Hondo era uma pequena povoação que consistia numa rua principal e algumas vielas laterais, em cujos lados se erguiam os edifícios, quase todos dum só andar. Tudo parecia sujo e poeirento e as marcas dos rodados dos carros notavam-se bem na calçada. Na época das chuvas tudo aquilo se convertia, num instante, em imenso lamaçal.
Eddie Parker fez parar o seu cavalo no centro da rua principal. Joyce, com agilidade, saltou em terra. Olhou um momento para o jovem e acabou por dizer:
— Obrigada por me ter trazido até aqui. Adeus.
E sem mais uma palavra deu meia volta e afastou-se. Eddie apoiou os cotovelos na ponta da sela e observou-a durante uns instantes. Em seguida desmontou e, acercando-se duma das casas, prendeu o cavalo a uma barra.
Lentamente, começou a seguir a rapariga. Deteve-se, quando a viu encaminhar-se e entrar no saloon, um velho e desmantelado edifício de madeira. Joyce parou um instante, enquanto olhava em redor. Àquela hora a clientela era reduzida; só umas quantas mesas estavam ocupadas e alguns homens estavam encostados ao balcão. Todos voltaram a cabeça para a ver. Não era frequente ver entrar raparigas naquele local. Mas ela não fez caso do olhar dos homens e atravessou a sala em direção ao balcão.
O empregado, um tipo baixo e gordo, também a observava.
—Mickey Hill está por aqui? —perguntou Joyce.
O que estava do outro lado do balcão cuspiu um bocado de tabaco antes de responder.
— Não, não está.
—Mas, está em Hondo?
O outro encolheu os ombros.
—Suponho que sim. Durante toda a manhã não o vi.
Joyce voltou costas e saiu no meio da admiração e dos olhares dos que ali se encontravam. Eddie, que permanecia encostado à parede duma casa que ficava em frente, viu a rapariga sair do saloon e continuar pelo passeio adiante. Examinou-a detidamente, coisa que não tinha podido fazer enquanto viajaram juntos.
A figura de Joyce era duma graça e perfeição incomparáveis: o busto firme e juvenil, a cintura fina e flexível e as pernas bem torneadas. Tudo isto se podia adivinhar apesar das roupas andrajosas que a cobriam. Inclusivamente, andava com uma ligeireza e suavidade surpreendentes.
Após ter feito um cigarro, Eddie recomeçou a caminhada atrás dela.
Joyce dirigia-se para o armazém geral. Estava certa de que, excluindo o saloon, era ali o único lugar onde podia encontrar quem procurava. No armazém serviam também bebidas e para encontrar Mickey Hill tinha de se seguir o rasto do whisky.
Estacou de súbito no meio da rua. Os seus olhos acabavam de descobrir um grupo de homens que fazia grande algazarra à porta da barbearia. E um deles, o que estava de costas para ela...
Com o belo rosto crispado por um esgar de ódio, Joyce recomeçou a andar. Mas agora dirigia-se para o grupo. Respirava com certa dificuldade e os seus olhos brilhavam perigosamente.
Parou a alguns passos dos homens, que não tendo dado pela sua presença continuavam conversando.
—Mickey! — chamou com a sua voz penetrante.
O indivíduo que se encontrava de costas para ela, rodou sobre si. Era um tipo forte, de cabelo em desalinho, e, no rosto, de nariz achatado, destacavam-se os dentes salientes. Vestia com notório desleixo uma camisa suja e umas calças dobradas sobre umas botas velhíssimas. Saindo debaixo do chapéu, uma madeixa de cabelos caía sobre a testa. O revólver pendia muito abaixo do normal. Os seus olhos, pequenos, contemplaram a rapariga ironicamente. Depois, sorriu.
—Olá, pequena. Que te traz por aqui?
Os amigos de Hill olhavam a rapariga com curiosidade. Sabiam quem era.
—Quero que me digas onde está meu pai e Jeff Winters.
Hill fez o chapéu descair sobre a nuca.
—Por que me perguntas isso a mim?
A expressão da rapariga era ameaçadora.
