quinta-feira, 20 de agosto de 2015

PAS519. Partir de coração destroçado

— Pode-se entrar, Hereford?
— Entre, Hasley.
O Rurt que entrou no gabinete não parecia nada o que tinha saído pouco tempo antes do rancho de Hereford para ver Eula. Parecia ter envelhecido. Estava pálido.
E nos seus olhos não havia nenhuma expressão. As suas pupilas pareciam dois pedaços de aço sem vida.
— Alegro-me que tenha vindo, Hasley. Tenho aqui preparado o dinheiro prometido, junto com uma soma como gratificação extraordinária pelo seu comportamento de ontem à noite. Você fez ontem à noite o que eu não esperava, arriscar a pele por minha causa. Torne.
E estendeu-lhe o envelope. Mas Rurt não fez nenhum gesto para lhe pegar.
— Vim despedir-me, Hereford. Vou-me embora agora mesmo.
— Muito bem, mas tome o dinheiro.
— Não
O rancheiro deixou cair a mão que segurava o envelope e olhou-o assombrado.
— Como diz?
— Que não quero nem um cêntimo pelo meu trabalho.
Robert Hereford abriu uma gaveta da secretária, tirou uma garrafa de whisky e bebeu um trago.
- Caramba, Hasley, juro que me deixou sem respiração. Porque não quer o meu dinheiro?
— Não acha que isso são assuntos meus?
Hereford não conseguia sair do seu assombro. Bebeu novo trago.
— Vamos a ver se nos entendemos, Hasley. Não quer a gratificação extraordinária. Se é assim, pago-lhe somente os dez mil dólares estipulados.
— Creio ter sido bem claro, Hereford. Nem um cêntimo.
— Será que o meu dinheiro não é bom?
— Muito bom. Mas não o quero. Adeus.
Levou a mão ao chapéu e saiu lentamente.

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