Campbell, com à cara repleta de pedaços de adesivo, escutava as explicações de Parker no escritório de Jonathan Hubert.
— Eis o que se passou depois do senhor se ter ido embora! Victória ouvira o discurso que fez aos lavradores e, quando nós saímos daqui, ela meteu-se cá dentro. O certo é que, ao despedirmo-nos, eu fiquei preocupado com o passo que o senhor ia dar e regressando escutei Victória dirigindo a palavra aos lavradores. Estava-lhes contando que o senhor não era o David e que tinha vindo a Rockville, sem conhecer ninguém e sem qualquer interesse económico, com o único objetivo de ajudar a terra a desfazer-se do bando de Burnet... enfim, esteve a falar sobre o egoísmo deles e outras coisas. Quando terminou, tinha-os entusiasmado e disposto a bater-se mesmo que fosse contra o diabo se estivesse aliado aos piratas!
— Não me quis receber. Chamei-a da porta dos seus aposentos e está fechada à chave.
— Bem. Não dê muita importância a isso. Já sabe como as mulheres são estranhas.
Campbell ficou uns segundos pensativo, e como ' se falasse consigo mesmo, disse:
— Encontro-me numa linda situação. O assunto está liquidado, e é hora de regressar ao meu escritório de Tuscaloosa. Mas acontece que o velho, quero dizer o senhor Hubert, não sabe que eu apenas fui um impostor...
— Pois está enganado, senhor Campbell! —advertiu-o uma voz, nas suas costas.
O advogado voltou-se como uma centelha e mastigou em seco vendo no umbral da porta o próprio Jonathan Hubert. Este sorria, e não parecia tão doente como seria de prever, tendo em conta o diagnóstico do doutor Morley.
Avançou para Johnny, dizendo:
— Desde o dia que chegou que eu descobri que o senhor não era David.
—Ê possível? Mas haverá alguém nesta casa que não supusesse quem eu era realmente?
Parker afirmou que o desconhecia até o ter ouvido a Victória.
— E como o soube, afinal, senhor Hubert?
— O meu filho, quando tinha cinco anos, disparou um tiro ao brincar com uma pistola que descuidadamente deixara na secretária. O projétil produziu-lhe um ferimento nas costas da mão direita. Era uma cicatriz enorme, daquelas que se levam para o caixão. Quando o senhor
se aproximou de mim para me abraçar no nosso primeiro encontro, procurei-o...
— Não prossiga. Sinto-me o ser mais ridículo do Mundo.
— Não diga isso. Fez muito bem em Rockville. O seu nome ficará gravado a letras de oiro na história da comarca. Confesso que ao descobrir que era uni impostor, tive as minhas dúvidas a respeito das suas intenções. O lógico era que viesse à caça da herança...
— Deixemos isso — sugeriu Johnny — e agora diga-me alguma coisa acerca da sua doença... — Achaques da velhice — sorriu Jonathan. — Nada mais?
—O doutor Morley e eu estávamos combinados. Lembrou-me de agravar o meu estado quando recebi a primeira carta de David. Tentava assim conseguir, embora à custa de alguns sustos para Victória, que viesse depressa — na voz de Hubert houve um tremor.
— E o último ataque? Por que o simulou?
— Via que as coisas atingiam o auge. Terá de me perdoar, mas fi-lo para obrigar o senhor a adotar essa decisão de chamar os lavradores. A mim, jamais me teriam escutado.
— Nem a mim tão-pouco me atenderam! — exclamou Campbell.
— Bem. Mas preparou o terreno a Victória. — Também sabe isso?
— Venho do quarto de minha filha. Ali tivemos um ror de confidências. Segredo por segredo.
— Eis o que se passou depois do senhor se ter ido embora! Victória ouvira o discurso que fez aos lavradores e, quando nós saímos daqui, ela meteu-se cá dentro. O certo é que, ao despedirmo-nos, eu fiquei preocupado com o passo que o senhor ia dar e regressando escutei Victória dirigindo a palavra aos lavradores. Estava-lhes contando que o senhor não era o David e que tinha vindo a Rockville, sem conhecer ninguém e sem qualquer interesse económico, com o único objetivo de ajudar a terra a desfazer-se do bando de Burnet... enfim, esteve a falar sobre o egoísmo deles e outras coisas. Quando terminou, tinha-os entusiasmado e disposto a bater-se mesmo que fosse contra o diabo se estivesse aliado aos piratas!
— Não me quis receber. Chamei-a da porta dos seus aposentos e está fechada à chave.
— Bem. Não dê muita importância a isso. Já sabe como as mulheres são estranhas.
Campbell ficou uns segundos pensativo, e como ' se falasse consigo mesmo, disse:
— Encontro-me numa linda situação. O assunto está liquidado, e é hora de regressar ao meu escritório de Tuscaloosa. Mas acontece que o velho, quero dizer o senhor Hubert, não sabe que eu apenas fui um impostor...
— Pois está enganado, senhor Campbell! —advertiu-o uma voz, nas suas costas.
O advogado voltou-se como uma centelha e mastigou em seco vendo no umbral da porta o próprio Jonathan Hubert. Este sorria, e não parecia tão doente como seria de prever, tendo em conta o diagnóstico do doutor Morley.
Avançou para Johnny, dizendo:
— Desde o dia que chegou que eu descobri que o senhor não era David.
—Ê possível? Mas haverá alguém nesta casa que não supusesse quem eu era realmente?
Parker afirmou que o desconhecia até o ter ouvido a Victória.
