Tex adiantou-se, recortando-se o seu vulto alto contra o azul do céu, ao subir a pendente. As suas botas faziam resvalar o saibro do chão. Parou em frente de uma cruz de madeira, erguida sobre um montículo alongado. E leu, na cruz, essas palavras gravadas com a ponta de um punhal:
Aqui jaz Nelly ParsonsMorta no incêndio da sua casa1863
Nada mais. Ao lado havia outro montículo, muito mais pequeno. Tex sentiu um nó na garganta. Era estranho que ainda ali estivesse. A própria Nelly escrevera, na tábua que sobressaía da terra:
Ao meu fiel «Satã»O melhor cão do mundo
Tinha sido havia muito tempo. Juntos haviam enterrado «Satã», e ela gravara a dedicatória. O cão havia sido um leal amigo de ambos, até que um vagabundo o matou. Tex tinha, depois disso, deixado o vagabundo em condições de nunca mais poder servir-se da sua mão direita.
Arrancou-se ao passado. O presente era aquilo. Uma cruz de madeira mais uma sepultura. Agora a de um ser humano. A de Nelly…
De que serviam já todos os projetos, todos os sonhos? Sete anos mudavam tanto as coisas e as criaturas… O mundo era outro.
(Coleção Arizona, nº 56)
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