— Todos são magníficos — empoleirado na alta paliçada com Vivian sentada a seu lado no último tronco e Madge junto deles apoiada contra os grossos toros que a formavam, Kim estava verdadeiramente impressionado pela soberba estampa dos animais que contemplava —. Esse negro é um verdadeiro rei, mas aquele alazão leva todas as minhas simpatias.
Vivian riu alegremente e Kim afastou o olhar dos animais que retinham a sua atenção, para a olhar, levemente interrogador.
— É curioso que tenha acertado tão completamente — disse ela respondendo à muda pergunta.
— Em quê?
— Ao designar esses animais. Precisamente, Mad chama «King» ao negro e «Blaze» ao alazão.
— Assim é — concordou Madge — mas não concordo em questão de simpatias visto que prefiro muito mais o «King». «Blaze» é o único dos meus cavalos que não acorre quando o chamo. Além disso, é demasiadamente alto para mim e uma boca de ferro que muitas vezes me desespera. Há tempo que o não montam e os rapazes passam bastantes apertos cada vez que precisam de o encerrar.
— Pois se hei de montar algum dos seus cavalos, alegro-me de não a privar de um dos seus favoritos.
— Terá de o fazer pelo menos enquanto se ressentir do seu ferimento. «Blaze» não admite sem protestos que o montem estranhos, e para o dominar fazem falta uns punhos rijos. Enquanto se repõe pode montar o negro. E não se preocupe porque a minha predileta é «Princesa». Aquela égua pigarça que o olha com tanto interesse. Se você aqui não estivesse teria vindo sem necessidade de a chamar.
E levantando a voz chamou o formoso animal de grandes manchas brancas e negras que acorreu imediatamente, desvanecidos os seus receios, como se precisamente tivesse estado esperando aquilo. A jovem acariciou o sedoso pelo do animal, que não tardou a olfatar curiosamente o vaqueiro, olhando-o com os seus grandes olhos em que não havia medo algum.
Kim acariciou também o animal e por um momento os seus dedos compridos e ásperos de trabalhador, roçaram a pele suave e cálida da mulher, sentindo um estremecimento estranho que o fez afastar vivamente a mão tão confuso que não se atreveu a olhá-la, pelo que não reparou no leve rubor que a invadiu, aformoseando as bronzeadas feições de Mad.
O som de uns passos e o tilintar de esporas tirou-os daquela situação embaraçosa. Voltaram--se e puderam ver Walter Gray que vinha acompanhado de um homenzinho pequeno e seco, de expressão carrancuda.
— Kim, permita-me que lhe apresente Grunter — disse o rancheiro. E vendo a surpresa, que se refletia no rosto do jovem, prosseguiu com uma risada: — Naturalmente que é uma alcunha, e verá que está perfeitamente aplicada porque o homem é um grunhido contínuo. Mas não faça caso porque debaixo desta pele de leão há um manso cordeiro.
— Encantado em o conhecer, Grunter — sorriu amistosamente o jovem.
— Ouvi dizer tantas coisas de si que o julgava tão velho como o deserto — grunhiu o vaqueiro. — Desde que só metade delas sejam verdade, posso dizer que me alegro que esteja entre nós.
— Não sei o que lhe terão contado, mas em todo o caso gostava que fossemos amigos.
— Hum! — resmungou o homenzinho, olhando-o, fixamente com os seus olhos ferozes.
— Grunter é algo assim como um membro da família — disse então a voz doce de Madge. — Não há unia só recordação da minha meninice em que ele não intervenha.
— Bem sabes, Mad, que só tinhas uns meses quando comecei a trabalhar para o vosso pai. Já lá vão vinte e seis anos. O teu irmão era um rapazola de catorze anos — grunhiu. com desprezo, cuspindo entre os dentes com precisão matemática sobre umas ervas junto da vala.
Vivian riu alegremente e Kim afastou o olhar dos animais que retinham a sua atenção, para a olhar, levemente interrogador.
— É curioso que tenha acertado tão completamente — disse ela respondendo à muda pergunta.
— Em quê?
— Ao designar esses animais. Precisamente, Mad chama «King» ao negro e «Blaze» ao alazão.
— Assim é — concordou Madge — mas não concordo em questão de simpatias visto que prefiro muito mais o «King». «Blaze» é o único dos meus cavalos que não acorre quando o chamo. Além disso, é demasiadamente alto para mim e uma boca de ferro que muitas vezes me desespera. Há tempo que o não montam e os rapazes passam bastantes apertos cada vez que precisam de o encerrar.
