Pôs o chapéu e veio para a rua.
— Cuidado, Fred. Andam à tua procura.
Prevenia-o um velho cego que estava à sombra de um alpendre, numa cadeira de baloiço. Ainda havia gente boa em Oklahoma
Não ligou muita importância ao aviso, mas observou a rua, com vivo interesse. Queriam matá-lo. Era divertido!
Diante da taberna onde estivera a jogar as cartas com Hudson, lá estava o seu cavalo. Devia ter descansado, pois não mostrava mau aspeto.
— Querem dar cabo de ti, Fred — disse alguém, por detrás das cortinas de uma janela.
Então, pensou no cego. Como o teria reconhecido? Pela maneira de andar ou porque, desde que o procuravam, ninguém se havia arriscado a pôr pé na rua?
Pensou na imensa pradaria, nos montes e vales, nos rios, no vento e no sol. Voltaria à vida livre de cavaleiro solitário, caso a sorte o protegesse.
Sentiu-se um pouco emocionado. Defender a vida é sempre defender a vida.
— Tem cautela, Fred Queen... muita cautela.
Era uma voz feminina. Mas a quem pertenceria? A mulher do ervanário? A qualquer outra?
Junto do cavalo apareceu um homem de ar sinistro.
— Bons dias, Fred Queen.
— Bons dias... para quem viver — respondeu o jovem.
— Sabes que vou matar-te?
— Toda a gente sabe isso.
— Tenho pena de ti... Mas quero ver a tua rapidez. O teu nome chegou-me aos ouvidos no Arizona, lembras-te?
— Andei por lá a matar sapos.
O homem procurava distrai-lo e Fred não o ignorava. O outro pistoleiro, escondido atrás do bebedouro, aguardava o momento propício para disparar.
— E tu morrerás aqui — disse o arruaceiro..
— Pouco me importa a terra onde serei enterrado.
— É esta — respondeu o bandido, dando uma patada no chão, de onde se ergueu uma espessa nuvem de pó avermelhado.
Fred baixou a cabeça e o assassino aproveitou a ocasião para «sacar» o revólver. Quando ia premir o gatilho, ouviu um tiro e do bebedouro partiu um grito de dor.
Voltou-se para trás, num momento de estúpido terror e viu o amigo deixar cair o revólver e levar as mãos ao ventre.
Soou outro disparo. Então, o seu companheiro estatelou-se no solo, com um gemido, e não mais se mexeu.
Virou-se para Fred. Havia um sorriso cruel e trocista nos lábios do jovem. E, na sua mão direita, um «Colt» ainda fumegante.
O pistoleiro ainda tentou fazer fogo, mas Fred não lhe deu tempo. Desfechou a arma e o homem ficou de boca aberta a mirar o buraco que a bala lhe abrira no peito, para ir direitinha ao seu coração. Depois, como sem coração ninguém vive, o facínora morreu tão de repente que, quando caiu de borco no chão, a sua alma já ia a caminho dos infernos há um bom par de segundos.
Fred manteve-se imóvel durante uns instantes, à espera de qualquer outro inimigo. Não apareceu mais nenhum pistoleiro.
Então, aproximou-se do cavalo.
— Não te assustes, «Valente». Quando ouvires tiros, é o teu dono que se está a divertir.
Subiu para a montada e empunhou as rédeas. Nessa altura, as pessoas começaram a sair das suas casas para irem observar os cadáveres.
— Cuidado, Fred. Andam à tua procura.
Prevenia-o um velho cego que estava à sombra de um alpendre, numa cadeira de baloiço. Ainda havia gente boa em Oklahoma
Não ligou muita importância ao aviso, mas observou a rua, com vivo interesse. Queriam matá-lo. Era divertido!
Diante da taberna onde estivera a jogar as cartas com Hudson, lá estava o seu cavalo. Devia ter descansado, pois não mostrava mau aspeto.
— Querem dar cabo de ti, Fred — disse alguém, por detrás das cortinas de uma janela.
Então, pensou no cego. Como o teria reconhecido? Pela maneira de andar ou porque, desde que o procuravam, ninguém se havia arriscado a pôr pé na rua?
Pensou na imensa pradaria, nos montes e vales, nos rios, no vento e no sol. Voltaria à vida livre de cavaleiro solitário, caso a sorte o protegesse.
Sentiu-se um pouco emocionado. Defender a vida é sempre defender a vida.
— Tem cautela, Fred Queen... muita cautela.
Era uma voz feminina. Mas a quem pertenceria? A mulher do ervanário? A qualquer outra?
Junto do cavalo apareceu um homem de ar sinistro.
— Bons dias, Fred Queen.
— Bons dias... para quem viver — respondeu o jovem.
— Sabes que vou matar-te?
— Toda a gente sabe isso.
— Tenho pena de ti... Mas quero ver a tua rapidez. O teu nome chegou-me aos ouvidos no Arizona, lembras-te?
