Antes de subir para a diligência que havia de transportá-lo a Lenox, o juiz Samuel T. Grant, voltou-se para sua filha Rosália.
— Ainda estás a tempo de mudar de ideias, rapariga. Lembra-te de que isto não é uma viagem de recreio. Em Lenox passam-se coisas que a tornam pouco recomendável para que uma mulher se arrisque a visitá-la.
— Então Mike não se encontra lá?
— Claro que sim, mas...
— Não o enviaste para ali porque depositavas nele toda a confiança?
— Naturalmente.
— Pois, uma vez que Mike lá está, sentir-me-ei absolutamente segura.
O juiz Grant suspirou e abriu os braços resignado.
— Pois seja. Não há processo de convencer uma mulher. Deus permita que eu não tenha de arrepender-me.
Subiram para a carruagem onde se encontravam já dois homens e uma mulher que corresponderam aos cumprimentos do juiz e de sua filha. Um dos viajantes era um rancheiro de aspeto pacato e muito falador.
O companheiro que viajava a seu lado era um homenzinho de fraca estatura, de aspeto nervoso e que aparentava um certo receio dos demais ocupantes do veículo. A mulher, segundo a sua própria confissão, ia a Lenox em busca de uma sua irmã para conduzi-la a Graham em virtude da pouca segurança que ali se notava.
Durante a primeira meia hora trocaram impressões acerca das dificuldades de vida da comarca, devido a ação dos bandos de malfeitores. A mulher contou pormenorizadamente a série de desmandos e de violências ocorridas nos últimos meses, razão pela qual se via forçada a ir buscar sua irmã a fim de a levar a viver na sua companhia.
O ganadeiro minimizava a importância das ocorrências verificadas, afirmando que em toda a parte aconteciam coisas semelhantes. A única diferença, explicava ele, consistia na brandura das autoridades de determinadas localidades, em contraste com a firmeza da que existia nas outras.
A única pessoa que parecia alheado da conversa era o homenzinho de aspeto reservado. Consultava com frequência o relógio e olhava com a maior preocupação para as povoações que iam atravessando, como se temesse ver surgir de repente qualquer ameaça.
Tinha sido percorrido mais de metade do caminho, quando um homem surgiu no meio da estrada. Levantou uma das mãos com um gesto significativo, aparentando uma atitude absolutamente inofensiva.
O postilhão fez parar a carruagem, o que levou todos os passageiros a assomar às janelas e a inquirir da razão daquela inesperada paragem.
— Pretendo ir a Lenox e quero tomar lugar — disse o homem. — Deixei o meu cavalo num rancho aqui próximo. Tem um ferimento numa das patas.
O postilhão olhou-o com desconfiança.
— Suponho que já não haverá lugar. O homem espreitou para o interior. Rosália sentiu o seu olhar frio cravado nela e não pôde reprimir um estremecimento.
Havia uma tal dureza na expressão do homem que a jovem se sentiu dominada pelo terror.
— Realmente, parece que não cabe nem mais um alfinete — disse o sujeito, com um sorriso estranho. — Mas, se não se importa, subirei mesmo para a boleia.
Embora contrariado, o boleeiro acabou por aceder. O veículo retomou a marcha e penetrou numa zona abrupta e montanhosa. O novo viajante puxou por uma cigarreira e tirou dela dois magníficos charutos, um dos quais ofereceu ao condutor do veículo.
— São fabricados com o melhor tabaco da Virgínia — explicou com uma piscadela de olho. — É oferta de um amigo que mos traz diretamente da própria plantação.
O condutor apreciou o aroma do tabaco e guardou o charuto no bolso da camisa.
— Aquela gente que vai ali dentro, parece muito reservada — prosseguiu o sujeito acendendo o charuto e dando-lhe duas ou três chupadas. — Dão-me a impressão de lebres assustadas.
— Acontece o mesmo a toda a gente que se dirige a Lenox. Parece que aquilo por lá não é nenhum paraíso.
— Passa-se ali alguma coisa de especial?
— Tu não és cá da região? — perguntou o cocheiro, olhando-o com curiosidade.
