O «rancho» de Jack Dean ficava a cerca de meia hora de Phonex. Quando ali soubessem o que se passava e se dispusessem a enviar socorros, já ele se encontraria são e salvo a muitas léguas de distância. No dia seguinte não restaria nada mais do que um montão de madeira carbonizada.
Enquanto a sua imaginação discorria sobre este e outros motivos, ia gravando com a ponta do arame em brasa o nome de Nandy Leick no pedaço de madeira. Dentro dos currais, transformados num enorme braseiro, era infernal o alvoroço das reses envolvidas pelas chamas, acicatadas pelo calor a asfixiadas pelo fumo. Cá fora, as searas lambidas pelas labaredas mais faziam lembrar um vasto oceano de fogo. Tinha escurecido por completo. O pedaço de madeira com o nome de Nandy marcado a fogo pendia do galho da mesma árvore onde prendera o cavalo.
Montou novamente a cavalo e olhou para os estábulos ainda não completamente atingidos pela vaga das chamas. Os animais, no meio da confusão gerada, faziam esforços espantosos para rebentar com a vedação. Era muito possível que rebentassem a porta antes que o fogo a atingisse.
Swater sorriu-se silenciosamente. Afagou a coronha da sua espingarda «Spencer» que sobressaia do longo coldre suspenso da sela e puxou pelo revólver. Deu uma esporada ao cavalo e dirigiu-se para a porta do curral que, com a violência dos coices dos cavalos e das vacas, rangia fragorosamente acabando por se abrir de par em par.
Arredou-se para um dos lados, a cerca de uns quinze metros e de revólver em punho. Os animais lançaram-se loucamente numa correria desordenada, em busca da liberdade. Não eram muitos. Uma dezena de cavalos e uma meia dúzia de vacas e de bois.
Começou a disparar freneticamente, derrubando cavalos e bois que, uma vez estirados no solo, dificultavam a marcha dos restantes, agitando desvairadamente os chifres que rasgavam profundamente as entranhas dos demais. Uma carnificina. O último cavalo acabou por cair varado por uma bala, engrossado o monte dos mortos e dos feridos.
Swater pegou na espingarda e desatou a dar os golpes de misericórdia nas reses feridas que foram caindo, uma por uma, definitivamente.
Swater saltou uma gargalhada. Dava por concluído o seu trabalho: a casa do «rancho» completamente destruída; o gado morto a tiro, a seara transformada num mar de fogo e, para remate da obra, um nome marcado a fogo como assinatura simbólica do autor da memorável façanha.
Subitamente, porém, alguma coisa de insólito se passou. A cabeça inquieta de um potro, com os olhos brilhantes e espantados pelo estampido dos tiros, surgia de dentro do estábulo. Os olhos de Swater fixaram-se no «jovem» cavalo, com a ânsia do caçador que julga concluída uma caçada e vê surgir, inesperadamente, uma nova presa.
Como se fosse um raio, um cavalinho branco saiu de dentro do estábulo em direção ao local onde se amontoavam as reses mortas e, com um salto assombroso, de uma agilidade felina, galgou o montão de cadáveres, continuando a fuga para o campo, enquanto a espingarda de Swater disparava um tiro para as nuvens.
Deu de esporas à montada e lançou-se em sua perseguição. Viu a sua esbelta silhueta surgir acima do campo iluminado pelas chamas e disparou sem o atingir. Perseguiu-o com redobrado entusiasmo, através da margem poupada pelo incêndio e ergueu novamente a espingarda no momento em que o cavalo, inexplicavelmente, acabava de estacar e, perdendo o sentido da primitiva orientação, parecia querer regressar ao ponto de partida.
Apontou à cabeça do animal, curvou o dedo sobre o gatilho e apercebeu-se de que o tiro disparado fora seguido de uma segunda explosão. Ante os seus olhos espantados acabava de surgir um outro cavaleiro como que expelido pela terra, na cola do cavalo branco, ao tempo que um «Colt» luzidio relampejava na sua mão direita.
Swater sentiu o impacto da bala no tórax o que, não suficientemente refeito da surpresa e também por virtude da dor recebida, o obrigou a largar da mão a espingarda que empunhava. Curvou-se rapidamente sobre a sela, mergulhando a um dos lados do pescoço do cavalo, prevenido como estava de que o cavaleiro esporeava a montada lançando-se vertiginosamente na sua direção. Nem chegou a dar conta de como começou a debandada a coberto das sombras da noite e fugindo a «unhas de cavalo», ao mesmo tempo que sentia no peito a presença da bala que o massacrava a cada movimento, a cada upa do cavalo, a cada salto que dava para se desviar de um obstáculo, em cada curva, em cada elevação de terreno, como se dentro do seu tórax se encontrasse algum rato que o estivesse devorando fincando-lhe os dentes nas entranhas.
Conseguiu reagir às dores que o afligiam e dirigiu-se para a cabana onde deixara Nandy Leick ferido, no dia anterior, e aguardando, ansiosamente, o seu regresso. Ali, dizia de si para consigo, encontraria a indispensável ajuda e amparo para continuar a defender-se. Perdera a espingarda durante a luta, e o revólver jazia abandonado no fundo do, coldre completamente vazio e sem possibilidade de voltar a utilizá-lo.