—Tu sabes bem. És do mesmo quilate de Jeff. E não penses que vais continuar a enganar-me.
Alguns transeuntes tinham parado e, curiosos, observavam o que se desenrolava. Entre eles estava Eddie. Hill encolheu os ombros.
—Bem; e supondo que eu sei, que queres? Joyce tinha os lábios apertados, de modo que só se via uma linha, aquela que os separava.
— Que o digas imediatamente.
Hill deixou escapar uma risada escarninha,
—Tu sonhas, boneca.
Esta resposta provocou gargalhadas entre os amigos de Mickey e nos curiosos que assistiam à discussão. Só Eddie se mantinha impassível, a tudo assistindo com a sua habitual expressão de indiferença, como se aquilo em nada lhe interessasse. Joyce tinha empalidecido intensamente.
—Tens que dizer, Mickey. Obrigo-te a dizer.
O outro arqueou as sobrancelhas com ar irónico.
—Deveras? Gostava de ver isso.
—Mickey, advirto-te que estou disposta a tudo.
—Adiante, pois; obriga-me.
Com um gesto rápido a rapariga introduziu a mão direita no interior da jaqueta e, quando a retirou, empunhava um revólver que apontou a Hill. Entre os presentes fez-se um silêncio de morte. Ninguém esperava aquela reação de Joyce. Inclusivamente, Hill ficou por uns momentos desconcertado.
—Vais dizer, ou preferes que dispare? —perguntou a rapariga.
Hill observou o revólver enquanto afastava uma madeixa de cabelos da testa. Pouco a pouco ia readquirindo a serenidade.
—Tu não és capaz de disparar contra ninguém, pequena.
—Verás, se não responderes à minha pergunta.
Hill voltava aos seus modos irónicos.
—De acordo. Dispara já. Ê melhor que o faças quanto antes, porque não penso dizer-te uma só palavra. Vamos, atira.
Joyce tinha o rosto congestionado. A sua mão crispava-se na culatra do revólver e parecia que dum momento para o outro ia apertar o gatilho. Mas não disparou.
— Que aconteceu? — perguntou Hill. — Tens medo?
Joyce parecia estar travando uma luta interior. Respirava com dificuldade e o seu corpo tremia violentamente. Hill, com um sorriso de desprezo, avançou para ela.
— Não avances! — exclamou. — Não avances!
Mas não disparou. Hill com um rápido golpe, agarrou a mão armada e torceu-a. Joyce com o rosto crispado pela dor, deixou cair a arma. Hill afastou-a com um pontapé e, sem soltar a presa, disse:
—És demasiado terna para te medires com um tipo como eu. As gatinhas como tu só servem para o amor. As pistolas não são as vossas armas. Mas se me deres um beijo, talvez te diga o que queres. Que respondes?
Joyce que ainda tinha o pulso torcido, sujeito pelo homem, soluçava de raiva e dor...
— Deixa-me, deixa-me...
Hill, sorria satisfeito consigo mesmo.
— Vês? Eu sou o mais forte dos dois e não te resta outro remédio que obedecer-me.
Naquele preciso instante, Eddie deu um passo em frente. Com uma calma absoluta, com uma tranquilidade assombrosa, disse:
— Solta a rapariga e responde à sua pergunta.
Todos os olhos se voltaram para o forasteiro que parecia não se dar conta de quantos o rodeavam.
Hill encarou-o como se não pudesse acreditar no que ouvia.
— Que foi que disseste?
— Que deixes a rapariga e respondas à sua pergunta—repetiu Eddie sem levantar a voz.
Hill com um violento empurrão arrojou Joyce contra a parede da barbearia. Logo se colocou na frente de Eddie em atitude ameaçadora.
—Ouve, imbecil; desaparece em seguida, se não queres sair com a pele furada e os pés para diante.
Eddie que mantinha o cigarro nos lábios afastou o seu olhar de Hill e dirigiu-o para aqueles que os rodeavam.
— Vou dar um conselho aos senhores: não se metam nisto. Ê para bem deste que o peço—sublinhou bem as últimas palavras.