— Venho de muito longe porque fui informado de que há ali muito trabalho e bem remunerado.
— É natural. Pagam ali muito bem aos que sabem manejar as armas. Pelo visto, também usas disso.
— Apenas por precaução — ripostou, sorrindo. — Não gosto de ser surpreendido com as mãos a abanar. Quem é aquela rapariguinha de ar assustadiço?
— É filha do cavalheiro que viaja com ela.
— Alguma personagem importante, não?
O condutor acenou com gesto afirmativo.
— Nada menos do que o juiz Grant.
O homem guardou silêncio. Tirou o charuto da boca, contemplou a cinza por um momento e sacudiu-a até a fazer cair.
— É um prazer viajar na companhia de pessoas importantes — comentou o homem ao cabo de alguns segundos.
O ruído regular e rítmico dos cascos dos cavalos a baterem na terra endurecida foi o único rumor que durante alguns minutos acompanhou o rodar da carruagem. Um enorme bando de aves passou por sobre as suas cabeças, afastando-se na direção das montanhas próximas. No límpido céu azul da manhã, apenas se divisavam umas ligeiras nuvens tomando o rumo do poente.
Subitamente, ao dobrar uma curva da estrada, dois homens apareceram postados no meio do caminho. Mantinham-se ambos a cavalo e segurava cada um deles a sua espingarda.
— Alguma coisa lhes deve ter cheirado — murmurou o condutor. — Não me agrada isto.
— Que te não passe pela cabeça oferecer resistência
— Pensas que sou para aqui algum maluco? Eu conheço os processos de que usam os homens de Blitte. É necessário usar de todas as cautelas.
— Isso é uma atitude de muita ponderação — sorriu-se o outro, puxando pelo revólver.
— Que diabo vais tu fazer?
— Não te dê cuidado. São amigos.
O postilhão compreendeu. Aquele passageiro tinha tomado lugar na diligência, com o propósito de anular toda e qualquer resistência que pudesse surgir por parte dos viajantes. O homem arrebatou-lhe a espingarda e arrojou-a para um lado do caminho. Saltou da boleia abaixo e assomou-se a uma das janelas das portinholas com o revolver em punho.
— Se não houver resistência nada de mau se passará. Que ninguém se mexa!
— Que pretende, afinal, essa gente? — perguntou o juiz Grant, procurando mostrar-se sereno.
— Qualquer coisa que lhe não toca pela porta, senhor juiz — replicou o tipo com ironia. — uma simples visita de cortesia que se prepara a uma das pessoas que viajam na sua companhia.
O homem pequenino, que não tinha despregado os lábios em toda a viagem, suava por todos os poros, coberto de intensa palidez.
— Mas isto é um autêntico assalto! — exclamou o homenzinho, nervosamente. — Vamos consentir que nos levem aquilo que trazemos?
— Trate, mas é de não fazer asneiras, se tem algum amor à pele — ameaçou o outro com o revólver apontado.
Os dois cavaleiros aproximaram-se com as armas em punho. Mais ao longe surgiu um terceiro cavaleiro, de vigia ao caminho.
— É esse o pássaro que procurávamos — comentou o assaltante. — Passai-lhe uma revista em forma.
— Isso é uma violência! — vociferava o homem pequenino. — Estamos num país onde a proteção é uma palavra vã! Já se não respeitam os homens honrados!
— Honrado tu, Snyder? — sorriu-se o outro com sarcasmo. — Sabes com quanto ficarias se te deixássemos ficar o dinheiro que tens ganhado honradamente?
— Eu não trago nada comigo — balbuciou debilmente. — Vou a Lenox, de visita à minha família.
— E em busca de novas vítimas para as tuas rapinas, velho usurário. Onde está a tua bagagem?
— Obriga-o a descer que isto resolve-se num instante — disse um dos que se vinham aproximando.
O assaltante pegou-lhe por um braço e obrigou-o a sair do veículo quase de rastos.
— Tomai-o à vossa conta — disse.
— Onde está a bagagem deste cidadão? — perguntou ele, dirigindo-se ao condutor, enquanto o visava com o revólver
— Está aqui.
