sábado, 31 de agosto de 2013
CNT002. Um homem do Oeste
Conto originalmente publicado no Mundo de Aventuras, nº 367, com autoria de Orlando Marques e desenhos de José Antunes.
Orlando Marques foi um contista em várias áreas temáticas e muitos dos seus trabalhos foram publicados no Mundo de Aventuras, primeira e segunda série. É fácil encontrar referências a este autor na Biblioteca Nacional. Pelo menos para nós, José Antunes é completamente desconhecido, não nos tendo sido possível encontrar outros trabalhos, embora admitamos que não colaborasse neste por acaso.
O conto é apresentado na íntegra através duma digitalização do MA. O leitor poderá vê-lo com a dimensão original se o abrir numa janela aparte e depois clicar sobre o mesmo.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
CWB014. O ás de espadas
Sempre pensara ser filho daquele homem que o educara e lhe ensinara todos os segredos com as armas e, de repente, aquela revelação mudou toda a sua vida.
"Caímos sobre o rancho de surpresa. Não ficou ninguém vivo. Eu fiquei para trás vigiando. Não convinha deixar qualquer testemunha. Retirava-me por fim quando ouvi o choro de uma criança. Aproximei-me para... Agarrei-o pensando deixá-lo em qualquer parte. Essa criança eras tu... Julgaram endoidecer quando me viram contigo. Discutimos, mas chegámos a acordo... Aquela foi a nossa última aventura. Separámo-nos quando vendemos o gado roubado. Eu fiquei contigo...
Os teus pais morreram. Vi-os ambos juntos, caídos no chão e cobertos de sangue. Teu pai jogava as cartas e ficou com um ás de espadas na mão...".
A partir daquele momento abandonou tudo o que pertencera àquele bandido que o criara e os velhos companheiros deste foram aparecendo mortos com um ás de espadas sobre o corpo. A sua fama ultrapassou todas as fronteiras... e um dia voltou à terra natal onde, com surpresa, reencontrou as suas raízes e algo mais...
Eis um livro de Joe Mogar, autor com 52 obras registadas em Portugal.
A capa, assinada por um Francisco Savi, mostra um homem abatido e uma jovem perante aquele que ficou conhecido como o "Ás Negro".
(Coleção Cowboy, nº 14)
(Coleção Cowboy, nº 14)
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
POL017. Por caminhos opostos
(Coleção Pólvora, nº 17)
Três amigos, após múltiplas aventuras, separaram-se com a
intenção de se reencontraram no mesmo local um ano depois.
No dia combinado todos se dirigiram para lá. Mas os caminhos
distintos que seguiram impediram que o reencontro se realizasse. Um deles, convertido
em assassino, foi morto em perseguição que ocorreu quando se dirigia para o
reencontro. Um outro, ladrão de gado, caiu num ninho de cobras de onde não
conseguiu sair. Finalmente, o melhor deles, encontrou uma jovem linda a quem
livrou da morte e encontrou a felicidade. Foi este o único a chegar ao ponto de
encontro. Passado algumas horas, consumido pela angústia de nada saber do que
acontecera com os amigos, regressou aos braços da esposa amada.
O livro é o retrato das três situações, elaborado com a
perícia de Fel Marty. Apesar de tudo, não consegue tirar a ideia de ser a soma
de três histórias diferentes.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
PAS057. O segredo do velho mineiro
Mc Dawson, o xerife, tinha a espingarda empunhada e um
sorriso trocista nos lábios. A surpresa que ocasionara dava-lhe certo prazer.
Só não compreendia a razão do mascarado voltar até ali com a mala-posta e o que
pretendia fazer com aquele homem e aquela rapariga. Mas isso também pouco lhe
interessava, pois a sua missão era prender o assassino de Dungan – e ele estava
ali, com o seu fato estranho, ao alcance do ponto de mira da sua arma.
Todos os presentes levantaram os braços e o xerife, numa
atitude que reconheceu cheia de dignidade, desceu das rochas, fazendo um sinal
com o braço, para que os seus homens os seguissem.
Rapidamente desarmados, ficaram À mercê do representante da
lei. A rapariga tremia e os seus olhos tinham reflexos de terror. E por
instantes o silêncio no vale não foi interrompido…
O Xerife que saboreava a espetativa como se fosse um
bom«whiskye», atravessou com lentidão o espaço que o separava do mascarado e,
ante o olhar irónico deste, - coisa que o perturbou, - tirou-lhe o capuz num
gesto seco.
Se esperava encontrar alguém conhecido, enganou-se. A cara
que surgiu À luz do dia era estranha para todos.
- Como se chama? – perguntou Mc Dawson.
- Corvo! – respondeu o outro.
O xerife teve uma gargalhada.
- Isso não é nome de gente!
Mas não obteve resposta. O ex-embuçado tinha o rosto vincado
em pedra e nem uma das feições se alterou com aquela exclamação.
