Ao chegar à janela para assistir ao embarque do cavalo notou que todos os olhos, agora sem dissimulação, se tinham pousado nele. E pareceu-lhe até ouvir vários suspiros de alivio, como para dar a entender que só agora, ao vê-lo dentro do comboio, se sentiam à vontade.
Minutos depois, quando a locomotiva arrancava, com bastante lentidão, ouviu a voz do xerife da porta do gabinete do chefe da estação:
— Boa viagem, homem, e nunca mais se lembre de que existe uma povoação chamada Cedar Rock.
— Não era necessária a observação, xerife.
Ainda a carruagem à janela da qual se encontrava o homem ruivo não tinha chegado à esquina do edifício, quando saiu deste uma mulher jovem e esbelta, com duas pedras nas mãos e duas labaredas de fogo nos olhos.
A mulher, colocando-se à beira do cais, dirigiu-se com voz indignada ao homem ruivo:
— Eh!, tu, Bob: «perigo de morte», como é que te vais embora sem te despedires de mim? Toma, aí tens o meu presente, para que te lembres sempre de Nelly Craig, a bailarina do «Dois Luzeiros».
O homem, ao ver o gesto agressivo da bailarina, retirou vivamente a cabeça, pelo que as duas pedras sibilaram ameaçadoramente sobre ele, sem lhe tocar, acabando por se estatelarem contra o vidro da janela da frente, que ficou feita em cacos, provocando nos viajantes um lógico sobressalto.
Bob, invadido por uma cólera fria, empunhou os «Colts» e, voltando à janela, começou a atirar aos pés da rapariga, que começou a dançar, aterrada, perante aquela chuva de projéteis que levantava junto dos seus sapatos tanta poeira, até que, incapaz de dominar por mais tempo os nervos descontrolados, acabou por desmaiar.
O xerife e os dois ajudantes, passado o estupor produzido pela violenta reação do forasteiro, puxaram rapidamente das armas e correram como setas até à cauda do comboio, insultando Bob e ordenando-lhe que se considerasse preso por tentativa de homicídio.
O homem soltou uma gargalhada cavernosa, apontou um dos revólveres para Hubert Dyncan e para os seus auxiliares e apertou suavemente o gatilho da arma três vezes.
Um oh! de admiração saiu do público que da estação observava a singular cena, ao ver os três chapéus dos representantes da Lei voarem a um tempo pelos ares.
Antes que o comboio acabasse de desaparecer ao dobrar um pronunciado cotovelo, os habitantes de Cedar Rock, surpreendidos, ainda ouviram uma nova gargalhada cavernosa e, a seguir, a voz sardónica daquele homem que seria eternamente recordado como «Bob: perigo de morte».
— Não sou eu que me hei-de lembrar de vocês, mas sim vocês de mim. E deem graças por eu ter escolhido como alvo os chapéus em vez das cabeças. Nem sempre me apanham de tão bom humor.
Minutos depois, quando a locomotiva arrancava, com bastante lentidão, ouviu a voz do xerife da porta do gabinete do chefe da estação:
— Boa viagem, homem, e nunca mais se lembre de que existe uma povoação chamada Cedar Rock.
— Não era necessária a observação, xerife.
Ainda a carruagem à janela da qual se encontrava o homem ruivo não tinha chegado à esquina do edifício, quando saiu deste uma mulher jovem e esbelta, com duas pedras nas mãos e duas labaredas de fogo nos olhos.
A mulher, colocando-se à beira do cais, dirigiu-se com voz indignada ao homem ruivo:
— Eh!, tu, Bob: «perigo de morte», como é que te vais embora sem te despedires de mim? Toma, aí tens o meu presente, para que te lembres sempre de Nelly Craig, a bailarina do «Dois Luzeiros».
O homem, ao ver o gesto agressivo da bailarina, retirou vivamente a cabeça, pelo que as duas pedras sibilaram ameaçadoramente sobre ele, sem lhe tocar, acabando por se estatelarem contra o vidro da janela da frente, que ficou feita em cacos, provocando nos viajantes um lógico sobressalto.
Bob, invadido por uma cólera fria, empunhou os «Colts» e, voltando à janela, começou a atirar aos pés da rapariga, que começou a dançar, aterrada, perante aquela chuva de projéteis que levantava junto dos seus sapatos tanta poeira, até que, incapaz de dominar por mais tempo os nervos descontrolados, acabou por desmaiar.
O xerife e os dois ajudantes, passado o estupor produzido pela violenta reação do forasteiro, puxaram rapidamente das armas e correram como setas até à cauda do comboio, insultando Bob e ordenando-lhe que se considerasse preso por tentativa de homicídio.
O homem soltou uma gargalhada cavernosa, apontou um dos revólveres para Hubert Dyncan e para os seus auxiliares e apertou suavemente o gatilho da arma três vezes.
Um oh! de admiração saiu do público que da estação observava a singular cena, ao ver os três chapéus dos representantes da Lei voarem a um tempo pelos ares.
Antes que o comboio acabasse de desaparecer ao dobrar um pronunciado cotovelo, os habitantes de Cedar Rock, surpreendidos, ainda ouviram uma nova gargalhada cavernosa e, a seguir, a voz sardónica daquele homem que seria eternamente recordado como «Bob: perigo de morte».
— Não sou eu que me hei-de lembrar de vocês, mas sim vocês de mim. E deem graças por eu ter escolhido como alvo os chapéus em vez das cabeças. Nem sempre me apanham de tão bom humor.
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