Russ coçou a cabeça.
—John, sê sincero! Quantos copos de whisky já bebeste?
O rapaz levantou-se e, apoiando as mãos na mesa, aproximou o seu rosto ao do amigo.
— Se o que pretendes é insinuar que estou bêbado, posso dar-te um murro no nariz e assim demonstrar-te que nunca estive tão bem como agora.
Ao mesmo tempo que falava agitava o punho diante dos olhos de Russ, que imediatamente retrocedeu, dizendo num tom conciliador
—Não, não insinuo tal coisa, que ideia, mas...
Ao ver que Russ vacilava, John insistiu:
—Mas, o quê?
O outro encolheu os ombros.
—Não sei... No entanto tens de reconhecer que essa história é um pouco absurda. John olhou-o com a testa franzida.
— Parece absurdo, mas é verdade. Deborah Wood garantiu que me conhecia, embora eu esteja convencido que nunca a vi. E o mais curioso é que falava com convicção, dando a impressão de ser sincera.
— Então talvez seja verdade ela conhecer-te — aventurou Russ.
—Digo-te que não! Como poderia eu esquecer uma pessoa tão bonita. E impossível. Ainda por cima há esses dois tipos com quem tive de lutar.
—Mas, quem eram? Que queriam?
John sacudiu a cabeça.
—Não sei. Como já te disse quase não falei com eles. Só disseram que vinham buscar a Deborah, mas esta parecia temê-los muito e veio refugiar-se atrás de mim. Então ameaçaram-me que se não me afastasse me dariam um tiro. E como eu não estava disposto a obedecer, tive de lutar e deixá-los de barriga para cima.
—E porque não te afastaste? O que te interessava tudo aquilo?
John fez uma careta.
— Julgas que existe no mundo um verdadeiro homem que seja cobarde diante duma mulher?
Russ passou a mão pela cara.
— Foi então que a Deborah desapareceu?
—Foi.
— Mas para onde foi?
John deu um murro na mesa.
—Como queres que o saiba? Eu estava a tomar atenção aos dois tipos que se dispunham a atirar sobre mim. Quando me voltei tinha desaparecido... já não estava atrás de mim. Procurei-a por toda a casa e pelos arredores, mas não a consegui encontrar. Foi como se a terra a tivesse engolido.
Russ não pôde conter-se mais.
— Olha, John, creio que o melhor é que o Dr. Watts te observe. Passaste por um estado muito grave e talvez ainda não o estejas completamente curado, de maneira que...
— Fecha a boca — exclamou o jovem. — Não deliro e ainda não estou doido. Mas é possível que chegue a convencer-me de que sou o presidente dos Estados Unidos se isto continua assim. Uma rapariga que me dá um tiro à traição sem que a conheça e que depois afirma já nos conhecermos e desaparece como um fantasma; uns tipos contra quem tenho de lutar sem saber quem são... Russ, passa-se alguma coisa que não compreendo.
Russ recostou-se na cadeira e empurrou o chapéu para a nuca.
- Esquece, rapaz. É o único conselho que te posso dar. E não há nada melhor para esquecer essas coisas do que uma garrafa de whisky.
Estavam a despejar os copos, quando entrou no saloon o Dr. Watts acompanhado de Carol. Ambos se dirigiram para a mesa. A rapariga disse num tom de censura:
— Aqui o tem, doutor.
Watts tomou uma atitude de grande severidade.
—Meu amigo! Por que foi passear a cavalo sem a minha autorização? Saiba que enquanto o médico não dá alta ao doente este deve permanecer na sua casa.
John sem levantar á cabeça tirou umas notas do bolso e deu-as a Russ, ao mesmo tempo que dizia:
—Dá isto a esse «mata-sãos» e põe-no a andar.
Russ vacilou um momento, mas levantou-se logo. Pôs as notas na mão do médico e disse:
— Já ouviu, amigo! melhor ir-se embora.
Watts parecia incapaz de acreditar no que ouvia. Escandalizado exclamou:
— Mas o que é que pensam! Eu...
—Silêncio—interrompeu-o Russ, aproximando-se ameaçadoramente.
