domingo, 13 de agosto de 2017

BUF015. Cap I. A última audição do condenado à forca

Ele tinha roubado a identidade do seu melhor amigo!

 
 
 
John Campbell, de trinta anos de idade, um metro e oitenta de altura, olhos negros e lábios firmes, leu para si a placa da porta que tinha à sua frente: «Campbell & Atkins — Advogados». Sorriu satisfeito, fez girar o puxador e abriu.
Richard Atkins levantou a cabeça, empurrou os papéis que consultava sobre a mesa e exclamou:
— Johnny!
Os dois homens abraçaram-se efusivamente.
— Não te esperava — disse Atkins. — Por que não me avisaste? Tinha ido à estação com uma banda de música!
— Precisamente por isso é que não o fiz! Pensei que organizarias uma receção espampanante e preferi surgir de improviso!
— Podes apostar que sim. És demasiado modesto e isso não é sensato para uma firma como a nossa. Necessitamos de um pouco de publicidade. Não te parece?
— A publicidade faz-se com os êxitos!
— Pois no que respeita a este, vale a pena que o «Tuscaloosa Herald» gaste um «Mississipi» de tinta! Posso, no entanto, chamar o Rudy! Dir-lhe-ei que mande compor em letras gordas... Que te parece isto? — Atkins moveu as mãos no ar, declamando: — «John Campbell, da firma Campbell & Atkins, vence perante o Supremo Tribunal a Companhia Algodoeira de Alabama»!
— Demasiado espetacular — riu Campbell. Bem... que tal te tens portado na minha ausência? A verdade é que tens sido muito preguiçoso nas tuas cartas.
— Não queria distrair a tua atenção com outro caso. Já tinhas bastantes preocupações ao enfrentares-te com esses tais da Companhia...
— Alguma coisa interessante?
Meia dúzia de assuntos vulgares.
Atkins era dois centímetros mais baixo que Campbell. Louro, de olhos claros e queixo proeminente. Conheceram-se na Universidade de Yale e, através dos anos, foram fortalecendo a amizade até ao ponto de que, no último curso da Faculdade, decidiram unir a sua sorte quando se formassem. Como Campbell era oriundo de Nova Iorque, seria difícil nesta cidade abrir caminho com o exercício da advocacia; Atkins, natural de Tuscaloosa, Alabama, propôs seguirem até ao seu rincão natal e abrir ali o seu cartório.
Tiveram quatro anos de luta, mas, cada dia, o escritório da firma «Campbell & Atkins» era mais conhecido e respeitado. Começaram com assuntos de pequena envergadura e, ultimamente, tinham conseguido que um homem, que andava em demanda com a Companhia Algodoeira de Alabama, lhes confiasse a interposição de um recurso no Supremo Tribunal. Campbell obtivera uma sentença favorável com a qual, a partir de então, tinham motivos de sobra para olhar risonhamente o futuro.
Os dois sócios, naquele seu primeiro encontro depois do triunfo, falavam das possibilidades do escritório.
— Quando recebi o teu telegrama — dizia Atkins — pensei que estas duas salas são imundas para albergar uns advogados como nós.
— Não vás tão depressa! — ria Campbell.
— Há um apartamento livre no edifício Rollye da Rua Mayor, Johnny! Dei-lhe ontem uma vista de olhos. É maravilhoso! Quatro enormes salas, uma casa de banho e um gabinete para visitas...
— É preferível que aguentemos mais uns meses aqui.
— Não digas tolices! Já sabes como é esta gente. Gostam de boa apresentação. Apenas nos instalemos nesse andar, teremos bicha à porta! Vamos lá logo! Tens de vê-lo...
Mas John já não o escutava. Os seus olhos estavam fixos na ponta de um papel roxo que saía da pasta de couro que havia sobre a mesa de Atkins.
O papel roxo só se utilizava nos Tribunais de Alabama apenas para uma coisa. Para a notificação das sentenças de morte.
— Que é isso, Dick? — perguntou ao seu amigo.
