A diligência de Helena entrou na rua principal de Anaconda uma hora depois do que era costume. Em frente ao edifício do terminal, esperava-a um compacto grupo de curiosos e, um pouco mais além, o xerife da cidade, ataviado no seu melhor fato dos dias de festa.
Quando o bamboleante veículo se deteve no sítio do costume, com um áspero chiar de travões e duas pragas do condutor, o representante da Lei abriu caminho para ele, um tanto nervoso.
— Deixem passar! Afastem-se! — exclamava.
Indubitavelmente, alguém fora do que era corrente vinha no interior daquela empoeirada e ruidosa caixa. Por isso mesmo, as duas dúzias de curiosos, em vez de obedecerem ao xerife, acotovelaram-se em volta das janelas, mais ainda do que habitualmente, tentando olhar para dentro.
Por fim, a porta abriu-se à viva força e um indivíduo de idade madura, envergando um majestoso fraque e chapéu salto, desceu os dois estribos do veículo. Sem fazer o menor caso do xerife, que lhe estendia a mãe em sinal de boas-vindas, voltou-se para a portinhola a fim de ajudar alguém a descer.
Um «Oh!» de espanto e admiração brotou das gargantas dos circunstantes, ao verem aparecer pelo braço do cavalheiro do chapéu alto uma mulher linda, escultural e elegante, que, um tanto pálida, pousou os seus minúsculos pés no tosco passeio de madeira, da ainda mais tosca cidade de Anaconda.
— Onde está o xerife? — perguntou, irritado, o distinto cavalheiro, olhando à sua volta.
— Aqui, senhor Cleveland — replicou o aludido, tratando de esticar o pescoço entre as presentes, para se tornar mais visível.
Seguidamente, lembrando-se do discurso que tinha preparado para o momento, o representante da Lei acrescentou, em tom solene:
— Em nome de Anaconda, a mais honrada cidade de todo o Estado de Montana...
— Vá para o diabo! — atalhou o indivíduo do fraque, furioso. — Honrada cidade, foi o que disse?
— E acabam de nos assaltar quase à sua entrada!
A exclamação, um tanto trocista, saiu da portinhola da diligência, da qual já ninguém fazia caso, julgando que todos os seus ocupantes haviam descido.
Os rostos, incluindo o do desconcertado xerife, voltaram-se para ali. Viram, então, um rapaz, tão elegantemente vestido como Cleveland, que trazia consigo duas pesadas malas e tentava atravessar o passeio com dificuldade.
— O meu nome é Herbert Sidney, xerife — saudou, sorrindo.
— Sabe, xerife Gibons — interrompeu, furibundo, Cleveland, sem dar importância ao rapaz que havia falado -- que nos roubaram até ao último cêntimo a poucas milhas da sua «honrada cidade»?
— De verdade? — murmurou o xerife, abrindo a boca, admirado. E acrescentou: — Lamento, lamento deveras.
— É tudo quanto lhe ocorre dizer?
Quando o bamboleante veículo se deteve no sítio do costume, com um áspero chiar de travões e duas pragas do condutor, o representante da Lei abriu caminho para ele, um tanto nervoso.
— Deixem passar! Afastem-se! — exclamava.
Indubitavelmente, alguém fora do que era corrente vinha no interior daquela empoeirada e ruidosa caixa. Por isso mesmo, as duas dúzias de curiosos, em vez de obedecerem ao xerife, acotovelaram-se em volta das janelas, mais ainda do que habitualmente, tentando olhar para dentro.
Por fim, a porta abriu-se à viva força e um indivíduo de idade madura, envergando um majestoso fraque e chapéu salto, desceu os dois estribos do veículo. Sem fazer o menor caso do xerife, que lhe estendia a mãe em sinal de boas-vindas, voltou-se para a portinhola a fim de ajudar alguém a descer.
Um «Oh!» de espanto e admiração brotou das gargantas dos circunstantes, ao verem aparecer pelo braço do cavalheiro do chapéu alto uma mulher linda, escultural e elegante, que, um tanto pálida, pousou os seus minúsculos pés no tosco passeio de madeira, da ainda mais tosca cidade de Anaconda.
— Onde está o xerife? — perguntou, irritado, o distinto cavalheiro, olhando à sua volta.
— Aqui, senhor Cleveland — replicou o aludido, tratando de esticar o pescoço entre as presentes, para se tornar mais visível.
Seguidamente, lembrando-se do discurso que tinha preparado para o momento, o representante da Lei acrescentou, em tom solene:
— Em nome de Anaconda, a mais honrada cidade de todo o Estado de Montana...
— Vá para o diabo! — atalhou o indivíduo do fraque, furioso. — Honrada cidade, foi o que disse?
— E acabam de nos assaltar quase à sua entrada!
A exclamação, um tanto trocista, saiu da portinhola da diligência, da qual já ninguém fazia caso, julgando que todos os seus ocupantes haviam descido.
Os rostos, incluindo o do desconcertado xerife, voltaram-se para ali. Viram, então, um rapaz, tão elegantemente vestido como Cleveland, que trazia consigo duas pesadas malas e tentava atravessar o passeio com dificuldade.
— O meu nome é Herbert Sidney, xerife — saudou, sorrindo.
— Sabe, xerife Gibons — interrompeu, furibundo, Cleveland, sem dar importância ao rapaz que havia falado -- que nos roubaram até ao último cêntimo a poucas milhas da sua «honrada cidade»?
— De verdade? — murmurou o xerife, abrindo a boca, admirado. E acrescentou: — Lamento, lamento deveras.
— É tudo quanto lhe ocorre dizer?
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