«Lady» Astor realizava naquela noite o seu último espetáculo em Enid. Segundo ela própria afirmava, outros contratos a impediam de se demorar mais tempo ali.
E, ou fosse esse o motivo, ou o facto da chegada de Brown ao povoado, o «Estrela Prateada» estava numa das suas melhores noites, com uma invulgar afluência de fregueses. Sem dúvida que na cidade o homem que neste momento mais prendia as atenções gerais era Brown O'Brien. Quando este desceu as escadas, que comunicavam com o andar superior, o rumor das vozes cessou quase completamente. Brown viu que todos os olhares estavam fixos na sua pessoa, mas não se intimidou, continuando a descer, balançando as pernas. Depois atravessou por entre as mesas, ficando parado junto a uma, onde quatro vagueiros jogavam às cartas. Um pouco incomodados pela presença daquele estranho, continuaram o seu jogo. Brown esperou que aquela jogada terminasse. Assim que isto aconteceu, exclamou:
—Há lugar para mais um?
Os jogadores entreolharam-se, surpreendidos. O'Brien meteu a mão ao bolso mostrando-lhes um punhado de notas. Um dos vaqueiros, sem dúvida o mais novo, arregalou os olhos e disse, enrubescendo:
— Nós não estamos a jogar «duro», senhor.
— E isso que tem? Se não se joga «duro», joga-se baixo. E em qualquer momento podemos aumentar a parada.
Vários olhos estavam fixos naquela mesa, presenciando a cena. Brown foi a uma mesa próxima buscar uma cadeira e os vaqueiros apertaram-se mais, para ele se sentar. O'Brien apanhou as cartas, baralhou-as com rara habilidade, própria de um bom profissional e pousou-as na mesa. Enquanto um dos parceiros as distribuía, levantou-se e despiu o casaco. Foi nesta altura que, aqueles que presenciavam a cena, soltaram uma abafada exclamação de surpresa.
Brown O'Brien, suposto irmão do falecido Bishop O'Brien, usava uma arma num coldre sovaqueiro, por baixo do braço esquerdo com a coronha voltada para a frente! Enid era uma cidade pacifica e pacata, algo afastada do esplendor de outras cidades, e nenhum dos seus habitantes ia supor que se pudesse usar um «Colt» miniatura naquele sitio inverosímil, metido num coldre fixo ao corpo por duas correias, uma que rodeava o tronco e outra que passava pelo ombro.
Afinal, Brown e Bishop, tinham feitios que os indicava como irmãos: Bishop, inofensivo, sabia sugar os seus semelhantes mais fortes: Brown, agressivo, armado, hábil no jogo das cartas, era o protótipo do trapaceiro — e ambos, a seu modo, atingiam um único objetivo: passar o dinheiro dos outros para os seus bolsos!
Como sempre, o xerife recebeu a notícia, deturpada já pelo «uso» de várias bocas que, à sua maneira, a foram modificando, e pareceu não ficar surpreendido. Bishop e Brown eram iguais. E um como o outro não eram boa coisa na cidade
E, ou fosse esse o motivo, ou o facto da chegada de Brown ao povoado, o «Estrela Prateada» estava numa das suas melhores noites, com uma invulgar afluência de fregueses. Sem dúvida que na cidade o homem que neste momento mais prendia as atenções gerais era Brown O'Brien. Quando este desceu as escadas, que comunicavam com o andar superior, o rumor das vozes cessou quase completamente. Brown viu que todos os olhares estavam fixos na sua pessoa, mas não se intimidou, continuando a descer, balançando as pernas. Depois atravessou por entre as mesas, ficando parado junto a uma, onde quatro vagueiros jogavam às cartas. Um pouco incomodados pela presença daquele estranho, continuaram o seu jogo. Brown esperou que aquela jogada terminasse. Assim que isto aconteceu, exclamou:
—Há lugar para mais um?
Os jogadores entreolharam-se, surpreendidos. O'Brien meteu a mão ao bolso mostrando-lhes um punhado de notas. Um dos vaqueiros, sem dúvida o mais novo, arregalou os olhos e disse, enrubescendo:
— Nós não estamos a jogar «duro», senhor.
— E isso que tem? Se não se joga «duro», joga-se baixo. E em qualquer momento podemos aumentar a parada.
Vários olhos estavam fixos naquela mesa, presenciando a cena. Brown foi a uma mesa próxima buscar uma cadeira e os vaqueiros apertaram-se mais, para ele se sentar. O'Brien apanhou as cartas, baralhou-as com rara habilidade, própria de um bom profissional e pousou-as na mesa. Enquanto um dos parceiros as distribuía, levantou-se e despiu o casaco. Foi nesta altura que, aqueles que presenciavam a cena, soltaram uma abafada exclamação de surpresa.
Brown O'Brien, suposto irmão do falecido Bishop O'Brien, usava uma arma num coldre sovaqueiro, por baixo do braço esquerdo com a coronha voltada para a frente! Enid era uma cidade pacifica e pacata, algo afastada do esplendor de outras cidades, e nenhum dos seus habitantes ia supor que se pudesse usar um «Colt» miniatura naquele sitio inverosímil, metido num coldre fixo ao corpo por duas correias, uma que rodeava o tronco e outra que passava pelo ombro.
Afinal, Brown e Bishop, tinham feitios que os indicava como irmãos: Bishop, inofensivo, sabia sugar os seus semelhantes mais fortes: Brown, agressivo, armado, hábil no jogo das cartas, era o protótipo do trapaceiro — e ambos, a seu modo, atingiam um único objetivo: passar o dinheiro dos outros para os seus bolsos!
Como sempre, o xerife recebeu a notícia, deturpada já pelo «uso» de várias bocas que, à sua maneira, a foram modificando, e pareceu não ficar surpreendido. Bishop e Brown eram iguais. E um como o outro não eram boa coisa na cidade
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