Atkins seguiu a direção da vista de John.
— Oh! Isso não tem muita importância. Um tipo que fez uma patifaria.
— Muito grave foi, com certeza — disse Campbell, tirando a notificação da pasta.
— Matou Kovitz, o usurário. Não pude fazer nada por ele. Tudo estava contra ele. Só lhe faltou deixar um cartão de visita sobre o cadáver.
— «David Hubert — leu John — culpado do assassínio de Benjamin Kovitz, perpetrado no dia 14 de Março de 1877».
— Esquece-te disso, Johnny. Temos de nos apressar se quisermos ver o apartamento com a luz do dia.
— Quem é David Hubert?
— Não é de Tuscaloosa. Um desses tipos que andam de terra em terra cometendo tropelias. Sofreu duas condenações por roubo nas prisões do nosso Estado.
— Por que matou Kovitz?
— O usurário fez-lhe um empréstimo duas se-manas antes do crime. Hubert visitou-o em 14 de Março para que lhe fizesse uma ampliação de crédito, mas Kovitz negou-se. Então Hubert puxou de um revólver e disparou-lhe um tiro na cabeça. Roubou-lhe todo o dinheiro que estava na carteira e dirigiu-se para um bar a festejar o acontecimento.
— Contou tudo, não?
— Foi quase o mesmo.
— Que queres dizer?
— Já sabes o que afirmam todos os assassi¬nos: «Estou inocente! Estou inocente!»
— E o que é que ele declarou?
— Que foi a casa de Kovitz para lhe pedir a ampliação do empréstimo e ao receber uma ne-gativa se tinha ido embora. Um anjinho!
— E quais são provas que há contra ele ?
— Oh, Johnny!... Creio que estamos perdendo um tempo precioso.
— Esse apartamento pode esperar. Preferia que me falasses mais acerca de Hubert.
— Está bem. Hubert visitou Kovitz às oito da noite. Às oito e meia foi visto no «Sallon Union». Às nove, a mulher que limpa o escritório de Ko¬vitz descobriu o cadáver. Hubert foi a última pes¬soa que o viu vivo.
— Porquê? Entre as oito e meia e as nove há trinta minutos em branco!
— Mas Hubert foi pedir-lhe uma ampliação do empréstimo! Kovitz negou-a! Esse foi o motivo do assassínio! Hubert é um delinquente vulgar, um ladrão. Demais, um tal James Bughan, que serviu de testemunha, declarou em Juízo ter ouvido Hubert dizer no «Union» que Kovitz era um animal nojento, um ser desprezível que não merecia viver.
— Hubert entregou-se?
— Não. Deteve-o o guarda Kennedy no «Union» porque estava fazendo escândalo.
— Bêbado?
— Sim.
— Só isso?
— Diabos, Johnny! Estás-me a falar como se eu fosse o acusado.
— Sinto-o, Dick. Não me leves a mal este meu modo... confesso que por vezes sou um pouco rude!
Campbell deu alguns passos pela casa em atitude pensativa. A sua mão direita havia feito uma bola com o papel roxo. De repente, deteve-se resoluto e exclamou:
— Vou ver esse homem.
— Não poderás fazer nada por ele. Nem tu nem ninguém. Enforcam-no amanhã.
— Bem sei, mas quero conhecê-lo.
— Como desejes. Ah, já me esquecia! Avisarei Marion Rolls e as suas amigas da tua chegada. Creio que queriam organizar uma pequena festa íntima. Espero-te aqui?
— Será melhor que vás tu primeiro. Eu irei depois de visitar Hubert.
— De acordo. Até logo.
Quinze minutos mais tarde, Campbell penetrava na cela ocupada por David Hubert.
— Obrigado, Joe — disse o advogado ao carcereiro que o acompanhara. — Já te chamo!
Ao ficarem sós, John observou com atenção o homem que tinha na sua frente. Era robusto e possuía um rosto de feições corretas.
— Sou John Campbell, advogado da firma...
