Subitamente, tomei-a nos meus braços levantando-a facilmente e, sentando-me na cama, deitei-a de bruços nos meus joelhos.
Esperneou furiosa, tentando escapar-se e intentou morder-me, mas, apoiando o meu cotovelo esquerdo na sua nuca, obriguei-a a mergulhar a cara contra a roupa da cama e, em seguida, dediquei-me a, conscienciosamente, dar-lhe uma boa sova na parte mais carnuda do seu corpo.
Jovem e forte, debatia-se furiosamente mas, apesar de tudo e ainda que me dirigisse profusamente ameaças e impropérios, meio sufocada, lutando para tirar a cabeça, para que a colcha não abafasse as suas palavras agressivas, não pensou, nem um só instante em pedir auxílio ou, pelo menos, absteve-se de o fazer. Indubitavelmente o seu orgulho impedia-a de gritar.
- Bem, Maureen – disse por fim, - se agora estiveres quietinha, soltar-te-ei e partirei tão pacificamente quanto tu o desejares.
Sem esperar a sua resposta soltei-a, levantando-me vivamente, pois temia bastante que aquela gata raivosa se atirasse sobre mim, tentando arranhar-me. Mas fi-lo com tal rapidez que não lhe dei tempo a levantar-se e caiu no chão de onde voltou para mim a sua cara molhada pelas lágrimas e, com grande assombro, surpreendi uma luz estranha nos seus enormes olhos.
Tinha esperado encontrar neles desejos de vingança, labaredas de cólera homicida e, em vez disso, apareciam-me húmidos, mansos, vencidos. A irascível e orgulhosa Maureen Kinney estava domada!
(Coleção Arizona, nº 6)
(Coleção Arizona, nº 6)
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