— Pois se hei de montar algum dos seus cavalos, alegro-me de não a privar de um dos seus favoritos.
— Terá de o fazer pelo menos enquanto se ressentir do seu ferimento. «Blaze» não admite sem protestos que o montem estranhos, e para o dominar fazem falta uns punhos rijos. Enquanto se repõe pode montar o negro. E não se preocupe porque a minha predileta é «Princesa». Aquela égua pigarça que o olha com tanto interesse. Se você aqui não estivesse teria vindo sem necessidade de a chamar.
E levantando a voz chamou o formoso animal de grandes manchas brancas e negras que acorreu imediatamente, desvanecidos os seus receios, como se precisamente tivesse estado esperando aquilo. A jovem acariciou o sedoso pelo do animal, que não tardou a olfatar curiosamente o vaqueiro, olhando-o com os seus grandes olhos em que não havia medo algum.
Kim acariciou também o animal e por um momento os seus dedos compridos e ásperos de trabalhador, roçaram a pele suave e cálida da mulher, sentindo um estremecimento estranho que o fez afastar vivamente a mão tão confuso que não se atreveu a olhá-la, pelo que não reparou no leve rubor que a invadiu, aformoseando as bronzeadas feições de Mad.
O som de uns passos e o tilintar de esporas tirou-os daquela situação embaraçosa. Voltaram--se e puderam ver Walter Gray que vinha acompanhado de um homenzinho pequeno e seco, de expressão carrancuda.
— Kim, permita-me que lhe apresente Grunter — disse o rancheiro. E vendo a surpresa, que se refletia no rosto do jovem, prosseguiu com uma risada: — Naturalmente que é uma alcunha, e verá que está perfeitamente aplicada porque o homem é um grunhido contínuo. Mas não faça caso porque debaixo desta pele de leão há um manso cordeiro.
— Encantado em o conhecer, Grunter — sorriu amistosamente o jovem.
— Ouvi dizer tantas coisas de si que o julgava tão velho como o deserto — grunhiu o vaqueiro. — Desde que só metade delas sejam verdade, posso dizer que me alegro que esteja entre nós.
— Não sei o que lhe terão contado, mas em todo o caso gostava que fossemos amigos.
— Hum! — resmungou o homenzinho, olhando-o, fixamente com os seus olhos ferozes.
— Grunter é algo assim como um membro da família — disse então a voz doce de Madge. — Não há unia só recordação da minha meninice em que ele não intervenha.
— Bem sabes, Mad, que só tinhas uns meses quando comecei a trabalhar para o vosso pai. Já lá vão vinte e seis anos. O teu irmão era um rapazola de catorze anos — grunhiu. com desprezo, cuspindo entre os dentes com precisão matemática sobre umas ervas junto da vala.
— E tu eras um «gigante» de dezanove — riu alegremente Walter, dando uma palmada carinhosa nas costas do apergaminhado vaqueiro.
***
Quando Kim despertou estava completamente descansado, e, embora sentisse o braço rígido, a ferida não o molestava grande coisa, embora não deixasse de lhe causar algumas dificuldades para calçar as botas.
Quando pôde sair para o pátio, com o poderoso torso nu e a toalha ao pescoço, reinava grande algaraviada em torno do enorme tanque onde os vaqueiros jovens gritavam e atiravam água uns aos outros. Começava o dia e a luz ainda não era muita.
— Pensa distribuir você o trabalho? — a voz de Grunter parecia ainda mais resmungona que no dia anterior.
— Não — respondeu o novo capataz — Continue ocupando-se disso por agora, já que levarei algum tempo antes de tomar a direção do pessoal. Quero conhecer os rapazes e que eles me conheçam. Pode você encarregar alguém do seu trabalho? Gostaria que conversássemos. Poderíamos percorrer os campos, ver detalhadamente as dependências e, depois, aproximamo-nos de Flagstaff para conhecer o «sheriff».
— Pois por mim não há inconveniente. Na realidade o trabalho já está distribuído e os rapazes fazem-no bem sem necessidade de serem vigiados. Estarei à sua disposição assim que queira. Vou num momento ver se o patrão já está levantado — disse Grunter afastando-se em seguida.
— Oiça, vaqueiro — gritou um rapaz de uns vinte ou vinte e um anos, indicando com um gesto os grandes revólveres que pendiam muito baixos sobre as coxas do. texano —. Você dorme com eles?
