Jeff Winters pôs-se de pé e foi até à janela, permanecendo um momento de costas para os seus interlocutores. Em seguida, deu meia volta e apontando para Joyce dirigiu-se a Eddie:
—Surpreende-me ver que te tornaste companheiro desta pequena. Onde a encontraste?
Eddie brincava com o revólver que tinha arrebatado a Winters.
—Olha, Jeff; não vim aqui para te dar explicações dos meus actos. Simplesmente tomei Joyce sob a minha proteção.
Winters desatou a rir.
— Viva o velho Eddie Parker! Há muito tempo que não te via, mas não imaginava que tivesses mudado até te converteres em protetor de rapariguinhas abandonadas.
—Tão-pouco eu pensava que fosses tão estúpido ao ponto de estares desarmado—respondeu Eddie.
Winters encolheu os ombros.
—Não esperava a tua visita, e por outro lado não costumo tomar banho levando comigo o revólver. Claro está que esta coisa de tomar banho deve ser desconhecida para ti. Mas se quiseres podes deitar um volver de olhos à banheira. Não havia cinco minutos que tinha de lá saído, quando vocês entraram.
Eddie voltou-se para a rapariga.
—Vamos, Joyce; pergunta-lhe o que interessa.
Winters deixou-se cair novamente no sofá.
—Sim, Joyce; pergunta.
A rapariga aproximou-se, olhando-o fixamente.
— Antes de mais quero que me digas onde está o meu pai.
Winters arqueou as sobrancelhas.
—O teu pai? E como queres tu que eu saiba?
—Escuta, Jeff; tu fugiste com ele—disse Joyce com dureza. —Não esqueças que eu vi.
— Efetivamente — respondeu Winters tranquilamente—; mas teu pai pouco depois desapareceu sem que eu o matasse. Não tenho sequer ideia para onde se tenha dirigido.
Os olhos de Joyce pareciam chispar.
—Estás a mentir; sempre mentiste. Sei que não dizes uma palavra que seja verdadeira. Além disso, Mickey Hill disse-nos que tinhas vindo para Pecos com meu pai.
—Mickey não passava dum estúpido.
—Aconselho-te a que respondas às perguntas de Joyce—disse Eddie com ameaçadora frieza.
—E de lastimar que me tenhas apanhado o revólver, porque te asseguro que te arrependerias de me falar nesse tom —murmurou Winters com perigosa suavidade.
—Basta de tanta estupidez — exclamou Eddie, asperamente. —Fala duma vez ou...
Não pôde continuar. Naquele instante, a porta abriu-se violentamente de par em par. No umbral destacavam-se as figuras de três homens que apontavam os revólveres a Eddie Parker.
—Larga a cartucheira—ordenou um deles, um indivíduo alto e corpulento—e muito cuidado com as brincadeiras. Ao menor movimento suspeito, atiramos.
Eddie encarou por uns momentos Winters que, ironicamente, lhe fez um gesto de condolência.
—Compreendes, Eddie; a sorte é assim ingrata. Tão depressa está dum lado como do outro.
Eddie sorriu.
— Efetivamente, desta vez ganhaste tu.
E deixou cair no chão a cartucheira com o revólver. Um dos três homens que tinham entrado na habitação apressou-se a entregá-la a Winters. Este enquanto a cingia à cintura, disse:
— Bom trabalho, rapazes. Atuaram com rapidez.
Enquanto os outros dois continuavam apontando. as armas, o que tinha apanhado a cartucheira de Winters acercou-se de Eddie e tirou-lhe o revólver.
— Já está desarmado, chefe — anunciou.
Winters, sentado no sofá, continuava a olhar Eddie com ironia.
—Penso que agora entendeste que é grave erro estar contra mim. Mas é demasiado tarde para retificar.
Joyce, que parecia desconcertada, aproximou-se instintivamente de Eddie que lhe dirigiu um olhar tranquilo, seguro, um olhar destinado a incutir coragem à rapariga. Depois dirigiu-se a Winters.
—Foste muito esperto, Jeff. Mas tenho curiosidade de saber como conseguiste avisar estes três gorilas.