— Deita para baixo.
O postilhão, sabedor da maneira como aquela espécie de gente procedia, pegou numa maleta de lona e cabedal e arrojou-a ao solo.
— Vocês não podem apoderar-se do que me pertence! — gritou o homem. — Eu nunca me comportei mal convosco.
— Cala-te para aí! Não passas de uma coruja palradora.
Abriram a maleta e bastou um relance de olhos para verificarem que se não tinham equivocado.
— Não é preciso — disse uma voz. — Obrigai-o a entrar na carruagem.
O homem protestava, gemia, esbracejava, mas de nada isso lhe valeu. Um simples empurrão e o passageiro regressou ao seu lugar. Um dos cavaleiros contemplava agora os outros passageiros com curiosidade.
— E esses outros, quem são? — perguntou. — Ninguém que mereça importância, a não ser venerando juiz Grant, de Leyton.
— Grant? — comentou o cavaleiro, enrugando a testa. —O juiz Grant? E essa preciosidade que o acompanha é sua filha? Então não se pode dizer que perdemos o nosso tempo. Vamos, toca a marchar e nada de demoras. Sabes que é uma rica peça de caça que acaba de nos chegar às mãos?
Samuel T. Grant ouvia tudo aquilo com ar grave e silencioso. Apercebera-se de que a sua presença lhes tinha chamado a atenção e começava a suspeitar quais eram as suas intenções.
— Que pensas fazer?
— Levá-lo à presença de Doug. Sei de antemão que gostará muito de o ver.
— Não será um disparate?
— Se Doug viesse a saber que o deixámos em liberdade, despejaria sobre nós os insultos mais escolhidos do seu reportório.
— E a jovem?
— Talvez tenha para ele tanto ou mais interesse do que o juiz.
— Tem juízo! A minha opinião é exatamente oposta.
— Isso é o que havemos de ver, quando Doug os tiver juntos de si.
O que primeiro usou da palavra aproximou-se dos passageiros.
— Terá de nos acompanhar — disse ele, apontando para o juiz.
— Não estou na disposição de obedecer às ordens de uma súcia de bandidos — ripostou.
— Ouviste o que ele disse, Cal? — perguntou, olhando para o companheiro. — Eu supunha que ele gostaria de ir para onde levassem a rapariga.
— Deixem a minha filha em paz e segui-los-ei para onde quiserem.
— Meu pai não traz dinheiro consigo — interveio Rosália. — Mas se for necessário pagar algum resgate, tudo será pago logo que cheguemos a Lenox.
— Faz de nós assim tão palermas, bela menina?
— Mas porque havemos nós de acompanhá-los?
— Sabê-lo-á assim que chegarmos. E se não querem arranjar complicações, bom será que obedeçam sem repontar.
Perante a ameaça das armas, Grant não viu outra solução senão a de obedecer. Obrigaram pai e filha a descer da diligência e intimaram o condutor a prosseguir a viagem.
Quando a diligência surgiu no alto da encosta, pouco antes de iniciar a descida para Lenox, Mike Mac Bride, saiu do armazém e postou-se no meio da rua.
A carruagem seguia em marcha vertiginosa e entrou dentro d povoação numa nuvem de poeira. Parou à entrada da praça, o postilhão atirou com o chicote para cima do tejadilho e apeou-se, ao mesmo tempo que a portinhola se abria e o pequeno viajante de fato escuro era o primeiro a saltar em terra.
Mike aproximou-se e foi a sua estrela de metal brilhante a primeira coisa que saltou aos olhos do apressado passageiro.
— Fomos atacados e roubados, xerife! — gritou o homem, com grande alarido. — Quatro miseráveis salteadores, previamente combinados, roubaram-me todos os meus valores. A espera foi preparada só para mim. Deviam trazer-me constantemente vigiado, porque não hesitaram em me despojar de tudo o que me pertencia.
Mike, intrigado, aproximou-se ainda mais.
— Onde é que tudo isso aconteceu? — perguntou ele, enquanto relanceava o olhar pelo interior da carruagem — Há pouco mais de uma hora. Era só a mim que eles procuravam!
