No sábado, ao amanhecer, Louis Farrell chegou a casa das irmãs Donovan. Trazia botas limpas, roupa lavada e um aparatoso revólver do lado direito, que avultava muito debaixo da sobrecasaca demasiado folgada.
Leonora mandou-o entrar e disse-lhe:
— Margie está a acabar de se arranjar. A gente de «A Encantada» não deve tardar aí.
Carolina colocava chávenas para o café, em cima da mesa de costura. Farrell cumprimentou-a amavelmente. Ela olhou-o com medo, com repugnância, que o homem não notou. Leonora indicou o volume que fazia o revólver debaixo da sobrecasaca.
— Não é demasiado evidente esse revólver?
— É. Assim que chegarmos, com certeza tiram-mo. Por isso trago o maior que arranjei e não repararão neste...
Afastou um pouco a sobrecasaca. Na parte de cima via-se um pequeno revólver de algibeira e uma navalha curta, de lâmina larga. Carolina deixou cair uma chávena no chão.
— Carolina! — repreendeu-a Leonora.
— Desculpa. Vou buscar outra — disse a rapariga.
Farrell seguiu a jovem com a vista. Depois voltou ao que mais lhe interessava.
— Tem a certeza de que me aceitarão em «A Encantada»?
— Sim. Disse a Jarvis que você era a pessoa mais amiga que tínhamos em Green. River e que queria que fosse testemunha de Margie. Achou bem. Portanto, conta consigo...
Margie entrou, para pedir à irmã que lhe abotoasse as costas do vestido. Sorriu a Farrell.
— Está pronto, Farrell?
— Sim — respondeu o homem.
— Obrigada, Leonora. Gosta do meu vestido, Farrell?
— Encantador. Jarvis Hamilton perderá a respiração quando a vir, Margie.
— Você é muito galante, Farrell. Ouça, quero pedir-lhe urna coisa. procure... matá-lo antes da cerimónia; isto é, antes de o pastor nos casar. Não gostaria de ser viúva tão nova. Os rapazes têm preconceitos contra as viúvas...
— Procurarei ser-lhe agradável, menina; sobretudo, tendo em conta que herdaria pouco, pois dizem que Jarvis gasta tudo o que produz «A Encantada» a melhorar o rancho e a adquirir gado e novos pastos.
— Obrigada, Farrell. Você é um homem encantador.
Farrell sorriu com ironia. Margie notou que ele era imune aos seus encantos e fez uma careta de despeito. Carolina veio com outra chávena de café e a cafeteira. Enquanto servia o café, disse.:
— Eu não vou a «A Encantada».
— Que dizes? — perguntou Leonora.
— Não vou ver assassinarem esse homem do modo mais cobarde e sujo.
Leonora levantou a mão e esbofeteou com força a rapariga. Por duas vezes, antes de Farrell lhe segurar o braço.
— Não bata à pequena. Tem razão, pois vamos matar Jarvis Hamilton de um modo cobarde e sujo — exclamou Farrell.
Leonora desprendeu-se da mão do homem e gritou:
— Não se ocupe tanto com Carolina, Farrell Já notei como a olha. Vai matar Hamilton, sim ou não?
— Sim, vou matá-lo. Ê o combinado e eu cumpro sempre a minha palavra. Mas você e eu somos más peças, Leonora. Por isso, não quero que maltrate Carolina. Ela é um caso à parte.
— Ela irá a «A Encantada» ver como é vingado o seu pobre irmão. Irá de sua vontade ou amarrada. Vai buscar a tua capa, Carolina E você tome o café, Farrell. E prepare-se, pois, desta vez, não podemos falhar.
— Desta vez não falharemos — redarguiu Farrell, começando a beber o café. — Todos estarão atentos à cerimónia e eu poderei agir com liberdade. Depois fugirei, aproveitando a surpresa. O meu cavalo vai ficar selado no pátio. Recomendarei que não lhe tirem a sela, pois, assim que assinar a ata, terei de voltar a galope para o trabalho. Desta vez não falharemos, Leonora.
Ela riu e o seu riso contagiou Louis Farrell.
— Conte-me qual é o motivo do seu ódio a Hamilton.
— Contar-lhe-ei outro dia, menina. Outro dia...
