Rund Bakersham era um homem alto, muito forte e dono de uma vitalidade espantosa, que o fazia aparentar dez anos menos dos quarenta e sete que já contava. Ainda era capaz de dobrar uma ferradura com as mãos e de se manter na sela do seu cavalo o dobro do tempo que os seus cavaleiros, sem sentir necessidade de dormir ou de comer. Possuía um apetite equivalente à sua formidável compleição, mas esse apetite não estava somente limitado à simples alimentação, ele desejava possuir tudo e de tudo em limites incalculáveis, tal como a sua insaciável ambição o exigia.
Bakersham estava furioso naquele momento. Um dos motivos da sua cólera era Coral Fenner ; o outro era um indivíduo a quem um grupo dos seus vaqueiros tinham aprisionado por andar junto de uma pequena manada de reses.
Sem hesitação, os vaqueiros levaram o homem à presença de Barkersham. O rancheiro naquele momento não se sentia indulgente.
— Os ladrões de gado não têm senão uma pena nesta comarca! — gritou colérico, batendo com o punho sobre a mesa do escritório. — Levem-no lá para fora e enforquem-no sem mais contemplações.
— Sim, senhor Bakersham --responderam ao mesmo tempo os vaqueiros.
O desventurado indivíduo foi arrastado para fora da casa apesar dos seus protestos. Com uma ânsia mórbida de ver morrer o homem -que tinha ousado assaltar uma das suas manadas, seguiu o grupo até o local onde devia efetuar-se a execução.
Ficava a uns trezentos metros do edifício principal do rancho, junto de um precipício que caía quase na vertical. Naquele ponto, o despenhadeiro fazia uma entrada em forma de ferradura, muito estreito, três metros quanto muito, e em cada um dos bordos estava cravado profundamente no solo um poste vertical.
Uma sólida viga transversal unia ambos os postes, ficando a uma altura de dois metros e meio do chão. Mas por baixo, até ao fundo da garganta do despenhadeiro, havia mais de trezentos metros de profundidade.
O homem foi conduzido até àquela forca, com as mãos amarradas às costas com uma corda que um dos vaqueiros lhe tinha posto. Os seus gritos faziam estremecer, mas os homens que o sujeitavam, não pareciam impressionar-se demasiado com os seus protestos; Pelo contrário, riam e respondiam com piadas aos alaridos de espanto do desgraçado.
A viga transversal já tinha a respetiva corda a qual passava por uma ranhura praticada na parte superior da mesma, enquanto o outro extremo estava atado a uma barra solidamente fincada no chão. Agarrando-se a um dos postes, com uma mão, um dos vaqueiros estendeu a outra e agarrou o extremo que tinha o laço.
— Esperem,--disse alguém. — O senhor Bakersham vem aí.
— Está bem, mas entretanto, podemos ir preparando tudo, não? — respondeu o que segurava o laço, passando-o à volta do pescoço do prisioneiro.
Os olhos deste desorbitaram-se desmedidamente, ao mesmo tempo que os seus dentes se entrechocavam. Naquele momento já não se sentia capaz de coordenar as suas ideias.
Bakersham chegou junto ao poste de execução. Olhou friamente para o homem.
— Ninguém rouba nas minhas terras uma vaca sem sofrer o castigo correspondente— disse com acento feroz. — Se tens alguma mensagem para cá deixar, ainda estás a tempo; concedo-te um minuto para que digas o que quiseres.
Grossas gotas de suor caíam pelo rosto do desgraçado. Este fazendo um esforço conseguiu falar.
— Estou inocente — disse. Um dia também te hão--de enforcar a ti. Isto é tudo o que tenho para te dizer, Bakersham. Pretendes ser um homem justo e não consegues ser mais do que um criminoso e um foragido, que anseia ser o personagem mais importante desta comarca. Mas alguém virá um dia e cortará os teus sonos de grandeza. Isto é tudo o que tenho para dizer... se algum destes vir algum dia a minha mulher, quero que lhe digam que morri estando inocente do delito que me acusam.
Bakersham não se impressionou com o vaticínio que acabavam de lhe dirigir.
— Isso é tudo, McGary ? — perguntou friamente.
O prisioneiro não lhe respondeu. Então, Bakersham levantou a mão.
— Acabem com ele — ordenou.
Um dos vaqueiros deu um forte empurrão a McGary. Este vacilava espantosamente à medida que se aproximava do precipício. O seu grito repercutiu-se de rocha em rocha.
De repente caiu, afogando-se o grito na sua garganta quando se apertou a corda em torno da mesma. O ranger da corda soou de uma maneira assustadora.
Imediatamente ouviu-se outro ranger. Como consequência do peso recebido, a corda acabara de se quebrar e o infeliz McGary foi lançado no espaço que ficava sob si mesmo e que descia uns trezentos metros de profundidade. O seu corpo descreveu uma ampla parábola, antes de chocar com a primeira saliência, que ficava a uns sessenta metros mais abaixo.
Fascinados pela cena, os vaqueiros presenciaram os saltos do corpo do desgraçado, que se destroçava a cada choque que sofria ao embater na parede de rocha, Por fim, parou na base do despenhadeiro, completamente embutido no solo.