O médico emudeceu e, muito pálido, começou a retroceder enquanto Russ o seguia. Por fim deu meia volta e fugiu a correr.
Coral, que tinha presenciado a cena, voltou-se para John, cheia de indignação:
—Deves estar satisfeito com o teu modo de proceder—disse colérica. —O Dr., Watts não é um qualquer como tu e devias aprender a tratá-lo como é devido.
John levantou-se e segurando o amigo por um braço, disse num tom indiferente:
— Vamos para um sítio onde possamos estar sossegados, Russ. Incomoda-me o barulho das gralhas.
Chegados à rua, quando já não ouviam Carol, Russ perguntou:
— Onde vamos?
John encolheu os ombros.
—A qualquer cantina; à do Huston, por exemplo.
E enquanto se dirigiam para o seu destino, Russ, que estava pensativo, disse de repente:
— Ouve, John, em todo este caso de Deborah há qualquer coisa que não percebo. Dizes que ela desapareceu. Admitamos que é verdade, mas... o avô, o velho Wood? Logicamente devia estar lá, visto viverem juntos.
—Pois não estava mais ninguém além da rapariga.
Russ sacudiu a cabeça. ~
—Não pode ser, John. Wood nunca se afasta do seu rancho. Não é que eu duvide da tua palavra, mas há coisas que não são admissíveis.
Fez uma pausa e acrescentou, espantado:
— Pode-se saber que diabo é que tens?
John tinha parado no meio da sua e nos seus olhos brilhava uma luz de impaciência. De repente, disse:
—Não vamos à cantina do Huston. Vamos agora mesmo ao rancho de Wood.
Russ olhou-o boquiaberto.
— Mas, John, que vamos lá fazer?
— Não sei, mas o coração diz-me que devemos ir lá. Por que não estava lá esta manhã o velho Wood? Esta é uma das coisas que devemos averiguar.
Russ fez um gesto de aborrecimento.
—Olha, John, creio que estás a levar o assunto longe demais. Tu... tu deliras. Compreendo que seja estranho a rapariga disparar contra ti, mas talvez fosse um acidente, sabes bem que às vezes os revólveres disparam sem que se queira... Não, não mo repitas, já me contaste que ela disse hoje que te conhecia. Mas a nós, que nos importa? Olha, tu ainda estás muito fraco. Além disso, dentro de algumas horas será noite.
— Tens medo do escuro? — perguntou John trocista.
—Não é isso, mas...
—Mas o quê?
Russ, depois de vacilar um pouco, encolheu os ombros. —Está bem, ganhaste.
Foram buscar os cavalos e, momentos depois, afastavam--se de Dodge City. Russ cavalgava em silêncio, contrafeito, sem ocultar que tudo aquilo o aborrecia. Quando chegaram perto da cabana, começava já a fazer-se noite. No entanto ainda havia bastante luz, o que permitia distinguir facilmente.
De repente Russ parou e exclamou:
—Olha, John.
A mão apontava para a cabana, na qual numa das janelas se via brilhar uma luz.
—Que significa isso? —perguntou com indiferença.
— Simplesmente que o velho Wood e Deborah estão em casa. Anda, vamos; tu mesmo te convencerás de que sofres de alucinações.
Começaram a subir a colina. De repente a luz da janela apagou-se e o silêncio foi rasgado pelo estampido de uma arma de fogo. O cavalo de Russ encabritou-se e, deixando escapar um estridente relincho, caiu morto, arrastando o cavaleiro na sua queda.
John, rápido, saltou para o chão, afastou o seu cavalo dando-lhe uma palmada na garupa e lançou-se para perto do sítio onde Russ jazia aturdido, no momento preciso em que dois novos tiros silvaram por cima das suas cabeças. O jovem aproximou-se anais do seu companheiro e murmurou com ar trocista:
— Estas balas também são alucinação?
Russ, sem se atrever a abandonar a proteção que lhe oferecia o cadáver do seu cavalo, limpou com as mãos a terra que lhe sujava a cara e olhou John com os olhos muito abertos.
— Não... não compreendo isto — balbuciou.
