Quando Leroy e McPherson entraram no saloon mais importante de Virgínia City, chamado «Hanraha's», todo o mundo os contemplou com atenção.
Palmer esperava este interesse por parte da multidão, visto que o seu rápido desafio com Hobbs, que devia ter uma justa fama de terrível, e a sua inesperada amizade com Kain Baldwin, deviam ter preocupado a população que só pensava em sangue, sucesso e prata.
Vestidos ainda com as suas roupas de viagem, mas limpos, os dois jovens encaminharam-se para o mostrador e Leroy pediu:
—Dois whiskies.
Depois dirigiu um olhar em redor. O local, amplo, cheio de fumo e atestado de clientes e de dançarinas, lembrava-lhe as tabernas de Wesport, que então se chamava Kansas City, e os elegantes estabelecimentos de Nova Orleãs. Constituía um termo médio entre eles.
Uma bailarina loira e sorridente, aproximou-se deles, contemplando-os com expressão interessada.
— Pagam-me qualquer coisa?
Palmer assentiu, distraído.
— Sim, rapariga. Pede o que quiseres.
Enquanto McPherson falava com a rapariga, Palmer dirigiu o olhar para a sala de jogo que havia nos extremos do saloon. Tinha bastante dinheiro para manter uma partida e poderia ganhar alguma quantidade, como nos velhos tempos. Esta frase divertiu-o, ao recordar a sua existência aventureira nos anos anteriores da Guerra Civil, desde o Mississípi até aos campos mineiros da Califórnia.
— Volto já — advertiu.
McPherson não lhe prestou muita atenção, pois continuava a falar divertido com a bailarina.
— Como te chamas?
—Liza. E tu?
—McPherson; mas isso importa pouco. Acho que vou gostar desta cidade, Liz. E começamos bem, não há dúvida.
Liza moveu a cabeça.
— Não sei o que hei-de dizer-te, rapaz. Cá preocupam--se muito da habilidade da gente como atiradores, embora lhes aborreça que um forasteiro consiga vencer um habitante da povoação. E há muitos pistoleiros que anseiam herdar o posto de Hobbs.
Isto despertou o interesse de McPherson.
—E quem são eles?
Vários, Jess Wintrop, Lee Barret, Elmer Llye, muitos. E também o dono deste bar, Brett Darnell.
McPherson, acostumado a realizar explorações durante a guerra, quis saber o terreno que pisava.
—É muito perigoso?
— Ninguém até agora conseguiu vencê-lo com um revólver na mão. E os guarda-costas de Badwin têm preferido não o molestar. Olha—disse de repente —é esse.
McPherson virou-se para ver um homem alto, hercúleo e de ar fanfarrão, que enfiado na sua levita passeava, com um cinto repleto de munições apertando-lhe a cintura.
Era indubitavelmente um homem perigoso, mas não parecia daqueles que procuram a luta sem necessidade. Talvez se advertisse um possível perigo, se decidisse a iniciar o ataque para evitar a tempo esse perigo. Os outros que tinha nomeado Liza podiam constituir uma grave ameaça, visto que pretendiam demonstrar a sua superioridade sobre Leroy, e disso podia resultar uma interminável sucessão de lutas.
Entretanto, Palmer contemplava a sala de jogo, parando perante cada mesa e examinando os jogadores sem tomar parte em nenhuma das partidas. Também era inclinado a conhecer primeiro o terreno.
O jogo não parava perante nada naquela cidade. Muitos mineiros que passavam o dia abrindo a terra para arrancar dela os seus tesouros, acudiam à noite à sala de jogo para experimentar perante o tapete verde a emoção do jogo.
Os jogadores profissionais, puros, de feições pálidas de notívagos, observavam com um sorriso interesseiro os clientes. Uma longa mesa servia de tabuleiro para os dados que corriam de um extremo a outro. Um homem armado com um rifle montava guarda junto da mesa. Palmer parou lá, contemplando os dados. De repente perguntou:
— Pode entrar mais um?
O farodealer 1 sorriu.
Croupiers, em calão do Oeste.
— Se dispõe de dinheiro para apostar, ocupe o seu lugar se assim o deseja.
O jovem puxou dumas moedas e colocou-as sobre a mesa. O empregado estendeu-lhe os dados. Leroy perguntou então:
— Incomoda-o que use os meus? Pode comprovar que não estão viciados. Ê simplesmente um costume. Um costume que a mim me diverte muito e que me dá a sensação de triunfo e segurança. Se perco, a ninguém posso culpar. Podem verificar de que não estão viciados—repetiu.