De súbito, com a rapidez do relâmpago, descarregou um tremendo murro que apanhou Hill em pleno rosto. O homem foi lançado para trás e deu de costas contra a mesma parede onde antes embatera Joyce. Não teve sequer tempo de entender o que estava acontecendo. Eddie caiu sobre ele e os seus punhos começaram a castigá-lo selvaticamente. Eram golpes brutais, que se sucediam sem interrupção e que pareciam capazes de fazer tombar um novilho.
Hill tentava cobrir-se com as mãos e os braços, mas os punhos de Eddie alcançavam o objetivo sem qualquer dificuldade. Todos os presentes estavam boquiabertos com o que viam. Era a melhor lição de luta que tinham visto dar a um homem.
Por fim, Hill, com o rosto desfigurado, escorrendo sangue, caiu desamparado.
Eddie agarrou-o pelo colarinho da camisa e obrigou-o a estar de pé encostando-o à parede. Queres dizer à rapariga o que ela quer saber? Hill, sem forças, moveu a cabeça afirmativamente.
—Sim... Eu digo...
Os seus lábios rebentados cuspiram sangue.
—Estou à espera — advertiu Eddie.
—Seu pai e Jeff partiram para Pecos—balbuciou. — Partiram ontem...
Eddie voltou-se e olhou para a jovem, que o contemplava com os olhos que pareciam saltar-lhe das órbitas.
—Ê isto o que querias saber? —perguntou.
A rapariga assentiu. Eddie soltou Hill. Este, desamparado, caiu de joelhos. Com a mão esquerda, Eddie tomou a rapariga por um braço.
—Vamos.
Joyce, aturdida, deixou-se levar. Quando mal se tinham afastado sete ou oito passos, Hill, que continuava de joelhos em terra e que olhava o par com ódio, puxou subitamente do revólver. Mas Eddie, que ninguém entendeu como podia ter visto o que se passava nas suas costas, girou velozmente sobre os tacões ao mesmo tempo que um dos revólveres surgia na mão direita. A arma vomitou um clarão vermelho e o disparo ecoou pela rua. Hill, sem sequer ter disparado, estremeceu violentamente e levou as mãos ao peito. Os seus dedos crisparam-se enquanto os membros se relaxavam e caiu de bruços. Estava morto.
Eddie Parker fez parar o seu cavalo no centro da rua principal. Joyce, com agilidade, saltou em terra. Olhou um momento para o jovem e acabou por dizer:
— Obrigada por me ter trazido até aqui. Adeus.
E sem mais uma palavra deu meia volta e afastou-se. Eddie apoiou os cotovelos na ponta da sela e observou-a durante uns instantes. Em seguida desmontou e, acercando-se duma das casas, prendeu o cavalo a uma barra.
Lentamente, começou a seguir a rapariga. Deteve-se, quando a viu encaminhar-se e entrar no saloon, um velho e desmantelado edifício de madeira. Joyce parou um instante, enquanto olhava em redor. Àquela hora a clientela era reduzida; só umas quantas mesas estavam ocupadas e alguns homens estavam encostados ao balcão. Todos voltaram a cabeça para a ver. Não era frequente ver entrar raparigas naquele local. Mas ela não fez caso do olhar dos homens e atravessou a sala em direção ao balcão.
O empregado, um tipo baixo e gordo, também a observava.
—Mickey Hill está por aqui? —perguntou Joyce.
O que estava do outro lado do balcão cuspiu um bocado de tabaco antes de responder.
— Não, não está.
—Mas, está em Hondo?
O outro encolheu os ombros.
—Suponho que sim. Durante toda a manhã não o vi.
Joyce voltou costas e saiu no meio da admiração e dos olhares dos que ali se encontravam. Eddie, que permanecia encostado à parede duma casa que ficava em frente, viu a rapariga sair do saloon e continuar pelo passeio adiante. Examinou-a detidamente, coisa que não tinha podido fazer enquanto viajaram juntos.
A figura de Joyce era duma graça e perfeição incomparáveis: o busto firme e juvenil, a cintura fina e flexível e as pernas bem torneadas. Tudo isto se podia adivinhar apesar das roupas andrajosas que a cobriam. Inclusivamente, andava com uma ligeireza e suavidade surpreendentes.