O jovem mostrou os seus dentes brancos num sorriso sarcástico.
— De verdade? Pois tenho a impressão de que necessitas manejar o teu revólver se quiseres salvar a pele. Agora podes convencer-te de que não se tratam de fantasias minhas, mas sim de uma realidade que te pode custar a vida.
Enquanto John puxava do seu «Colt», Russ, ainda desconcertado, murmurou:
—Mas por que disparam sobre nós?
—Não sei, mas asseguro-te que já estou farto de servir de alvo a todo o mundo. Quem quer que seja que está diante de nós, vai pagar caro a agressão.
Desde a cabana, continuavam a disparar. Alguns projéteis cravaram-se no chão, muito perto do sítio onde os dois amigos continuavam deitados.
John estava quieto, empunhando o revólver com a mão crispada. Russ também tinha a sua arma pronta a fazer fogo.
De repente John pôs-se em pé e, dando um salto fenomenal, foi parar uns metros mais adiante. Imediatamente se ouviram vários estampidos e nas janelas da cabana brilharam uns relâmpagos. O rapaz disparou a sua arma contra um deles. Ouviu-se um grito e o barulho de uma coisa muito pesada a cair no chão. John compreendeu que tinha acertado num dos seus agressores. Atrás de si, Russ tinha começado a disparar contra a casa.
Então aos ouvidos do jovem chegou o barulho de várias reses. John lembrou-se dos novilhos que naquela mesma manhã vira fechados numa cerca. Os animais deviam de estar assustados com o barulho dos tiros. Os olhos do jovem relampejaram; acabava de ter uma ideia. Voltando a cara para Russ, que continuava mais atrás, disse-lhe:
—Cobre-me; não deixes de disparar um só momento.
Logo, com a suavidade e a rapidez de uma serpente, começou a avançar para o cimo da colina. A obscuridade quase noturna protegia-o, assim como as ervas altas e os arbustos. Na sua retaguarda, continuava a ouvir os disparos de Russ, que eram respondidos pelos ocupantes da casa. John sabia o que tinha a fazer.
—John, sê sincero! Quantos copos de whisky já bebeste?
O rapaz levantou-se e, apoiando as mãos na mesa, aproximou o seu rosto ao do amigo.
— Se o que pretendes é insinuar que estou bêbado, posso dar-te um murro no nariz e assim demonstrar-te que nunca estive tão bem como agora.
Ao mesmo tempo que falava agitava o punho diante dos olhos de Russ, que imediatamente retrocedeu, dizendo num tom conciliador
—Não, não insinuo tal coisa, que ideia, mas...
Ao ver que Russ vacilava, John insistiu:
—Mas, o quê?
O outro encolheu os ombros.
—Não sei... No entanto tens de reconhecer que essa história é um pouco absurda. John olhou-o com a testa franzida.
— Parece absurdo, mas é verdade. Deborah Wood garantiu que me conhecia, embora eu esteja convencido que nunca a vi. E o mais curioso é que falava com convicção, dando a impressão de ser sincera.
— Então talvez seja verdade ela conhecer-te — aventurou Russ.
—Digo-te que não! Como poderia eu esquecer uma pessoa tão bonita. E impossível. Ainda por cima há esses dois tipos com quem tive de lutar.
—Mas, quem eram? Que queriam?
John sacudiu a cabeça.
—Não sei. Como já te disse quase não falei com eles. Só disseram que vinham buscar a Deborah, mas esta parecia temê-los muito e veio refugiar-se atrás de mim. Então ameaçaram-me que se não me afastasse me dariam um tiro. E como eu não estava disposto a obedecer, tive de lutar e deixá-los de barriga para cima.
—E porque não te afastaste? O que te interessava tudo aquilo?
John fez uma careta.
— Julgas que existe no mundo um verdadeiro homem que seja cobarde diante duma mulher?
Russ passou a mão pela cara.
— Foi então que a Deborah desapareceu?
—Foi.
— Mas para onde foi?
John deu um murro na mesa.
