Lentamente, a índia armou o arco. Não lhe restava outra alternativa, porque, a menos que o guarda adormecesse pesadamente, jamais poderia aproximar-se dele e emudecê-lo para sempre com um golpe da sua faca.
«Raio de Luar» apontou a flecha a garganta do criminoso. Tinha-o visto espancar cobardemente o «cow-boy» e não sentia escrúpulos em exterminá-lo daquele modo. Estava, aliás, em jogo a própria vida e a do seu salvador. Não podia falhar. Os seus dedos tremeram ligeiramente, de inicio, mas depois adquiriram a firmeza necessária.
As chamas iluminavam o rosto patibular do californiano, que estava a cerca de quinze passos da indígena. O arco retesado distendeu-se repentinamente despedindo a seta mortal. Ted curvou-se para a frente, sem um grito sequer, com a garganta afónica varada pela flecha certeira.
A queda do corpo produzia ruído, mas ninguém pareceu nota-lo. Àquela hora todos dormiam já a sono solto, à exceção do guarda do extremo oposto, que vigiava, além do mais, os cavalos acantonados num recanto da montanha.
Em passo firme, disposta a arrostar todas as consequências da sua temeridade, a nativa dirigiu-se à cabana e o seu primeiro acto foi apoderar-se da carabina sabre a qual tombara o cadáver do frustrado vigilante. Depois, sem perda de um segundo, empurrou a porta da cabana — que não dispunha de fechadura — e entrou.
— «Irmão branco» — sussurrou — «Raio de Luar» vem libertar-te.
James Carson, que estava prestes a adormecer de novo, e fora despertado pela bulha junto da porta, sorriu, jubiloso. A perspetiva da libertação era-lhe infinitamente agradável, e verificar o reconhecimento e dedicação da jovem nativa mais contribuía para a sua satisfação plena.
— Estou aqui, «Raio de Luar» — disse baixinho, também — Estou amarrado.
Ergueu-se sobre o velho enxergão que lhe servira de leito e encaminhou-se, cambaleante, para a jovem. Os dois vultos quase se tocaram. As mãos da rapariga percorreram os bíceps do prisioneiro procurando, pelo tacto — que a treva era só muito vagamente abrandada pelas chamas da fogueira desviada da porta semiaberta --- descobrir-lhe as amarras,
— És uma valente, «Raio de Luar»! — murmurou o rapaz, enternecido.
— Devo-te a vida — respondeu simplesmente a pele-vermelha, a guisa de justificação.
A ponta afiada da faca entrou em ação. Num segundo, as mãos de Carson ficaram apartadas. Depois libertou-se rapidamente das pulseiras de corda que restavam das amarras.
«Raio de Luar» apontou a flecha a garganta do criminoso. Tinha-o visto espancar cobardemente o «cow-boy» e não sentia escrúpulos em exterminá-lo daquele modo. Estava, aliás, em jogo a própria vida e a do seu salvador. Não podia falhar. Os seus dedos tremeram ligeiramente, de inicio, mas depois adquiriram a firmeza necessária.
As chamas iluminavam o rosto patibular do californiano, que estava a cerca de quinze passos da indígena. O arco retesado distendeu-se repentinamente despedindo a seta mortal. Ted curvou-se para a frente, sem um grito sequer, com a garganta afónica varada pela flecha certeira.
A queda do corpo produzia ruído, mas ninguém pareceu nota-lo. Àquela hora todos dormiam já a sono solto, à exceção do guarda do extremo oposto, que vigiava, além do mais, os cavalos acantonados num recanto da montanha.
Em passo firme, disposta a arrostar todas as consequências da sua temeridade, a nativa dirigiu-se à cabana e o seu primeiro acto foi apoderar-se da carabina sabre a qual tombara o cadáver do frustrado vigilante. Depois, sem perda de um segundo, empurrou a porta da cabana — que não dispunha de fechadura — e entrou.
— «Irmão branco» — sussurrou — «Raio de Luar» vem libertar-te.
James Carson, que estava prestes a adormecer de novo, e fora despertado pela bulha junto da porta, sorriu, jubiloso. A perspetiva da libertação era-lhe infinitamente agradável, e verificar o reconhecimento e dedicação da jovem nativa mais contribuía para a sua satisfação plena.
— Estou aqui, «Raio de Luar» — disse baixinho, também — Estou amarrado.
Ergueu-se sobre o velho enxergão que lhe servira de leito e encaminhou-se, cambaleante, para a jovem. Os dois vultos quase se tocaram. As mãos da rapariga percorreram os bíceps do prisioneiro procurando, pelo tacto — que a treva era só muito vagamente abrandada pelas chamas da fogueira desviada da porta semiaberta --- descobrir-lhe as amarras,
— És uma valente, «Raio de Luar»! — murmurou o rapaz, enternecido.
— Devo-te a vida — respondeu simplesmente a pele-vermelha, a guisa de justificação.
A ponta afiada da faca entrou em ação. Num segundo, as mãos de Carson ficaram apartadas. Depois libertou-se rapidamente das pulseiras de corda que restavam das amarras.
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