Leonora disse a Margie:
— Vai buscar Carolina, para que não faça tolices. Trá-la.
Leonora mandou-o entrar e disse-lhe:
— Margie está a acabar de se arranjar. A gente de «A Encantada» não deve tardar aí.
Carolina colocava chávenas para o café, em cima da mesa de costura. Farrell cumprimentou-a amavelmente. Ela olhou-o com medo, com repugnância, que o homem não notou. Leonora indicou o volume que fazia o revólver debaixo da sobrecasaca.
— Não é demasiado evidente esse revólver?
— É. Assim que chegarmos, com certeza tiram-mo. Por isso trago o maior que arranjei e não repararão neste...
Afastou um pouco a sobrecasaca. Na parte de cima via-se um pequeno revólver de algibeira e uma navalha curta, de lâmina larga. Carolina deixou cair uma chávena no chão.
— Carolina! — repreendeu-a Leonora.
— Desculpa. Vou buscar outra — disse a rapariga.
Farrell seguiu a jovem com a vista. Depois voltou ao que mais lhe interessava.
— Tem a certeza de que me aceitarão em «A Encantada»?
— Sim. Disse a Jarvis que você era a pessoa mais amiga que tínhamos em Green. River e que queria que fosse testemunha de Margie. Achou bem. Portanto, conta consigo...
Margie entrou, para pedir à irmã que lhe abotoasse as costas do vestido. Sorriu a Farrell.
— Está pronto, Farrell?
— Sim — respondeu o homem.
— Obrigada, Leonora. Gosta do meu vestido, Farrell?
— Encantador. Jarvis Hamilton perderá a respiração quando a vir, Margie.
— Você é muito galante, Farrell. Ouça, quero pedir-lhe urna coisa. procure... matá-lo antes da cerimónia; isto é, antes de o pastor nos casar. Não gostaria de ser viúva tão nova. Os rapazes têm preconceitos contra as viúvas...
— Procurarei ser-lhe agradável, menina; sobretudo, tendo em conta que herdaria pouco, pois dizem que Jarvis gasta tudo o que produz «A Encantada» a melhorar o rancho e a adquirir gado e novos pastos.
— Obrigada, Farrell. Você é um homem encantador.
Farrell sorriu com ironia. Margie notou que ele era imune aos seus encantos e fez uma careta de despeito. Carolina veio com outra chávena de café e a cafeteira. Enquanto servia o café, disse.:
— Eu não vou a «A Encantada».
— Que dizes? — perguntou Leonora.
— Não vou ver assassinarem esse homem do modo mais cobarde e sujo.
Leonora levantou a mão e esbofeteou com força a rapariga. Por duas vezes, antes de Farrell lhe segurar o braço.
— Não bata à pequena. Tem razão, pois vamos matar Jarvis Hamilton de um modo cobarde e sujo — exclamou Farrell.
Leonora desprendeu-se da mão do homem e gritou:
— Não se ocupe tanto com Carolina, Farrell Já notei como a olha. Vai matar Hamilton, sim ou não?
— Sim, vou matá-lo. Ê o combinado e eu cumpro sempre a minha palavra. Mas você e eu somos más peças, Leonora. Por isso, não quero que maltrate Carolina. Ela é um caso à parte.
— Ela irá a «A Encantada» ver como é vingado o seu pobre irmão. Irá de sua vontade ou amarrada. Vai buscar a tua capa, Carolina E você tome o café, Farrell. E prepare-se, pois, desta vez, não podemos falhar.
— Desta vez não falharemos — redarguiu Farrell, começando a beber o café. — Todos estarão atentos à cerimónia e eu poderei agir com liberdade. Depois fugirei, aproveitando a surpresa. O meu cavalo vai ficar selado no pátio. Recomendarei que não lhe tirem a sela, pois, assim que assinar a ata, terei de voltar a galope para o trabalho. Desta vez não falharemos, Leonora.
Ela riu e o seu riso contagiou Louis Farrell.
— Conte-me qual é o motivo do seu ódio a Hamilton.
— Contar-lhe-ei outro dia, menina. Outro dia...
Leonora disse a Margie:
— Vai buscar Carolina, para que não faça tolices. Trá-la.
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