Benedito Holper acabava de jantar. Olhou sua mulher com tristeza e ela sorriu.
— Não te preocupes, Benedito. Tudo se arranjará.
Ele moveu a cabeça com desalento, enquanto enchia o cachimbo.
— Temos de nos ir embora, querida. Não podemos fazer outra coisa.
— É o mais razoável. Mentiria se dissesse que não o sinto. Fomos aqui felizes, mas talvez tenhamos mais sorte noutro sítio. Tudo é preferível a teres de defrontar esses bandidos.
O pequeno Johnny levantou-se da mesa. Os seus olhos fecharam-se com sono e o pai beijou-o na testa antes de o pequeno se ir deitar. Holper acendeu o cachimbo e expeliu uma baforada de fumo. Sobressaltou-se ao ouvir uma enérgica pancada na porta. Quem seria àquelas horas?
Abriu e entrou um homem que o empurrou. Holper, surpreendido, deitou-se para trás, ao mesmo tempo que o recém-chegado se apressava a fechar a porta. Ao voltar-se, viu com espanto que o ameaçava com um «Colt». Apoderou-se dele uma raiva imensa. Só faltava aquilo, que o roubassem. Mas a sua indignação desvaneceu-se rapidamente, aparecendo no seu pálido rosto um sorriso mordaz. Pouco tinha para roubar aquele indivíduo, com o semblante coberto com um lenço azul e a aba do chapéu texano caída sobre os olhos!
— Parece-me que perde o seu tempo, amigo.
— Não se preocupe, Holper. — replicou o mascarado, dando uma volta ao revólver com extraordinária habilidade e guardando-o no coldre. — Empunhava-o por precaução, para evitar que gritasse.
O rancheiro, ao ouvir estas inesperadas palavras, ficou estupefacto. Não percebia o procedimento do seu extraordinário visitante.
— Que deseja? — perguntou com curiosidade.
— Soube que se encontra em dificuldades e vim auxiliá-lo.
Holper olhou com surpresa o seu interlocutor. Ia responder, quando ouviu uns passos apressados que se aproximavam.
— É sua esposa, Holper? — sussurrou o desconhecido.
— Sim.
— Diga-lhe que não se assuste.
— Quem bateu? — perguntou a mulher.
— Trata-se de um amigo, Mary, ou pelo menos, ele diz que o é.
Mary Holper retrocedeu um passo, assustada, ao ver o aspeto do visitante.
— Não se preocupe com a minha indumentária, senhora Holper. Disse a verdade quando afirmei que sou um amigo.
O tom em que foram pronunciadas estas palavras tranquilizou a mulher, que o convidou amavelmente:
— Quer entrar?
O mascarado, voltando as costas a Holper, entrou na casa de jantar. O rancheiro convenceu-se de que as palavras do visitante eram verdadeiras, porque, se tivesse más intenções procederia de forma diferente.
— É certo o que lhe perguntei há pouco, Holper?
— Sim. Amanhã serei despojado deste rancho.
— Que pensa fazer?
— Abandoná-lo. De contrário, o xerife, os seus comissários e os homens de Hunt, matar-me-ão.
— Que quantia deve a Alexandre Hunt?
— Mil e quatrocentos dólares.
— Bem... — O desconhecido tirou da algibeira um rolo de notas e pô-lo em cima da mesa. — Aqui terá mil e quinhentos.
Os esposos contemplaram assombrados aquelas notas em, constituíam a sua salvação. Mal davam crédito ao acabavam de ouvir.
— Que significa isto? — inquiriu Holper.
— Significa que poderá pagar a dívida que contraiu com Alexandre Hunt — interrompeu o mascarado. — O resto carece de importância para si.
— Mas em que condições me entrega este dinheiro?
— Uma, muito importante: que não digam a ninguém a visita que lhes fiz.
— Senhor, isto é a nossa salvação — disse o rancheiro, comovido.
-- Assim o pensei.
Os esposos julgavam perceber atrás do lenço azul um sorriso. Pelas faces de Mary deslizavam duas lágrimas.
— Como lhe poderemos agradecer? — disse Holper.
O mascarado, por simples resposta, estendeu-lhe a mão direita, enluvada, que o rancheiro apertou com profundo reconhecimento. Mary deixou-se cair de joelhos e tentou beijar a mão do seu salvador, mas este impediu-o com um movimento brusco.
— Por favor, senhora Holper.
— Que Deus o proteja! — exclamou a boa mulher com efusão.
O mascarado fez um cumprimento de despedida e atravessou o compartimento com rapidez. Antes que os dois esposos saíssem da sua estupefação, ouviram abrir-se e fechar-se a porta da casa.
Holper agarrou os ombros da mulher e, emocionado, exclamou:
— Mary, Deus salvou-nos! Já não temos de nos ir embora!