Um enorme silêncio se registou no local da execução. Um dos vaqueiros limpou o suor que lhe escorria pelo rosto.
Bakersham foi o primeiro a quebrar aquele silêncio, e a sua voz soou fria, sem emoção.
— É preciso mudar a corda --disse. — Sem dúvida tinha apodrecido devido às últimas chuvas.
Bakersham estava furioso naquele momento. Um dos motivos da sua cólera era Coral Fenner ; o outro era um indivíduo a quem um grupo dos seus vaqueiros tinham aprisionado por andar junto de uma pequena manada de reses.
Sem hesitação, os vaqueiros levaram o homem à presença de Barkersham. O rancheiro naquele momento não se sentia indulgente.
— Os ladrões de gado não têm senão uma pena nesta comarca! — gritou colérico, batendo com o punho sobre a mesa do escritório. — Levem-no lá para fora e enforquem-no sem mais contemplações.
— Sim, senhor Bakersham --responderam ao mesmo tempo os vaqueiros.
O desventurado indivíduo foi arrastado para fora da casa apesar dos seus protestos. Com uma ânsia mórbida de ver morrer o homem -que tinha ousado assaltar uma das suas manadas, seguiu o grupo até o local onde devia efetuar-se a execução.
Ficava a uns trezentos metros do edifício principal do rancho, junto de um precipício que caía quase na vertical. Naquele ponto, o despenhadeiro fazia uma entrada em forma de ferradura, muito estreito, três metros quanto muito, e em cada um dos bordos estava cravado profundamente no solo um poste vertical.
Uma sólida viga transversal unia ambos os postes, ficando a uma altura de dois metros e meio do chão. Mas por baixo, até ao fundo da garganta do despenhadeiro, havia mais de trezentos metros de profundidade.
O homem foi conduzido até àquela forca, com as mãos amarradas às costas com uma corda que um dos vaqueiros lhe tinha posto. Os seus gritos faziam estremecer, mas os homens que o sujeitavam, não pareciam impressionar-se demasiado com os seus protestos; Pelo contrário, riam e respondiam com piadas aos alaridos de espanto do desgraçado.
A viga transversal já tinha a respetiva corda a qual passava por uma ranhura praticada na parte superior da mesma, enquanto o outro extremo estava atado a uma barra solidamente fincada no chão. Agarrando-se a um dos postes, com uma mão, um dos vaqueiros estendeu a outra e agarrou o extremo que tinha o laço.
— Esperem,--disse alguém. — O senhor Bakersham vem aí.
— Está bem, mas entretanto, podemos ir preparando tudo, não? — respondeu o que segurava o laço, passando-o à volta do pescoço do prisioneiro.
Os olhos deste desorbitaram-se desmedidamente, ao mesmo tempo que os seus dentes se entrechocavam. Naquele momento já não se sentia capaz de coordenar as suas ideias.
Bakersham chegou junto ao poste de execução. Olhou friamente para o homem.
— Ninguém rouba nas minhas terras uma vaca sem sofrer o castigo correspondente— disse com acento feroz. — Se tens alguma mensagem para cá deixar, ainda estás a tempo; concedo-te um minuto para que digas o que quiseres.
Grossas gotas de suor caíam pelo rosto do desgraçado. Este fazendo um esforço conseguiu falar.
— Estou inocente — disse. Um dia também te hão--de enforcar a ti. Isto é tudo o que tenho para te dizer, Bakersham. Pretendes ser um homem justo e não consegues ser mais do que um criminoso e um foragido, que anseia ser o personagem mais importante desta comarca. Mas alguém virá um dia e cortará os teus sonos de grandeza. Isto é tudo o que tenho para dizer... se algum destes vir algum dia a minha mulher, quero que lhe digam que morri estando inocente do delito que me acusam.
Bakersham não se impressionou com o vaticínio que acabavam de lhe dirigir.
— Isso é tudo, McGary ? — perguntou friamente.
O prisioneiro não lhe respondeu. Então, Bakersham levantou a mão.
— Acabem com ele — ordenou.
Um dos vaqueiros deu um forte empurrão a McGary. Este vacilava espantosamente à medida que se aproximava do precipício. O seu grito repercutiu-se de rocha em rocha.
De repente caiu, afogando-se o grito na sua garganta quando se apertou a corda em torno da mesma. O ranger da corda soou de uma maneira assustadora.
Imediatamente ouviu-se outro ranger. Como consequência do peso recebido, a corda acabara de se quebrar e o infeliz McGary foi lançado no espaço que ficava sob si mesmo e que descia uns trezentos metros de profundidade. O seu corpo descreveu uma ampla parábola, antes de chocar com a primeira saliência, que ficava a uns sessenta metros mais abaixo.
Fascinados pela cena, os vaqueiros presenciaram os saltos do corpo do desgraçado, que se destroçava a cada choque que sofria ao embater na parede de rocha, Por fim, parou na base do despenhadeiro, completamente embutido no solo.
Um enorme silêncio se registou no local da execução. Um dos vaqueiros limpou o suor que lhe escorria pelo rosto.
Bakersham foi o primeiro a quebrar aquele silêncio, e a sua voz soou fria, sem emoção.
— É preciso mudar a corda --disse. — Sem dúvida tinha apodrecido devido às últimas chuvas.
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