo que dirigia o cavalo para o seu lado. A pergunta fora feita, não por desconfiança, mas por simples curiosidade. — Julguei que Jeff te mandara a... Não, Sammy! Que vais fazer...?
A sua frase ficou a meio, cortada pelo estampido dum tiro. Lije Murdock, ainda com a incredulidade estampada nos seus olhos ingénuos, levou a mão ao peito, ao mesmo tempo que caía para trás, projetado pela bala que acabava de encaixar. Pete, assustado, encabritou-se, ajudando a queda.
Estendido no solo, fazendo apelo às últimas forças, o vaqueiro apenas pôde murmurar:
— Por... quê, Sam... eu? Por... quê...?
O ruivo sorriu cruelmente do alto do seu cavalo, ao mesmo tempo que soprava o fumo da boca do cano do revólver.
— Porque — ripostou, embora o seu companheiro já o não pudesse ouvir — assim não poderás contar a ninguém que eu não estava onde me tinham mandado. E porque assim ninguém suspeitará que sou eu quem informa Fred de todos os vossos movimentos.
Dito isto, substituiu calmamente o cartucho por outro que tirou do cinturão, e seguiu o seu caminho.
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