quinta-feira, 8 de junho de 2023

CLF028.02 E a decisão é: Ficar no Vale!

Cliff Valley estendia-se por várias milhas até à base da cordilheira Sun. Uma comarca que tinha sido o terreno de caça preferido pelos Sioux.

Agora, pelos vales e pelas encostas havia cinco grandes ranchos e vários outros mais pequenos. Num destes, com certeza, encontraria trabalho, pensava Brod Nolan, deliciando-se com o agradável aroma que a fresca brisa arrastava dos frondosos pinheiros.

A Este, recortava-se contra o azul profundo do céu o terreno sinuoso e os sulcos dos arados que os granjeiros chamavam «Las Riberas». Tinha de passar pelas suas proximidades.

Recordava que alguns «intrusos» tinham tentando estabelecer-se ali, mas depressa abandonavam os seus propósitos, vencidos pela seca e pelos gafanhotos que, de quando em quando, infestavam aquelas paragens. Brod recordava ainda a canção vaqueira que brincava com os «intrusos»:

«Deixem já Las Riberas, rapazes,

que esta terra não é para vocês.

A cinco milhas da água e a dez do bosque...»

E agora, descendo uma lomba, pestanejou surpreendido. Onde dantes havia um par de chocas, havia agora uma dezena de barracas e campos cultivados Aproximando-se da primeira barraca, leu na tabuleta que se encontrava sobre a porta:

«CORREIO DE LAS RIBERAS»

Um homem barbudo, empunhando uma espingarda e olhando com hostilidade para Brod Nolan, apareceu à porta. Brod saudou-o com um aceno de cabeça, mas o barbudo não correspondeu à saudação.

O cavaleiro continuou o seu caminho. Uma rapariga, perto de um carro, quando o viu correu a fechar-se no estábulo. Confuso e incomodado, Brod abandonou aquele caminho e voltou a penetrar n vale.

Quando já escurecia, acampou perto de um riacho. Esperou que o fogo se convertesse em braseiro, para preparar uma fatia de toucinho e colocar a cafeteira do café. Estendia a manta no solo, quando ouviu passos felinos e um homem apareceu no curto círculo luminoso que o fogo projetava na escuridão da noite.

— Olá — saudou Brod. — O café está quase pronto.

— Você desceu de «Las Riberas», não é verdade?

— Sim, é verdade — e Brod pôs mais lenha na fogueira, para ver melhor a inesperada visita.

O desconhecido era pequeno, de compleição física quase débil, com as maçãs do rosto bastante proeminentes e cabelo castanho, liso e brilhante, que lhe cobria as orelhas. Tê-lo-ia tomado por uma criança, se não fosse o «Colt» que lhe pendia à ilharga.

— Sabe onde está, forasteiro? — perguntou.

— Sei, mas agradeço sempre que me informem.

Aquele homem tinha os olhos muito unidos, amarelados ao resplendor do fogo e era desagradável, pensou Brod.

— Este terreno pertence ao «Pretty Ranch».

— E este café contém água do «Pretty Ranch» — sorriu Brod. — Se lhe apetece, enche-se mais um.

O desconhecido chamou por alguém e apareceu Outro indivíduo, trazendo dois cavalos pela arreata. Era corpulento e de rosto avermelhado. Examinando-o atentamente, Brod comentou:

— Ainda não o tinha visto, Wax. Que novidades conta?

— O patrão que tas conte. Em pé, «intruso».

— «Intruso», eu? — riu Brod. — Bom... o certo é que venho das ribeiras, mas de passagem, apenas.

—E de passagem, mentes também — afirmou aquele que Brod tinha chamado Wax.

—E de passagem, também você se engana — afirmou Brod.

— Todos dizem que estão de passagem quando nos roubam bezerros.

Brod apontou com o dedo a fatia de toucinho que tinha sobre as brasas.

— Cheira a bezerro?

— Vamos, você vem connosco! — ordenou Wax.

— Oiça, estou cansado e tenho fome. Amanhã irei ao «Pretty Ranch» e falarei com Miller. De qualquer modo, fazia tenção de lá ir.

— Venha, depressa!

Brod suspirou e apanhou a cafeteira do café, dizendo:

— Não dão muito tempo a um viajante para cear, caramba.

De soslaio, viu o rápido movimento da mão direita de Wax. O «Colt» crepitou e a bala foi atravessar a cafeteira, derramando o café quente sobre o antebraço de Brod Nolan, que a largou imprecando entre dentes.

Wax Jones. olhos a reluzir, engatilhou de novo o «Colt» enquanto pisava o toucinho sobre as brasas Ordenou:

— Segura-lhe o cavalo, Ring.

Levantando-se, Brod esfregou o braço e disse:

— Miller tem muitos como vocês ao seu serviço?

Com o revólver, Jones indicou a égua que Ring Howard lhe trazia. Nolan colocou-lhe a sela e, seguindo na dianteira dos dois homens, empreendeu a marcha. Atrás de Nolan ia Ring Howard.