Os mineiros contemplaram-no surpresos. Apesar das suas roupas, nem o seu modo de falar nem o seu aspecto eram os do homem da planície, e agradar-lhes-ia vê-lo enfrentar-se com a sua sorte.
— Vamos, verifique-o — disse um dos espectadores.
O jogador profissional que dirigia a mesa mexeu a cabeça.
— Não, não podemos permiti-lo.
Leroy sorriu friamente e olhou fixamente o empregado.
—E que pretende injuriar-me insinuando que não são legais?
O jogador voltou a olhá-lo. Sabia quem era o jovem e não queria expor-se. Encolheu os ombros, continuando:
—Bem, seja. Faça a prova.
Leroy ofereceu os dados ao seu vizinho, que os agitou várias vezes deixando-os cair sobre a mesa. Nem uma só ocasião se repetiram os lances.
—E preciso mais alguma prova? — perguntou o jovem.
Como todos fizessem sinais negativos, o jogador agarrou nos dados sorrindo e disse:
— Cavalheiros, desejem-me sorte.
Depois mandou-os, sem acompanhar o gesto com as exclamações típicas que eram costume na fronteira. Saiu o número da sorte. Então tornou a pegar neles, e contemplando os seus vizinhos disse:
—Esta partida é de extrema importância para mim.
O jogador da casa ficou pálido ao verificar que o número da sorte tornara a sair. O jovem pela terceira vez agarrou nos dados, ao tempo que dizia:
— Deus dos céus, fazei que volte rico a minha casa.
Ganhou outra vez. Houve um murmúrio de assombro. Outras pessoas aproximaram-se da mesa para ver o prodigioso triunfo daquele homem, que prometia uma noite rica em emoções, e para ouvir as suas frases elegantes, pronunciadas com distinto sotaque de sulista.
— Apostem, meus senhores, permitam-me que ganhe algum dinheiro.
Um grito de entusiasmo levantou-se entre os ali reunidos, e os novos clientes acudiram a presenciar a partida.
McPherson reparava naquilo que estava a acontecer e mantinha-se ao longe para evitar surpresas desagradáveis.
Viu que Bret Darnell falava com um homem de estatura média, magro e preto, cuja face direita aparecia cortada por uma velha cicatriz. Não havia dúvida que se tratava de um pistoleiro a soldo, e que o tema da conversa era precisamente o próprio Leroy. Entretanto, este continuava a ganhar.
As moedas e as notas amontoavam-se ante ele, ao mesmo tempo que o semblante do jogador profissional ia-se tornando cada vez mais pálido e o homem do rifle torcia o gesto, inquieto e agressivo.
Palmer reparara nisso, mas continuava a arriscar-se. Além disso, sabia que aquele era o princípio para abrir caminho naquela cidade. Porém, por ser a primeira noite que tentava, decidiu dar por fim aquele jogo. Deixou os dados sobre a mesa e disse:
—Bom, acho que por esta noite já chega.
O «croupier» respirou aliviado e assentiu:
— Como quiser, amigo.
O homem reuniu os seus ganhos e enfiou-os no bolso. Porém naquele momento, uma voz disse a seu lado com acento desagradável:
—Ë costume dar a desforra.
Palmer virou-se, sem pressas, para ver quem lhe dirigia a palavra. Descobriu um homem negro, com uma cicatriz na face. Não longe, McPherson acariciava significativamente a coronha do revólver.
— Não vou fugir da cidade —disse e amanhã voltarei cá.
— Não é correto ir-se embora agora, depois de ter ganho tanto.
Palmer tomou os dados tranquilamente. De repente, perguntou com expressão ingénua:
— Admiram-se pelo facto de alguém ganhar nesta casa?
Ouviu-se uma gargalhada geral. Perante o gesto do pistoleiro, aqueles que se encontravam mais próximos procuraram afastar-se.
— Pretende ofender-me? — perguntou aquele.
—Eu não. E você?
Palmer esperava este interesse por parte da multidão, visto que o seu rápido desafio com Hobbs, que devia ter uma justa fama de terrível, e a sua inesperada amizade com Kain Baldwin, deviam ter preocupado a população que só pensava em sangue, sucesso e prata.
Vestidos ainda com as suas roupas de viagem, mas limpos, os dois jovens encaminharam-se para o mostrador e Leroy pediu:
—Dois whiskies.
