O relógio da morte continuava a martelar o seu tiquetaque sinistro.
Quatro homens levavam o caixão que continha o corpo do velho caçador Parkings Hawks. O xerife acompanhava-o. Caminhava como um sonâmbulo, olhando as ponteiras das botas, de cabeça baixa, lutando para conter as lágrimas, enfurecido contra o destino.
Outras pessoas seguiam o cortejo fúnebre. Hawks tinha muitos amigos e, no caminho para o cemitério, o silêncio que todos mantinham era a mais sentida e expressiva homenagem que podiam dedicar àquele que desaparecera, o velhote corajoso e alegre.
O campo santo estava cheio de sepulturas encimadas por cruzes, e alguns epitáfios recordavam o que tinham sido alguns daqueles mortos.
Uma cerimónia simples e cristã foi o último ato consagrado a Hawks. Depois o coveiro, um tal Danvers, começou a desempenhar a sua macabra tarefa, com a indiferença que é consequente do hábito. Terminada a cerimónia, todos os acompanhantes partiram; mas Joe ficou no cemitério. E, no silêncio apenas perturbado pela brisa da tarde, pensou na fragilidade esquiva da vida; e pensou nos xerifes que tinham passado por ali antes dele, e agora apodreciam na terra.
Invadia-o uma tristeza que pesava no seu espírito como uma enorme lousa. Sentia remorsos por ter deixado que o velho Hawks ficasse com ele, em vez de o obrigar a partir pelos seus caminhos de caçador. E um sentimento novo, alheio ao seu ânimo sereno e justo, se apoderou dele. Jurou a si mesmo destruir Gregory Sand, embora a tarefa o obrigasse a voltar ali, àquele cemitério cuja terra guardava os restos de homens tão valentes como ele, fechado numa caixa de madeira tosca, como a que encerrava o corpo do pobre Hawks.
Quando Joe saiu finalmente do cemitério, tinha as feições contraídas e os punhos crispados. Nada, nele, fazia recordar o sorridente rapaz de dias antes. Chegou rapidamente a Lighty — a última e definitiva morada dos seus habitantes ficava perto da povoação — e sentiu o desejo imperioso de beber um «whisky».
No «Globe», junto do balcão, pensou com funda saudade na ausência do velho que um dia se lhe tinha dirigido sem cerimónias, aconselhando-o a mudar de ares. Como poderia ele supor, então, que seria o primeiro a partir? A ironia da vida e da morte...
Joe pediu uma garrafa e, em silêncio, bebeu à memória do bom companheiro que desaparecera para sempre. Antes de sair olhou em volta, como para lembrar a noite da sua luta, a noite da vitória que partilhara com Hawks.
Quatro homens levavam o caixão que continha o corpo do velho caçador Parkings Hawks. O xerife acompanhava-o. Caminhava como um sonâmbulo, olhando as ponteiras das botas, de cabeça baixa, lutando para conter as lágrimas, enfurecido contra o destino.
Outras pessoas seguiam o cortejo fúnebre. Hawks tinha muitos amigos e, no caminho para o cemitério, o silêncio que todos mantinham era a mais sentida e expressiva homenagem que podiam dedicar àquele que desaparecera, o velhote corajoso e alegre.
O campo santo estava cheio de sepulturas encimadas por cruzes, e alguns epitáfios recordavam o que tinham sido alguns daqueles mortos.
Uma cerimónia simples e cristã foi o último ato consagrado a Hawks. Depois o coveiro, um tal Danvers, começou a desempenhar a sua macabra tarefa, com a indiferença que é consequente do hábito. Terminada a cerimónia, todos os acompanhantes partiram; mas Joe ficou no cemitério. E, no silêncio apenas perturbado pela brisa da tarde, pensou na fragilidade esquiva da vida; e pensou nos xerifes que tinham passado por ali antes dele, e agora apodreciam na terra.
Invadia-o uma tristeza que pesava no seu espírito como uma enorme lousa. Sentia remorsos por ter deixado que o velho Hawks ficasse com ele, em vez de o obrigar a partir pelos seus caminhos de caçador. E um sentimento novo, alheio ao seu ânimo sereno e justo, se apoderou dele. Jurou a si mesmo destruir Gregory Sand, embora a tarefa o obrigasse a voltar ali, àquele cemitério cuja terra guardava os restos de homens tão valentes como ele, fechado numa caixa de madeira tosca, como a que encerrava o corpo do pobre Hawks.
Quando Joe saiu finalmente do cemitério, tinha as feições contraídas e os punhos crispados. Nada, nele, fazia recordar o sorridente rapaz de dias antes. Chegou rapidamente a Lighty — a última e definitiva morada dos seus habitantes ficava perto da povoação — e sentiu o desejo imperioso de beber um «whisky».
No «Globe», junto do balcão, pensou com funda saudade na ausência do velho que um dia se lhe tinha dirigido sem cerimónias, aconselhando-o a mudar de ares. Como poderia ele supor, então, que seria o primeiro a partir? A ironia da vida e da morte...
Joe pediu uma garrafa e, em silêncio, bebeu à memória do bom companheiro que desaparecera para sempre. Antes de sair olhou em volta, como para lembrar a noite da sua luta, a noite da vitória que partilhara com Hawks.
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