sexta-feira, 15 de maio de 2020

KNS039.01 Pela vida de um inocente

David Murray levantou-se com uma ótima disposição. Tudo lhe parecia sorrir na vida, embora isso só tivesse sido conseguido devido ao seu próprio esforço. Não devia coisa alguma ao acaso ou à sorte, mas sim à sua férrea vontade, que conseguira afastar do seu caminho todos os obstáculos que lhe impediam o triunfo.
Era dono duma magnífica casa em Topeka. Achando-se próximo dos trinta anos, os seus amigos tinham começado a insinuar-lhe que a sua residência necessitava duma mulher, que era o mesmo que dizer que devia casar-se quanto antes. Porém, David limitava-se a abanar a cabeça e a sorrir com bonomia. Sim, ele também achava que já era tempo de casar; mas a mulher sonhada ainda não tinha aparecido na sua vida.
Em Topeka tinha a certeza de que ela não se encontrava, pois conhecia todas as raparigas solteiras e nenhuma destas lhe havia produzido a menor impressão. Estava, no entanto, convencido, de que quando ela aparecesse o seu coração pulsaria rapidamente. Na realidade, este importante detalhe não o preocupava muito. O Destino estava traçado. Quando menos o esperasse, a mulher sonhada apresentar-se-ia perante ele. Então, sim, empregaria todos os esforços possíveis e imagináveis para a conquistar.

A senhora Mulloy serviu-lhe o almoço, ao mesmo tempo que lhe deixava sobre a mesa o jornal, pois o jovem estava acostumado a ler enquanto comia.
— Hoje saltaste da cama muito cedo, David — comentou a simpática mulher.
— É verdade — respondeu o jovem, sorrindo. — Desejo ler o jornal com mais tranquilidade. Traz aqui uma notícia que é bastante interessante.
— Trabalhas demasiado, David, e isso não é nada bom — ralhou ela.

— Não, o que acontece é que há muitos que não fazem nada.
— Isso julgas tu. Na cidade só correm boatos de que queres enriquecer rapidamente.
O jovem encolheu os ombros e replicou:
— São comentários de gente invejosa. Eu também ouvi dizer que a senhora Mulloy já estava rica.
— Eu? Quem teve a coragem de dizer semelhante mentira?
— O povo. Dizem que trabalha muitas horas por dia.
— Só as necessárias para ter a casa em ordem.
— Pode deitar-se mais cedo e levantar-se um pouco mais tarde.
— E quem fará o trabalho?
— Pode arranjar uma rapariga para a ajudar.
— Nunca consentirei nesta casa gente estranha.
— Está vendo como é difícil?! Estamos nas mesmas condições. O meu trabalho só eu é que o posso resolver.
— É impossível discutir contigo. És um verdadeiro demónio; pareces ter sempre razão.
— Um bom advogado sempre deve tê-la e saber convencer os juízes.
— E assim consegues ganhar todos os pleitos.
— Sempre em causas justas.
— Hum! — E a boa mulher retirou-se furiosa.
David Murray sentia-se dececionado. As interessantes notícias que esperava encontrar, limitavam-se a umas quantas linhas de pura rotina. Franziu o cenho. Não achava lógico. Parecia-lhe que a Imprensa não conhecia o menor interesse àquele assassínio. Lia-se em letras regulares:
O CRIMINOSO DE BRISTOL FOI CONDUZIDO PARA TOPEKA
BRISTOL, 9 —Jimmy Derek foi conduzido para Topeka, onde será julgado. Esta medida foi adotada para evitar que seja linchado pelos indignados habitantes da povoação.
Nem um comentário mais, como se a culpabilidade de Jimmy Derek fosse admitida por completo. David indignou-se. O seu instinto profissional tinha-lhe indicado na véspera que o acusado estava inocente. Não podia concretizar a sua opinião, pois tratava-se de algo indefinido.