- Que faz? – voltou o xerife.
- Persigo o Mal e luto pela Justiça!
A frase era sonante demais para não chamar a atenção. Mc
Dawson, já aborrecido com o rumo dos acontecimentos, concluiu:
- Bem! Deixemos as representações para o «saloon»… Em nome
da lei, está preso pela morte de Dungan!
O Corvo teve um gesto de ironia e emendou:
-Está enganado, xerife. Essas palavras não são para mim, são
para aquele senhor! – e apontava para o passageiro da mala-posta.
Mc Dawson voltou-se, impelido pela firmeza com que o Corvo
fizera aquela afirmação, e teve um cumprimento:
- Well, Mr. Peacock. Em viagem de negócios, não? Muito hábil
é este bandido em querer metê-lo nesta embrulhada! – e voltando-se para o
Corvo: - O seu plano não era mau. Pelo menos, tinha a vantagem de estabelecer
confusão. Porém, esqueceu-se que já conheço há muitos anos Mr. Peacock e que
ele é uma das pessoas mais consideradas de «White City>. Além disso, é o
banqueiro da cidade e nada há que brigue com a sua honestidade. É pena, mas
como vê, errou no alvo…
O Corvo, sem se alterar, deixou cair os braços e com à
vontade que tocava as raias da loucura, ignorando os canos que o visavam,
avançou na direção do banqueiro e da rapariga.
- Com autorização do seu amigo xerife. Meu caro banqueiro,
vamos continuar a conversa que ele veio interromper.
O outro teve um estremecimento e gritou para o representante
da lei:
- Eh! Mc Dawson! Não deixe que este homem me aborreça com as
suas palavras. Se é um assassino, prenda-o! De contrário, mande-o embora!
O xerife ia para intervir, mas a voz do Corvo fê-lo mudar de
ideias.
- Um momento. Perante todos acusei este homem da morte de
Dungan e tenho o direito de justificar a acusação. Se não mo deixarem fazer,
atraiçoam todos os princípios da Lei.
A rapariga olhava admirada para o estranho e sentia que ele
fosse realmente o assassino de seu pai. Via uns olhos grandes, muito negros,
que não podiam mentir nem ser falsos…
- Já caminhava há oito dias para «White City». Uma noite
resolvi acampar neste vale. Preparava o jantar quando ouvi uma voz por trás
daquele rochedo – e o Corvo apontou para umas rochas que se elevavam a pequena
distância. – Caminhei para lá e encontrei um pobre velho louco de alegria que
revirava nas mãos algumas pedras de ouro. Assim que me viu, escondeu-as e
julgou-me ladrão. Tranquilizei-o e tive o prazer de ouvir da sua boca a revelação
extraordinária de que neste vale existe uma grande mina do precioso metal.
Aconselhei-o a voltar para a cidade e registar os terrenos no banco. Pediu-me
para que não o abandonasse e prometeu-me tornar capataz, logo que iniciasse a
exploração da mina. Disse-me quinda que tinha uma filha e que lhe ia escrever
para ela voltar… E o velho Dungan, pois era ele, partiu feliz para «White
City». Dois dias depois, quando me preparava para o visitar, vi Peacock entrar
sorrateiramente na sua cabana… Como se adivinhasse qualquer coisa de mau,
corri, mas já só encontrei o cadáver do velho. E uma pancada traiçoeira na
cabeça arrancou-me a consciência. O resto já todos sabem. Falta esclarecer,
simplesmente, e isto só agora compreendi, que Peacock, como banqueiro, recebeu
da boca de Dungan a declaração da descoberta da mina e, sabendo que o velho era
sozinho na vida, tendo somente esta filha, resolveu suprimir a ambos. Primeiro,
o pai; à chegada da filha, viu-a e quando ele, depois, assistiu, resolveu
voltar, pois nada fazia em «White City», pensou em suprimi-la Sem qualquer
pretendente, a mina revertia a favor do Banco!
O silêncio era maior do que nunca. Peacock, cabisbaixo, sem
uma palavra, avançou para o xerife. Este obrigou-o a voltar para a mala-posta,
com a rapariga e, quando se preparava para agradecer, viu que o Corvo saltava
para o cavalo e, com um aceno de despedida, lançava a montada a galope através
do Vale…
A seguir: Coleção Pólvora, nº 16 - Combatentes do Norte
PAS056. A estranha fuga do mascarado
O xerife empunhou a arma, mas nem sequer se chegou a servir
dela. O mascarado, como se compreendesse as suas intenções e conhecesse a sua
ótima pontaria, acabara de se encobrir com um acidente de terreno. E a
perseguição continuou implacável, assinalada pelas grossas nuvens de poeira que
se erguiam no ar e também pelo bater cadenciado doa cascos dos cavalos no solo.
