Manhã bem alta, Adams levantou-se de entre o arvoredo onde havia passado a noite e dirigiu-se para a casa da fazenda. Os seus olhos foram esquadrinhando a paisagem até se deterem, por fim, na figura da mulher que, de mangas arregaçadas acima do cotovelo, deixando ver os braços bonitos e bem torneados, lavava roupa junto do poço. Muito admirado, chamou-a:
— «Miss» Turner!
Ela voltou-se ao mesmo tempo que sorria. Deixou o que estava a fazer e foi ao encontro do jovem.
— Bons dias, madrugador! — saudou-o, trocista. Depois, a sério, perguntou: — Deseja alguma coisa?
— Que faz com tanta roupa?
— Isto — replicou, apontando o poço. — É roupa de gente do povoado. Eu tinha que viver de algo, não acha?
— Bem, «miss» Turner, isso acabou. Termine o trabalho. A partir de hoje, tratará apenas da lida da casa. Quando estiver aborrecida por lhe sobrar tempo... Sente-se! Eu tratarei do resto.
Os lindos olhos verdes da rapariga miraram-no, agradecidos. Sem saber porquê, Betty sentiu um rubor a tingir-lhe as faces.
— Quer que o acompanhe às pastagens?
— Irei só. Creio que tem aqui mais que fazer...
— Como queira. E muito obrigado por tudo, senhor Adams.
— Chamo-me Roy. Nada de cerimónias. Não estou habituado, Sou apenas um simples trabalhador com um pouco de sorte...
— De acordo, Roy — disse ela com um sorriso, fitando-o bem nos olhos. — Farei o que me pede, mas com uma condição. Tem que tratar-me pelo meu primeiro nome: Betty. Somos sócios, não é assim?
Desta vez foi ele quem sorriu, ao mesmo tempo que perguntava:
— Aprecia a equitação, Betty?
— Muitíssimo! Quando meu pai ainda vivia, andar a cavalo era uma das minhas predileções.
— Então, venha comigo. Dar-lhe-ei umas lições...
Intrigada, a rapariga seguiu-o até à cocheira. Com espanto verificou que Adams tomava precauções para entrar no recinto. Para o observar melhor, Betty espreitou lá para dentro. Roy entrou e aproximou-se do cavalo, cautelosamente. O animal levantou a cabeça, saltando um relincho estridente. Em seguida, exibiu os dentes, no vão intento de morder o dono. Vendo que não o conseguia, principiou a escoucinhar a torto e a direito. A cocheira não tardaria a ficar em estilhas. Roy praguejava. Como o cavalo não desistia, apanhou do chão um pedaço de pau e ameaçou quebrá-lo na garupa daquele verdadeiro demónio.
— Maldito sejas! Qualquer dia prego-te um tiro! Quieto, sarnento!
Por fim, o animal ficou tranquilo. Já sem precauções, o jovem colocou-lhe a sela e montou-o, dentro da estrebaria.
— Afaste-se da porta, Betty! Agora segue-se a segunda parte! — gritou para a jovem que o mirava com uma expressão assustada.
Fez pressão com os joelhos no tronco daquele demónio que se pôs em marcha, a passo. Nada sucedeu enquanto o enorme garanhão não se encontrou a umas trinta jardas da casa. Aí, pareceu transformar-se num furacão. Deu, de repente, um salto fantástico e quando voltou a contactar com o solo, quedou-se imóvel, durante uns segundos.
Roy teve a sensação de que lhe haviam quebrado a espinha. O animal, percebendo que não havia derrubado da sela o seu dono, começou a empregar toda a sorte de truques. Saltos de carneiro, curvetas, corridas de um lado para o outro, num campo restrito, paragens de chofre, tudo para atirar com o cavaleiro por cima das orelhas.
Após uns dez minutos de luta selvagem, o cavalo ficou quieto, com a boca cheia de espuma. Roy fê-lo caminhar em direção a Betty e o animal deixou-se conduzir docilmente.
— Que lhe pareceu? — perguntou ao chegar perto dela.
— É um demónio! Diga-me, Roy: ele reage sempre assim quando o monta?
— Sempre. Agora tenho que ir. Quero dar uma vista de olhos a isto. Arranje-me uma merenda, pois voltarei tarde. Tenciono percorrer tudo. Irei, também, até ao desfiladeiro...
— Por favor, Roy, não vá! Matá-lo-ão logo que o vejam!
— Dê-me o que lhe peço e não se preocupe. Sei defender-me sozinho.
A jovem entrou em casa e ao cabo de uns instantes regressou com um embrulho que entregou a Roy. Este fê-lo desaparecer na bolsa da sela, despediu-se com um aceno de mão e partiu seguindo pelo caminho que o havia trazido ao rancho.
Betty viu-o afastar-se. Uma sombra de preocupação estampou-se no seu lindo rosto. Permaneceu imóvel, a observar o cavaleiro, até que a nuvem de pó levantada pelas patas do cavalo, se perdeu no horizonte.
Ficou muito surpreendida, ao reparar que dizia baixinho:
— Deus queira que tudo «te» corra bem, Roy. Depois... depois não creio que te deixe partir...
