terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CNT005_P05. Doce castigo

Zark Kelly e Louise estavam, novamente, no aposento, onde sé haviam encontrado pela primeira vez. A jovem não levantava os olhos do chão e o nova-iorquino fitava a janela.
— Sabe uma coisa — disse ele. — Estou a achá-la diferente. Parece que mudou e eu estou tentado a emprestar o dinheiro para o rancho.
Louise levantou a cabeça.
— Não, não — continuou Kelly — não vou obrigá-la a ajoelhar para me implorar o dinheiro... O caso é outro. Empresto o dinheiro, sim... mas tenho de castigá-la pelos seus modos e tratamentos. É altura de receber uma lição!
A rapariga corou. Voltou a lembrar-se dos açoites...
Mas não! Ele não se atreveria! — pensou, embora no íntimo tivesse a certeza de que ele era capaz disso e de muito mais.
E teve a sensação de que era frágil, demasiado frágil e pequena para aquele homem tão grande, tão irónico, e tão valente. Viu-lhe os olhos negros... e encontrou neles um brilho doce. Achou que não se importaria de passar o resto da sua vida a contemplá-los...
— Bem — continuou Zark — vou dizer-lhe o castigo que penso dar-lhe.
Louise, desta vez, não se encolerizou. Pareceu-lhe até, que receberia o castigo com prazer. É que Kelly começava a tomar conta do seu... coração.
— Vou obrigá-la a casar comigo!
A rapariga não se admirou. Agora tudo lhe parecia natural. E já nos braços do nova-iorquino murmurou:
— E se eu disser que não?
Zark Kelly sorriu-se:
— Para as mulheres teimosas tenho uma receita: um par de açoites bem...
Louise fechou-lhe os lábios com os dedos.

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