O mascarado jogava numa partida de sorte. Sabia
perfeitamente que, se se deixasse apanhar, nem sequer teria tempo para
respirar… Por isso, facilitava o galope do animal. Auxiliando-lhe os movimentos
rítmicos do corpo, ora se sentando, ora se levantando.
Cavalgavam, agora, em plena planície, por um caminho
enroscado entre ervas. O xerife e os companheiros aumentavam de esforços, e a
esperança de caçar o fugitivo, dava-lhes energias novas.
A planície passara. Perseguido e perseguidores entraram num
amplo vale, que todos conheciam pelo nome de «Vale dos Trovões». Ali, por o solo
ser empedrado, as montadas tinham mais dificuldade em galopar. A corrida
diminuiu de impetuosidade, mas os ânimos não arrefeceram. O xerife, então,
parecia um possesso em cima do cavalo. Gritava, gesticulava, e ameaçava o
mascarado repetidas vezes com o «colt».
O «Vale dos Trovões», entretanto, ficara para trás.
Novamente, a planície se estendeu sob as patas das montadas. Porém, um novo
personagem entrara em cena. A mala-posta de «White City» rodava à frente dos
«cow-boys», puxada por fortes parelhas de cavalos.
Este facto deu ao mascarado uma alegria estranha, e uma
ideia que logo pôs em prática. Incitou com mais energia o cavalo e procurou
alcançar o carro. A luta entre o veículo e o animal pouco durou, pois,
instantes volvidos, alcançava a mala-posta e, num salto pleno de agilidade e
decisão, segurava-se nos varões e ficava bem agarrado. Depois, num esforço
extraordinário, dificultado pela corrente de ar, elevava-se até ao tejadilho e
deixou-se ficar estendido a todo o comprimento.
O boleeiro, que assistira a toda a cena, nada dissera nem
interviera, mas logo que as figuras do xerife e dos companheiros se definiram
na retaguarda, tentou fazer parar as parelhas. Compreendia que o negócio era
com a justiça – e ele talvez não tivesse a consciência muito tranquila…
É claro que a intenção não passou do primeiro gesto! Porque,
ao segundo, foi interrompido pela voz dura do mascarado:
- Mude de ideias, amigo. Ao contrário do que quer, fustigue
antes os cavalos! Força!.
O boleeiro, sem hesitar, assim fez. E os animais esticaram
mais os músculos na ânsia de ganharem terreno, naquela corrida diabólica.
Contornaram a planície e ficaram ocultos da vista do xerife.
Então, o mascarado saltou para o lado do boleeiro e, sem dizer qualquer
palavra, tirou-lhe as rédeas das mãos.
Com perícia levou as parelhas, sem abrandarem o galope, para
um estreito caminho entre montanhas de rocha e teve uma exclamação:
- Agora para o Vale dos Trovões!
O homem que ia a seu lado teve uma careta de protesto,
chegou a murmurar uma pergunta:
- Para trás?
Mas acabou por fixar a vista na pequenina janela que
comunicava com o interior da carruagem. Aí, alheios a tudo quanto se passava,
ia um homem de quarenta anos, robusto e de grandes músculos, e uma rapariga
loira, de idade não superior a vinte anos.
O xerife levantou o braço e a comitiva suspendeu a correria.
Todos olharam para o solo e sem o representante da lei dizer qualquer palavra,
compreenderam que a mala-posta mudara de rumo.
- Foi para o Vale! – exclamou o xerife. – Não compreendo
porque voltaram para trás! No entanto, para que não nos escapem, vão dois
homens por este atalho e os restantes vêm comigo pelo atalude, e assim
chegaremos lá primeiro do que eles!
Os dois homens indicados seguiram o sulco que as rodas da
carruagem deixaram e o resto do grupo seguiu o xerife. Um quarto de hora
depois, chegaram ao centro do Vale dos Trovões. Desmontaram rapidamente e
espalharam-se pelas rochas, de armas em riste.
A seguir, a mala-posta irrompeu no estreito espaço e fez
alto com grande alarido. Atrás do carro apareceu o cavalo do mascarado.
O boleeiro saltou, seguido do companheiro de assento, e
pouco de pois a porta abria-se para sair o homem e a rapariga. O primeiro, logo
que olhou à volta, teve um grito de raiva:
- O Vale dos Trovões!
- É verdade; a propósito, quero apresentar-lhe esta menina…
O passageiro, entre surpreendido e cauteloso, teve um esgar
de aborrecimento:
- Não compreendo o que quer dizer! Não o conheço a si nem ao
seu fato idiota! E nem me interessa conhecer esta senhora! – e voltando-se para
o boleeiro: - Quanto a si, quero que explique a razão deste desvio no caminho!
Quando chegarmos a Denver, apresentarei queixa na agência!