— Já o sei! — interrompeu abruptamente o réu. — Que vem cá fazer? Vem para estudar as minhas reações ante a morte?
— Tive necessidade de ocupar-me de um assunto e tenho estado fora de Tuscaloosa há mais dum mês. Até há poucos momentos desconhecia tudo a seu respeito.
— E não acha que já sabe bastante pelo que lhe contou o seu sócio?
— A minha presença aqui mostrar-lhe-á que a sua pergunta é infundada.
Os olhos de Hubert perderam o brilho belicoso. Contemplou com mais interesse o advogado, e perguntou:
— Que quer saber?
— A verdade! Devo adverti-lo de que o que me disser não alterará nada a sua situação. Foi julgado e condenado, legalmente. A sua sentença será cumprida amanhã.
Os lábios de Hubert contraíram-se numa expressão de amargura.
— Nesse caso, o que pode fazer por mim, depois?... Ressuscitar-me?
— Por isso o adverti. Não vou adiantar nada. Creia que não haverá qualquer prejuízo no que me declarar. É consigo!...
Houve uns segundos de silêncio. As últimas palavras do advogado tinham conseguido emocionar o condenado. Este cerrou os dentes e voltou-se para a pequena fresta gradeada. Depois andou até à parede e voltou para trás. As mãos tremiam-lhe.
— Isto é o que se chama jogar limpo, não é verdade, senhor Campbell?
— É o que pretendo e foi para isso que o vim ver.
— Então, escute. Eu não matei Benjamin Kovitz.
Os olhos de Campbell cravaram-se nos de Hubert.
— Quer que lho repita? — gritou este, presa de um nervosismo crescente.
— Ouvi tudo perfeitamente. Você não matou o prestamista.
— Bem, já o sabe! Que fará agora? Angariará fundos para me erigirem um monumento? Escreverá aos jornais do país comunicando-lhes que em Tuscaloosa enforcaram um inocente? Pensa utilizar-me para derrubar, nas próximas eleições, o juiz que me condenou ou o homem que Me acusou e tomar o senhor qualquer dos postos que eles ocupam?... Diga-o, senhor Campbell! Apregoe-o aos quatro ventos!...
— No seu lugar, procuraria ficar calmo.
— O senhor no meu lugar?... Ah, ah, ah!... Tem graça. Que faria? Rir? Cantar?
— Compreendo a sua situação e sinto-o...
— Não. Não pode compreender. Vou ser enforcado por um crime que não cometi. Não sou nenhum santo. Roubei várias vezes, tenho feito algumas das minhas... mas nunca matei ninguém! Tenho tido amigos que me acham, até, demasiado brando... É engraçado, não é?... Imagina a cara deles quando souberem que David Hubert foi enforcado por assassínio?
— Como veio parar a Tuscaloosa? — desviou Campbell a conversa.
Hubert ficou em silêncio como se já tivesse falado de mais; por fim, articulou com voz monótona:
— Um amigo, Tom Adams, propôs-me um negócio de madeiras. Neste sítio do país são muito apreciadas. Tudo consistia em trazê-las de Missouri através do rio. A ideia não era má. Reuni-mos o nosso dinheiro e viemos até aqui. Abrimos uma casa e esperámos a clientela. Foi tudo de vento em popa, ao princípio. Mas um dia o meu sócio apanhou o que tinha à mão e fugiu, levando o efetivo. Não deixou nem um dólar na caixa nem na conta que tínhamos no Banco. Era inútil sair em sua perseguição e como eu tinha certa experiência no negócio, decidi continuá-lo sozinho. Necessitava de dinheiro e procurei Benjamin Kovitz. Só consegui que me emprestasse três mil dólares, para lhe devolver cinco mil em dois meses. Tudo se resolveria se as coisas não se tivessem torcido. Inverti os três mil dólares numa compra que resultou ruinosa. A madeira estava carcomida. Não tive outro remédio senão procurar, de novo, o usurário, pedindo-lhe uma ampliação do empréstimo. Não quis saber de mim e correu-me do seu escritório. Fui dali ao «Union». Tinha uns dólares no bolso e eu estava desesperado. Comecei a beber, a beber... E assim me deteve o guarda.