O trio de guarda-costas avançou ameaçador para Eddie, mas Winters conteve-os com um gesto.
—Não gosto de deixar as coisas no ar; gosto de prever tudo. Imaginas que vou deixar-me surpreender candidamente na minha casa? Os meus homens revezam-se de três em três para permanecer no passeio da frente para o caso de haver necessidade. Julgas que me aproximei da janela casualmente? Não. Bastou passar a mão pelo queixo para que estes três soubessem que eu estava em perigo. É o sinal combinado. Vês como é fácil?
Eddie concordou.
—Reconheço e felicito-te. Fizeste isso tão bem, que não despertaste qualquer suspeita.
Winters pôs-se de pé e aproximou-se do jovem.
—Bem, querido Eddie. Os teus impulsos cavalheirescos vão ter um triste fim para ti. Gostaria que isto te servisse de lição para o futuro, mas não posso correr esse risco. De modo que tenho de te eliminar.
Joyce com os olhos querendo saltar das órbitas, horrorizada, precipitou-se para Winters.
— Não! — exclamou. Mas, Jeff afastou-a violentamente atirando-a contra uma parede.
Eddie permanecia incrivelmente calmo e sereno.
— De homem a homem? ---perguntou.
— Esse seria o meu maior desejo—respondeu Winters, fingindo cinicamente uma expressão desolada—. Mas desgraçadamente não pode ser. São demasiados os assuntos que tenho entre mãos e além disso não me interessa que se arme barulho pela tua morte. É melhor que a coisa se faça pela calada, longe da cidade e sem testemunhas. Os meus homens são especialistas nesse género de trabalho: levam-te para longe de Pecos, esperam que caia a noite e... tudo terminou.
— Joyce? — perguntou Eddie.
— Oh, não te preocupes com a pequena. Ficará aqui comigo. Ao fim e ao cabo demonstrou desejo de reunir-se ao pai. Será, feita a sua vontade.
Winters riu friamente e acrescentou:
— Mas antes, quero tirar uma pequena desforra. A Jeff Winters não se bate impunemente, e tu sabes isso.
Fez um sinal a seus homens que logo agarraram Eddie firmemente pelos braços e pernas. Então, Winters, começou a descarregar furiosos murros no rosto de Parker. Este debatia-se como uma fera tentando soltar-se. Foi tanta a força que fez que conseguiu arrastar os três homens, embora qualquer deles de estatura corpulenta e vigorosa.
—Não o larguem! — exclamou Winters. — Não o larguem!
Por fim, Eddie e os três homens rolaram por terra, acabando o rapaz por ser dominado pelos seus adversários. Os seus captores ataram-no de pernas e mãos com grossas correias, deixando-o imóvel.
—Este tipo é um demónio—exclamou um deles.
—Ponham-no de pé—ordenou Winters.
Obedeceram e Jeff voltou a esmurrar selvaticamente o rosto de Eddie. Este, que se via impotente e imobilizado, agachou-se e despediu uma cabeçada no peito de Winters no preciso momento em que Joyce se precipitava sobre o pistoleiro.
—Canalha! — exclamou. — Cobarde! Devia ter entendido que eras um traidor.
Winters tinha sido projetado contra a mesa. Joyce quando ia para atacar conseguiu feri-lo profundamente numa face, com as unhas.
—Não voltarei a deixar-me enganar por ti. — soluçava. —Oxalá te tivesse morto!
Winters afastou-a rudemente, enquanto dois homens aguentavam Eddie, o terceiro prendia firmemente a rapariga. Jeff, lívido de furor, tocou com uma das mãos nos rasgões que Joyce tinha feito na sua face.
— És uma gata selvagem — disse por entre dentes. —Mas eu te domarei. Dentro de dias, hás-de arrastar-te a meus pés a pedir perdão.
Depois, fez um gesto apontando Eddie.
—Levem-no. E já sabem que esta noite acabam com ele.
Os homens tiraram as correias que lhe prendiam as pernas, deixando só as das mãos. Depois, empurraram-no para a porta. Mas antes de sair, Eddie dirigiu um olhar e um sorriso a Joyce.
—Felicidades, pequena — murmurou.