Após ter feito um cigarro, Eddie recomeçou a caminhada atrás dela.
Joyce dirigia-se para o armazém geral. Estava certa de que, excluindo o saloon, era ali o único lugar onde podia encontrar quem procurava. No armazém serviam também bebidas e para encontrar Mickey Hill tinha de se seguir o rasto do whisky.
Estacou de súbito no meio da rua. Os seus olhos acabavam de descobrir um grupo de homens que fazia grande algazarra à porta da barbearia. E um deles, o que estava de costas para ela...
Com o belo rosto crispado por um esgar de ódio, Joyce recomeçou a andar. Mas agora dirigia-se para o grupo. Respirava com certa dificuldade e os seus olhos brilhavam perigosamente.
Parou a alguns passos dos homens, que não tendo dado pela sua presença continuavam conversando.
—Mickey! — chamou com a sua voz penetrante.
O indivíduo que se encontrava de costas para ela, rodou sobre si. Era um tipo forte, de cabelo em desalinho, e, no rosto, de nariz achatado, destacavam-se os dentes salientes. Vestia com notório desleixo uma camisa suja e umas calças dobradas sobre umas botas velhíssimas. Saindo debaixo do chapéu, uma madeixa de cabelos caía sobre a testa. O revólver pendia muito abaixo do normal. Os seus olhos, pequenos, contemplaram a rapariga ironicamente. Depois, sorriu.
—Olá, pequena. Que te traz por aqui?
Os amigos de Hill olhavam a rapariga com curiosidade. Sabiam quem era.
—Quero que me digas onde está meu pai e Jeff Winters.
Hill fez o chapéu descair sobre a nuca.
—Por que me perguntas isso a mim?
A expressão da rapariga era ameaçadora.
—Tu sabes bem. És do mesmo quilate de Jeff. E não penses que vais continuar a enganar-me.
Alguns transeuntes tinham parado e, curiosos, observavam o que se desenrolava. Entre eles estava Eddie. Hill encolheu os ombros.
—Bem; e supondo que eu sei, que queres? Joyce tinha os lábios apertados, de modo que só se via uma linha, aquela que os separava.
— Que o digas imediatamente.
Hill deixou escapar uma risada escarninha,
—Tu sonhas, boneca.
Esta resposta provocou gargalhadas entre os amigos de Mickey e nos curiosos que assistiam à discussão. Só Eddie se mantinha impassível, a tudo assistindo com a sua habitual expressão de indiferença, como se aquilo em nada lhe interessasse. Joyce tinha empalidecido intensamente.
—Tens que dizer, Mickey. Obrigo-te a dizer.
O outro arqueou as sobrancelhas com ar irónico.
—Deveras? Gostava de ver isso.
—Mickey, advirto-te que estou disposta a tudo.
—Adiante, pois; obriga-me.
Com um gesto rápido a rapariga introduziu a mão direita no interior da jaqueta e, quando a retirou, empunhava um revólver que apontou a Hill. Entre os presentes fez-se um silêncio de morte. Ninguém esperava aquela reação de Joyce. Inclusivamente, Hill ficou por uns momentos desconcertado.
—Vais dizer, ou preferes que dispare? —perguntou a rapariga.
Hill observou o revólver enquanto afastava uma madeixa de cabelos da testa. Pouco a pouco ia readquirindo a serenidade.
—Tu não és capaz de disparar contra ninguém, pequena.
—Verás, se não responderes à minha pergunta.
Hill voltava aos seus modos irónicos.
—De acordo. Dispara já. Ê melhor que o faças quanto antes, porque não penso dizer-te uma só palavra. Vamos, atira.
Joyce tinha o rosto congestionado. A sua mão crispava-se na culatra do revólver e parecia que dum momento para o outro ia apertar o gatilho. Mas não disparou.
— Que aconteceu? — perguntou Hill. — Tens medo?
Joyce parecia estar travando uma luta interior. Respirava com dificuldade e o seu corpo tremia violentamente. Hill, com um sorriso de desprezo, avançou para ela.
