sábado, 4 de fevereiro de 2017

PAS721. O jogral de Nevada

Quando, naquela noite, Joe English entrou no «Globe Saloon», todos os olhares convergiram sobre ele. Joe dirigiu-se ao balcão, no seu andar despreocupado, e, sem abandonar o seu habitual sorriso, pediu um «whisky». Enquanto o bebia, ouviu uma voz a seu lado:
—Muito cuidado hoje, amigo xerife.
Voltou a cabeça para o lado de onde vinha a voz, e a primeira coisa que viu foi o olhar penetrante de Parkings Hawks.
— Olá!... — disse Joe. — O que significa a sua amigável advertência?
— Significa que Gregory Sand e os seus homens estão aqui, e não tiram os olhos de cima de ti.
—Não vejo porquê, amigo Hawks... Não venho prendê-lo... ainda.
—É a melhor ideia que podias ter tido.
Naquele momento entrou no «saloon» o homenzinho do banjo, o mesmo que se tinha permitido acusar Sand, na presença do xerife. Levava o instrumento debaixo do braço e, logo que se encontrou no centro da casa, começou a tanger as cordas e a cantar:
Nevada
país selvagem. Nevada
terra sonhada.
Os vaqueiros, sobre os velozes cavalos, desafiam o vento, em doida galopada.
E o seu destino é lutar contra a morte
que quer ceifá-los, cruel,
num instante.
E entre o fumo da pólvora
e secas detonações
morre aquele que não soube antes
empunhar o seu «Colt»...
 
Terminou a canção. Depois, com um gesto particular, insinuou que estava disposto a receber qualquer prova de aplauso, se possível em dinheiro, ou então num par de bebidas que lhe oferecessem.
— Quem é esse tipo?... — perguntou Joe, recordando a cena de horas antes.
—O jogral de Nevada. É conhecido em todas as casas do género desta. Tem uma balada para cada Estado e parece que as cantigas lhe rendem, porque lá vai vivendo.

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