Procuraria inteirar-se daquele caso e valer-se-ia de toda a sua influência para falar com o acusado. Só se ocupava dos casos em que acreditava na inocência dos seus clientes. Sentia um grande amor pela Justiça e todos os seus esforços eram encaminhados em servi-la, sem ter em conta os perigos que pudessem ameaçá-lo. E em muitas ocasiões tivera de fazer frente a grandes riscos, dos quais, felizmente, saíra ileso de todos eles.
-7
Acabou de almoçar e acendeu um cigarro. Continuava pensativo e afastou o jornal com um gesto brusco. A senhora Mulloy entrou.
— David, um homem quer falar contigo.
— Quem é?
— Nunca o vi e julgo que não seja de Topeka.
— Bem, mande-o entrar para o meu escritório. Eu já lá vou ter.
David levantou-se e dirigiu-se para onde se encontrava a sua elegante jaqueta. A senhora Mulloy nunca conseguira convencê-lo a comprar um roupão; o jovem preferia permanecer em casa em mangas de camisa ou então com um casaco fora de uso; sentia-se assim mais à vontade.
Não ligou a menor importância àquela visita. Ouviria aquele homem e depois disso começaria o trabalho destinado para esse dia. O seu pensamento concentrava-se naquele crime praticado na cidade de Bristol, situada a umas quarenta milhas de Topeka.
Um homem de meia idade, regular estatura e muito corpulento, levantou-se quando ele entrou no escritório.
— É o senhor David Murray?
— Sim, senhor. O que deseja?
— O meu nome é Harold Weeks e como tenho ouvido falar muito da sua competência como advogado, queria encarregá-lo dum caso muito importante.
David apertou-lhe a mão e convidou-o a sentar-se. Depois ofereceu-lhe um charuto, que o visitante delicadamente recusou.
— Muito obrigado, mas não aprecio...
— Se deseja daquele que costumo fumar, que é de onça...
E abriu uma caixa rústica. O visitante aceitou e colheu um pouco de tabaco e uma mortalha. Enquanto ele enrolava o cigarro, David, dissimuladamente, observava-o.
Devia ser um homem acostumado a trabalhar ao ar livre, como o indicava o seu rosto tisnado pelo sol; provavelmente um rancheiro.
— Lamento bastante... estou muito atarefado e julgo não poder tomar conta do seu caso.
— É de grande importância, senhor Murray.
O jovem sorriu.
— Todos os clientes julgam sempre que o seu caso é o mais importante.
— O meu, é um caso de vida ou de morte.
— Bem; então escuto-o, senhor Weeks.
— Sou capataz de um rancho nas proximidades de Bristol. — Este nome despertou o interesse de David. —O meu patrão encontra-se numa situação desesperada. Está inocente, posso assegurá-lo e, no entanto, é acusado de ter cometido um crime.
As mãos de David enclavinharam-se na borda da mesa, mas o seu rosto continuou impassível.
— Como se chama o seu patrão?
-- Jimmy Derek.
As mandíbulas do jovem crisparam-se e os olhos brilharam de excitação.
— Pode demonstrar que Jimmy Derek está inocente?
— Não. Porém, estou convencido de que ele não matou James Taft.
— Esse convencimento pode ser devido à estima que tenha pelo seu patrão.
— Não é possível ele ser um criminoso, senhor Murray. Vi-o nascer e tem crescido sempre ao meu lado; os seus sentimentos são nobres, embora seja um pouco acriançado.
— Nunca se pode saber o que fará uma pessoa, pois ela capaz das mais absurdas reações.
— Reconheço, de facto, que Jimmy intimamente não se portou como devia, mas daí a converter-se num assassino, vai um abismo.
David meditou. Aquilo confirmava as suas suspeitas. Aceitaria defender Jimmy Derek, o que desejava com grande empenho, mas fingiria não conceder muita importância ao assunto.