— Não avances! — exclamou. — Não avances!
Mas não disparou. Hill com um rápido golpe, agarrou a mão armada e torceu-a. Joyce com o rosto crispado pela dor, deixou cair a arma. Hill afastou-a com um pontapé e, sem soltar a presa, disse:
—És demasiado terna para te medires com um tipo como eu. As gatinhas como tu só servem para o amor. As pistolas não são as vossas armas. Mas se me deres um beijo, talvez te diga o que queres. Que respondes?
Joyce que ainda tinha o pulso torcido, sujeito pelo homem, soluçava de raiva e dor...
— Deixa-me, deixa-me...
Hill, sorria satisfeito consigo mesmo.
— Vês? Eu sou o mais forte dos dois e não te resta outro remédio que obedecer-me.
Naquele preciso instante, Eddie deu um passo em frente. Com uma calma absoluta, com uma tranquilidade assombrosa, disse:
— Solta a rapariga e responde à sua pergunta.
Todos os olhos se voltaram para o forasteiro que parecia não se dar conta de quantos o rodeavam.
Hill encarou-o como se não pudesse acreditar no que ouvia.
— Que foi que disseste?
— Que deixes a rapariga e respondas à sua pergunta—repetiu Eddie sem levantar a voz.
Hill com um violento empurrão arrojou Joyce contra a parede da barbearia. Logo se colocou na frente de Eddie em atitude ameaçadora.
—Ouve, imbecil; desaparece em seguida, se não queres sair com a pele furada e os pés para diante.
Eddie que mantinha o cigarro nos lábios afastou o seu olhar de Hill e dirigiu-o para aqueles que os rodeavam.
— Vou dar um conselho aos senhores: não se metam nisto. Ê para bem deste que o peço—sublinhou bem as últimas palavras.
De súbito, com a rapidez do relâmpago, descarregou um tremendo murro que apanhou Hill em pleno rosto. O homem foi lançado para trás e deu de costas contra a mesma parede onde antes embatera Joyce. Não teve sequer tempo de entender o que estava acontecendo. Eddie caiu sobre ele e os seus punhos começaram a castigá-lo selvaticamente. Eram golpes brutais, que se sucediam sem interrupção e que pareciam capazes de fazer tombar um novilho.
Hill tentava cobrir-se com as mãos e os braços, mas os punhos de Eddie alcançavam o objetivo sem qualquer dificuldade. Todos os presentes estavam boquiabertos com o que viam. Era a melhor lição de luta que tinham visto dar a um homem.
Por fim, Hill, com o rosto desfigurado, escorrendo sangue, caiu desamparado.
Eddie agarrou-o pelo colarinho da camisa e obrigou-o a estar de pé encostando-o à parede. Queres dizer à rapariga o que ela quer saber? Hill, sem forças, moveu a cabeça afirmativamente.
—Sim... Eu digo...
Os seus lábios rebentados cuspiram sangue.
—Estou à espera — advertiu Eddie.
—Seu pai e Jeff partiram para Pecos—balbuciou. — Partiram ontem...
Eddie voltou-se e olhou para a jovem, que o contemplava com os olhos que pareciam saltar-lhe das órbitas.
—Ê isto o que querias saber? —perguntou.
A rapariga assentiu. Eddie soltou Hill. Este, desamparado, caiu de joelhos. Com a mão esquerda, Eddie tomou a rapariga por um braço.
—Vamos.
Joyce, aturdida, deixou-se levar. Quando mal se tinham afastado sete ou oito passos, Hill, que continuava de joelhos em terra e que olhava o par com ódio, puxou subitamente do revólver. Mas Eddie, que ninguém entendeu como podia ter visto o que se passava nas suas costas, girou velozmente sobre os tacões ao mesmo tempo que um dos revólveres surgia na mão direita. A arma vomitou um clarão vermelho e o disparo ecoou pela rua. Hill, sem sequer ter disparado, estremeceu violentamente e levou as mãos ao peito. Os seus dedos crisparam-se enquanto os membros se relaxavam e caiu de bruços. Estava morto.
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