quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

BIS153. O assassino levava flores

(Coleção Bisonte, nº 153)
 
Enid, a próspera cidade que de ano para ano crescia a olhos vistos, estava situada no território do Cherokee, que tinha uma vastidão de três milhões e um quarto de hectares, ao sul da fronteira com o Kansas e fora propriedade dos índios até mil oitocentos e noventa e três. Por essa altura, o Governo comprou-o à tribo «cherokee» e, depois de dividido em parcelas de oitenta hectares, fez a sua adjudicação aos interessados pelo sistema da «Corrida».
Quando havia uma corrida, ou seja, a distribuição de terreno pelo Governo aos colonos que o quisessem cultivar, vinha gente de quase todos os pontos do Oeste. Colocavam-se numa linha demarcada antecipadamente é às vezes esperavam duas e mais semanas pelo dia da «Corrida», para reservarem um local bom para a partida do despique.
Nesse dia, todos os interessados se colocavam na linha, ou meta, que era vigiada pelos agentes da Lei, de modo a que ninguém se adiantasse. Via-se toda a espécie de viaturas; carroças pesadas, ou outras mais leves, mas era maior a percentagem de cavaleiros montados em cavalos fogosos. Na maioria os solípedes estavam selados e estendiam-se pela linha até se perder de vista. O objetivo de cada homem era chegar primeiro ao terreno cobiçado e estava deste modo legalizada a posse.
Ao contrário do modo buliçoso como se dera a apropriação da terra na região, Enid era uma cidade pacata gerida por um xerife taciturno apoiado num rapaz meio amalucado e explorada por um sovina que parecia dono de tudo.
É nesta cidade calma que ocorre o assassinato do usurário e posteriormente a chegada do seu herdeiro a qual era no mínimo estranha para a autoridade. O xerife encontrou ali um bom ponto de referência para a pesquisa a qual teve de conciliar com a atenção ao rancho e a quem nele vivia dispensada por um ajudante que gostava de cavalgar.
Obra de um autor português, disfarçado no pseudónimo John Washinton, este livro é de agradável leitura e dele vamos proporcionar algumas passagens que são como que um retrato caraterizador dos que habitavam Enid, reunindo o que restava da população índia até aos que chegavam para se aproveitar de uma situação.

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