quarta-feira, 30 de março de 2016

BIS107. Mãos traidoras


(Coleção Bisonte, nº 107)


«Nas suas longas viagens pelas montanhas, os pesquisadores de ouro não costumavam usar os cavalos como meio de locomoção. Os cavalos não só caíam com muita frequência, como se negavam em absoluto a passar pelos estreitos e escarpados caminhos que os solitários (mineiros tinham de percorrer para alcançar os ribeiros onde por vezes apareciam os tão desejados «coloors». Por isso davam a preferência a resignados burros que carregavam com o material necessário para ias explorações, indo eles a pé e à frente dos animais.
Nunca houvera um pesquisador tão otimista que se lembrasse de levar consigo um saco destinado a armazenar o ouro que viesse a encontrar, isto porque nenhum deles acreditava muito que essa possibilidade se viesse a verificar.
Quando a sorte bafejava um desses homens, competia ao asno transportar a fortuna que o dono tinha encontrado. E, nessa altura, lá vinha o pobre bicho ajoujado ao peso duma carga pessimamente distribuída por tudo que servisse para transportar o valioso metal: sacos de víveres, bacias de lavar minerais, peneiras de passar a areia, latas de conserva, o que calhava.»
É neste contexto, que Cesar Torre nos descreve a vida dupla de um médico que se dedicava a salvar a vida das pessoas, granjeando por isso elevada simpatia coletiva, mas que se dedicava a organizar assaltos aos desprotegidos pesquisadores ao ter conhecimento que estes transportavam algo através da troca de mensagens transportadas por pombos. As  mãos que salvavam eram também mãos traiçoeiras…
Um dia a sua atividade foi descoberta ela mulher que se tentou afastar, tendo sido sujeita a violento assalto e abatida. E o tempo foi passando, pensando o médico passar impune pelos seus crimes, até que alguém chegou à cidade e tudo se modificou.
 

 

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