Enquanto a porta se fechava nas suas costas escutou a voz angustiada da rapariga que gritava:
— Eddie! Eddie!
Percorreu o corredor escoltado pelos três homens. Quando desceram as escadas, Mamie que continuava junto do balcão vigiando o negócio, ergueu a cabeça e viu-o. Ao passar junto dela, deteve-o por um braço e examinou o. rosto em que se viam as marcas dos golpes.
— Quer dizer que estiveram lutando.
Eddie sorriu ligeiramente.
—Era inevitável.
Mamie viu então as mãos atadas e o seu rosto tornou-se duro.
—Eddie, isto significa que...
—Vamos — interrompeu um dos. homens. — Já chega de conversa.
— Fecha o bico, imbecil — exclamou Mamie. —Qualquer um tem o direito de falar com um velho amigo.
Logo voltou a contemplar o jovem. Parecia sinceramente comovida.
— Sinto muito, Eddie. Tu sabes quanto te apreciava. Sinto não poder fazer nada por ti. Já sabes como é Jeff... Seria capaz de me matar.
—Eu sei, Mamie. Não te preocupes. Ao fim e ao cabo, este momento teria de chegar tarde ou cedo.
No rosto da mulher havia uma expressão de admiração.
—És um homem dos pés à cabeça. Que Deus te proteja.
Os três indivíduos levaram Eddie para fora.
Montaram a cavalo e saíram da cidade. Durante várias horas cavalgaram por uma paisagem árida e calcinada pelo sol, uma paisagem que Eddie conhecia muito bem; anos antes tinha passado por ali inúmeras vezes. Não pararam até chegarem a uma cabana de troncos, situada num recanto de um profundo desfiladeiro.
— Desce — ordenou o mais corpulento.
Eddie saltou em terra. Os outros fizeram o mesmo. Um deles mal conteve um bocejo.
—Ouve, Gus; porque não fazemos agora o trabalho? Isto está mais solitário que um cemitério e ninguém sabia disso.
—O chefe disse que aguardássemos a noite, e eu não quero converter-me em cadáver por desobedecer às suas ordens—respondeu o outro.
Eddie entrou na cabana.
—Surpreende-me ver que te tornaste companheiro desta pequena. Onde a encontraste?
Eddie brincava com o revólver que tinha arrebatado a Winters.
—Olha, Jeff; não vim aqui para te dar explicações dos meus actos. Simplesmente tomei Joyce sob a minha proteção.
Winters desatou a rir.
— Viva o velho Eddie Parker! Há muito tempo que não te via, mas não imaginava que tivesses mudado até te converteres em protetor de rapariguinhas abandonadas.
—Tão-pouco eu pensava que fosses tão estúpido ao ponto de estares desarmado—respondeu Eddie.
Winters encolheu os ombros.
—Não esperava a tua visita, e por outro lado não costumo tomar banho levando comigo o revólver. Claro está que esta coisa de tomar banho deve ser desconhecida para ti. Mas se quiseres podes deitar um volver de olhos à banheira. Não havia cinco minutos que tinha de lá saído, quando vocês entraram.
Eddie voltou-se para a rapariga.
—Vamos, Joyce; pergunta-lhe o que interessa.
Winters deixou-se cair novamente no sofá.
—Sim, Joyce; pergunta.
A rapariga aproximou-se, olhando-o fixamente.
— Antes de mais quero que me digas onde está o meu pai.
Winters arqueou as sobrancelhas.
—O teu pai? E como queres tu que eu saiba?
—Escuta, Jeff; tu fugiste com ele—disse Joyce com dureza. —Não esqueças que eu vi.
— Efetivamente — respondeu Winters tranquilamente—; mas teu pai pouco depois desapareceu sem que eu o matasse. Não tenho sequer ideia para onde se tenha dirigido.
Os olhos de Joyce pareciam chispar.
—Estás a mentir; sempre mentiste. Sei que não dizes uma palavra que seja verdadeira. Além disso, Mickey Hill disse-nos que tinhas vindo para Pecos com meu pai.
—Mickey não passava dum estúpido.
—Aconselho-te a que respondas às perguntas de Joyce—disse Eddie com ameaçadora frieza.
