Procurou uma sombra acolhedora e sacou do alforge um pedaço de carne assada e um pão de milho. Repartiu a refeição com a nativa, que devorou a ração visivelmente deliciada. Ofereceu-lhe também um gole de rum tragando, por sua vez, largas goladas.
No olhar da índia lia-se profundo reconhecimento — a mesma luz que lhe notara quando a salvara das garras dos seus captores.
— Porque és tu tão bom para a pobre «irmã vermelha»? — perguntou-lhe, a certa altura, olhando-o com a humildade com que o cão fiel olha o dono.
James Carson sorriu com bonomia:
— Quo pensavas? Que eu te raparia a cabeça como os teus irmãos de raça me fariam se me apanhassem? — gracejou o rapaz, rolhando a garrafa de rum.
— Agora há paz entre as nossas raças — proferiu a jovem, com um sorriso contrafeito.
A alusão a selvajaria dos seus patrícios valia quase por um insulto a si própria. E só ela sabia quanto odiava, desde que se conhecia, as carnificinas entre peles-vermelhas e brancos.
James não resistiu mais à curiosidade que lhe despertava a misteriosa fugitiva e indagou:
— Coma to chamas, pequena?
— «Raio de Luar».
— Que idade tens?
— Dezoito primaveras.
— Porque não estás na tua aldeia?
Ensombrou-se o semblante. Os traços duros evidenciavam-se, revelando com toda a exuberância a sua ascendência índia. Respondeu num sopro:
— Fugi.
— Fugiste?! Porquê?
— Meu pai queria obrigar-me a casar com um homem que me odiava. Preferi fugir a acompanhá-lo ao «wigwam».
— Carambal Era assim tão pouco simpático o teu pretendente?
— O Puma Vermelho» é um homem sanguinário. Adora a «água de fogo» e o seu «wigwam» está enfeitado com muitos escalpes. «Puma Vermelho» enoja-me.
James Carson fitou-a com admiração-, não isenta de simpatia :
— A minha «irmã vermelha» é uma índia muito... original.
A rapariga não entendeu o sentido do comentário mas não se desconcertou:
— Meu pai é o velho chefe «Búfalo Veloz». «Puma Vermelha» quer ser o seu sucessor. É o mais temido guerreiro da minha tribo...
— E tua mãe?
Houve um fulgor estranho nos olhos da nativa. Respondeu com laivos de altivez na voz:
— Minha mãe… era branca. Morreu quando «Raio de Luar» era pequena.
No olhar da índia lia-se profundo reconhecimento — a mesma luz que lhe notara quando a salvara das garras dos seus captores.
— Porque és tu tão bom para a pobre «irmã vermelha»? — perguntou-lhe, a certa altura, olhando-o com a humildade com que o cão fiel olha o dono.
James Carson sorriu com bonomia:
— Quo pensavas? Que eu te raparia a cabeça como os teus irmãos de raça me fariam se me apanhassem? — gracejou o rapaz, rolhando a garrafa de rum.
— Agora há paz entre as nossas raças — proferiu a jovem, com um sorriso contrafeito.
A alusão a selvajaria dos seus patrícios valia quase por um insulto a si própria. E só ela sabia quanto odiava, desde que se conhecia, as carnificinas entre peles-vermelhas e brancos.
James não resistiu mais à curiosidade que lhe despertava a misteriosa fugitiva e indagou:
— Coma to chamas, pequena?
— «Raio de Luar».
— Que idade tens?
— Dezoito primaveras.
— Porque não estás na tua aldeia?
Ensombrou-se o semblante. Os traços duros evidenciavam-se, revelando com toda a exuberância a sua ascendência índia. Respondeu num sopro:
— Fugi.
— Fugiste?! Porquê?
— Meu pai queria obrigar-me a casar com um homem que me odiava. Preferi fugir a acompanhá-lo ao «wigwam».
— Carambal Era assim tão pouco simpático o teu pretendente?
— O Puma Vermelho» é um homem sanguinário. Adora a «água de fogo» e o seu «wigwam» está enfeitado com muitos escalpes. «Puma Vermelho» enoja-me.
James Carson fitou-a com admiração-, não isenta de simpatia :
— A minha «irmã vermelha» é uma índia muito... original.
A rapariga não entendeu o sentido do comentário mas não se desconcertou:
— Meu pai é o velho chefe «Búfalo Veloz». «Puma Vermelha» quer ser o seu sucessor. É o mais temido guerreiro da minha tribo...
— E tua mãe?
Houve um fulgor estranho nos olhos da nativa. Respondeu com laivos de altivez na voz:
— Minha mãe… era branca. Morreu quando «Raio de Luar» era pequena.
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