O boleeiro coçou a cabeça de atrapalhado, mas foi o
mascarado quem respondeu:
- Oiça, amigo! Não seja impulsivo. Disse que lhe queria
apresentar esta menina e vou fazê-lo… Chama-se Mary Dungan! Para me tornar mais
explícito: a filha de Dungan!
O homem fez-se pálido e a rapariga olhou para o mascarado,
admirada de este conhecer a sua identidade. E, quando ia para falar, uma voz
gritante saiu das rochas:
-Eh! Acabou-se a assembleia! Estão todos presos!
E a figura de Mc Dawson, o xerife, surgiu perante o espanto
de todos…
A seguir: O segredo do velho mineiro
A seguir: O segredo do velho mineiro
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
PAS055. O Corvo
A cidade estava envolvida pela noite. As casas eram sombras
projetadas na escuridão dum inverno que passava tempestuoso e rebelde. O solo,
revolvido e enlameado por chuvas recentes, tinha brilho cinzento e mostrava-se
quase intransponível.
Uma única luz, composta por grosseira lanterna colocada
sobre os batentes da porta do «saloon», deixava que se divisasse a pequena
distância um tosco letreiro em madeira, onde se lia em carateres deformados as
seguintes palavras: «White City».
Junto a essa indicação territorial, movia-se um indivíduo
envolto em ampla capa negra, que procurava abafar os menores ruídos, mesmo
aqueles causados pelo chapinhar das botas na lama líquida. Tinha o rosto e a
cabeça ocultos sob um capuz estranho, que mostrava unicamente uns olhos
grandes, repletos de audácia e energia.
Os movimentos cautelosos, felinos, encaminhavam-no no
sentido de uma pequena habitação, situada na vertical do «saloon». Quando
atingiu a porta, bateu levemente com os nós dos dedos e esperou. Os segundos
passaram e, como resposta à sua chamada, ficara, simplesmente, o ténue
repercutir das pancadas.
Resoluto, fez desandar o fecho e penetrou numa sala onde
predominava o cheiro a gordura derretida. Parou a poucos passos da entrada e
tentou observar o que se passava para além das trevas.
Subitamente, teve a sensação da presença de mais alguém.
Susteve a respiração e os olhos, agora, duplicavam o esforço de descobrir tudo
quanto o rodeava.
Isso não evitou, porém, que um vulto traiçoeiro se
aproximasse pelas suas costas, e que, lentamente, com precisão, lhe vibrasse um
violento golpe na nuca, que o prostrou redondamente no soalho…
**
Um «cow-boy» entrou, de roldão, no escritório do xerife e
com grandes gestos começou a gritar:
- Mc Dawson! Mc Dawson!
O interpelado surgiu no limiar da porta que comunicava com a
sala das prisões e teve uma careta de preocupação.
- Que se passa? – perguntou.
- Mataram Dungan! – respondeu o outro mal contendo o próprio
alvoroço das palavras.
O xerife teve um esgar de surpresa e, em dois pulos, atingiu
o varandim da entrada.
Deparou, imediatamente, com um grupo de homens que rodeava a
pequena habitação de Dungan, alguns dos quais, em gestos pouco
tranquilizadores, barafustavam em altos berros.
Mc Dawson aproximou-se e, vencendo a resistência do
amontoado, conseguiu entrar na sala. A um canto, o velho Dungan, estendido a todo
o comprimento do corpo, mostrava sinais de quem abandonara a vida; ao centro,
inanimado, um homem que vestia um traje pouco comum: um capuz negro, uma capa
negra, uma blusa negra, umas calças negras, umas botas negras – tudo negro.
O xerife, que obrigara os curiosos a deixar a sala, ficara
acompanhado do juiz da cidade, o rancheiro Sellis. Ambos fitavam o singular
personagem e, animados pela mesma ideia, curvaram-se e viraram o corpo inerte.
Só então viram que tinha as feições cobertas e que, na blusa, no meio dum
círculo, apresentava o desenho estilizado dum corvo.
Intrigados, procuraram retirar o capuz, mas, nesse instante,
o misterioso desconhecido esboçou os primeiros sintomas de vida.
Logo as duas autoridades se endireitaram, para aguardar que
o homem voltasse a si do desmaio. Este, pouco depois, sentava-se e levava as
mãos à cabeça, a tentar acalmar qualquer espécie de dor. Mas os olhos,
despertos da imobilização involuntária, voltaram a girar nas órbitas, e tiveram
um brilho de inteligência, como se compreendessem instantaneamente a cena que
os rodeava.
O mascarado levantou-se com lentidão e reparou no corpo de
Dungan. O xerife reparou que os seus punhos se fecharam com desespero.
Aproveitando essa reação, o representante da lei exclamou:
- Considere-se preso! Motivo: assassínio.
Uma nuvem desceu no olhar do mascarado e uma gargalhada de
escárnio ressoou sob o tecido do capuz.
