Lorde Patrick, sem poder pronunciar uma palavra, seguia com emoção os movimentos daquela jovem que ele havia insultado. Pela primeira vez, depois de longos anos, lorde Patrick sentiu as lágrimas a inundarem-lhe o rosto.
Abraçou-se ao filho, seguindo os movimentos da Iuta.
Heddy, seguida, de oito cavaleiros, surgiu como um furacão diante de Leclair, os seus braços moveram-se com extraordinária rapidez e perto de vinte homens caíram crivados de chumbo.
— Essa mulher é um demónio! — gritou o rancheiro gordo.
A luta prosseguiu. Bergson projectou-se contra os guerreiros índios com dez homens. Estrondos violentos cobriram o espaço e perto de trinta guerreiros foram sacudidos das seus cavalos.
— O velho do chapéu de palha é um monstro! — gritou uma mulher magra.
«Lobo Vermelho» deixou escapar uma praga e correu ao encontro de Bergson com os seus guerreiros. Mas Bergson, o terrível Bergson, queria provar àquele mundo de imbecis aquilo que fora. Ergueu-se sobre o cavalo e o seu corpo dobrou-se para a frente, enquanto os seus «Colts» vomitavam morte.
Dezenas de guerreiros rolaram para o solo crivados de chumbo.
«Lobo Vermelho», com um ombro a escorrer sangue, recuou entre os homens que lhe restavam para depois projectar-se para a frente com fúria diabólica.
A multidão paralisada seguia emocionada o terrível duelo de morte.
Heddy continuava a suprimir o bando de Leclair; da sela do seu cavalo, surgiam com rapidez de relâmpago «Colts» carregados que despejava sem interrupção.
Leclair, furioso, procurava defender-se para não ver perecido o seu poder diante da multidão que o adorava.
— Ah! Como me faz falta uma arma — lamentou Roberto.
— Tenho fé de que tudo terminará com a nossa vitória — respondeu lorde Patrick, sem perder de vista a jovem.
«Lobo Vermelho», de lança em riste, parecia um leão entre os seus guerreiros.
Por fim, uma descarga de Bergson atirou-o do cavalo abaixo. Tentou erguer-se mas as forças abandonaram-no e ficou sem, movimento.
Os seus guerreiros, vendo-o, morto, puseram-se em debandada.
Então, Bergson correu a auxiliar Heddy que parecia um fantasma no meio da refrega.
E o duelo prosseguiu cada vez mais sanguinolento. Mas os homens de Heddy, treinados para enfrentar grandes atiradores, não se deixavam abater, apesar de Leclair apresentar um número maior.
Por fim, Leclair e Heddy ficaram frente a frente. Heddy abandonou o cavalo e avançou para o seu terrível adversário. Leclair, que se havia apossado do cavalo de um índio, desmontou também.
O povo mal respirava. Roberto tremia, apesar de ter toda a confiança na sua amada.
Heddy e Leclair fitaram-se com ódio, bem patente. Ambos eram morenos, ambos eram possuidores de olhos negros e cabelos negros, ambos eram portadores daquela expressão selvagem que no momento da luta os tornava parecidos.
— Não desejava que morresses cedo, Leclair — disse Heddy, avançando para ele.
— Estás convencida disso?
— Tenho a certeza, Leclair. Bem te avisámos.
À distância, Bergson estava alheio ao que se passava. Todo o seu espírito se encontrava em. derrubar o bando de Leclair, que continuava a resistir.
— Veremos quem fica.
— Quero ver o caminho de ferro a atravessar Oregon e seguir o seu curso, Leclair. Estou farta de diligências.
Os dois foram avançando um para o outro.. A distância foi encurtando. Correu um segundo. Heddy, firme, tinha o corpo um pouco inclinado. Leclair, lateralmente dobrado para a esquerda. Os seus olhares não se despregavam.
Mais meio segundo e...
Roanpeu um estrondo ensurdecedor. Ouviram-se gritos na multidão. Roberto caiu sem forças nos braços do pai, depois precipitou-se como um louco para o lugar sinistro que o fumo da pólvora encobria.
O fumo foi-se extinguindo, lentamente; viu-se Leclair cambalear e cair nos braços de um homem que havia acorrido naquele instante.
Firme, com expressão de desprezo nos lábios, Heddy guardou os «Colts». Roberto, com louca alegria, tomou-a nos braços.
O homem que segurava Leclair, quase sem vida, fixou Heddy, com aborrecimento.
— Disse-te que não fizesses fogo contra ele.
— Um bandido tem de ter a sua conta, Bergson.
Bergson sacudiu a cabeça com tristeza.
— É um bandido, mas é teu irmão. Nunca devias ser tu a matá-lo.
Heddy olhou o velho, assombrada.
— Meu irmão?
— Teu irmão, Heddy.
Todos que haviam acorrido, incluindo lorde Patrick, estavam impressionados com o sucedido.
Heddy desfez-se do abraço de Roberto, deu um passo e atirou com os «Colts» ao chão. Depois, perante o olhar comovido de todos abraçou o corpo ensanguentado daquele que era seu irmão e que o trágico destino fizera que viesse sucumbir em suas mãos.