— Você, Hubert, disse que Kovitz merecia a morte.
— Podia muito bem dizê-lo, embriagado! Mas não o matei.
—A que horas saiu da casa do prestamista? — Por volta das oito e um quarto.
— Não viu ninguém nas imediações?
— Não fixei. Estava muito excitado.
— Manifestou a qualquer pessoa a sua ideia de visitar Kovitz naquele dia?
Hubert ficou pensativo por alguns segundos e contestou:
— Estive no «Union» bebendo um trago para cobrar ânimo, antes de ir ao prestamista. Mas não falei com ninguém acerca deste assunto. Não fiz grandes amizades em Tuscaloosa, porque carecia de oportunidade para tal. Adams e eu tínhamos chegado à cidade havia seis meses.
— Então, há que procurar por outro lado —disse Campbell.
— Quer dizer que vai investigar o crime?
— Sim, Hubert, vou investigar, ainda que sinta não poder ajudá-lo. Se a minha investigação tiver êxito, como você me disse há pouco, nada lhe poderá devolver a vida.
O réu passeou pela cela, apertando nervosamente as mãos.
— Oxalá isso seja importante para certas pessoas — declarou.
— Para quem?
Hubert aproximou-se do advogado e proferiu, com voz débil:
— Para o meu pai e para a minha irmã.
— Ia precisamente pôr-me à sua disposição. Se quer que faça algo, pode ter confiança em mim. Prometo-lhe realizar o que pretenda.
David Hubert sentou-se na beira do catre e fixou Campbell.
— Vou-lhe contar a minha história. Não sei sequer a razão porque o faço. Talvez seja por ser bom fazer um balanço antes de abandonar o Mundo.
O advogado puxou por um cachimbo e uma caixa de tabaco.
— Quer fumar? Tenho papel.
Hubert enrolou um cigarro e Campbell encheu o cachimbo. Depois de acender ambos, o primeiro disse:
— Nasci no Kansas, há trinta anos. O meu pai era um inglês desterrado e a minha mãe uma holandesa filha de emigrantes. O Oeste era naquele tempo a «Terra da Promissão». O meu pai tinha a profissão de torneiro e não ganhava muito para manter a sua família. Tanto assim que converteu em dinheiro tudo quanto tinha, comprou um carro, um par de bois e um cavalo e juntou-se a uma caravana. Chegaram a uma boa terra de pastos e ali construíram o seu novo lugar. Batizaram-no com o nome de Rockville. Quando eu tinha sete anos nasceu a minha irmã Victoria. Pouco tempo depois, a minha mãe enamorou-se de um aventureiro. Seduziu-a de tal forma que conseguiu que deixasse o meu pai. Eu significava muito para ela, e uma noite saímos os dois de Rockville com aquele homem. Fomos para a Califórnia.
«Começámos urna vida de constante movimento. Às vezes mudávamos de residência no mesmo dia, porque tínhamos de sair, à pressa, daquele sítio. O enamorado da minha mãe era contrabandista. Ela não podia resistir a tal inferno, contraiu umas febres e morreu. Ele chamava-se Walter Cunigan. Tinha-me tomado carinho e ensinou¬-me tudo quanto sabia. Cresci junto dele, e aos quinze anos já era capaz das aventuras mais difíceis. Corremos todo o país, umas vezes com dinheiro, vivendo nos melhores hotéis, outras sem um cêntimo nos bolsos. Também passávamos algumas temporadas na cadeia!