—Como queres que o saiba? Eu estava a tomar atenção aos dois tipos que se dispunham a atirar sobre mim. Quando me voltei tinha desaparecido... já não estava atrás de mim. Procurei-a por toda a casa e pelos arredores, mas não a consegui encontrar. Foi como se a terra a tivesse engolido.
Russ não pôde conter-se mais.
— Olha, John, creio que o melhor é que o Dr. Watts te observe. Passaste por um estado muito grave e talvez ainda não o estejas completamente curado, de maneira que...
— Fecha a boca — exclamou o jovem. — Não deliro e ainda não estou doido. Mas é possível que chegue a convencer-me de que sou o presidente dos Estados Unidos se isto continua assim. Uma rapariga que me dá um tiro à traição sem que a conheça e que depois afirma já nos conhecermos e desaparece como um fantasma; uns tipos contra quem tenho de lutar sem saber quem são... Russ, passa-se alguma coisa que não compreendo.
Russ recostou-se na cadeira e empurrou o chapéu para a nuca.
- Esquece, rapaz. É o único conselho que te posso dar. E não há nada melhor para esquecer essas coisas do que uma garrafa de whisky.
Estavam a despejar os copos, quando entrou no saloon o Dr. Watts acompanhado de Carol. Ambos se dirigiram para a mesa. A rapariga disse num tom de censura:
— Aqui o tem, doutor.
Watts tomou uma atitude de grande severidade.
—Meu amigo! Por que foi passear a cavalo sem a minha autorização? Saiba que enquanto o médico não dá alta ao doente este deve permanecer na sua casa.
John sem levantar á cabeça tirou umas notas do bolso e deu-as a Russ, ao mesmo tempo que dizia:
—Dá isto a esse «mata-sãos» e põe-no a andar.
Russ vacilou um momento, mas levantou-se logo. Pôs as notas na mão do médico e disse:
— Já ouviu, amigo! melhor ir-se embora.
Watts parecia incapaz de acreditar no que ouvia. Escandalizado exclamou:
— Mas o que é que pensam! Eu...
—Silêncio—interrompeu-o Russ, aproximando-se ameaçadoramente.
O médico emudeceu e, muito pálido, começou a retroceder enquanto Russ o seguia. Por fim deu meia volta e fugiu a correr.
Coral, que tinha presenciado a cena, voltou-se para John, cheia de indignação:
—Deves estar satisfeito com o teu modo de proceder—disse colérica. —O Dr., Watts não é um qualquer como tu e devias aprender a tratá-lo como é devido.
John levantou-se e segurando o amigo por um braço, disse num tom indiferente:
— Vamos para um sítio onde possamos estar sossegados, Russ. Incomoda-me o barulho das gralhas.
Chegados à rua, quando já não ouviam Carol, Russ perguntou:
— Onde vamos?
John encolheu os ombros.
—A qualquer cantina; à do Huston, por exemplo.
E enquanto se dirigiam para o seu destino, Russ, que estava pensativo, disse de repente:
— Ouve, John, em todo este caso de Deborah há qualquer coisa que não percebo. Dizes que ela desapareceu. Admitamos que é verdade, mas... o avô, o velho Wood? Logicamente devia estar lá, visto viverem juntos.
—Pois não estava mais ninguém além da rapariga.
Russ sacudiu a cabeça. ~
—Não pode ser, John. Wood nunca se afasta do seu rancho. Não é que eu duvide da tua palavra, mas há coisas que não são admissíveis.
Fez uma pausa e acrescentou, espantado:
— Pode-se saber que diabo é que tens?
John tinha parado no meio da sua e nos seus olhos brilhava uma luz de impaciência. De repente, disse:
—Não vamos à cantina do Huston. Vamos agora mesmo ao rancho de Wood.
Russ olhou-o boquiaberto.
— Mas, John, que vamos lá fazer?
— Não sei, mas o coração diz-me que devemos ir lá. Por que não estava lá esta manhã o velho Wood? Esta é uma das coisas que devemos averiguar.
Russ fez um gesto de aborrecimento.