-Preso!? – disse com voz metálica, sonora e ríspida. –
Parece-lhe, xerife, que depois de praticar semelhante acto, ficaria aqui à sua
espera? Há de convir que é pouco lógico…
O juiz, que ouviu a resposta, teve um sorriso.
- Porque, antes de falar, não tira essa máscara?
Outra gargalhada e o embuçado retorquiu:
- Não seja curioso, meu caro senhor. Lembre-se que é um
defeito pouco natural num juiz…
Mc Dawson, já aborrecido com o diálogo, sacou o «colt» e
ordenou:
- Acompanhe-nos! Vai responder por este crime! E trate de
tirar o capuz, antes…
A última palavra desapareceu com o eco. Um pontapé violento
na mão, dado de improviso, arrebatara-lhe a arma dos dedos, enquanto um punho
fechado, com a força dum ariete, lhe martelava o queixo. Quanto ao rancheiro, só
teve tempo, tal a rapidez dos acontecimentos, de assistir, com cara pouco
digna, ao desaparecer do mascarado, em correria vertiginosa, por entre a
multidão de «cow-boys» estacionada em frente da habitação.
Minutos depois, o bater duro cascos dum cavalo na estrada,
anunciava a fuga do desconhecido…
Mc Dawson, o xerife, logo que se recompôs do soco, em
gritos, ordenou a perseguição. E quando, acompanhado de Silles, se preparava
para sair, um objeto brilhante, caído na soleira da porta, chamou-lhe a
atenção. Baixou-se, apanhou-o, verificou que era de prata e tinha o feitio de
um «C» maiúsculo. Olhou para o xerife e sem nada dizerem, compreenderam que
foram senhores da mesma ideia: o corvo que o mascarado ostentava na blusa!
Não acrescentaram nada e correram para os cavalos. Não
tardou que numeroso grupo de homens atravessasse a povoação, no encalce daquele
personagem com caraterísticas irreais.
Quando atingiram a planície, o xerife gritou de satisfação:
lá longe, o mascarado, que montava um belo cavalo branco, atravessava um
pequeno ribeiro, ao alcance das armas…
A seguir: A estranha fuga do mascarado
A seguir: A estranha fuga do mascarado
CNT001. O mistério do Vale dos Trovões
O primeiro conto no Passagens, que agora apresentamos, é da autoria de Edgar Caygill e é ilustrado por Vitor Péon, ambos bem conhecidos dos leitores portugueses das décadas de 50 e 60. O nome do autor é um pseudónimo de Roussada Pinto, um sujeito prolífero capaz de escrever um livro por noite e que foi bem conhecido como contista do Oeste e autor de romances policiais. Quanto a Péon teve um percurso nacional e internacional extremamente rico.
O conto, agora apresentado na íntegra, foi publicado em três números seguidos do Mundo de Aventuras (45, 46 e 47), entre 22 de Junho e 6 de Julho de 1950, num momento em que este jornal juvenil tinha feito uma importante mudança de formato: passou de uma revista gigante para um A4 com mais páginas.
O mistério do Vale dos Trovões ilustra bem as caraterísticas do seu autor: uma história cheia de acção, contada de um fôlego, com modificações surpreendentes no desenrolar, centrada num indivíduo em geral mais esperto que os outros. O conto é apresentado mantendo a estrutura original ostentada no MA à qual acrescentámos designações:
O leitor pode apreciar bem o estilo de Caygill, por vezes pouco rigoroso, e, no final, convidamo-lo a responder às questões seguintes:
Como é que o Corvo sabia que Mr. Peacock e a jovem iam na mala-posta?
Como é que o Corvo sabia que a jovem era filha do mineiro?
Como era possível levantar tanta poeira numa terra tão enlameada por um Inverno rigoroso?
Enfim, se Caygill estivesse entre nós, o que seria um prazer, com certeza encontraria uma boa resposta para estas inconsistências quanto mais não fosse a que se basearia na necessidade de trabalhar em alta velocidade quase sem poder fazer revisão.
domingo, 25 de agosto de 2013
POL015. A morte e tu!
(Coleção Pólvora, nº 15)
Alguém levou a Gary Jameson a notícia de que aquela que fora
sua noiva precisava da sua ajuda. Apesar de terem cortado relacionamento por
ela ter casado com outro homem, Gary partiu imediatamente para o rancho dela,
disposto a defendê-la em tudo que fosse necessário.
Una, assim se chamava ela, após a morte do marido, tinha
recebido várias propostas para venda do sancho, uma propriedade com pouco
valor, e, após ter recusado todas, passou a receber ameaças. Mãe de uma criança
de quatro anos, o pai cego, tinha por companhia a irmã mais velha, um irmão que
se metia constantemente nos copos e dois vaqueiros que se contentavam com um
magro salário.