— São-me imprescindíveis. Algumas vezes tenho de os empregar para responder a jovens demasiados curiosos — respondeu Kim, aproveitando um lugar junto ao tanque e enrolando a toalha em torno da estreita cintura antes de se começar a lavar com a água gelada.
Estrondosas risadas fizeram emudecer o rapaz.
— A partir de hoje passarás a chamar-te «Brawling» Jack — gritou outro vaqueiro, rindo-se do seu companheiro com um forte cacarejar.
—E a ti, «Cluck» Lee — replicou o seu companheiro algo aborrecido, fazendo com que os outros se rissem porque, efetivamente, o riso do «corou-boy» parecia o cacarejar de uma galinha.
Enquanto se esfregava vigorosamente com a única mão disponível Kim escutava com um leve sorriso a algazarra formada pelos seus companheiros de trabalho, e com isso parecia ressurgir depois de três anos durante os quais havia esquecido o que era alegria e aquela festiva camaradagem.
Tinha passado o tempo e já não podia voltar aos seus vinte e seis anos, nem dormir sem o temor de ser assaltado por terríveis pesadelos em que era assediado pelas caras lívidas de todos aqueles homens a quem havia dado a morte, ou a tétrica silhueta de sombras que se retorciam com o pescoço pendente de uma corda, mas pelo menos podia ter amigos, compartilhar as suas alegrias e não viver obcecado pela visão de novos rostos marcados.
Novamente no pequeno, mas bonito dormitório que lhe tinham destinado, vestiu uma camisa cor de vinho e tomando o seu largo chapéu texano saiu em busca de Grunter, encontrando-se com o jovem Jack que evidentemente o procurava.
— Poderia falar um momento consigo, Mr. Kinastor?
— Claro que sim, rapaz. Entra e senta-te. Ah, e chama-me Kim, é muito mais curto.
— Bem, senhor — o jovem sentara-se na ponta de uma cadeira e dava voltas entre as suas mãos ao «Stetson», encontrando certas dificuldades em se explicar.
— Vamos, anima-te e dize o que queres. Antes, no pátio, não parecias tão envergonhado.
— Era precisamente sobre isso que lhe queria falar — replicou o «cow-boy», depois de tossir, pondo-se intensamente corado —. Ontem cheguei tarde e cansado da minha guarda, de forma que até agora não me tinha inteirado de que era o novo capataz.
— E então?
— Pois queria dizer-lhe para que não tomasse a mal o gracejo de antes. Como o resto dos rapazes estou aqui há pouco tempo, e se você me despedisse teria de voltar para a Califórnia.
— Tu és o mais jovem de entre o pessoal, não?
— Sim.
— Quem te aconselhou a que me viesses falar por este motivo?
— Pois verá... Ninguém, senhor. Pareceu-me que o devia fazer.
— Bem, Jack. Mas não deves tomar muito a sério os gracejos dos teus companheiros. Podes ter a certeza de quando uma questão pessoal, me aborrece, resolvo-a no mesmo instante de homem para homem e sem tomar represálias pela posição vantajosa de chefe. Gosto das brincadeiras e quero ser um companheiro mais, sobretudo quando se avizinham maus tempos e temos de enfrentar, pelo que ouvi, um bando poderoso e bem organizado. Alegro-me que me tenhas vindo ver e quero que digas aos teus companheiros que de hoje em diante responderemos com fogo às incursões dos ladrões. Conservaremos o que nos pertence com o chumbo dos nossos revólveres. Preparam-se duas jornadas nas quais é muito possível que mais de um fique pelo caminho. Todos os dias se farão exercícios de tiro e montaremos guardas extraordinárias, de forma que até nos fazermos senhores da situação não teremos um momento de descanso. Di-lo aos teus companheiros e avisa-os de que quem não estiver disposto a afrontar o futuro, deve receber o que lhe pertence e procurar um emprego mais cómodo. Ao ouvi-lo, o rapaz tinha-se erguido da cadeira e perdido a expressão tímida, até que ao terminar o longo discurso se levantou de um salto, soltando um grito de entusiasmo e lançando o chapéu ao ar. Vejo que não te desgosta a perspetiva —riu o texano.
— Desgostar-me! Mas se é o que ouvi de mais gosto desde há muito tempo! Todos os rapazes do Arizona, componentes dos ranchos ao redor, se têm estado a rir de nós, e agora mesmo temos um dos nossos melhores rapazes ocupando uma cela porque no sábado passado respondeu como era merecido a um desses fanfarrões.