—E de lastimar que me tenhas apanhado o revólver, porque te asseguro que te arrependerias de me falar nesse tom —murmurou Winters com perigosa suavidade.
—Basta de tanta estupidez — exclamou Eddie, asperamente. —Fala duma vez ou...
Não pôde continuar. Naquele instante, a porta abriu-se violentamente de par em par. No umbral destacavam-se as figuras de três homens que apontavam os revólveres a Eddie Parker.
—Larga a cartucheira—ordenou um deles, um indivíduo alto e corpulento—e muito cuidado com as brincadeiras. Ao menor movimento suspeito, atiramos.
Eddie encarou por uns momentos Winters que, ironicamente, lhe fez um gesto de condolência.
—Compreendes, Eddie; a sorte é assim ingrata. Tão depressa está dum lado como do outro.
Eddie sorriu.
— Efetivamente, desta vez ganhaste tu.
E deixou cair no chão a cartucheira com o revólver. Um dos três homens que tinham entrado na habitação apressou-se a entregá-la a Winters. Este enquanto a cingia à cintura, disse:
— Bom trabalho, rapazes. Atuaram com rapidez.
Enquanto os outros dois continuavam apontando. as armas, o que tinha apanhado a cartucheira de Winters acercou-se de Eddie e tirou-lhe o revólver.
— Já está desarmado, chefe — anunciou.
Winters, sentado no sofá, continuava a olhar Eddie com ironia.
—Penso que agora entendeste que é grave erro estar contra mim. Mas é demasiado tarde para retificar.
Joyce, que parecia desconcertada, aproximou-se instintivamente de Eddie que lhe dirigiu um olhar tranquilo, seguro, um olhar destinado a incutir coragem à rapariga. Depois dirigiu-se a Winters.
—Foste muito esperto, Jeff. Mas tenho curiosidade de saber como conseguiste avisar estes três gorilas.
O trio de guarda-costas avançou ameaçador para Eddie, mas Winters conteve-os com um gesto.
—Não gosto de deixar as coisas no ar; gosto de prever tudo. Imaginas que vou deixar-me surpreender candidamente na minha casa? Os meus homens revezam-se de três em três para permanecer no passeio da frente para o caso de haver necessidade. Julgas que me aproximei da janela casualmente? Não. Bastou passar a mão pelo queixo para que estes três soubessem que eu estava em perigo. É o sinal combinado. Vês como é fácil?
Eddie concordou.
—Reconheço e felicito-te. Fizeste isso tão bem, que não despertaste qualquer suspeita.
Winters pôs-se de pé e aproximou-se do jovem.
—Bem, querido Eddie. Os teus impulsos cavalheirescos vão ter um triste fim para ti. Gostaria que isto te servisse de lição para o futuro, mas não posso correr esse risco. De modo que tenho de te eliminar.
Joyce com os olhos querendo saltar das órbitas, horrorizada, precipitou-se para Winters.
— Não! — exclamou. Mas, Jeff afastou-a violentamente atirando-a contra uma parede.
Eddie permanecia incrivelmente calmo e sereno.
— De homem a homem? ---perguntou.
— Esse seria o meu maior desejo—respondeu Winters, fingindo cinicamente uma expressão desolada—. Mas desgraçadamente não pode ser. São demasiados os assuntos que tenho entre mãos e além disso não me interessa que se arme barulho pela tua morte. É melhor que a coisa se faça pela calada, longe da cidade e sem testemunhas. Os meus homens são especialistas nesse género de trabalho: levam-te para longe de Pecos, esperam que caia a noite e... tudo terminou.
— Joyce? — perguntou Eddie.
— Oh, não te preocupes com a pequena. Ficará aqui comigo. Ao fim e ao cabo demonstrou desejo de reunir-se ao pai. Será, feita a sua vontade.
Winters riu friamente e acrescentou:
— Mas antes, quero tirar uma pequena desforra. A Jeff Winters não se bate impunemente, e tu sabes isso.