O olhar de Leclair, quase a apagar-se, fixou Heddy, um pouco assombrado.
— Tony — pronunciou Bergson. — Ela é tua irmã. Heddy é tua irmã. Não vês que são parecidos?
Tony, ou Leclair, ergueu o olhar para quem o segurava e falava. Um ligeiro estremecimento sacudiu o seu corpo tingido de sangue e quase a ser entregue aos horrores da sepultura.
— Bergson! Tio Bergson!
— Meu filho — murmurou o velho com lágrimas nos olhos.
Heddy, aquela mulher que havia momentos dera provas de um poder infernal, soluçava como uma criança desprotegida.
— É minha irmã? — interrogou o moribundo,
— É filha de «sir» Gordon, teu pai.
O infeliz fechou os olhos. A cabeça tombou no peito de Heddy e, uma golfada de sangue brotou de três buracos feitos no-peito.
Voltou a reabrir os olhos e deteve-os em Heddy. E sorriu. A seguir uma nuvem de tristeza tingiu o seu rosto:
— Pequei muito — disse a custo. — Tio Bergson, quis fazer alguma coisa de mim, mas eu andava doido pelo «Colt».
Depois voltou a sorrir e o mesmo sorriso foi desaparecendo conforme o rosto empalidecia.
Foi o último sorriso, aquele sorriso belo de Leclair ou Tony Gordon.
De entre a multidão pôde ouvir-se uma voz comovida:
— Leclair morreu.
O corpo moveu-se num último estertor e ficou rígido nos braços de Bergson, Heddy e Roberto.
A glória daquele jovem que se havia erguido com rapidez, afundara-se da mesma maneira. De odiado e adorado, passara a despertar compaixão.
Bergson fez sinal para quatro dos seus homens, para que transportassem o corpo sem vida de Leclair.
Heddy aproximou-se de lorde Patrick.
— Milorde, seu filho pode continuar com o caminho de ferro. Custou a vida de meu irmão o progresso da Civilização em Oregon.
E sem dar tempo de lorde Patrick pronunciar uma palavra, Heddy montou o seu cavalo e afastou-se abrindo caminho entre a multidão que a olhava com respeito e admiração.
Lorde Patrick olhou para o filho que também se mantinha triste. Depois afastaram-se.
No recinto livre, divisavam-se os dois «Colts» de Heddy, adormecidos no sangue de Leclair, seu irmão, como documento indestrutível' do preço da civilização em Oregon.
O caminho estava livre para lorde Roberto. Podia continuar com o caminho de ferro. Lorde Patrick podia introduzir novos métodos governamentais, baseados na civilização de todos os povos.
«Lobo Vermelho» e Leclair já não existiam.
Abraçou-se ao filho, seguindo os movimentos da Iuta.
Heddy, seguida, de oito cavaleiros, surgiu como um furacão diante de Leclair, os seus braços moveram-se com extraordinária rapidez e perto de vinte homens caíram crivados de chumbo.
— Essa mulher é um demónio! — gritou o rancheiro gordo.
A luta prosseguiu. Bergson projectou-se contra os guerreiros índios com dez homens. Estrondos violentos cobriram o espaço e perto de trinta guerreiros foram sacudidos das seus cavalos.
— O velho do chapéu de palha é um monstro! — gritou uma mulher magra.
«Lobo Vermelho» deixou escapar uma praga e correu ao encontro de Bergson com os seus guerreiros. Mas Bergson, o terrível Bergson, queria provar àquele mundo de imbecis aquilo que fora. Ergueu-se sobre o cavalo e o seu corpo dobrou-se para a frente, enquanto os seus «Colts» vomitavam morte.
Dezenas de guerreiros rolaram para o solo crivados de chumbo.
«Lobo Vermelho», com um ombro a escorrer sangue, recuou entre os homens que lhe restavam para depois projectar-se para a frente com fúria diabólica.
A multidão paralisada seguia emocionada o terrível duelo de morte.
Heddy continuava a suprimir o bando de Leclair; da sela do seu cavalo, surgiam com rapidez de relâmpago «Colts» carregados que despejava sem interrupção.
Leclair, furioso, procurava defender-se para não ver perecido o seu poder diante da multidão que o adorava.
— Ah! Como me faz falta uma arma — lamentou Roberto.
— Tenho fé de que tudo terminará com a nossa vitória — respondeu lorde Patrick, sem perder de vista a jovem.
«Lobo Vermelho», de lança em riste, parecia um leão entre os seus guerreiros.
Por fim, uma descarga de Bergson atirou-o do cavalo abaixo. Tentou erguer-se mas as forças abandonaram-no e ficou sem, movimento.
Os seus guerreiros, vendo-o, morto, puseram-se em debandada.
Então, Bergson correu a auxiliar Heddy que parecia um fantasma no meio da refrega.
E o duelo prosseguiu cada vez mais sanguinolento. Mas os homens de Heddy, treinados para enfrentar grandes atiradores, não se deixavam abater, apesar de Leclair apresentar um número maior.
Por fim, Leclair e Heddy ficaram frente a frente. Heddy abandonou o cavalo e avançou para o seu terrível adversário. Leclair, que se havia apossado do cavalo de um índio, desmontou também.