Depois dirigiu um olhar em redor. O local, amplo, cheio de fumo e atestado de clientes e de dançarinas, lembrava-lhe as tabernas de Wesport, que então se chamava Kansas City, e os elegantes estabelecimentos de Nova Orleãs. Constituía um termo médio entre eles.
Uma bailarina loira e sorridente, aproximou-se deles, contemplando-os com expressão interessada.
— Pagam-me qualquer coisa?
Palmer assentiu, distraído.
— Sim, rapariga. Pede o que quiseres.
Enquanto McPherson falava com a rapariga, Palmer dirigiu o olhar para a sala de jogo que havia nos extremos do saloon. Tinha bastante dinheiro para manter uma partida e poderia ganhar alguma quantidade, como nos velhos tempos. Esta frase divertiu-o, ao recordar a sua existência aventureira nos anos anteriores da Guerra Civil, desde o Mississípi até aos campos mineiros da Califórnia.
— Volto já — advertiu.
McPherson não lhe prestou muita atenção, pois continuava a falar divertido com a bailarina.
— Como te chamas?
—Liza. E tu?
—McPherson; mas isso importa pouco. Acho que vou gostar desta cidade, Liz. E começamos bem, não há dúvida.
Liza moveu a cabeça.
— Não sei o que hei-de dizer-te, rapaz. Cá preocupam--se muito da habilidade da gente como atiradores, embora lhes aborreça que um forasteiro consiga vencer um habitante da povoação. E há muitos pistoleiros que anseiam herdar o posto de Hobbs.
Isto despertou o interesse de McPherson.
—E quem são eles?
Vários, Jess Wintrop, Lee Barret, Elmer Llye, muitos. E também o dono deste bar, Brett Darnell.
McPherson, acostumado a realizar explorações durante a guerra, quis saber o terreno que pisava.
—É muito perigoso?
— Ninguém até agora conseguiu vencê-lo com um revólver na mão. E os guarda-costas de Badwin têm preferido não o molestar. Olha—disse de repente —é esse.
McPherson virou-se para ver um homem alto, hercúleo e de ar fanfarrão, que enfiado na sua levita passeava, com um cinto repleto de munições apertando-lhe a cintura.
Era indubitavelmente um homem perigoso, mas não parecia daqueles que procuram a luta sem necessidade. Talvez se advertisse um possível perigo, se decidisse a iniciar o ataque para evitar a tempo esse perigo. Os outros que tinha nomeado Liza podiam constituir uma grave ameaça, visto que pretendiam demonstrar a sua superioridade sobre Leroy, e disso podia resultar uma interminável sucessão de lutas.
Entretanto, Palmer contemplava a sala de jogo, parando perante cada mesa e examinando os jogadores sem tomar parte em nenhuma das partidas. Também era inclinado a conhecer primeiro o terreno.
O jogo não parava perante nada naquela cidade. Muitos mineiros que passavam o dia abrindo a terra para arrancar dela os seus tesouros, acudiam à noite à sala de jogo para experimentar perante o tapete verde a emoção do jogo.
Os jogadores profissionais, puros, de feições pálidas de notívagos, observavam com um sorriso interesseiro os clientes. Uma longa mesa servia de tabuleiro para os dados que corriam de um extremo a outro. Um homem armado com um rifle montava guarda junto da mesa. Palmer parou lá, contemplando os dados. De repente perguntou:
— Pode entrar mais um?
O farodealer 1 sorriu.
Croupiers, em calão do Oeste.
— Se dispõe de dinheiro para apostar, ocupe o seu lugar se assim o deseja.
O jovem puxou dumas moedas e colocou-as sobre a mesa. O empregado estendeu-lhe os dados. Leroy perguntou então:
— Incomoda-o que use os meus? Pode comprovar que não estão viciados. Ê simplesmente um costume. Um costume que a mim me diverte muito e que me dá a sensação de triunfo e segurança. Se perco, a ninguém posso culpar. Podem verificar de que não estão viciados—repetiu.
Os mineiros contemplaram-no surpresos. Apesar das suas roupas, nem o seu modo de falar nem o seu aspecto eram os do homem da planície, e agradar-lhes-ia vê-lo enfrentar-se com a sua sorte.
— Vamos, verifique-o — disse um dos espectadores.
O jogador profissional que dirigia a mesa mexeu a cabeça.
— Não, não podemos permiti-lo.
Leroy sorriu friamente e olhou fixamente o empregado.
—E que pretende injuriar-me insinuando que não são legais?