Fez um sinal a seus homens que logo agarraram Eddie firmemente pelos braços e pernas. Então, Winters, começou a descarregar furiosos murros no rosto de Parker. Este debatia-se como uma fera tentando soltar-se. Foi tanta a força que fez que conseguiu arrastar os três homens, embora qualquer deles de estatura corpulenta e vigorosa.
—Não o larguem! — exclamou Winters. — Não o larguem!
Por fim, Eddie e os três homens rolaram por terra, acabando o rapaz por ser dominado pelos seus adversários. Os seus captores ataram-no de pernas e mãos com grossas correias, deixando-o imóvel.
—Este tipo é um demónio—exclamou um deles.
—Ponham-no de pé—ordenou Winters.
Obedeceram e Jeff voltou a esmurrar selvaticamente o rosto de Eddie. Este, que se via impotente e imobilizado, agachou-se e despediu uma cabeçada no peito de Winters no preciso momento em que Joyce se precipitava sobre o pistoleiro.
—Canalha! — exclamou. — Cobarde! Devia ter entendido que eras um traidor.
Winters tinha sido projetado contra a mesa. Joyce quando ia para atacar conseguiu feri-lo profundamente numa face, com as unhas.
—Não voltarei a deixar-me enganar por ti. — soluçava. —Oxalá te tivesse morto!
Winters afastou-a rudemente, enquanto dois homens aguentavam Eddie, o terceiro prendia firmemente a rapariga. Jeff, lívido de furor, tocou com uma das mãos nos rasgões que Joyce tinha feito na sua face.
— És uma gata selvagem — disse por entre dentes. —Mas eu te domarei. Dentro de dias, hás-de arrastar-te a meus pés a pedir perdão.
Depois, fez um gesto apontando Eddie.
—Levem-no. E já sabem que esta noite acabam com ele.
Os homens tiraram as correias que lhe prendiam as pernas, deixando só as das mãos. Depois, empurraram-no para a porta. Mas antes de sair, Eddie dirigiu um olhar e um sorriso a Joyce.
—Felicidades, pequena — murmurou.
Enquanto a porta se fechava nas suas costas escutou a voz angustiada da rapariga que gritava:
— Eddie! Eddie!
Percorreu o corredor escoltado pelos três homens. Quando desceram as escadas, Mamie que continuava junto do balcão vigiando o negócio, ergueu a cabeça e viu-o. Ao passar junto dela, deteve-o por um braço e examinou o. rosto em que se viam as marcas dos golpes.
— Quer dizer que estiveram lutando.
Eddie sorriu ligeiramente.
—Era inevitável.
Mamie viu então as mãos atadas e o seu rosto tornou-se duro.
—Eddie, isto significa que...
—Vamos — interrompeu um dos. homens. — Já chega de conversa.
— Fecha o bico, imbecil — exclamou Mamie. —Qualquer um tem o direito de falar com um velho amigo.
Logo voltou a contemplar o jovem. Parecia sinceramente comovida.
— Sinto muito, Eddie. Tu sabes quanto te apreciava. Sinto não poder fazer nada por ti. Já sabes como é Jeff... Seria capaz de me matar.
—Eu sei, Mamie. Não te preocupes. Ao fim e ao cabo, este momento teria de chegar tarde ou cedo.
No rosto da mulher havia uma expressão de admiração.
—És um homem dos pés à cabeça. Que Deus te proteja.
Os três indivíduos levaram Eddie para fora.
Montaram a cavalo e saíram da cidade. Durante várias horas cavalgaram por uma paisagem árida e calcinada pelo sol, uma paisagem que Eddie conhecia muito bem; anos antes tinha passado por ali inúmeras vezes. Não pararam até chegarem a uma cabana de troncos, situada num recanto de um profundo desfiladeiro.
— Desce — ordenou o mais corpulento.
Eddie saltou em terra. Os outros fizeram o mesmo. Um deles mal conteve um bocejo.
—Ouve, Gus; porque não fazemos agora o trabalho? Isto está mais solitário que um cemitério e ninguém sabia disso.
—O chefe disse que aguardássemos a noite, e eu não quero converter-me em cadáver por desobedecer às suas ordens—respondeu o outro.
Eddie entrou na cabana.
Sem comentários:
Enviar um comentário