— Não te preocupes, Benedito. Tudo se arranjará.
Ele moveu a cabeça com desalento, enquanto enchia o cachimbo.
— Temos de nos ir embora, querida. Não podemos fazer outra coisa.
— É o mais razoável. Mentiria se dissesse que não o sinto. Fomos aqui felizes, mas talvez tenhamos mais sorte noutro sítio. Tudo é preferível a teres de defrontar esses bandidos.
O pequeno Johnny levantou-se da mesa. Os seus olhos fecharam-se com sono e o pai beijou-o na testa antes de o pequeno se ir deitar. Holper acendeu o cachimbo e expeliu uma baforada de fumo. Sobressaltou-se ao ouvir uma enérgica pancada na porta. Quem seria àquelas horas?
Abriu e entrou um homem que o empurrou. Holper, surpreendido, deitou-se para trás, ao mesmo tempo que o recém-chegado se apressava a fechar a porta. Ao voltar-se, viu com espanto que o ameaçava com um «Colt». Apoderou-se dele uma raiva imensa. Só faltava aquilo, que o roubassem. Mas a sua indignação desvaneceu-se rapidamente, aparecendo no seu pálido rosto um sorriso mordaz. Pouco tinha para roubar aquele indivíduo, com o semblante coberto com um lenço azul e a aba do chapéu texano caída sobre os olhos!
— Parece-me que perde o seu tempo, amigo.
— Não se preocupe, Holper. — replicou o mascarado, dando uma volta ao revólver com extraordinária habilidade e guardando-o no coldre. — Empunhava-o por precaução, para evitar que gritasse.
O rancheiro, ao ouvir estas inesperadas palavras, ficou estupefacto. Não percebia o procedimento do seu extraordinário visitante.
— Que deseja? — perguntou com curiosidade.
— Soube que se encontra em dificuldades e vim auxiliá-lo.
Holper olhou com surpresa o seu interlocutor. Ia responder, quando ouviu uns passos apressados que se aproximavam.
— É sua esposa, Holper? — sussurrou o desconhecido.
— Sim.
— Diga-lhe que não se assuste.
— Quem bateu? — perguntou a mulher.
— Trata-se de um amigo, Mary, ou pelo menos, ele diz que o é.
Mary Holper retrocedeu um passo, assustada, ao ver o aspeto do visitante.
— Não se preocupe com a minha indumentária, senhora Holper. Disse a verdade quando afirmei que sou um amigo.
O tom em que foram pronunciadas estas palavras tranquilizou a mulher, que o convidou amavelmente:
— Quer entrar?
O mascarado, voltando as costas a Holper, entrou na casa de jantar. O rancheiro convenceu-se de que as palavras do visitante eram verdadeiras, porque, se tivesse más intenções procederia de forma diferente.
— É certo o que lhe perguntei há pouco, Holper?
— Sim. Amanhã serei despojado deste rancho.
— Que pensa fazer?
— Abandoná-lo. De contrário, o xerife, os seus comissários e os homens de Hunt, matar-me-ão.
— Que quantia deve a Alexandre Hunt?
— Mil e quatrocentos dólares.
— Bem... — O desconhecido tirou da algibeira um rolo de notas e pô-lo em cima da mesa. — Aqui terá mil e quinhentos.
Os esposos contemplaram assombrados aquelas notas em, constituíam a sua salvação. Mal davam crédito ao acabavam de ouvir.
— Que significa isto? — inquiriu Holper.
— Significa que poderá pagar a dívida que contraiu com Alexandre Hunt — interrompeu o mascarado. — O resto carece de importância para si.
— Mas em que condições me entrega este dinheiro?
— Uma, muito importante: que não digam a ninguém a visita que lhes fiz.
— Senhor, isto é a nossa salvação — disse o rancheiro, comovido.
-- Assim o pensei.
Os esposos julgavam perceber atrás do lenço azul um sorriso. Pelas faces de Mary deslizavam duas lágrimas.
— Como lhe poderemos agradecer? — disse Holper.
O mascarado, por simples resposta, estendeu-lhe a mão direita, enluvada, que o rancheiro apertou com profundo reconhecimento. Mary deixou-se cair de joelhos e tentou beijar a mão do seu salvador, mas este impediu-o com um movimento brusco.
— Por favor, senhora Holper.
— Que Deus o proteja! — exclamou a boa mulher com efusão.
O mascarado fez um cumprimento de despedida e atravessou o compartimento com rapidez. Antes que os dois esposos saíssem da sua estupefação, ouviram abrir-se e fechar-se a porta da casa.
Holper agarrou os ombros da mulher e, emocionado, exclamou:
— Mary, Deus salvou-nos! Já não temos de nos ir embora!
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