O povo mal respirava. Roberto tremia, apesar de ter toda a confiança na sua amada.
Heddy e Leclair fitaram-se com ódio, bem patente. Ambos eram morenos, ambos eram possuidores de olhos negros e cabelos negros, ambos eram portadores daquela expressão selvagem que no momento da luta os tornava parecidos.
— Não desejava que morresses cedo, Leclair — disse Heddy, avançando para ele.
— Estás convencida disso?
— Tenho a certeza, Leclair. Bem te avisámos.
À distância, Bergson estava alheio ao que se passava. Todo o seu espírito se encontrava em. derrubar o bando de Leclair, que continuava a resistir.
— Veremos quem fica.
— Quero ver o caminho de ferro a atravessar Oregon e seguir o seu curso, Leclair. Estou farta de diligências.
Os dois foram avançando um para o outro.. A distância foi encurtando. Correu um segundo. Heddy, firme, tinha o corpo um pouco inclinado. Leclair, lateralmente dobrado para a esquerda. Os seus olhares não se despregavam.
Mais meio segundo e...
Roanpeu um estrondo ensurdecedor. Ouviram-se gritos na multidão. Roberto caiu sem forças nos braços do pai, depois precipitou-se como um louco para o lugar sinistro que o fumo da pólvora encobria.
O fumo foi-se extinguindo, lentamente; viu-se Leclair cambalear e cair nos braços de um homem que havia acorrido naquele instante.
Firme, com expressão de desprezo nos lábios, Heddy guardou os «Colts». Roberto, com louca alegria, tomou-a nos braços.
O homem que segurava Leclair, quase sem vida, fixou Heddy, com aborrecimento.
— Disse-te que não fizesses fogo contra ele.
— Um bandido tem de ter a sua conta, Bergson.
Bergson sacudiu a cabeça com tristeza.
— É um bandido, mas é teu irmão. Nunca devias ser tu a matá-lo.
Heddy olhou o velho, assombrada.
— Meu irmão?
— Teu irmão, Heddy.
Todos que haviam acorrido, incluindo lorde Patrick, estavam impressionados com o sucedido.
Heddy desfez-se do abraço de Roberto, deu um passo e atirou com os «Colts» ao chão. Depois, perante o olhar comovido de todos abraçou o corpo ensanguentado daquele que era seu irmão e que o trágico destino fizera que viesse sucumbir em suas mãos.
O olhar de Leclair, quase a apagar-se, fixou Heddy, um pouco assombrado.
— Tony — pronunciou Bergson. — Ela é tua irmã. Heddy é tua irmã. Não vês que são parecidos?
Tony, ou Leclair, ergueu o olhar para quem o segurava e falava. Um ligeiro estremecimento sacudiu o seu corpo tingido de sangue e quase a ser entregue aos horrores da sepultura.
— Bergson! Tio Bergson!
— Meu filho — murmurou o velho com lágrimas nos olhos.
Heddy, aquela mulher que havia momentos dera provas de um poder infernal, soluçava como uma criança desprotegida.
— É minha irmã? — interrogou o moribundo,
— É filha de «sir» Gordon, teu pai.
O infeliz fechou os olhos. A cabeça tombou no peito de Heddy e, uma golfada de sangue brotou de três buracos feitos no-peito.
Voltou a reabrir os olhos e deteve-os em Heddy. E sorriu. A seguir uma nuvem de tristeza tingiu o seu rosto:
— Pequei muito — disse a custo. — Tio Bergson, quis fazer alguma coisa de mim, mas eu andava doido pelo «Colt».
Depois voltou a sorrir e o mesmo sorriso foi desaparecendo conforme o rosto empalidecia.
Foi o último sorriso, aquele sorriso belo de Leclair ou Tony Gordon.
De entre a multidão pôde ouvir-se uma voz comovida:
— Leclair morreu.
O corpo moveu-se num último estertor e ficou rígido nos braços de Bergson, Heddy e Roberto.
A glória daquele jovem que se havia erguido com rapidez, afundara-se da mesma maneira. De odiado e adorado, passara a despertar compaixão.
Bergson fez sinal para quatro dos seus homens, para que transportassem o corpo sem vida de Leclair.
Heddy aproximou-se de lorde Patrick.
— Milorde, seu filho pode continuar com o caminho de ferro. Custou a vida de meu irmão o progresso da Civilização em Oregon.
E sem dar tempo de lorde Patrick pronunciar uma palavra, Heddy montou o seu cavalo e afastou-se abrindo caminho entre a multidão que a olhava com respeito e admiração.
Lorde Patrick olhou para o filho que também se mantinha triste. Depois afastaram-se.
No recinto livre, divisavam-se os dois «Colts» de Heddy, adormecidos no sangue de Leclair, seu irmão, como documento indestrutível' do preço da civilização em Oregon.
O caminho estava livre para lorde Roberto. Podia continuar com o caminho de ferro. Lorde Patrick podia introduzir novos métodos governamentais, baseados na civilização de todos os povos.
«Lobo Vermelho» e Leclair já não existiam.
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