— O «sheriff» encarcerou os dois por brigarem?
— Nada disso — protestou Jack, indignado —. só prendeu o Dick.
— Como é isso?
— Entrámos eu, Dick e Lee num «saloon» chamado «The Bull», e no mesmo instante uns vaqueiros do rancho «Double T» começaram a meter-se connosco, até que não podemos aguentar mais e nos dirigimos a eles em plano agressivo, mas um procurou puxar pelo revólver e então Dick, que é forte, derrubou-o com um soco. Armou-se certo alvoroço, veio o «sheriff» e encarcerou o nosso companheiro sem mais averiguações.
— Bem, Jack. Parece-me que estão chamando para o almoço, de forma que corre para não ficares sem ele.
O jovem não fez repetir o convite e saiu correndo quase tropeçando com Grunter que entrava naquele momento.
— Onde vai esse louco? — resmungou o homem, detendo-se no umbral da porta para deitar um olhar furibundo ao vaqueiro que aumentou a velocidade.
— Suponho que não quer chegar tarde ao almoço — sorriu Kim, pensativo.
— Nós comeremos com o patrão. Venha, que estão à nossa espera.
— Ainda bem porque precisamente queria falar com ele.
Atravessando o pátio os dois homens encontraram-se perante o rancho. Era um belo e espaçoso edifício, com a típica estrutura dos «bungalows», construído com troncos de pinho branco selecionados, de doze polegadas, cortadas no Outono, descascados e curados durante todo o ano seguinte a fim de ficarem à prova de todos os insetos, recém-envernizado o que lhe dava um constante aspeto de novo.
— Entrem antes que comamos tudo! — gritou Vivian, que devia estar vigiando a sua chegada.
— Não faças tal, Vivian, pois tenho uma fome de lobo — replicou o vaqueiro, rindo.
— Que tal se encontra? — perguntou Madge aparecendo ao lado de sua sobrinha.
O jovem tropeçou num dos degraus da ampla escada que conduzia à varanda e esteve a ponto de cair, mas mal o notou, absorto na contemplação da formosa mulher, que acabava de aparecer saindo da casa e na qual mal podia reconhecer a companheira de viagem do dia anterior.
O pequeno «stick» suspenso do seu punho, preciosa no seu calção de montar, blusinha de cor escarlate, com a gola aberta deixando ver as linhas finas do seu pescoço forte e bem modelado, cingindo-lhe o busto sem exuberância exageradas, mas firme; o cabelo solto cobrindo-lhe os ombros numa cascata de suaves ondas, sem outra sujeição além de uma fita também escarlate. Junto dele, o velho vaqueiro lançou um assobio de admiração que não bastou para o arrancar do seu aturdimento.
— Viva, Mad! — disse Grunter na sua voz rouca —. Há anos que não te via tão bonita.
— Obrigado, velho adulador. Mas há menos de uma semana que me acompanhaste levando eu este mesmo fato.
— As roupas talvez, mas se é só soltar o cabelo o que produz esse efeito, nunca mais o deves prender.
— Não é verdade que sim, tio Grunter? Já lho disse muitas vezes e nunca me fez caso.
— Bem, entrem, e não digam mais tolices. Wal está à espera e o café arrefece. Nem ainda para salvar a vida poderia dizer Kim o que havia comido naquela manhã, e só quando terminaram o copioso almoço pôde raciocinar o suficiente para interpelar o seu patrão sobre o assunto que havia pensado apresentar-lhe.
— Mr. Gray, esta manhã soube que um dos rapazes está preso em Flagstaff.
No mesmo instante se desvaneceu a alegria que até aquele instante havia reinado na mesa e um traço de preocupação apareceu nas feições do rancheiro, enquanto um leve grunhido se escapava da garganta de Grunter.
— Que há sobre isso? — perguntou após um longo silêncio.
— Diabos, Kim! Você pôs o dedo na chaga.
— Se as coisas sucederam tal como, mas contou Jack, não compreendo porque não fez com que o libertassem.
— E quem lhe diz que o não fizemos?
– Algo mais que não sei?
— Não. Não há nada mais que a obstinação de «sheriff» parcial e um juiz que é ó patrão do agredido.
— Kim, asseguro-lhe que fiz tudo quanto estava ao meu alcance para libertar esse rapaz —interveio Walter —, mas temo muito que terá de cumprir os dois meses a que foi condenado.
— Como! Em quatro dias foi julgado e condenado?