O jogador voltou a olhá-lo. Sabia quem era o jovem e não queria expor-se. Encolheu os ombros, continuando:
—Bem, seja. Faça a prova.
Leroy ofereceu os dados ao seu vizinho, que os agitou várias vezes deixando-os cair sobre a mesa. Nem uma só ocasião se repetiram os lances.
—E preciso mais alguma prova? — perguntou o jovem.
Como todos fizessem sinais negativos, o jogador agarrou nos dados sorrindo e disse:
— Cavalheiros, desejem-me sorte.
Depois mandou-os, sem acompanhar o gesto com as exclamações típicas que eram costume na fronteira. Saiu o número da sorte. Então tornou a pegar neles, e contemplando os seus vizinhos disse:
—Esta partida é de extrema importância para mim.
O jogador da casa ficou pálido ao verificar que o número da sorte tornara a sair. O jovem pela terceira vez agarrou nos dados, ao tempo que dizia:
— Deus dos céus, fazei que volte rico a minha casa.
Ganhou outra vez. Houve um murmúrio de assombro. Outras pessoas aproximaram-se da mesa para ver o prodigioso triunfo daquele homem, que prometia uma noite rica em emoções, e para ouvir as suas frases elegantes, pronunciadas com distinto sotaque de sulista.
— Apostem, meus senhores, permitam-me que ganhe algum dinheiro.
Um grito de entusiasmo levantou-se entre os ali reunidos, e os novos clientes acudiram a presenciar a partida.
McPherson reparava naquilo que estava a acontecer e mantinha-se ao longe para evitar surpresas desagradáveis.
Viu que Bret Darnell falava com um homem de estatura média, magro e preto, cuja face direita aparecia cortada por uma velha cicatriz. Não havia dúvida que se tratava de um pistoleiro a soldo, e que o tema da conversa era precisamente o próprio Leroy. Entretanto, este continuava a ganhar.
As moedas e as notas amontoavam-se ante ele, ao mesmo tempo que o semblante do jogador profissional ia-se tornando cada vez mais pálido e o homem do rifle torcia o gesto, inquieto e agressivo.
Palmer reparara nisso, mas continuava a arriscar-se. Além disso, sabia que aquele era o princípio para abrir caminho naquela cidade. Porém, por ser a primeira noite que tentava, decidiu dar por fim aquele jogo. Deixou os dados sobre a mesa e disse:
—Bom, acho que por esta noite já chega.
O «croupier» respirou aliviado e assentiu:
— Como quiser, amigo.
O homem reuniu os seus ganhos e enfiou-os no bolso. Porém naquele momento, uma voz disse a seu lado com acento desagradável:
—Ë costume dar a desforra.
Palmer virou-se, sem pressas, para ver quem lhe dirigia a palavra. Descobriu um homem negro, com uma cicatriz na face. Não longe, McPherson acariciava significativamente a coronha do revólver.
— Não vou fugir da cidade —disse e amanhã voltarei cá.
— Não é correto ir-se embora agora, depois de ter ganho tanto.
Palmer tomou os dados tranquilamente. De repente, perguntou com expressão ingénua:
— Admiram-se pelo facto de alguém ganhar nesta casa?
Ouviu-se uma gargalhada geral. Perante o gesto do pistoleiro, aqueles que se encontravam mais próximos procuraram afastar-se.
— Pretende ofender-me? — perguntou aquele.
—Eu não. E você?
Houve um silêncio. O pistoleiro mordia os lábios perante a rápida resposta do jovem. E então declarou, em tom autoritário:
— Bem, basta de conversas. Vá jogar você agora mesmo e com os dados da casa.
Palmer sorriu.
— Acho que com os seus dados ganharão?
Todos se iam afastando pouco a pouco. McPherson contemplava o jogador que servia à mesa e o homem armado do rifle.
—Disse que jogasse agora mesmo —repetiu o da cicatriz.
Palmer negou com a cabeça.
— Amanhã. Hoje vou-me embora.
O outro aproximou a mão do revólver, advertindo:
—Não o repetirei. Devolva o dinheiro à mesa.
A expressão dos olhos de Palmer fez-se mais dura e o sorriso converteu-se numa ameaça. Todos compreenderam que a luta era inevitável.
— Deixe-me passar e até amanhã.
O pistoleiro dirigiu a mão para o «Colt» rapidamente. Mas antes que pudesse realizá-lo, a mão de ferro do jovem apertou-lhe o pulso obrigando-o a soltá-lo, ao mesmo tempo que a retorcia de modo que o outro ficasse indefeso.
