Uma porta abriu-se. Era a da casa de Phillip Simpson. O velho apareceu nos umbrais. Amarrados às coxas, quase junto aos joelhos, pendiam dois grandes revólveres de seis tiros, «colt» 45.
- Smith, conte comigo. Sou velho, mas ainda tenho certa rapidez com os revólveres. Você sozinho não pode com os três pistoleiros. Eu conheço pelo menos um deles: «Cat» Elliot. É um ás. Porém conheço-lhe o modo de actuar e peço-lhe, Smith, que me deixe ajudá-lo. Tenho uma dívida para consigo e quero tentar saldá-la.
- Tem uma dívida para comigo? – estranhou o rapaz.
- Depois direi, se viver. Vamos, Smith?
- Vamos, Simpson. E antes de ver o resultado deste duelo, quero agradecer-lhe.
Os dois homens abraçaram-se comovidamente. Depois largaram-se e com decisão encaminharam-se para o local onde os esperava talvez a morte, nas figuras de três pistoleiros que tinham alugado os seus revólveres para destruir a paz em Golden City.
Os pistoleiros esperavam na rua junto ao ex-«Golden Saloon». Morris tinha-se refugiado, conhecendo o perigo que Fred Smith representava.
Soaram passos na rua e os pistoleiros tomaram lentamente posição. Achavam-se afastados três ou quatro passos uns dos outros para dificultar a ação do ajudante de xerife.
Foi com espanto que viram surgir dois em vez de um adversário. Porém, à medida que a distancia diminuía, os seus semblantes mudaram de caretas de espanto para sorrisos de mofa. O que acompanhava o ajudante de xerife era um velho que aparentava setenta anos e portanto não devia constituir obstáculo para os seus torpes desígnios.
Somente «Cat» Elliot assobiou baixinho. Acabava de reconhecer um dos seus antigos companheiros de aventuras.
- Phillip Everton – murmurou entre dentes. – Lamento ter de te matar.
(Coleção Arizona, nº 69)
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