sábado, 10 de maio de 2014

PAS306. O duelo final

Cinco tiros soaram quase simultaneamente e os cinco contendores ficaram envolvidos pelo fumo da pólvora. Quando este se dissipou, um espetáculo arrepiante encheu de pasmo todos os que haviam assistido a este duelo de morte. Dois dos pistoleiros acabavam de cair com as cabeças estoiradas pelas balas do ajudante de xerife. O terceiro, «Cat» Elliot, conservava-se de pé, cambaleante e com profundo espanto estampado nos olhos. A pouco e pouco foi vergando os joelhos até ficar ajoelhado no chão. Com voz entrecortada pelo estertor da morte, conseguiu ainda dizer:
- Phillip… Everton… vem… ces… te… me. – e caiu para a frente, para sempre.
Como um raio, Fred voltou-se para o velho comerciante. Este estava pálido como a morte. Nenhum dos dois fora ferido. Tinham, disparado um milésimo de segundo a ntes que os seus adversários e isso fora sufgiciente para lhes desviar os tiros.
- Tu és Phillip Everton? – perguntou com voz rouca.
- Sim, Fred Smith. Meu nome é Everton e não Simpson.
Perante esta resposta, o rapaz levou a mão ao bolso e extraindo dele uma bala de prata meteu-a rapidamente no tambor do seu «Colt». Depois, falou:
- Phillip Everton, salvaste-me a vida e por isso te fico reconhecido. Porém, não saldaste a tua dívida. As vidas desses inocentes que um dia mataste juntamente com os teus cúmplices ainda estão por vingar. Jurei sobre a sua campa que os vingaria, nem que fosse a ultima coisa que fizesse na via. É sagrado para mim esse juramento e nada nem ninguém me impedirão de o cumprir. Defende-te, Everton, a última bala de prata está reservada para ti.
- Tens toda a razão em me teres ódio, Smith, e não te nego razões para me matares. Antes, porém, quero que saibas que não tomei parte nesse nefando crime… Estou pronto. Quando quiseres…
Os dois estavam frente a frente, as mãos roçando os revólveres, amarrados muito baixo às coxas.
Um silêncio sepulcral envolveu todos os presentes. Os dois adversários encaravam-se com o máximo de atenção.
- Agora!
Com a rapidez de raio, duas mãos procuraram sacar as armas. Muito mais rápido, o vaqueiro sacou primeiro e disparou. Ouviu-se o batimento do percutor no fulminante do cartucho mas o habitual estrondo do tiro não apareceu. Certamente por se encontrar deteriorada, a pólvora não explodira. Pasmado, o rapaz olhou para o revólver e logo para o velho comerciante aguardando o tiro que não se devia fazer esperar.
Com uma lentidão extraordinária, Everton levantou o revólver e apontou calmamente à cabeça do rapaz. Todos estavam suspensos da tragédia que se ia verificar e alguns viraram a cabeça para não ver cometer tal crime. Fred teve tempo mais que suficiente para descarregar os dois revólveres no velho e não o fizera. Abusando disso, Everton ia acabar com o último da família Smith.
O comerciante, depois de ter firmado a pontaria por um segundo, puxou o gatilho com decisão. O tiro soou como um trovão no impressionante silêncio. Todos olharam e com espanto viram que Fred não caíra. Era impossível errar o tiro a três passos de distância no entanto o facto dera-se pois o ajudante de xerife não dava mostras de ter sido ferido.
Foi então que Fred ouviu o baque de um corpo nas suas costas. Voltou-se rapidamente e todos seguiram o seu olhar. À entrada do ex-«Golden Saloon» e, empunhando uma espingarda, estava estendido Joseph Morris com um tiro colocado entre as sobrancelhas…
(Coleção Arizona, nº 69)
 

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