As suas faces tingiram-se de carmim, enquanto murmurava:
— O que é que se está a passar, Betty?
Mergulhada num mar de confusões, dirigiu-se lentamente para o poço.
— «Miss» Turner!
Ela voltou-se ao mesmo tempo que sorria. Deixou o que estava a fazer e foi ao encontro do jovem.
— Bons dias, madrugador! — saudou-o, trocista. Depois, a sério, perguntou: — Deseja alguma coisa?
— Que faz com tanta roupa?
— Isto — replicou, apontando o poço. — É roupa de gente do povoado. Eu tinha que viver de algo, não acha?
— Bem, «miss» Turner, isso acabou. Termine o trabalho. A partir de hoje, tratará apenas da lida da casa. Quando estiver aborrecida por lhe sobrar tempo... Sente-se! Eu tratarei do resto.
Os lindos olhos verdes da rapariga miraram-no, agradecidos. Sem saber porquê, Betty sentiu um rubor a tingir-lhe as faces.
— Quer que o acompanhe às pastagens?
— Irei só. Creio que tem aqui mais que fazer...
— Como queira. E muito obrigado por tudo, senhor Adams.
— Chamo-me Roy. Nada de cerimónias. Não estou habituado, Sou apenas um simples trabalhador com um pouco de sorte...
— De acordo, Roy — disse ela com um sorriso, fitando-o bem nos olhos. — Farei o que me pede, mas com uma condição. Tem que tratar-me pelo meu primeiro nome: Betty. Somos sócios, não é assim?
Desta vez foi ele quem sorriu, ao mesmo tempo que perguntava:
— Aprecia a equitação, Betty?
— Muitíssimo! Quando meu pai ainda vivia, andar a cavalo era uma das minhas predileções.
— Então, venha comigo. Dar-lhe-ei umas lições...
Intrigada, a rapariga seguiu-o até à cocheira. Com espanto verificou que Adams tomava precauções para entrar no recinto. Para o observar melhor, Betty espreitou lá para dentro. Roy entrou e aproximou-se do cavalo, cautelosamente. O animal levantou a cabeça, saltando um relincho estridente. Em seguida, exibiu os dentes, no vão intento de morder o dono. Vendo que não o conseguia, principiou a escoucinhar a torto e a direito. A cocheira não tardaria a ficar em estilhas. Roy praguejava. Como o cavalo não desistia, apanhou do chão um pedaço de pau e ameaçou quebrá-lo na garupa daquele verdadeiro demónio.
— Maldito sejas! Qualquer dia prego-te um tiro! Quieto, sarnento!
Por fim, o animal ficou tranquilo. Já sem precauções, o jovem colocou-lhe a sela e montou-o, dentro da estrebaria.
— Afaste-se da porta, Betty! Agora segue-se a segunda parte! — gritou para a jovem que o mirava com uma expressão assustada.
Fez pressão com os joelhos no tronco daquele demónio que se pôs em marcha, a passo. Nada sucedeu enquanto o enorme garanhão não se encontrou a umas trinta jardas da casa. Aí, pareceu transformar-se num furacão. Deu, de repente, um salto fantástico e quando voltou a contactar com o solo, quedou-se imóvel, durante uns segundos.
Roy teve a sensação de que lhe haviam quebrado a espinha. O animal, percebendo que não havia derrubado da sela o seu dono, começou a empregar toda a sorte de truques. Saltos de carneiro, curvetas, corridas de um lado para o outro, num campo restrito, paragens de chofre, tudo para atirar com o cavaleiro por cima das orelhas.
Após uns dez minutos de luta selvagem, o cavalo ficou quieto, com a boca cheia de espuma. Roy fê-lo caminhar em direção a Betty e o animal deixou-se conduzir docilmente.
— Que lhe pareceu? — perguntou ao chegar perto dela.
— É um demónio! Diga-me, Roy: ele reage sempre assim quando o monta?
— Sempre. Agora tenho que ir. Quero dar uma vista de olhos a isto. Arranje-me uma merenda, pois voltarei tarde. Tenciono percorrer tudo. Irei, também, até ao desfiladeiro...
— Por favor, Roy, não vá! Matá-lo-ão logo que o vejam!
— Dê-me o que lhe peço e não se preocupe. Sei defender-me sozinho.
A jovem entrou em casa e ao cabo de uns instantes regressou com um embrulho que entregou a Roy. Este fê-lo desaparecer na bolsa da sela, despediu-se com um aceno de mão e partiu seguindo pelo caminho que o havia trazido ao rancho.
Betty viu-o afastar-se. Uma sombra de preocupação estampou-se no seu lindo rosto. Permaneceu imóvel, a observar o cavaleiro, até que a nuvem de pó levantada pelas patas do cavalo, se perdeu no horizonte.
Ficou muito surpreendida, ao reparar que dizia baixinho:
— Deus queira que tudo «te» corra bem, Roy. Depois... depois não creio que te deixe partir...
As suas faces tingiram-se de carmim, enquanto murmurava:
— O que é que se está a passar, Betty?
Mergulhada num mar de confusões, dirigiu-se lentamente para o poço.
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