sexta-feira, 15 de maio de 2015

PAS467. Uma estrela furada

O presidente da edilidade de Lander mostrava na palma da sua mão uma brilhante estrela de prata com a inscrição: XERIFE.
Rose, lentamente, meneou negativamente a cabeça, enquanto um amargo sorriso lhe assomava aos lábios. Ao mesmo tempo, apertou com força contra si a filha do amigo, morto.
— Não, presidente, não posso aceitar isso. Não conseguirão colocar-me essa chapa no peito...
— Compreendo — e Howard inclinou a cabeça. — Tem toda a razão para proceder assim. Foi um xerife perfeito, enquanto durou a emergência que o obrigou a assumir o cargo. Mas agora não quer continuar e talvez faça bem. Não merecemos novos sacrifícios seus.
— Se aceitasse o cargo, não seria pelos senhores. Por nenhum dos senhores, porque todos são egoístas, falsos e pouco corajosos a meus olhos, agora mais endurecidos do que nunca.
Fez uma pausa.
— No entanto, há alguém que me obriga a aceitar o cargo: Dan Colman. Para bem ou para mal, seguirei o caminho que ele me marcou. Ele ensinou-me a amar a Lei e foi ele que me apontou o verdadeiro caminho: da coragem e do dever. Por ele, e só por ele, serei o xerife de Lander, meus senhores.
— Obrigado, Rose — e Howard voltou a apresentar a estrela a Joel Rose.
Mas, ante a surpresa geral, o jovem voltou a recusar com um firme movimento ide cabeça, rebuscando no bolso superior da sua camisa, de onde extraiu a estrela perfurada que mostrou com orgulho legítimo aos presentes, enquanto os olhos de Cynthia se marejavam de lágrimas.
— Esta será a minha insígnia, senhores. A que defendeu o homem íntegro e excecional que a usou. Por ela soube morrer, sem nunca se render ou ceder jamais, abandonado de todos. É a mais bela de todas estrelas de xerife.
No peito de Joel Rose, a estrela esburacada de Dan Colman cintilou, pujante de vida, como um símbolo da sua força e do que ela tinha representado para o novo xerife daquela pequena cidade de Wyoming...

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