— Não viajava nesta carruagem, um cavalheiro acompanhado de sua filha?
— Se quer referir-se ao juiz Grant—interveio o boleeiro, que se havia aproximado ao vê-lo —, subiram em Leyton, mas os assaltantes obrigaram-nos a apear-se.
Mike sentiu que o coração lhe estalava.
— Levaram-nos na companhia deles?
— Pelo menos pareciam muito interessados nisso. O juiz ainda pretendeu resistir, mas eles apoderaram-se da rapariga e...
Mike apertou os punhos, cheio de raiva.
— Onde foi isso?
— Um pouco antes de atingir o vale de Glenn Woods. Obrigaram-me a prosseguir na viagem, de forma que não foi possível saber que caminho tomaram.
— Conheceram algum dos assaltantes?
-- Aquilo não é gente desta região — informou o condutor. — Vivem como os lobos escondidos na caverna.
— Talvez gente da quadrilha de Doug Blitte?
—E muito provável.
— E o meu dinheiro? — esganiçava-se a vítima do assalto.
— Mais importante é o rapto das pessoas — replicou Mike, encarando-o com frieza. — Depois nos ocuparemos disso.
Deu meia-volta e regressou à repartição. Manuel tinha chegado momentos antes e quando viu regressar Mike, logo compreendeu que alguma coisa de estranho se passava.
— O juiz e a filha não vieram na diligência?
— Foram intercetados a meio do caminho e obrigados a apear-se.
— Quer isso dizer que eles estavam prevenidos da sua vinda...
— Não tenho dúvidas de que anda ali a mão de Blitte. Não quero acreditar que tenha sido Willy Grant a tomar a iniciativa de raptar o irmão e a sobrinha. Não tardará muito que se saiba deles. Agora sim; agora dispõem eles de uma arma para te dominarem.
— Era nisso, precisamente, que eu pensava.
— Não te ocorre qualquer solução?
— Nada nos será possível fazer — murmurou, desalentado. — Resta-nos aguardar que nos deem a saber as suas pretensões.
Meia hora mais tarde chegava Sally.
— Acabam de chegar três homens de Millford — explicou a jovem, entusiasmada. — Vêm dispostos a aceitar o emprego e juram que ninguém lhes meterá medo.
— Aí está uma boa notícia — comentou Mike. — Tinha a certeza de que alguém se resolveria a aceitar.
— Pedem quarenta dólares de salário e mais vinte pelos trabalhos arriscados.
— Eu sei. Fui eu próprio que estabeleci o preço.
— Não será exagerado?
— O suplemento dos vinte dólares só deverá ser pago no primeiro mês. Espero que, mesmo antes de decorrido esse prazo, não haja mais necessidade de o fazer.
Sally franziu as sobrancelhas, olhando-o intrigada.
— Ou então, Lenox terá de procurar outro xerife concluiu Mike. E fez um minucioso relato acerca do que acabava de suceder ao juiz e a Rosália.
Um cavaleiro acabava de chegar naquele instante. Aparentava ter muita pressa, saltando do cavalo mesmo antes de ele se deter à porta do comissariado.
— O xerife encontra-se presente? — perguntou a Manuel que saíra para a rua a informar-se do que se passava.
— Está ali na repartição. Porque o perguntas?
— Porque há coisa de duas horas me cruzei com um grupo que se dirigia para Leste, levando consigo um homem e uma mulher. Aquilo fez-me espécie porque se me afigurou que eles não tinham aspeto de fazer parte da pandilha.
— Em que sítio foi isso? — perguntou Mike.
— Perto de Hakett Creek. Vi aparecer o grupo por detrás de um barranco e ocultei-me para observar. Tomaram a direção de Fayet.
— Tomaste nota de quantos eram?
— Cinco ao todo. Três homens e as duas pessoas que transportavam. Como dispunham apenas de três cavalos, pareceu-me que alguma coisa de anormal acontecia.
— Vais ficar aqui junto de Chuck — voltou-se para Manuel. — Vou procurar reunir Feller, Jerry e Wilson e alguns dos seus homens que queiram acompanhar-nos.