—Olha, John, creio que estás a levar o assunto longe demais. Tu... tu deliras. Compreendo que seja estranho a rapariga disparar contra ti, mas talvez fosse um acidente, sabes bem que às vezes os revólveres disparam sem que se queira... Não, não mo repitas, já me contaste que ela disse hoje que te conhecia. Mas a nós, que nos importa? Olha, tu ainda estás muito fraco. Além disso, dentro de algumas horas será noite.
— Tens medo do escuro? — perguntou John trocista.
—Não é isso, mas...
—Mas o quê?
Russ, depois de vacilar um pouco, encolheu os ombros. —Está bem, ganhaste.
Foram buscar os cavalos e, momentos depois, afastavam--se de Dodge City. Russ cavalgava em silêncio, contrafeito, sem ocultar que tudo aquilo o aborrecia. Quando chegaram perto da cabana, começava já a fazer-se noite. No entanto ainda havia bastante luz, o que permitia distinguir facilmente.
De repente Russ parou e exclamou:
—Olha, John.
A mão apontava para a cabana, na qual numa das janelas se via brilhar uma luz.
—Que significa isso? —perguntou com indiferença.
— Simplesmente que o velho Wood e Deborah estão em casa. Anda, vamos; tu mesmo te convencerás de que sofres de alucinações.
Começaram a subir a colina. De repente a luz da janela apagou-se e o silêncio foi rasgado pelo estampido de uma arma de fogo. O cavalo de Russ encabritou-se e, deixando escapar um estridente relincho, caiu morto, arrastando o cavaleiro na sua queda.
John, rápido, saltou para o chão, afastou o seu cavalo dando-lhe uma palmada na garupa e lançou-se para perto do sítio onde Russ jazia aturdido, no momento preciso em que dois novos tiros silvaram por cima das suas cabeças. O jovem aproximou-se anais do seu companheiro e murmurou com ar trocista:
— Estas balas também são alucinação?
Russ, sem se atrever a abandonar a proteção que lhe oferecia o cadáver do seu cavalo, limpou com as mãos a terra que lhe sujava a cara e olhou John com os olhos muito abertos.
— Não... não compreendo isto — balbuciou.
O jovem mostrou os seus dentes brancos num sorriso sarcástico.
— De verdade? Pois tenho a impressão de que necessitas manejar o teu revólver se quiseres salvar a pele. Agora podes convencer-te de que não se tratam de fantasias minhas, mas sim de uma realidade que te pode custar a vida.
Enquanto John puxava do seu «Colt», Russ, ainda desconcertado, murmurou:
—Mas por que disparam sobre nós?
—Não sei, mas asseguro-te que já estou farto de servir de alvo a todo o mundo. Quem quer que seja que está diante de nós, vai pagar caro a agressão.
Desde a cabana, continuavam a disparar. Alguns projéteis cravaram-se no chão, muito perto do sítio onde os dois amigos continuavam deitados.
John estava quieto, empunhando o revólver com a mão crispada. Russ também tinha a sua arma pronta a fazer fogo.
De repente John pôs-se em pé e, dando um salto fenomenal, foi parar uns metros mais adiante. Imediatamente se ouviram vários estampidos e nas janelas da cabana brilharam uns relâmpagos. O rapaz disparou a sua arma contra um deles. Ouviu-se um grito e o barulho de uma coisa muito pesada a cair no chão. John compreendeu que tinha acertado num dos seus agressores. Atrás de si, Russ tinha começado a disparar contra a casa.
Então aos ouvidos do jovem chegou o barulho de várias reses. John lembrou-se dos novilhos que naquela mesma manhã vira fechados numa cerca. Os animais deviam de estar assustados com o barulho dos tiros. Os olhos do jovem relampejaram; acabava de ter uma ideia. Voltando a cara para Russ, que continuava mais atrás, disse-lhe:
—Cobre-me; não deixes de disparar um só momento.
Logo, com a suavidade e a rapidez de uma serpente, começou a avançar para o cimo da colina. A obscuridade quase noturna protegia-o, assim como as ervas altas e os arbustos. Na sua retaguarda, continuava a ouvir os disparos de Russ, que eram respondidos pelos ocupantes da casa. John sabia o que tinha a fazer.
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