Tinha-se passado um dia inteiro sem haver novidade.
A cidade parecia completamente calma, mas todos sabiam que aquela quietude precedia a tormenta. As pessoas procuravam sair à rua o menos possível. E todos se olhavam com receia, coma se aquele homem que passava horas sentado à porta do hotel, bem visível, modelando estranhas figuras num bocado de madeira, fosse um empestado.
Se bem que não parecesse, Roy tinha os nervos tensos. Sabia que de um momento para o outro os acontecimentos se desencadeariam. O ambiente estava carregado de eletricidade.
Key foi a única pessoa que se aproximou dele. Levava um olho tapado. O seu vulto recortara-se, solitário e tranquilo, na rua vazia.
— Olá, Roy. — Olá, rapaz.
— Vejo que ninguém se aproxima de ti. Estás mais solitário do que uma mulher coxa num baile paroquial.