— E como o soube, afinal, senhor Hubert?
— O meu filho, quando tinha cinco anos, disparou um tiro ao brincar com uma pistola que descuidadamente deixara na secretária. O projétil produziu-lhe um ferimento nas costas da mão direita. Era uma cicatriz enorme, daquelas que se levam para o caixão. Quando o senhor
se aproximou de mim para me abraçar no nosso primeiro encontro, procurei-o...
— Não prossiga. Sinto-me o ser mais ridículo do Mundo.
— Não diga isso. Fez muito bem em Rockville. O seu nome ficará gravado a letras de oiro na história da comarca. Confesso que ao descobrir que era uni impostor, tive as minhas dúvidas a respeito das suas intenções. O lógico era que viesse à caça da herança...
— Deixemos isso — sugeriu Johnny — e agora diga-me alguma coisa acerca da sua doença... — Achaques da velhice — sorriu Jonathan. — Nada mais?
—O doutor Morley e eu estávamos combinados. Lembrou-me de agravar o meu estado quando recebi a primeira carta de David. Tentava assim conseguir, embora à custa de alguns sustos para Victória, que viesse depressa — na voz de Hubert houve um tremor.
— E o último ataque? Por que o simulou?
— Via que as coisas atingiam o auge. Terá de me perdoar, mas fi-lo para obrigar o senhor a adotar essa decisão de chamar os lavradores. A mim, jamais me teriam escutado.
— Nem a mim tão-pouco me atenderam! — exclamou Campbell.
— Bem. Mas preparou o terreno a Victória. — Também sabe isso?
— Venho do quarto de minha filha. Ali tivemos um ror de confidências. Segredo por segredo.
Por fim, disse-me que lhe doía um pouco a cabeça e foi para o. bosquezinho de álamos.
— Não a vi sair — murmurou Johnny perplexo.
— Há uma porta traseira, já se esqueceu?
Campbell assentiu e deu uns passos pelo aposento, seguido pelos olhares dos dois homens. Subitamente disse:
— Creio que a mim também me faz falta um passeio.
Enquanto se dirigia para fora, Jonathan Hubert piscava um olho a Parker, e este sorria.
Encontrou-a sentada a um lado do tanque, com a mão metida na água.
— Olá! disse ele nas suas costas.
A jovem teve um sobressalto e ao ver Johnny, o seu rosto tingiu-se de vermelho.
— Quero que me perdoes, Victória.
— Pela bofetada? — perguntou ela nervosamente. — Merecia-a. Não me peças desculpa.
— Mas tu dizias tudo aquilo sem o sentir. Devia-o ter compreendido. Fui um estúpido.
Houve um silêncio.
— Vais-te embora amanhã, suponho — aventurou.
— Não o resolvi ainda. Não desejava ir por aí fora com esta cara.
Alguns pássaros cantavam nas árvores.
— Já decidiste a resposta a dar ao Tom Henderson? — perguntou o advogado.
— Sim.
— E qual é?
— Negativa.
Os últimos raios de sol brincavam sobre a superfície do tanque.
— Casar-te-ás agora com essa mulher? — inquiriu a seguir a rapariga.
— Depende dela.
— Porquê?
— Recorda-te. Não sei se me quer!
— Nunca lho perguntaste?
-- Nunca.
— Quando o fizeres, oxalá te diga que sim. O ar trazia os rumores do vento longínquo. — Queres casar-te comigo, Vic?
Victória voltou bruscamente o rosto para ele. Abriu os olhos, a boca, respirou com ardor, e por fim exclamou:
— John!
Campbell estreitou-a nos seus braços beijando-a fervorosamente.
— Não a vi sair — murmurou Johnny perplexo.
— Há uma porta traseira, já se esqueceu?
Campbell assentiu e deu uns passos pelo aposento, seguido pelos olhares dos dois homens. Subitamente disse:
— Creio que a mim também me faz falta um passeio.
Enquanto se dirigia para fora, Jonathan Hubert piscava um olho a Parker, e este sorria.
Encontrou-a sentada a um lado do tanque, com a mão metida na água.
— Olá! disse ele nas suas costas.
A jovem teve um sobressalto e ao ver Johnny, o seu rosto tingiu-se de vermelho.
— Quero que me perdoes, Victória.
— Pela bofetada? — perguntou ela nervosamente. — Merecia-a. Não me peças desculpa.
— Mas tu dizias tudo aquilo sem o sentir. Devia-o ter compreendido. Fui um estúpido.
Houve um silêncio.
— Vais-te embora amanhã, suponho — aventurou.
— Não o resolvi ainda. Não desejava ir por aí fora com esta cara.
Alguns pássaros cantavam nas árvores.
— Já decidiste a resposta a dar ao Tom Henderson? — perguntou o advogado.
— Sim.
— E qual é?
— Negativa.
Os últimos raios de sol brincavam sobre a superfície do tanque.
— Casar-te-ás agora com essa mulher? — inquiriu a seguir a rapariga.
— Depende dela.
— Porquê?
— Recorda-te. Não sei se me quer!
— Nunca lho perguntaste?
-- Nunca.
— Quando o fizeres, oxalá te diga que sim. O ar trazia os rumores do vento longínquo. — Queres casar-te comigo, Vic?
Victória voltou bruscamente o rosto para ele. Abriu os olhos, a boca, respirou com ardor, e por fim exclamou:
— John!
Campbell estreitou-a nos seus braços beijando-a fervorosamente.
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