A ação da novela faz com que Gary se venha a cruzar com a
vilã da história, dona de uma propriedade extremamente rica, mas ambiciosa a
qual procurava encontrar umas jóias que pensava terem sido guardadas no rancho
de Una pelo falecido marido desta. A partir daqui, a novela desenrola-se sem grande
interesse com tiroteio a torto e a direito.
Na companhia de Gary foram dois simpáticos mexicanos. Um
deles acabou por morrer vitimado pelas balas dos acólitos da ricalhaça. O outro
teve mais sorte e desposou a bela irmã de Una.
Passagens selecionadas:
PAS137. Recuperar o tempo perdido
PAS138. Investida de reses enlouquecidas
Passagens selecionadas:
PAS138. Investida de reses enlouquecidas
sábado, 24 de agosto de 2013
POL014. A invasão
(Coleção Pólvora, nº 14)
Um projeto de Lei, no Senado do Estado da Califórnia,
concedeu a Milton Lovelace, rancheiro, o direito de construir uma grande
represa, com o fim de acumular a água proveniente dos rios Fresno e São
Joaquim. O destino da água seria regar uma grande extensão de terreno que se
empregaria na cultura de arroz. Ninguém teria tido qualquer objeção a fazer a
semelhante projeto… se, entre todos aqueles milhares de hectares que se pensava
submergir debaixo de milhões de metros cúbicos de água, não se contassem as
melhores pastagens do condado. O facto de os terrenos pertencerem a Lovelace
não queria dizer nada. Os outros rancheiros levavam lá os seus rebanhos,
pagando os direitos ao proprietário. Entretanto, nos últimos tempos alguns
tinham manifestado alguma resistência para executar o pagamento o que irritou
Lovelace o qual se decidiu por este golpe de teatro. Ciente que nenhum
americano colaboraria na execução do projeto, resolveu contratar japoneses que
viviam em guetos miseráveis de São Francisco por vezes sob a tutela de
indivíduos muito perigosos.
Ao longo da novela Frank Mc Fair esclarece os interesses em
jogo e cria uma trama em que o próprio Lovelace se torna vítima da teia que fez
construir… O autor evidencia verdadeira maestria no tratamento do conto de
terror.
Passagens selecionadas:
PAS135. Uma mulher na tempestade
PAS136. Uma sombra na noite
Passagens selecionadas:
PAS136. Uma sombra na noite
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
PAS054. Desenlace Fatal
Pum!
O tiro de espingarda pulverizou o vidro da janela e a pesada
bala de chumbo incrustou-se nas costas da rapariga. Lou deixou escapar um
gemido e cambaleou sobre as pernas. Estendeu os braços para a frente esperando
encontrar qualquer coisa onde agarrar-se para não cair. Edgar, com os olhos
muito abertos, precipitou-se para ela e agarrou-a:
- Lou!
A rapariga agarrou-se a ele. O oficial sulista tomou-a nos
braços e saiu fora da linha de tiro, protegendo a jovem de novas balas.
- Cum…priu… a sua… amea…ça…
Edgar aconselhou:
-Não fales, Lou.
Ao mesmo tempo tirou o revólver e olhou da janela na
direção de onde partira o tiro. Do outro lado da rua, um telhado de leve
inclinação fora a plataforma ideal para a realização do atentado. Mas o
assassino desaparecera, depois de fazer o seu único e mortífero tiro.
- Mor… ro… Edgar…
A bailarina agarrou-se ao pescoço do jovem. Byron sentiu uma
profunda pena no seu peito e, transportando-a com o máximo cuidado, depô-la
delicadamente num sofá.
- Não digas isso. Hás-de curar-te e voltarás a cantar e a
bailar.
Ao mesmo tempo que falava dirigia-se para a porta para pedir
auxílio, mas este já vinha personificado em Boulder, alarmado com aquele tiro.
- Não te vás embora, Edgar! – suplicou ela.
Da porta, o rapaz pediu ao dono do «saloon»:
- Procurem um médico! Lou foi ferida por uma «Winchester».
Boulder deu a ordem por sua vez a um dos empregados e acabou
de subir as escadas. Edgar regressou para junto do sofá, onde Lou começava a
delirar, no prelúdio do fatal desenlace.
- Se me salvasse… não queria… dançar. Viveria só… para ti…
Porque tu… amas-me… não é verdade?
- Não fales, Lou, não fales.
- Eu também te… amo. Sabes porque… não saí… da cidade?
Esperava… que voltasses… outra vez… Por isso… não fiz caso… do papel…
Pouco a pouco, a sua voz foi-se tornando mais fraca e as
suas mãos mais frias. Os longos e delicados dedos de Lou que acariciavam as
mãos duras do rapz, perderam a elasticidade e…
- Edgar…!
Endireitou-se e, com os olhos muito abertos, fitou a parede.
