Em dois carros foram conduzidos a Santo António os cadáveres da gente da fazenda Ramos. Sara Carlisle estava no quarto do seu hotel quando ouviu. os gritos na rua. Abriu a janela da varanda precisamente quando os carros passavam em frente do hotel, detendo-se ali.
— Meus Deus, mataram mulheres e crianças — murmurou horrorizada.
Cobriu a boca com a mão, retrocedendo. Os carros continuavam parados.
— Por que não continuarão o caminho? — inquiriu a meia voz.
— Fi-los deter para que você pudesse vê-los — ouviu dizer atrás.
Voltou-se. Um homem vestido de preto, de cabelos encanecidos e olhos muito escuros, estava junto da porta. Vestia com elegância e a sua voz era suave e educada.
— Quem é o senhor?
O homem atravessou o quarto e assomou à varanda, fazendo um sinal. No mesmo instante os carros fúnebres continuaram o seu caminho. O homem voltou-se então para Sara Carlisle.
— Sou o ajudante do senhor governador. Perdoe-me que tivesse entrado sem me fazer anunciar. Supus que não lhe agradasse contemplar por muito tempo o espetáculo dessa pobre gente assassinada pelos seus amigos.
— Vá-se embora daqui! Não sei a que amigos se refere.
— Oh, sabe-o muito bem! Refiro-me ao senhor Terry Charles e à sua missão de provocar o pânico. Bem como à sua, menina Carlisle. Estamos convencidos de que não se deve ter advertido do seu alcance. Talvez que nem mesmo o senhor Houston. Vocês não conhecem o nosso povo. É possível que tenham imaginado que, perdidas algumas famílias, pediríamos o auxílio do senhor Houston, já que as nossas tropas estão longe de mais. Mas não será assim. Mesmo que matassem todos os habitantes da comarca menos um, esse sobrevivente não pediria auxílio aos ianques. Quero que você o saiba: não podemos destruir esses assassinos a soldo, não temos forças suficientes para tanto, mas não se produzirá o pânico que pretendem. Terão de carregar as vossas consciências com centenas de mortos, e não com duas dezenas. Compreende?
— Vá-se embora! Está a insultar-me! Ainda não o verificou?
— Vou deixá-la, menina. Mas não estou a insultá-la. Pelo contrário. Acreditamos que você não se tenha advertido ainda da realidade. Acreditamos que sentirá viva repugnância por este processo de fazer a guerra. Bons dias, menina Carlisle.
Sara correu de novo à varanda. Os carros já iam longe. Uma silenciosa multidão rodeava-os. Em frente do hotel estava Jorge Saltillo, apoiado a uma coluna, e que a olhava. Sara fechou a janela a toda a pressa.
— Meus Deus, mataram mulheres e crianças — murmurou horrorizada.
Cobriu a boca com a mão, retrocedendo. Os carros continuavam parados.
— Por que não continuarão o caminho? — inquiriu a meia voz.
— Fi-los deter para que você pudesse vê-los — ouviu dizer atrás.
Voltou-se. Um homem vestido de preto, de cabelos encanecidos e olhos muito escuros, estava junto da porta. Vestia com elegância e a sua voz era suave e educada.
— Quem é o senhor?
O homem atravessou o quarto e assomou à varanda, fazendo um sinal. No mesmo instante os carros fúnebres continuaram o seu caminho. O homem voltou-se então para Sara Carlisle.
— Sou o ajudante do senhor governador. Perdoe-me que tivesse entrado sem me fazer anunciar. Supus que não lhe agradasse contemplar por muito tempo o espetáculo dessa pobre gente assassinada pelos seus amigos.
— Vá-se embora daqui! Não sei a que amigos se refere.
— Oh, sabe-o muito bem! Refiro-me ao senhor Terry Charles e à sua missão de provocar o pânico. Bem como à sua, menina Carlisle. Estamos convencidos de que não se deve ter advertido do seu alcance. Talvez que nem mesmo o senhor Houston. Vocês não conhecem o nosso povo. É possível que tenham imaginado que, perdidas algumas famílias, pediríamos o auxílio do senhor Houston, já que as nossas tropas estão longe de mais. Mas não será assim. Mesmo que matassem todos os habitantes da comarca menos um, esse sobrevivente não pediria auxílio aos ianques. Quero que você o saiba: não podemos destruir esses assassinos a soldo, não temos forças suficientes para tanto, mas não se produzirá o pânico que pretendem. Terão de carregar as vossas consciências com centenas de mortos, e não com duas dezenas. Compreende?
— Vá-se embora! Está a insultar-me! Ainda não o verificou?
— Vou deixá-la, menina. Mas não estou a insultá-la. Pelo contrário. Acreditamos que você não se tenha advertido ainda da realidade. Acreditamos que sentirá viva repugnância por este processo de fazer a guerra. Bons dias, menina Carlisle.
Sara correu de novo à varanda. Os carros já iam longe. Uma silenciosa multidão rodeava-os. Em frente do hotel estava Jorge Saltillo, apoiado a uma coluna, e que a olhava. Sara fechou a janela a toda a pressa.
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