— Qual era a conduta de Jimmy Derek ultimamente?
— Devo reconhecer não ser muito favorável para ele nas atuais circunstâncias. Frequentava com bastante assiduidade o «saloon», pois encontrava-se apaixonado por uma cantora chamada Perla Day, bebia bastante e até jogava o «poker». Provocava, com este procedimento, o desespero de sua irmã. Na noite em que James Taft foi assassinado, Jimmy perdeu ao «poker» e ficou a dever a Taft perto de três mil dólares. Na casa em que foi encontrado o cadáver, acharam o revólver de Jimmy; isto fez com que todas as suspeitas tivessem recaído sobre o pobre rapaz.
—É lógico, tudo o acusa.
— Está inocente, pois é incapaz de fazer mal seja a quem for! O senhor tem de o demonstrar.
—Confia demasiado nas minhas possibilidades, Weeks — respondeu David, sorrindo.
— O senhor não quer tomar conta da sua defesa?
— Não disse isso. Primeiro quero falar com Jimmy Derek.
Harold Weeks levantou-se e apertou com força a mão do jovem entre as suas.
19 —
-- Muito obrigado, senhor Murray. Estava convencido de que não se recusaria a ajudar-nos.
— Agora já podemos sair — limitou-se a dizer David.
Encaminhou-se para o escritório do xerife, seguido do Weeks. À porta estava um ajudante.
— Bons dias, senhor Murray. Que deseja?
— Falar com o xerife.
— Não está neste momento e julgo que se demora um pouco.
—E o mesmo. Posso falar com um preso?
—Sabe bem que isso não é permitido...
— Engana-se; posso ver um cliente sempre que mo apeteça.
-- Sendo assim, é diferente, senhor Murray. Como se chama o preso?
—Jimmy Derek.
O ajudante vacilou, olhando o advogado e o seu companheiro com evidente receio.
-- Agradava-me mais que estivesse aqui o xerife.
— Que significa isto, Clayton? Então agora negam-me uma entrevista com um cliente?
—Tem muita razão, mas recebemos ordens especiais referentes a Jimmy Derek.
— Sim, senhor! -- exclamou David, com sarcasmo. —Um advogado defensor não pode encontrar obstáculos no cumprimento do seu dever. Queixar-me-ei disto perante o tribunal.
—Nada disso. O senhor pode passar, o seu companheiro é que tem de ficar aqui.
— Está bem, concordo.
Wecks sentou-se numa cadeira, aceitando convite do ajudante, que acompanhou David em silêncio até ao calaboiço que constava de três amplas celas todas com portas de grades.
Na segunda achava-se um rapaz loiro, de aspeto desalinhado. A David produziu-lhe uma favorável impressão o seu semblante juvenil. As suas feições eram simpáticas e nobres; nunca poderiam pertencer a um assassino. O ajudante chamou-o.
— Jimmy, tem uma visita.
— Para mim? — O jovem levantou-se surpreendido, olhando com curiosidade para David.
— Sou David Murray, advogado em Topeka. Esta manhã recebi a visita de Harold Weeks, que me pediu para tomar conta da sua defesa.
— Harold está aqui? — perguntou o rapaz com vivacidade.
— Está, mas não o pode visitar.
— Lamento. Tinha-me esquecido de que sou um criminoso — disse o jovem com amargura.
David olhou-o em silêncio. O aspeto do rapaz continuava a agradar-lhe. Não acreditava que fosse um assassino. Ao ler as notícias procedentes de Bristol, suspeitara, e agora estava convencido da inocência de Derek.
— A minha irmã também veio, senhor Murray? —pergunto Jimmy.
— Julgo que não, pois não a vi.
— Fico satisfeito com isso, pois não quero que me veja nesta penosa situação.
— Está inocente, Jimmy?
E ao fazer esta pergunta, David olhou-o fixamente.
O jovem ergueu a cabeça sem desviar o olhar.