— Andei por lá a matar sapos.
O homem procurava distrai-lo e Fred não o ignorava. O outro pistoleiro, escondido atrás do bebedouro, aguardava o momento propício para disparar.
— E tu morrerás aqui — disse o arruaceiro..
— Pouco me importa a terra onde serei enterrado.
— É esta — respondeu o bandido, dando uma patada no chão, de onde se ergueu uma espessa nuvem de pó avermelhado.
Fred baixou a cabeça e o assassino aproveitou a ocasião para «sacar» o revólver. Quando ia premir o gatilho, ouviu um tiro e do bebedouro partiu um grito de dor.
Voltou-se para trás, num momento de estúpido terror e viu o amigo deixar cair o revólver e levar as mãos ao ventre.
Soou outro disparo. Então, o seu companheiro estatelou-se no solo, com um gemido, e não mais se mexeu.
Virou-se para Fred. Havia um sorriso cruel e trocista nos lábios do jovem. E, na sua mão direita, um «Colt» ainda fumegante.
O pistoleiro ainda tentou fazer fogo, mas Fred não lhe deu tempo. Desfechou a arma e o homem ficou de boca aberta a mirar o buraco que a bala lhe abrira no peito, para ir direitinha ao seu coração. Depois, como sem coração ninguém vive, o facínora morreu tão de repente que, quando caiu de borco no chão, a sua alma já ia a caminho dos infernos há um bom par de segundos.
Fred manteve-se imóvel durante uns instantes, à espera de qualquer outro inimigo. Não apareceu mais nenhum pistoleiro.
Então, aproximou-se do cavalo.
— Não te assustes, «Valente». Quando ouvires tiros, é o teu dono que se está a divertir.
Subiu para a montada e empunhou as rédeas. Nessa altura, as pessoas começaram a sair das suas casas para irem observar os cadáveres.
Fred hesitou um pouco, antes de partir, pois não queria passar no local onde se encontrava o carro de Elisa.
De entre os curiosos destacou-se uma figura encurvada que se aproximou dele.
— Para aonde vais, Fred Queen?
— Para a pradaria. Queres que te traga ervas?
A velha negou energicamente com a cabeça.
— Deste-me ontem muito dinheiro. És um homem bom, Fred Queen.
— Estás enganada, avozinha!
— Tu és bom e mau é aquele que procuravas. Foi ele quem ordenou que te matassem.
Fred mirou-a bem nos olhos e inquiriu:
— Isso é verdade?
A mulher cuspiu no chão.
— A pura da verdade.
— Tanto faz. Deixemo-lo viver. Foi, certamente, por causa de ciúmes.
— Da loira das plumas?
— Sabes demasiado, avozinha — comentou Fred, dando um toque com os tacões nas ilhargas do cavalo.
A velha correu para a frente dele, de braços abertos e foi obrigado a deter a montada.
— Ela seguiu por ali.
— Quem?
— A mulher dos olhos meigos. A mulher sem pinturas e sem plumas...
— Elisa?
— Não sei o seu nome. Wells — ou Garret —, o homem mau, expulsou-a da povoação. E ela chorava.
Fred sentiu como um choque elétrico na coluna vertebral.
— Falas a sério?
A velha voltou a cuspir e a dizer:
— É verdade. A pura da verdade!
Não respondeu. Puxou com fúria as rédeas e o cavalo lançou-se a galope na direção indicada pela mulher.
De entre os curiosos destacou-se uma figura encurvada que se aproximou dele.
— Para aonde vais, Fred Queen?
— Para a pradaria. Queres que te traga ervas?
A velha negou energicamente com a cabeça.
— Deste-me ontem muito dinheiro. És um homem bom, Fred Queen.
— Estás enganada, avozinha!
— Tu és bom e mau é aquele que procuravas. Foi ele quem ordenou que te matassem.
Fred mirou-a bem nos olhos e inquiriu:
— Isso é verdade?
A mulher cuspiu no chão.
— A pura da verdade.
— Tanto faz. Deixemo-lo viver. Foi, certamente, por causa de ciúmes.
— Da loira das plumas?
— Sabes demasiado, avozinha — comentou Fred, dando um toque com os tacões nas ilhargas do cavalo.
A velha correu para a frente dele, de braços abertos e foi obrigado a deter a montada.
— Ela seguiu por ali.
— Quem?
— A mulher dos olhos meigos. A mulher sem pinturas e sem plumas...
— Elisa?
— Não sei o seu nome. Wells — ou Garret —, o homem mau, expulsou-a da povoação. E ela chorava.
Fred sentiu como um choque elétrico na coluna vertebral.
— Falas a sério?
A velha voltou a cuspir e a dizer:
— É verdade. A pura da verdade!
Não respondeu. Puxou com fúria as rédeas e o cavalo lançou-se a galope na direção indicada pela mulher.
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