Embora a distância fosse muito grande para uma espingarda de
caça, a rapariga apontou e disparou contra a figura de «Rugas» Lee.
O certo é que os chumbos mal se cravaram na pele do
mexicano. Mas fizeram-no dar um salto e sair da frente da porta, mergulhando na escuridão.
A filha do xerife ficou aterrada ao verificar que havia
falhado. Que ia acontecer agora?
- Quem disparou? Quem está aí agora? – perguntou o juiz.
- Sou eu! Ellen! – gritou aterrada, sentindo os passos de
«Rugas» no passeio, aproximando-se dela.
Dentro da taberna produziu-se um alvoroço. Todos gritavam à
rapariga que fugisse dali. Mas ela parecia pregada ao chão, ao ouvir aqueles
passos!
O sangue gelou-se-lhe nas veias. Começou a recuar ao ver aparecer,
como um fantasma, a figura do mexicano. Mas aquilo não conduzia a nada. Então o
terror que a dominava, transformou-se em instinto de conservação. Sem saber
como, Ellen levantou a espingarda e disparou o segundo tiro contra «Rugas»
Lee.
Quando o fumo desapareceu, viu um espetáculo terrível.
«Rugas» tinha o rosto todo perfurado pelos grão de chumbo e a escorrer sangue
por todos os orifícios.
O bandido, depois do primeiro momento de surpresa, correu
para a jovem dando gritos selvagens.
A rapariga soltou a espingarda e deitou a correr para a
taberna, perseguida por «Rugas».
Não ouviu nada nem viu nada. Não viu que Winter, ao ouvir o
segundo tiro, saltou por cima dos cadáveres. O Xerife e Arthur seguiram-no
imediatamente.
Ao chegar ao passeio, deparou com o espetáculo de «Rugas
Lee» com o rosto coberto de sangue e prestes a alcançar Ellen. Esvaziou o
tambor do revólver. Disparou até que o mexicano deixou de estremecer.
Ellen apenas soube disto quando voltou a si, caída no chão,
chorando nos braços do seu velho pai.
Sem comentários:
Enviar um comentário