O homem do rifle levantou a arma, apontando em direção a Leroy pelas costas, mas não pôde chegar a apertar o gatilho. McPherson esgrimiu o seu revólver e deixou-o cair com toda a sua força sobre o crânio do traiçoeiro guardião. Depois, apontou para o jogador, que tinha feito um movimento suspeitoso.
Palmer, sem pressa, desarmou o pistoleiro e arrojou a arma para longe, sem soltá-lo. Depois, agarrando-o pela camisa obrigou-o a olhá-lo diretamente.
—Parece-me que necessitas duma lição de bons modos. Não gosto do teu modo de proceder.
Içou-o no ar e afastou-o para o outro lado da sala, junto do revólver. O outro bateu com a cabeça contra o chão e ficou ali imóvel, completamente estonteado e lamentando-se em voz baixa.
Palmer dirigiu então o seu olhar para todos que se encontravam na sala.
— Cavalheiros, muito boas noites. Amanhã voltarei por cá. Mas digam a esse homem que não quero voltar a vê-lo. E melhor para ele que abandone imediatamente a cidade.
Sem mais palavras encaminhou-se para a porta, acompanhado de McPherson que sorria divertido. Ninguém falou e ninguém se atreveu tão-pouco a fazer o menor comentário. Ao chegar junto da porta, Brett Darnell contemplou-o fixamente.
—Boas noites — cumprimentou Palmer inclinando-se com amabilidade.
Seguidamente, os dois amigos saíram à rua.
— Esse é o dono — advertiu McPherson. — E um tipo perigoso.
Leroy sorriu.
—E um inimigo que temos de derrotar. Sei que Baldwin não nos aborrecerá. Mas é preciso que este se afaste.
— Bem, basta de conversas. Vá jogar você agora mesmo e com os dados da casa.
Palmer sorriu.
— Acho que com os seus dados ganharão?
Todos se iam afastando pouco a pouco. McPherson contemplava o jogador que servia à mesa e o homem armado do rifle.
—Disse que jogasse agora mesmo —repetiu o da cicatriz.
Palmer negou com a cabeça.
— Amanhã. Hoje vou-me embora.
O outro aproximou a mão do revólver, advertindo:
—Não o repetirei. Devolva o dinheiro à mesa.
A expressão dos olhos de Palmer fez-se mais dura e o sorriso converteu-se numa ameaça. Todos compreenderam que a luta era inevitável.
— Deixe-me passar e até amanhã.
O pistoleiro dirigiu a mão para o «Colt» rapidamente. Mas antes que pudesse realizá-lo, a mão de ferro do jovem apertou-lhe o pulso obrigando-o a soltá-lo, ao mesmo tempo que a retorcia de modo que o outro ficasse indefeso.
O homem do rifle levantou a arma, apontando em direção a Leroy pelas costas, mas não pôde chegar a apertar o gatilho. McPherson esgrimiu o seu revólver e deixou-o cair com toda a sua força sobre o crânio do traiçoeiro guardião. Depois, apontou para o jogador, que tinha feito um movimento suspeitoso.
Palmer, sem pressa, desarmou o pistoleiro e arrojou a arma para longe, sem soltá-lo. Depois, agarrando-o pela camisa obrigou-o a olhá-lo diretamente.
—Parece-me que necessitas duma lição de bons modos. Não gosto do teu modo de proceder.
Içou-o no ar e afastou-o para o outro lado da sala, junto do revólver. O outro bateu com a cabeça contra o chão e ficou ali imóvel, completamente estonteado e lamentando-se em voz baixa.
Palmer dirigiu então o seu olhar para todos que se encontravam na sala.
— Cavalheiros, muito boas noites. Amanhã voltarei por cá. Mas digam a esse homem que não quero voltar a vê-lo. E melhor para ele que abandone imediatamente a cidade.
Sem mais palavras encaminhou-se para a porta, acompanhado de McPherson que sorria divertido. Ninguém falou e ninguém se atreveu tão-pouco a fazer o menor comentário. Ao chegar junto da porta, Brett Darnell contemplou-o fixamente.
—Boas noites — cumprimentou Palmer inclinando-se com amabilidade.
Seguidamente, os dois amigos saíram à rua.
— Esse é o dono — advertiu McPherson. — E um tipo perigoso.
Leroy sorriu.
—E um inimigo que temos de derrotar. Sei que Baldwin não nos aborrecerá. Mas é preciso que este se afaste.
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