— Estou! — afirmou com sinceridade.
— Bem, nesse caso serei o seu advogado defensor, Jimmy. Prometo fazer todos os possíveis para demonstrar a sua inocência.
E estendeu-lhe a mão, que o rapaz estreitou agradecido. Sem mais palavras, David saiu do calaboiço sem se voltar uma única vez, enquanto Jimmy Derek continuava encostado às grades de ferro, refletindo nos seus olhos o brilho da esperança.
Weeks levantou-se dum salto ao ver David. Avançou ao seu encontro e perguntou com ansiedade:
— Que foi que o senhor decidiu, Murray?
— Defenderei Jimmy Derek — respondeu ele com naturalidade.
-- Obrigado, tinha a certeza de que aceitaria. Está convencido da inocência de Jimmy?
— Sim, mas não será fácil convencer os jurados.
David voltou-se para o ajudante do xerife.
— Obrigado, Clayton. Como viu, não o comprometi...
Clayton viu os dois homens afastarem-se. David Murray causava-lhe uma grande admiração, pois fora testemunha de várias das suas brilhantes atuações no tribunal. A sua habilidade e eloquência eram surpreendentes e conseguia demonstrar sempre a inocência dos seus clientes. Aquele rapaz loiro estava bem protegido.
— A menina Derek não veio? — perguntou David ao seu companheiro.
— Não lhe foi possível. A pobre pequena ficou muito desgostosa, mas ontem, ao desmontar do cavalo, deslocou um pé.
Sem perder tempo, David foi a casa do seu amigo Sam Clarke, igualmente advogado, e entregou nas suas mãos quantos processos tinha pendentes. Desejava dedicar-se inteiramente àquele caso, que se apresentava bastante difícil e complicado.
Sempre acompanhado de Harold Weeks, realizou numerosas diligências que deixaram o capataz assombrado pela sua dinâmica atividade. Reuniu quantos detalhes lhe foi possível. Soube, indignado, que o julgamento do Jimmy Derek se realizaria dentro de três dias; demasiado rápido para ser verdadeiramente legal.
Quando chegou o dia do julgamento de Jimmy Derek, David tinha muito poucos fundamentos para demonstrar a inocência do acusado. Era-lhe completamente impossível poder rebater os violentos argumentos que seriam apresentados pelo Promotor.
Não se desmoralizou e preparou tudo para conseguir um adiamento do processo; com o tempo que obtivesse poderia deslocar-se a Bristol e realizar investigações no próprio local do crime.
O seu plano já estava traçado e empregou todas as energias para conseguir êxito completo. Weeks ajudá-lo-ia, sempre disposto a ser útil. A sala estava completamente cheia. O processo movido contra Jimmy Derek, apesar dos jornais não lhe terem dado muita importância, tinha despertado muita expectativa entre o povo.
O Promotor, homem de grande corpulência, atacou o acusado, fazendo ressaltar a sua conduta; jogava, bebia e frequentava casas de má nota, até chegar ao momento decisivo do crime. Os seus olhos brilharam ao dizer:
— ...E é inqualificável. A loucura deste rapaz, fez com que um homem perdesse a vida. Sim, não vacilou um momento em disparar contra James Taft para ficar livre da sua dívida de três mil dólares. É preciso suprimir quanto antes indivíduos desta espécie; são um perigo para a sociedade. As suas loucuras podem significar a morte de muitos homens honrados.
Um silêncio sepulcral reinava na sala quando o Promotor terminou de falar, olhando com altivez para os jurados e mirando o público como se o quisesse fazer testemunha da sua terrível acusação. De seguida, fez unia leve vénia ao juiz:
— Terminei, senhor juiz.
Este concordou com um movimento de cabeça, bateu ligeiramente com um martelo sobre a mesa e disse:
— Tem a palavra a defesa.
David levantou-se. Os seus movimentos eram rápidos e enérgicos. Inclinou-se ante o juiz e respondeu:
— Obrigado, senhor.
