Willy chegou ao anoitecer ao refúgio de Blitte. O cabecilha tinha-se ausentado, mas não tardou em chegar.
— Sempre te encontraste com o tal figurão? — perguntou.
— Mac Bride espera que eu lhe leve Sam e Rosália esta noite.
— A que sítio?
— Sara será conduzida à extremidade da ponte que se situa à entrada de Lenox. Irá absolutamente só, devendo a troca efetuar-se logo que ele adquira a certeza de que não está sendo vítima de uma armadilha.
— Informaste-o, ao menos, de que não deverá armar-me uma cilada?
— Não levará mais ninguém com ele. Deu-me garantias absolutas.
— Bom! Então, dentro de meia hora, partiremos daqui os dois.
— Estás disposto a acompanhá-los?
— Naturalmente que estou. Mas como não me fio demasiado naquele aprendiz de xerife, levarei comigo Joe e Barry.
Meia hora depois, efetivamente, foram os dois reféns libertados. Montados cada um em seu cavalo e custodiados por Blitte, por William e pelos dois ajudantes, empreendeu a caravana a marcha em direção a Lenox.
— É para aquele sítio que ficou aprazado o encontro? — perguntou o cabecilha, apontando para a ponte que se divisava a curta distância.
— Exatamente.
— Bom. Então resta-nos aguardar.
Willy examinou a situação. Não havia dúvida de que a empresa era difícil e arriscada, mas era a única solução possível.
Olhou de soslaio para Blitte e viu-o à sua esquerda, imóvel e vigilante. Do lado oposto encontravam-se os dois homens de espingardas aperradas e sem perder de olho os prisioneiros.
Willy levou a mão impercetivelmente à pistoleira. No mesmo instante chegou até eles o eco de uma série de detonações vindo dos lados da povoação. Depois tudo voltou ao silêncio. Willy olhou para Blitte, intrigado.
— Que diabo teria sido aquilo? — perguntou.
— São as salvas da ordenança, pela destituição de Mac Bride do seu posto, na sua qualidade de derradeiro xerife desta asquerosa povoação.
— Foste tu que deste essas ordens?
— Era a única solução razoável para este caso. Confesso que já começava a fazer-me sombra. Agora sós nos resta ir em busca de Sara.
Willy movimentou-se com fulminante rapidez, exibindo na mão direita o seu revólver como por milagre e sem que nenhum dos presentes pudesse adivinhar os seus propósitos.
As detonações chamejaram na escuridão. Um dos acólitos de Doug despenhou-se do cavalo, sem saber sequer de onde lhe fora dirigida a bala. O outro, porém, ripostou no mesmo instante, confundindo-se os dois tiros numa única explosão.
Blitte, mais rápido, lançou-se por terra e por duas vezes o seu dedo se crispou sobre o gatilho.
Willy disparou o seu revólver contra ele. Foi um disparo apenas. O último que saiu do cano do seu «Colt». Novamente o silêncio desceu sobre aquelas paragens.
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