O jovem correu para o seu, montou rapidamente e esporeou duramente o animal, procurando alcançar a amazona. Tudo inútil. O corcel da rapariga era muito mais ligeiro do que o seu e ganhava-lhe terreno a olhos vistos.
Deu-se por vencido e entrou na povoação a trote, olhando para um lado e para o outro na esperança de ainda a conseguir ver. E viu-a, montada no veloz animal, em frente da igreja, em cuja porta o pastor entoava uns responsos ante seis ataúdes que encerravam os restos mortais dos madeireiros assassinados no dia anterior.
Charles aproximou-se da ruiva e observou que no seu rosto se operara uma grande transformação.
— Quem... quem são?... — perguntou entrecortadamente, assinalando os caixões com um movimento de cabeça.
— Serradores de uma companhia madeireira — respondeu Charles, contente de poder ser útil à desconhecida.
— Algum acidente?
— Não... Foram os homens de Charisse.
A palidez da jovem acentuou-se.
— Por isso é que o xerife foi ontem ao rancho... — murmurou de si para si.
— Você conhece essa gente?
A jovem não respondeu. Talvez nem sequer tivesse ouvido a pergunta. Um tanto impressionada pelo tremendo espetáculo, esporeou uma vez mais o seu níveo cavalo e deteve-o numa das esquinas da igreja, por detrás dos homens e mulheres que rodeavam as carretas com os féretros.
O pastor acabou o serviço religioso. O cortejo fúnebre pôs-se em preguiçosa marcha. A rapariga dos cabelos de fogo viu-o afastar-se e desceu a seguir do seu cavalo, dirigindo-se para a porta da igreja. O pastor recebeu-a com um sorriso e ambos entraram no templo.
Charles Derek, a cavalo ainda, hesitou entre acompanhar os madeireiros mortos à sua última morada e entrar na igreja, optando pela última hipótese.
Na nave havia uma acolhedora penumbra. Charles observou os bancos.
A princípio não conseguiu ver a rapariga. Mas depois descobriu-a ajoelhada e notou que o seu coração palpitava aceleradamente. Se ela era bela lá fora, à plena luz do dia, sob a calidez do sol, mais bela era ainda ali, naquela repousante penumbra, em atitude de recolhimento e penitência.
Passados alguns minutos, a jovem ergueu-se e começou a caminhar para a saída. Charles Derek girou sobre os calcanhares e precedeu-a, recostando-se no exterior contra a parede.
Ao surgir a mulher, decidido, procurou cortar-lhe a passagem. Ela deteve-se e olhou-o diretamente no rosto.
— Ah, você novamente!... — exclamou, mais enfastiada do que propriamente zangada.
— Desculpe, menina. Chamo-me Charles Derek e gostaria de poder ser seu amigo. Vive por aqui perto?
A rapariga encolheu os ombros e começou a caminhar de novo. O ex-federal seguiu-a.
—Sim, vivo perto daqui. Satisfeito?
— Não inteiramente. Satisfeito me sentiria se me permitisse acompanhá-la.
A mulher sorriu e subiu para o seu cavalo.
— Lamento, mas gosto de cavalgar a bom galope e o seu sendeiro não seria capaz de acompanhar o meu «Raio».
Proferidas estas palavras, meteu esporas ao animal e este partiu a galope.
Derek, apesar de ter tido oportunidade de reconhecer a inferioridade do seu corcel, não hesitou um segundo em segui-la. Ao menos, já que não podia acompanhá-la, vê-la-ia desaparecer no horizonte tal como a vira surgir na margem do lago: como uma visão pertencente a outro mundo.
Deu-se por vencido e entrou na povoação a trote, olhando para um lado e para o outro na esperança de ainda a conseguir ver. E viu-a, montada no veloz animal, em frente da igreja, em cuja porta o pastor entoava uns responsos ante seis ataúdes que encerravam os restos mortais dos madeireiros assassinados no dia anterior.
Charles aproximou-se da ruiva e observou que no seu rosto se operara uma grande transformação.
— Quem... quem são?... — perguntou entrecortadamente, assinalando os caixões com um movimento de cabeça.
— Serradores de uma companhia madeireira — respondeu Charles, contente de poder ser útil à desconhecida.
— Algum acidente?
— Não... Foram os homens de Charisse.
A palidez da jovem acentuou-se.
— Por isso é que o xerife foi ontem ao rancho... — murmurou de si para si.
— Você conhece essa gente?
A jovem não respondeu. Talvez nem sequer tivesse ouvido a pergunta. Um tanto impressionada pelo tremendo espetáculo, esporeou uma vez mais o seu níveo cavalo e deteve-o numa das esquinas da igreja, por detrás dos homens e mulheres que rodeavam as carretas com os féretros.
O pastor acabou o serviço religioso. O cortejo fúnebre pôs-se em preguiçosa marcha. A rapariga dos cabelos de fogo viu-o afastar-se e desceu a seguir do seu cavalo, dirigindo-se para a porta da igreja. O pastor recebeu-a com um sorriso e ambos entraram no templo.
Charles Derek, a cavalo ainda, hesitou entre acompanhar os madeireiros mortos à sua última morada e entrar na igreja, optando pela última hipótese.
Na nave havia uma acolhedora penumbra. Charles observou os bancos.
A princípio não conseguiu ver a rapariga. Mas depois descobriu-a ajoelhada e notou que o seu coração palpitava aceleradamente. Se ela era bela lá fora, à plena luz do dia, sob a calidez do sol, mais bela era ainda ali, naquela repousante penumbra, em atitude de recolhimento e penitência.
Passados alguns minutos, a jovem ergueu-se e começou a caminhar para a saída. Charles Derek girou sobre os calcanhares e precedeu-a, recostando-se no exterior contra a parede.
Ao surgir a mulher, decidido, procurou cortar-lhe a passagem. Ela deteve-se e olhou-o diretamente no rosto.
— Ah, você novamente!... — exclamou, mais enfastiada do que propriamente zangada.
— Desculpe, menina. Chamo-me Charles Derek e gostaria de poder ser seu amigo. Vive por aqui perto?
A rapariga encolheu os ombros e começou a caminhar de novo. O ex-federal seguiu-a.
—Sim, vivo perto daqui. Satisfeito?
— Não inteiramente. Satisfeito me sentiria se me permitisse acompanhá-la.
A mulher sorriu e subiu para o seu cavalo.
— Lamento, mas gosto de cavalgar a bom galope e o seu sendeiro não seria capaz de acompanhar o meu «Raio».
Proferidas estas palavras, meteu esporas ao animal e este partiu a galope.
Derek, apesar de ter tido oportunidade de reconhecer a inferioridade do seu corcel, não hesitou um segundo em segui-la. Ao menos, já que não podia acompanhá-la, vê-la-ia desaparecer no horizonte tal como a vira surgir na margem do lago: como uma visão pertencente a outro mundo.
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