Atrás de si, numa perseguição implacável, continuava um cavaleiro completamente desconhecido para ele mas que uma voz interior lhe dizia ser o dono do «rancho» incendiado, o tal filho de Charles Dean, de que Nandy Leick lhe falara.
Enquanto a sua imaginação discorria sobre este e outros motivos, ia gravando com a ponta do arame em brasa o nome de Nandy Leick no pedaço de madeira. Dentro dos currais, transformados num enorme braseiro, era infernal o alvoroço das reses envolvidas pelas chamas, acicatadas pelo calor a asfixiadas pelo fumo. Cá fora, as searas lambidas pelas labaredas mais faziam lembrar um vasto oceano de fogo. Tinha escurecido por completo. O pedaço de madeira com o nome de Nandy marcado a fogo pendia do galho da mesma árvore onde prendera o cavalo.
Montou novamente a cavalo e olhou para os estábulos ainda não completamente atingidos pela vaga das chamas. Os animais, no meio da confusão gerada, faziam esforços espantosos para rebentar com a vedação. Era muito possível que rebentassem a porta antes que o fogo a atingisse.
Swater sorriu-se silenciosamente. Afagou a coronha da sua espingarda «Spencer» que sobressaia do longo coldre suspenso da sela e puxou pelo revólver. Deu uma esporada ao cavalo e dirigiu-se para a porta do curral que, com a violência dos coices dos cavalos e das vacas, rangia fragorosamente acabando por se abrir de par em par.
Arredou-se para um dos lados, a cerca de uns quinze metros e de revólver em punho. Os animais lançaram-se loucamente numa correria desordenada, em busca da liberdade. Não eram muitos. Uma dezena de cavalos e uma meia dúzia de vacas e de bois.
Começou a disparar freneticamente, derrubando cavalos e bois que, uma vez estirados no solo, dificultavam a marcha dos restantes, agitando desvairadamente os chifres que rasgavam profundamente as entranhas dos demais. Uma carnificina. O último cavalo acabou por cair varado por uma bala, engrossado o monte dos mortos e dos feridos.
Swater pegou na espingarda e desatou a dar os golpes de misericórdia nas reses feridas que foram caindo, uma por uma, definitivamente.
Swater saltou uma gargalhada. Dava por concluído o seu trabalho: a casa do «rancho» completamente destruída; o gado morto a tiro, a seara transformada num mar de fogo e, para remate da obra, um nome marcado a fogo como assinatura simbólica do autor da memorável façanha.
Subitamente, porém, alguma coisa de insólito se passou. A cabeça inquieta de um potro, com os olhos brilhantes e espantados pelo estampido dos tiros, surgia de dentro do estábulo. Os olhos de Swater fixaram-se no «jovem» cavalo, com a ânsia do caçador que julga concluída uma caçada e vê surgir, inesperadamente, uma nova presa.
Como se fosse um raio, um cavalinho branco saiu de dentro do estábulo em direção ao local onde se amontoavam as reses mortas e, com um salto assombroso, de uma agilidade felina, galgou o montão de cadáveres, continuando a fuga para o campo, enquanto a espingarda de Swater disparava um tiro para as nuvens.
Deu de esporas à montada e lançou-se em sua perseguição. Viu a sua esbelta silhueta surgir acima do campo iluminado pelas chamas e disparou sem o atingir. Perseguiu-o com redobrado entusiasmo, através da margem poupada pelo incêndio e ergueu novamente a espingarda no momento em que o cavalo, inexplicavelmente, acabava de estacar e, perdendo o sentido da primitiva orientação, parecia querer regressar ao ponto de partida.
Apontou à cabeça do animal, curvou o dedo sobre o gatilho e apercebeu-se de que o tiro disparado fora seguido de uma segunda explosão. Ante os seus olhos espantados acabava de surgir um outro cavaleiro como que expelido pela terra, na cola do cavalo branco, ao tempo que um «Colt» luzidio relampejava na sua mão direita.
Swater sentiu o impacto da bala no tórax o que, não suficientemente refeito da surpresa e também por virtude da dor recebida, o obrigou a largar da mão a espingarda que empunhava. Curvou-se rapidamente sobre a sela, mergulhando a um dos lados do pescoço do cavalo, prevenido como estava de que o cavaleiro esporeava a montada lançando-se vertiginosamente na sua direção. Nem chegou a dar conta de como começou a debandada a coberto das sombras da noite e fugindo a «unhas de cavalo», ao mesmo tempo que sentia no peito a presença da bala que o massacrava a cada movimento, a cada upa do cavalo, a cada salto que dava para se desviar de um obstáculo, em cada curva, em cada elevação de terreno, como se dentro do seu tórax se encontrasse algum rato que o estivesse devorando fincando-lhe os dentes nas entranhas.
Conseguiu reagir às dores que o afligiam e dirigiu-se para a cabana onde deixara Nandy Leick ferido, no dia anterior, e aguardando, ansiosamente, o seu regresso. Ali, dizia de si para consigo, encontraria a indispensável ajuda e amparo para continuar a defender-se. Perdera a espingarda durante a luta, e o revólver jazia abandonado no fundo do, coldre completamente vazio e sem possibilidade de voltar a utilizá-lo.
Atrás de si, numa perseguição implacável, continuava um cavaleiro completamente desconhecido para ele mas que uma voz interior lhe dizia ser o dono do «rancho» incendiado, o tal filho de Charles Dean, de que Nandy Leick lhe falara.
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