Era já noite, quando Rund Bakersham ouviu passos no vestíbulo. Até então tinha permanecido sentado num cadeirão, acabrunhado pelo desgosto. Mas ignorava o pior ainda. Saiu do escritório. Ben Hillman estava frente a ele olhando-o fixamente.
Ben não tinha vindo só. O cadáver de Gloria estava nos seus braços.
Os longos cabelos loiros da rapariga caíam acompanhando o braço esquerdo, cuja mão balanceava ligeiramente ainda. O corpo da rapariga conservava ainda as mesmas roupas que vestia no momento da sua morte.
Bakersham soltou um rugido de fera ao ver a sua filha morta.
— Foi você que a matou, Hillman!
Ben não se alterou.
— É possível ---,concordou. — Eu disparei os meus revólveres. Também Blythe, Smith e Gomez dispararam os deles. Quem pode dizer agora qual foi a arma da qual partiu o tiro fatal? Na rua soaram também muitos tiros, dezenas deles. Mas — a voz do jovem elevou-se de repente—, mesmo que fossem muitas as armas que dispararam, só uma mão movia todos os gatilhos ao mesmo tempo. A sua, Bakersham!
Ben fez uma curta pausa. O rancheiro não tinha forças para replicar.
— A sua mão movida pela ambição e pela inveja sem limites — prosseguiu —, foi quem matou a sua própria filha. Fui eu? Foi Blythe? Smith? Endicott ou Gomez talvez... ? É igual, tanto faz. O verdadeiro assassino é você, Bakersham, e esse é o seu castigo.
Ao terminar de falar, Ben deu uns passos lateralmente e depositou o corpo da rapariga num divã, cruzando-lhe os braços sobre o peito. Contemplou-a uns instantes com imensa ternura e depois enfrentou pela última vez o dono da casa.
— Você reclamou Gloria. Aí a tem. É sua para sempre... e esse é o seu castigo. Saber que foi você mesmo que a matou.
— Esse não é castigo suficiente! — exclamou uma voz.
Ben voltou-se rapidamente em direção daquele que tinha falado. Era um vaqueiro com o rosto cheio de costuras, as quais lhe davam um especto horrível. Coxeava muito e o seu braço esquerdo estava torcido para fora. Mas na mão direita sustentava um revólver.
— Lembra-se de mim? — disse o recém-chegado — Chico Vallez, Bakersham. Olhe a minha cara, contemple o que fez ao meu braço e à minha perna quando me atirou pela janela depois de me ter coberto de injúrias e insultos qual deles o mais atroz. Pode ser que esse homem considere que a morte da sua filha seja castigo suficiente para você, mas a minha opinião não é a mesma.
— Vallez, pare! — gritou o jovem.
Já era tarde. O revólver do mexicano começou a saltar na sua mão, saltando como se tivesse vida própria. E a cada salto que dava, cuspia uma língua de fogo acompanhada de uma estrondosa detonação.
Bakersham não fez o menor gesto de defesa. Permaneceu em pé, estremecendo a cada tiro que recebia, até que finalmente com o peito coberto de sangue, caiu de bruços. O seu corpo agitou-se um pouco, e depois ficou imóvel.
Chico Vallez olhou para o jovem com ar de desafio.
— E agora — disse —, prenda-me se quiser. Não penso defender-me.
Ben olhou pensativamente para o chão durante uns segundos. Depois levantou os olhos e disse:
— Declararei que se tratou de um caso de legítima defesa.
Ben não tinha vindo só. O cadáver de Gloria estava nos seus braços.
Os longos cabelos loiros da rapariga caíam acompanhando o braço esquerdo, cuja mão balanceava ligeiramente ainda. O corpo da rapariga conservava ainda as mesmas roupas que vestia no momento da sua morte.
Bakersham soltou um rugido de fera ao ver a sua filha morta.
— Foi você que a matou, Hillman!
Ben não se alterou.
— É possível ---,concordou. — Eu disparei os meus revólveres. Também Blythe, Smith e Gomez dispararam os deles. Quem pode dizer agora qual foi a arma da qual partiu o tiro fatal? Na rua soaram também muitos tiros, dezenas deles. Mas — a voz do jovem elevou-se de repente—, mesmo que fossem muitas as armas que dispararam, só uma mão movia todos os gatilhos ao mesmo tempo. A sua, Bakersham!
Ben fez uma curta pausa. O rancheiro não tinha forças para replicar.
— A sua mão movida pela ambição e pela inveja sem limites — prosseguiu —, foi quem matou a sua própria filha. Fui eu? Foi Blythe? Smith? Endicott ou Gomez talvez... ? É igual, tanto faz. O verdadeiro assassino é você, Bakersham, e esse é o seu castigo.
Ao terminar de falar, Ben deu uns passos lateralmente e depositou o corpo da rapariga num divã, cruzando-lhe os braços sobre o peito. Contemplou-a uns instantes com imensa ternura e depois enfrentou pela última vez o dono da casa.
— Você reclamou Gloria. Aí a tem. É sua para sempre... e esse é o seu castigo. Saber que foi você mesmo que a matou.
— Esse não é castigo suficiente! — exclamou uma voz.
Ben voltou-se rapidamente em direção daquele que tinha falado. Era um vaqueiro com o rosto cheio de costuras, as quais lhe davam um especto horrível. Coxeava muito e o seu braço esquerdo estava torcido para fora. Mas na mão direita sustentava um revólver.
— Lembra-se de mim? — disse o recém-chegado — Chico Vallez, Bakersham. Olhe a minha cara, contemple o que fez ao meu braço e à minha perna quando me atirou pela janela depois de me ter coberto de injúrias e insultos qual deles o mais atroz. Pode ser que esse homem considere que a morte da sua filha seja castigo suficiente para você, mas a minha opinião não é a mesma.
— Vallez, pare! — gritou o jovem.
Já era tarde. O revólver do mexicano começou a saltar na sua mão, saltando como se tivesse vida própria. E a cada salto que dava, cuspia uma língua de fogo acompanhada de uma estrondosa detonação.
Bakersham não fez o menor gesto de defesa. Permaneceu em pé, estremecendo a cada tiro que recebia, até que finalmente com o peito coberto de sangue, caiu de bruços. O seu corpo agitou-se um pouco, e depois ficou imóvel.
Chico Vallez olhou para o jovem com ar de desafio.
— E agora — disse —, prenda-me se quiser. Não penso defender-me.
Ben olhou pensativamente para o chão durante uns segundos. Depois levantou os olhos e disse:
— Declararei que se tratou de um caso de legítima defesa.
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