— Convences-te que ainda poderás alcançá-los?
— Vou procurar descobrir o seu esconderijo. Se não tiver a sorte de o conseguir, não me resta outra coisa se não submeter-me às suas exigências.
— Achas que valerá a pena manter aquela fera enjaulada?
— Não posso nem devo transigir. Seria renunciar aos meus objetivos. Seria o mesmo que confessar-me vencido.
— Pronto. Cá fico de guarda até ao teu regresso.
Mike retirou-se e, um quarto de hora mais tarde, tinha conseguido reunir um grupo de sete homens destemidos. Muitos outros desejariam acompanhá-los, mas como estavam sendo objeto de vigilância, receavam vir a ser vítimas de represálias. O próprio portador da notícia se ofereceu também para lhes servir de guia. Stuart Wilson, porém, foi de opinião que, deviam dirigir-se diretamente para o lugar aonde se suspeitava que o invisível Blitte tinha o seu refúgio.
Não teriam percorrido mais do que meia dúzia de quilómetros, quando avistaram um cavaleiro que cavalgava em direção oposta.
— Suponho que temos na nossa frente o mensageiro que esperávamos — disse Mike ao descobrir o homem.
O cavaleiro vinha ainda bastante afastado e não se tinha apercebido ainda do grupo que caminhava em direção contrária. Mike ordenou que todos se ocultassem, e aguardassem a sua aproximação.
O cavaleiro avançava sem desconfiança, parecendo que não se dirigia para Lenox; dava a impressão de que pretendia fazer um rodeio a fim de entrar pelo lado oposto.
Quando a distância estava já bastante reduzida, Mike abandonou o improvisado esconderijo e cortou a passagem do homem que vinha avançando. O cavaleiro refreou a marcha, evidentemente surpreendido, e hesitou.
Mike reconheceu imediatamente Phil Moore, apesar deste envergar um trajo de vaqueiro. Moore retesou as rédeas, meio perplexo, e deteve a montada. Mike avançou, paulatinamente.
— De onde vem você, Moore? — perguntou.
O advogado guardou silêncio durante alguns segundos.
— Vim dar um passeio aqui até à montanha. E o senhor que procura por estas paragens?
— Os raptores do juiz Grant e de sua filha.
Moore fingiu ficar surpreendido pela novidade.
— Trata-se de um quebra-cabeças ou quê?
— Quatro homens desconhecidos assaltaram a diligência, forçando-os a acompanhá-los. O senhor tinha, necessariamente, de se ter cruzado com eles.
— E porque carga de água havia eu de encontrá-los?
— Porque foram levados para o acampamento de Blitte e o senhor vem de lá a direito.
Moore semicerrou os olhos e contraiu as mandíbulas.
—O senhor está a brincar, Mac Bride?
— Sabe tão bem como eu que estou falando muito a sério. Não devo ocultar-lhe por mais tempo que estou ao corrente das suas ligações com essa gente.
— O senhor perdeu o juízo?
— O que perdi foi a paciência! As coisas chegaram a um ponto que não é possível deixar ultrapassar. E quanto a si, Moore, terá de encarar o assunto a sério, se não quer que o governador venha a ter conhecimento das suas perigosas atividades.
—Isso representa uma ameaça?
— Faço-lhe uma simples advertência e aconselho-o, para seu bem, que a tome em consideração. Regresse ao acampamento de Blitte e informe-o de que, se até à noite, tanto o juiz como sua filha não derem entrada em Lenox, enviarei uma denúncia ao governador. Será o ponto final da sua carreira.
— Não se convença que isso me intimida, Mac Bride.
— Fica avisado. Vêm várias pessoas comigo que o viram vir do acampamento de Blitte.
Moore começava a dar mostras de intranquilidade e de nervosismo.
— Vou diligenciar pôr-me em contacto com ele.
— Só o não fará se não quiser. Ninguém lhe levantará obstáculos.
— Será difícil; mas procurarei quem me conduza até ele.
Moore olhou para o grupo de cavaleiros que se mantinham a certa distância do caminho. Deu meia-volta e regressou ao ponto de partida pelo mesmo caminho por onde viera.
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