Depois, num sussurro, rezou:
- Meu Deus, perdoa-me… arrependo-me… de todos os meus…
pecados…
Os seus lábios continuaram a mexer-se durante um longo
instante até que uma repentina tosse a fez estremecer. Um segundo depois, os
seus belos olhos negros já não viam o que olhavam…
(Coleção Arizona, nº 19)
PAS053. A ameaça
Lou aproximou-se de uma cómoda e tirou da gaveta superior uma caixita de madeira perfumada, em forma de estojo.
Abriu-a e tomou uma folha de papel dobrada ao meio.
- Não lhe liguei importância e até hoje não voltei a preocupar-me com ele. Tomei-o como uma brincadeira… embora não saiba quem poderia ter conhecimento que o ajudei. Eu vou lê-lo.
Aproximou-se da janela e puxou o cortinado para entrar mais luz. Depois, desdobrando o papel, começou a ler:
A seguir: Desenlace fatal
domingo, 18 de agosto de 2013
PAS052. Lou Belle
Empurrou o guarda-vento e entrou. Lou Belle exibia-se no palco e nem uma invasão de apaches seria capaz de arrancar os espetadores daquele sítio. Era bonita e cantava bem. Nem as frases publicitárias nem o artista do retrato mentiam. Depois de ter tido a morte tão perto, sentia-se satisfeito contemplando a vitalidade que emanava daquele corpo de mulher.
PAS051. Um cavalheiro tímido
Reclinado contra a bola que terminava o corrimão, contemplou o juvenil espetáculo. No bar, dois pares tomavam refrescos enquanto outros preferiam descansar nas cadeiras que havia em volta da pista de baile.
Junto a uma janela identificou Virgínia e sem hesitar, como guiado pelo instinto, dirigiu-se a ela, abrindo caminho entre os pares que dançavam.
Ao sentir passos atrás de si, ela pegou na canastra de flores que tinha no parapeito da janela e voltou-se… para deparar com o amplo e pouco amargo sorriso de Edgar, que se inclinou cortês na sua frente.
- Concede-me esta dança, menina Evans?
Ela recusou suavemente.
- Sinto muito, mas não danço.
- Compreendo. Como fui tão idiota para supor que não tivesse par? Só a sua recusa em dançar podia manter afastados os seus admiradores. Perdoe-me.
Voltou-se para se retirar. Estava cansado e demasiado preocupado para perder tempo em…
- Senhor Byron.
A voz dela arrancou-o aos seus pensamentos, fazendo-o dar meia volta com vivacidade.
- Não acha que é muito cedo? Considerou-se derrotado na primeira escaramuça. Seria um mau soldado.
Ela estava a troçar, sem dúvida.
Os seus olhos risonhos, verdes com o o mar, tinham ironia e, no fundo, umas chispitas douradas dançavam em louca sinfonia.
- Quer dizer que aceita o meu convite?
Virgínia depôs a canastra de flores numa mesa e negou com a cabeça.
- Desejo somente tomar um refresco. Você é um cavalheiro e desculpará o meu pedido.
- Sinto-me orgulhoso porque teve a franqueza de o formular – assegurou, oferecendo-lhe o seu braço direito, que ela aceitou.
(Coleção Arizona, nº 19)
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(Coleção Arizona, nº 19)
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sábado, 17 de agosto de 2013
PAS050. Reflexões em tempo de guerra
A guerra estava longe de Big Spring. Mas mesmo assim,
chegavam ali os últimos abalos com que o terrível monstro sacudia os recantos
mais afastados do sacrificado Sul. As mulheres caminhavam apressadas pelas ruas
e quando se encontravam duas amigas, cochichavam entre si as notícias recebidas
de seus filhos que lutavam na Virgínia, Carolina ou na Geórgia.
Estas notícias traziam sempre a tristeza a todos os rostos,
pois embora no ano de 1862 a Confederação tivesse ainda a iniciativa dos
combates, muitos rapagões louros, morenos, altos ou atarracados, fertilizavam
com o seu sangue as cálidas terras do Sul. Mesmo com a Vitória, a Morte é
sempre terrível.
Big Spring perdera grande parte do bulício que a
caracterizava. As crianças e os velhos enchiam as largas e longas ruas, outrora
sempre agitadas por alegres galopadas, risos, chalaças e algum tiro uma vez por
outra.
Agora quase sempre reinava o silêncio. E esse silêncio pressagiava em
muitos corações que, uma vez terminada a guerra, nem tudo voltaria à situação
anterior. As disputas bélicas mudam a fisionomia dos povos e marcam o ponto
final de épocas, melhores ou piores, mas que nunca voltam. Com frequência, as
guerras destroem a crosta de civilização dos homens, deixando a descoberto as
suas mais violentas paixões e apetites; numa guerra há demasiados motivos para
perder o cavalheirismo, a fidalguia e a razão. Em tais circunstâncias, a
selvajaria e a brutalidade reinam até que a morte põe fim a tais horrores
(Coleção Arizona, nº 19)
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
terça-feira, 13 de agosto de 2013
PAS049. Beijo da Morte
Consuelo Fajardo colocou as suas botas sobre a rocha e meteu
os pés na água do límpido charco.
