David «Gatilho» Everitt abriu os olhos certa manhã. Viu ante ele um rosto doce e agradável, crispou o seu sorriso curto e débil e voltou a perder o conhecimento.
Sentado a seu lado no interior do carro mato, Netty Corbyn notou o aumento de palpitações do seu coração. Parecia que ia rebentar de um momento para o outro, excessivamente cheio de felicidade.
Ao entardecer, Everitt voltou a abrir os olhos. Estava num local escuro, que lhe pareceu o interior de um carro toldado.
«Clic, clic, clic... !»
Torceu a cabeça e conseguiu ver o que se passava no exterior. Um homem... Não. Um rapaz estava a praticar com um revólver. A arma estava descarregada, mas o rapaz enfiava-a e desenfiava-a, com rapidez, do coldre, apertando o gatilho depois do aceitável «saque».
Esteve a olhar para o rapaz durante os segundos, enquanto aos seus ouvidos, misturado com o nítido «clic--clic-clic», chegava um rumor que demorou um pouco a identificar: o rio.
O rio!
Lançou uma débil exclamação e quis erguer-se. Instantaneamente, um forte zumbido acompanhado de algo parecido com uma furiosa vertigem, lançou-o de novo com a cara virada para o toldo. Estremeceu, com um frio estranho.
E, por cima daquela sensação gelada que o prostrava, David «Gatilho» Everitt, que se havia apressado a fechar os olhos, sentiu nos seus lábios um contacto cálido, terno, vibrante... como algo vitalizador e reconfortante.
Abriu os olhos quando deixou de sentir aquele contacto.
Primeiro viu uma silhueta.
Uma mulher.
Depois, viu o mesmo rosto que havia visto já não se lembrava quando.
Finalmente, viu os lábios que haviam beijado os seus.
— Não se mova — a voz foi semelhante ao murmúrio acariciante do rio. — Está gravemente ferido.
Everitt perguntou:
— Onde estou?
A sua voz soou como um gemido distante, aos seus próprios ouvidos.
— Não se preocupe. Está a salvo. Encontrámo-lo a descer o rio. Agora está bem. Curar-se-á. O meu irmão extraiu-lhe a bala.
Everitt gostaria de poder olhar para fora. O irmão devia ser aquele rapaz tão jovem que estava a praticar' com o revólver. Mas não pôde olhar. Os seus olhos pareciam soldados àqueles outros, dos quais mal percebia o brilho.
— Quem é você?
— Netty Corbyn. O meu irmão chama-se Guy. É melhor não falar. Amanhã encontrar-se-á melhor.
— Onde estamos?
— Na margem direita do rio Brazos, cremos que muito perto do local onde o feriram. Por favor, não fale.
— Por que me beijou?
A rapariga enrubesceu, mas respondeu com voz firme:
— Porque o amo.
Dave Everitt fechou os olhos. Teve a sensação de não ter corpo. Não lhe doía nada, estava bem... E uma encantadora rapariga dizia-lhe que o amava, depois de o haver beijado nos lábios.
Não falou mais. Adormeceu após ter ouvido várias vezes, como um formidável eco, a doce voz que assegurava amá-lo.
Sentado a seu lado no interior do carro mato, Netty Corbyn notou o aumento de palpitações do seu coração. Parecia que ia rebentar de um momento para o outro, excessivamente cheio de felicidade.
Ao entardecer, Everitt voltou a abrir os olhos. Estava num local escuro, que lhe pareceu o interior de um carro toldado.
«Clic, clic, clic... !»
Torceu a cabeça e conseguiu ver o que se passava no exterior. Um homem... Não. Um rapaz estava a praticar com um revólver. A arma estava descarregada, mas o rapaz enfiava-a e desenfiava-a, com rapidez, do coldre, apertando o gatilho depois do aceitável «saque».
Esteve a olhar para o rapaz durante os segundos, enquanto aos seus ouvidos, misturado com o nítido «clic--clic-clic», chegava um rumor que demorou um pouco a identificar: o rio.
O rio!
Lançou uma débil exclamação e quis erguer-se. Instantaneamente, um forte zumbido acompanhado de algo parecido com uma furiosa vertigem, lançou-o de novo com a cara virada para o toldo. Estremeceu, com um frio estranho.
E, por cima daquela sensação gelada que o prostrava, David «Gatilho» Everitt, que se havia apressado a fechar os olhos, sentiu nos seus lábios um contacto cálido, terno, vibrante... como algo vitalizador e reconfortante.
Abriu os olhos quando deixou de sentir aquele contacto.
Primeiro viu uma silhueta.
Uma mulher.
Depois, viu o mesmo rosto que havia visto já não se lembrava quando.
Finalmente, viu os lábios que haviam beijado os seus.
— Não se mova — a voz foi semelhante ao murmúrio acariciante do rio. — Está gravemente ferido.
Everitt perguntou:
— Onde estou?
A sua voz soou como um gemido distante, aos seus próprios ouvidos.
— Não se preocupe. Está a salvo. Encontrámo-lo a descer o rio. Agora está bem. Curar-se-á. O meu irmão extraiu-lhe a bala.
Everitt gostaria de poder olhar para fora. O irmão devia ser aquele rapaz tão jovem que estava a praticar' com o revólver. Mas não pôde olhar. Os seus olhos pareciam soldados àqueles outros, dos quais mal percebia o brilho.
— Quem é você?
— Netty Corbyn. O meu irmão chama-se Guy. É melhor não falar. Amanhã encontrar-se-á melhor.
— Onde estamos?
— Na margem direita do rio Brazos, cremos que muito perto do local onde o feriram. Por favor, não fale.
— Por que me beijou?
A rapariga enrubesceu, mas respondeu com voz firme:
— Porque o amo.
Dave Everitt fechou os olhos. Teve a sensação de não ter corpo. Não lhe doía nada, estava bem... E uma encantadora rapariga dizia-lhe que o amava, depois de o haver beijado nos lábios.
Não falou mais. Adormeceu após ter ouvido várias vezes, como um formidável eco, a doce voz que assegurava amá-lo.
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