«Um dia, Cunigan teve a má sorte de se pôr a jogar com um bandido, ao qual ganhou bastante. Mas o fulano descobriu que as cartas estavam marcadas e disparou contra Walter. Morreu de seguida. Foi este o momento mais trágico da minha vida. Estava só. Perguntei a mim mesmo o que tinha a fazer. Não me tinha esquecido que em Rockville estava o meu pai e a minha irmã, uma irmã de quem eu me tinha separado quase à sua nascença. Mas, viveriam? Continuariam residindo ali? Qual seria a sua reação se eu voltasse? Pensei que meu pai me odiaria, porque a minha presença, decerto, lhe iria despertar tristes recordações. Eu seria um desconhecido para a minha irmã. Não, não podia voltar. Continuei a minha vida de jogador, agora solitário. Há três anos apareci por Alabama. Aqui não me conformei só com o jogo. Roubei meia dúzia de vezes. Apanharam-me duas delas e cumpri quatro meses de prisão, da primeira e catorze meses, da segunda. Esta última fez-me pensar. Levaria uma vida honrada quando saísse. Ao ficar em liberdade joguei umas partidas sem fazer trampolinices. Ganhei um pouco de dinheiro e, então, conheci Tom Adams. Quando já íamos na segunda semana do negócio de madeiras, dei um passo transcendental. Escrevi para Rockville. Eu era uma pessoa honesta e roía-me o coração o desejo de saber de meu pai e de minha irmã. Pode imaginar a minha emoção quando veio a resposta à minha carta. Nunca na história dos meus dias passei um bocado assim. Não me atrevia a abri-la. Não sabia o que me diriam...
A voz de Hubert tinha baixado de tom e os seus olhos haviam-se-lhe marejado de lágrimas.
Depois de uma larga pausa continuou o seu relato.
— Escrevia-me Victoria dizendo que o nosso pai estava muito doente e que o dia em que receberam a minha carta tinha sido o mais feliz das suas vidas. Ambos me pediam que voltasse para junto deles...
— Essa carta chegou antes que Adams o roubasse?
— Sim.
— Por que não se foi embora depois da fuga do seu sócio?
— Não queria apresentar-me lá sem um cêntimo. Vi claramente que, com um ano à frente do negócio de madeiras, podia, então, regressar a Rockville sem dar a sensação de que era um oportunista.
— Fez mal. Estou certo de que seu pai e sua irmã nunca teriam pensado tal coisa.
— Talvez tenha razão, mas eu queria reabilitar-me aos meus próprios olhos, compreende? — Escreveu-lhes?
— Sim. Disse-lhes que estava ocupado num negócio no qual trabalhava há dez anos e que pensava liquidá-lo. Para isso necessitaria o prazo de alguns meses. Quando tivesse tudo em ordem, pôr-me-ia a caminho de Rockville.
Hubert ficou em silêncio, que foi respeitado pelo seu ouvinte.
— Já sabe a história da minha vida, senhor Campbell. Quero pedir-lhe um favor.
— Conte com ele!
— Quando tudo esteja terminado desejo que escreva, o senhor, a meu pai. Diga-lhe que morri por motivo de uma doença. Pode explicar-lhe que o senhor era meu amigo ou meu advogado, como queira, e que o meu último pensamento foi para eles.
— Prometo-lhe que assim o farei.
Os dois homens olharam-se uma vez mais, sem pronunciar palavra. Tinha chegado o momento da despedida.
— Tive gosto em o ter conhecido, senhor Campbell — sorriu tristemente o réu. — Há pouco estava desesperado; agora, depois de lhe falar e de o ter escutado, morrerei mais tranquilo.
— Sei que você é valoroso, David. Dou-lhe a minha palavra de que se reabilitou e de que me esforçarei para que isso seja reconhecido pelos mesmos homens que o condenaram.
Hubert apertou a mão que o advogado lhe estendia e disse:
— Boa sorte.
— Adeus, David — replicou Campbell. E dirigiu-se para a porta da cela.
Chamou o guarda e quando este tilintava com as chaves ouviu Hubert acrescentar:
— Esquecia-me de dizer-lhe que tenho estado alojado no «Hotel Montgomery». Ali recebo a correspondência.
Campbell assentiu com a cabeça enquanto se abria a porta e depois de fazer uma última saudação, saiu da cela.

Sem comentários:

Enviar um comentário