Avançou dois passos levantando a saia, quando a água atingiu
os joelhos. Olhando por cima da rocha, certificou-se de que Syd Jones não podia
vê-la. Dissera-lhe que desejava só uns minutos para se «refrescar».
Calculou que sentando-se podia tomar um banho completo,
visto que em volta do manancial havia matagais e não podiam vê-la da estrada
nem do arvoredo, entre o qual o vaqueiro prendera os cavalos.
Voltou a sair da água para tirar o colete que pôs junto das
botas. Estava desabotoando a blusa quando, reprimindo uma exclamação de
desgosto, olhou fixamente para Syd Jones.
O vaqueiro, contornando as rochas, parou a dois passos. A sua
voz, enrouquecida, suplicava:
- Eu posso fazer-te esquecer qualquer amor passado, Chelo.
Por ti, estou disposto a tudo.
Ela tentou afastar o perigo, gracejando:
- Trabalharias, Syd? Vamos, não sejas criança, e continuemos
a ser amigos como até agora…
Syd Jones, impelido pelo instinto que aquecia o seu sangue
jovem, embaraçou a mexicana num apertado abraço. Os seus lábios percorreram com
ansiedade a face da rapariga, procurando a boca.
Ela tentava desprender-se, revoltando-se com ferocidade. O
musgo escorregadio fê-los cair a ambos, abraçados. A ofegante respiração de Syd
Jones queimava o rosto da jovem que tentava esquivar os lábios.
A boca dele colou-se-lhe à face e toda a sua feminilidade se
revoltou, porque Syd Jones era agora um vaqueiro enlouquecido, de pernas
rígidas e difícil de ceder.
Consuelo Fajardo sentiu nas ancas o duro contacto
cilíndrico; a sua mão escorregou até segurar a coronha. Premiu o gatilho…
A esmagadora ferocidade de Syd Jones converteu-se de repente
em abandono desconcertante. Ela fugiu para um lado, empurrando Syd Jones que
ficou estendido de bruços com os braços abertos.
(Coleção Arizona, nº15)
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
PAS046. Uma dádiva de Deus
A porta voltou a abrir-se e no seu limiar apareceu Ruth Denning, vestindo um simples roupão azul, com os longos cabelos soltos sobre os ombros e com o braço direito ao peito.
A rapariga deteve-se, olhando-o e as suas faces coloriram-se, ao deparar-se-lhe o seu olhar. Os seus olhos pareciam maiores e infinitamente mais doces, sombreados como estavam por profundas olheiras.
Quanto a Kendall contemplava-a extasiado, dizendo, para si próprio, que aquela rapariga era a mais gloriosa dádiva que Deus lhe proporcionara na sua agitada existência e que não tinha direito a ela, não a merecia.
Em seguida, Ruth avançou até à borda do leito e sorriu-lhe timidamente. Ele estendeu-lhe a mão direita e ela pôs-lhe em cima uma das suas mãos, estremecendo quando Kendall a apertou.
Fez-se um silêncio que a voz rouca e emotiva dele interrompeu:
- Acabam de me dizer o que Wingate e Griffith lhes vão dar… Vais aceitar?
- Acabam de me dizer o que Wingate e Griffith lhes vão dar… Vais aceitar?
- Nada nos ficou. A mamã diz que pode ser que o façamos…
-Devem fazê-lo. Com isso repararão muito bem a vossa fazenda.
- Mas nós, sozinhas, não poderemos… - os olhos aveludados atreveram-se a fixá-lo diretamente. – Vai ficar em Grants?
- Sou um vagabundo, um pistoleiro, Ruth. Uma bala perdida…
- Não é nada disso. Nem para mim, nem para a minha mãe.
- Mas sou-o. Porém, gostaria de me corrigir, de me fixar num lugar tão formoso como é esta região, criar o meu próprio gado e poder pendurar, alguma vez, os meus revólveres para me dedicar a brincar com os meus filhos…. Sim, gostaria de ficar em Grants… se alguém me pedisse.
A rapariga tinha agora a cara vermelha e o busto palpitava-lhe, agitado, mas não dominou o olhar, ao dizer em voz baixa e de cálidas vibrações:
- Talvez me esteja a portar como uma descarada, Jeff Kendall, mas se há alguma coisa que o possa reter em Grants e essa coisa estiver na minha mão, peço-lhe que fique.
Foi então que Jeff Kendall soube que tinha chegado ao fim da sua vida de aventuras.
E não lhe soube nada mal…
(Coleção Arizona, nº 13)
A seguir: Coleção Arizona, nº 14
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