— É verdade.
— Não admitiram fiança?
— Não.
— É verdade que o rapaz não fez mais que dar a réplica merecida a um importuno?
— Nem sequer isso. Bateu num indivíduo que ia puxar um revólver contra ele.
— Pois nesse caso não podemos consentir nesse ultraje. De contrário. o rancho Gray ficará desprestigiado para sempre.
— E como o vamos evitar?
— Não se preocupe com isso. Eu sou agora o chefe do pessoal e, portanto, quem deve resolver esta questão.
— Mas que vai tentar? — o rancheiro estava francamente alarmado.
--- Repito-lhe que não se deve preocupar. Grunter e eu vamos agora à povoação e creio que estaremos de regresso ao anoitecer.
— Eu vou com vocês — interveio Madge Gray.
— Engana-se, minha senhora. É possível que tenhamos algumas dificuldades e a sua presença só nos prejudicaria.
— Claro, a minha irmã ficará aqui, mas eu acompanho-os.
— Tampouco. Não sei a que meios necessitarei de recorrer para conseguir o meu propósito e você deve estar à margem.
— Apesar de tudo, irei. a mim a quem a questão mais afeta. Se eu não vou, não vai ninguém. Gray, você pediu-me que o ajude porque não sabe como enfrentar a questão. Bem, eu sei-o e penso começar hoje, mas faço as coisas à minha maneira e não admito que interfiram nos meus assuntos. Penso-o está a tempo, e se não lhe convém seguirei o meu caminho.
— Walter, pela primeira vez começo a crer que não cometeste uma parvoíce contratando este homem — interveio Grunter, apoiando-se sobre a mesa para estender o seu corpo até ao rancheiro. — Não a cometas agora estragando a primeira coisa que sai bem desde há muito tempo.
— Papá, Kim nos salvará da ruína. Deixa que seja ele a dirigir. Além de que Dick merece que se tente qualquer coisa pela sua liberdade — gritou Vivian, erguendo-se fogosamente, com as suas faces deliciosamente ruborizadas.
— Que dizes, Madge? — perguntou o homem, cabisbaixo, voltando-se para a sua irmã.
— — Fui eu que o contratei, Wal. Ainda não mudei de opinião.
— Está bem — decidiu levantando as mãos
—. Adiante, pois.
— Então vamos imediatamente. Jack e Lee irão connosco.
— Pois nesse caso não podemos consentir nesse ultraje. De contrário. o rancho Gray ficará desprestigiado para sempre.
— E como o vamos evitar?
— Não se preocupe com isso. Eu sou agora o chefe do pessoal e, portanto, quem deve resolver esta questão.
— Mas que vai tentar? — o rancheiro estava francamente alarmado.
--- Repito-lhe que não se deve preocupar. Grunter e eu vamos agora à povoação e creio que estaremos de regresso ao anoitecer.
— Eu vou com vocês — interveio Madge Gray.
— Engana-se, minha senhora. É possível que tenhamos algumas dificuldades e a sua presença só nos prejudicaria.
— Claro, a minha irmã ficará aqui, mas eu acompanho-os.
— Tampouco. Não sei a que meios necessitarei de recorrer para conseguir o meu propósito e você deve estar à margem.
— Apesar de tudo, irei. a mim a quem a questão mais afeta. Se eu não vou, não vai ninguém. Gray, você pediu-me que o ajude porque não sabe como enfrentar a questão. Bem, eu sei-o e penso começar hoje, mas faço as coisas à minha maneira e não admito que interfiram nos meus assuntos. Penso-o está a tempo, e se não lhe convém seguirei o meu caminho.
— Walter, pela primeira vez começo a crer que não cometeste uma parvoíce contratando este homem — interveio Grunter, apoiando-se sobre a mesa para estender o seu corpo até ao rancheiro. — Não a cometas agora estragando a primeira coisa que sai bem desde há muito tempo.
— Papá, Kim nos salvará da ruína. Deixa que seja ele a dirigir. Além de que Dick merece que se tente qualquer coisa pela sua liberdade — gritou Vivian, erguendo-se fogosamente, com as suas faces deliciosamente ruborizadas.
— Que dizes, Madge? — perguntou o homem, cabisbaixo, voltando-se para a sua irmã.
— — Fui eu que o contratei, Wal. Ainda não mudei de opinião.
— Está bem — decidiu levantando as mãos
—. Adiante, pois.
— Então vamos imediatamente. Jack e Lee irão connosco.
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