Olhou os espectadores com gravidade e seguidamente os jurados. Depois colocou-se em frente de Jimmy Derek, sorriu-lhe, como para lhe incutir ânimo e voltou-se para os jurados.
— Todas as palavras proferidas pelo meu caro colega da acusação, são muito razoáveis e estou inteiramente de acordo com ele: todo aquele que atenta contra a vida do seu semelhante, só merece a forca. Porém, não creio que seja este o caso do meu constituinte, pelo que peço um adiamento do processo.
O Promotor pôs-se de pé, como que impulsionado por uma mola.
—Protesto, senhor juiz! Este caso tem de ser julgado sem perda de tempo.
O juiz assentiu com um movimento de cabeça. David Murray falou novamente:
— Não posso estar de acordo com essa determinação e considero-a absurda. Por isso, rogo ao senhor juiz e aos senhores jurados que a retifiquem. Existem motivos poderosos para isso. Trata-se da vida dum inocente; não se pode fazer um julgamento a correr. Que provas existem contra ele? Duas e ambas muito fáceis de rebater.
Fez uma pausa esperando uma interrupção do Promotor, mas este não se atreveu a fazê-la. Temia a eloquência agressiva do seu adversário e, apesar de estar convencido de que tinha a causa ganha, não se achava tranquilo, pois conhecia David Murray e os recursos ilimitados que possuía.
— Uma dívida de três mil dólares e um revólver recentemente disparado, a poucos passos do cadáver. A dívida, é superficial. Apesar de ser uma soma considerável, não creio que fosse suficiente motivo para que Jimmy Derek se decidisse a matar um homem. Aqueles que o conhecem sabem que, embora um pouco leviano, é bastante nobre e leal; possui fortuna suficiente para pagar a dívida sem ficar arruinado ou coisa que se pareça. O revólver abandonado ao lado do cadáver de James Taft, é uma prova absurda. Qual era o assassino que ao fugir deixava o revólver ao lado da sua vítima?
— Um momento de pânico, é o suficiente para fazê-lo.
David sorriu e voltou-se para ele.
— Obrigado, caro colega. Esperava precisamente essa declaração. Estou de acordo que um momento de pânico faz um assassino cometer um erro imperdoável. Porém, todos sabem que a arma estava limpa, sem a mais leve mancha. O assassino, antes de abandoná-la, limpou-a; isso destrói por completo a sua teoria do pânico.
O Promotor mordeu os lábios, despeitado. Como temia, David Murray acabava de actuar com a sua característica habilidade.
— Senhor juiz, senhores jurados: Com essa prova, eu poderia lutar com afinco, tentando convencê-los que Jimmy Derek, embriagado, foi despojado do seu revólver; que alguém matou James Taft sem que o acusado pudesse demonstrar onde se encontrava quando se cometeu o crime. Mas não é essa a minha intenção. Eu quero que Jimmy Derek seja libertado sem a mais leve suspeita sobre a sua inocência e para isso o meu maior desejo é apresentar o verdadeiro assassino.
Fez uma pausa, observando como o olhar de Derek estava fito nele com admiração.
— Desde o princípio que me causou estranheza a rapidez com que se arranjou este processo. Em três dias, tive de me apressar e recolher todos os detalhes possíveis. Isto não é normal. Peço somente quinze dias para poder demonstrar quem é o assassino de James Taft. Tem alguma coisa a opor, senhor Promotor?
Este moveu a cabeça negativamente. O juiz, inconscientemente, fez um movimento afirmativo; os jurados não tiveram necessidade de deliberar. Levantou-se um homem alto, de cabelos grisalhos e disse com segurança:
— Julgamos justa a proposta do advogado de defesa.
O juiz deu um golpe sobre a mesa com o seu martelo.
— O julgamento fica marcado para daqui a quinze dias.

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