Uma hora depois chegaram à parte mais alta do vale, onde se encontravam os edifícios do «Pretty Ranch», propriedade de Ronald Miller. De um dos edifícios saíram três indivíduos, com os quais Jones falou, antes de dizer a Nolan:

— Espere aqui — e entrou na casa principal.

Uma casa de pedra, de dois andares, de estilo sulista. Tinha sido mandada construir pelo velho coronel Miller, depois da guerra, ao emigrar para o Oeste.

Havia uma série de habitações para convidados e uma casa à parte para o pessoal. Jones assomou à porta, chamando-o.

Subindo a escada, Nolan entrou num luxuoso vestíbulo, donde passou para uma sala, cuja porta Jones fechou com as costas, ao mesmo tempo que dizia:

— É este o homem, patrão.

Um homem alto, delgado, abandonou o cadeirão de couro, contemplando Nolan pensativamente.

— O seu aspeto não me é desconhecido — disse, intrigado, Miller.

— Claro que não. O senhor fazia parte do júri.

— Júri? — repetiu Ron Miller. — Ah, já me lembro. Você chama-se Brod Nolan.

Quando rapaz, Brod sentia-se impressionado com a riqueza e o poder dos Miller. Agora, com os seus trinta anos, Ron Miller recordava-lhe um puro-sangue orgulhoso e arrogante. Tinha o nariz aquilino, e os seus olhos negros e inquietos contemplavam Nolan com divertida estranheza.

Brod comentou:

— Cheguei a pensar que me iam enforcar.

— Esteve perto — sorriu Miller. — Bem, Wax, foi um erro. Este homem não é um «intruso».

— Então, porque andava por aí depois de anoitecer? — grunhiu Wax Jones.

— Uma pergunta sensata — opinou Miller. — O seu irmão Hart disse-me que você tinha abandonado a comarca.

— Hart às vezes comete erros. Como o seu cão de guarda, Ron. Ou ele tem o costume de disparar a qualquer que acampe no barranco?

— Se vem de «Las Riberas», sim — afirmou Miller, amavelmente. — Não me importo de perder uma rês de vez em quando, mas não estou disposto a alimentar esses malditos «intrusos». Wax não fez mais que cumprir o seu dever. Portanto, Nolan, para a próxima vez acampe noutro sítio.

— De acordo. Ainda que neste momento ande à procura de trabalho...

— Que género de trabalho?

— Qualquer que você possa oferecer-me, Miller.

— Porquê no meu rancho e não no de Hart?

Esta era uma pergunta que todos lhe fariam. Mais valia abordar, de frente, a questão.

— Porque Hart não me quer dar trabalho.

— Já vejo — e, voltando a sentar-se, Miller reclinou uma perna na esquina da mesa, acendendo um havano. — E você pensa que eu posso fazer-lhe uma oferta?

Nolan encolheu os ombros. Miller prosseguiu:

— Há dois anos votei pela sua absolvição. Todos os outros jurados fizeram o mesmo. Não me deve nenhuma gratidão.

— Não vim agradecer-lhe.

— A sua má reputação é conhecida, Nolan. Génio vivo, brigão, demasiado veloz com o revólver. O seu próprio irmão não quer dar-lhe trabalho. Isto tudo junto, não é propriamente uma recomendação, não concorda?

— Ainda conto poucos anos para ser eleito sacristão, não é verdade, Miller?

— De qualquer modo, aquele julgamento resultou em meu benefício. Deu-me a oportunidade de conhecer melhor a senhora Leblanc, com a qual vou casar. Não pense você, portanto, que eu possa dar trabalho ao homem que matou o seu primeiro marido. Cada vez que ela o visse, vir-lhe-ia à memória más recordações. Enquanto eu for dono do «Pretty Ranch», aqui não haverá trabalho para si.

— De acordo. Boa sorte para ambos.

Estava já próximo da porta quando Ron Miller acrescentou:

— Já que está aqui vou dizer-lhe outra coisa, Nolan. Deixe em paz Evelyn Leblanc. Não quero que a sua presença, a mortifique.

— Não quero mortificá-la, mas... tenho de a ver. Devo-lhe uma visita.

— O que tiver para dizer a ela, diga-o a mim. Acha bem?

— Não.

— Ela levou dois anos a esquecer, e você é a última pessoa que Evelyn deseja encontrar...

—É melhor que seja ela a dizer-mo.

— Afaste-se dela. Aviso-o...

O tom autoritário de Miller enervou Nolan.

— Oiça, Miller! Ainda que trabalhasse no seu rancho, há ordens que não tolero a si nem a nenhum homem.

Abandonou a sala e dirigiu-se para o pátio, onde Ring Howard segurava três cavalos, Montou a sua égua. Wax Jones saiu da penumbra e perguntou:

—É verdade que já matou um homem?

— Matei tantos, Wax, que já perdi a conta. Tive de deitar fora o meu revólver por causa das marcas que tinha na coronha.

Wax Jones cuspiu no solo antes de dizer:

— Carregue nas esporas e abandone quanto antes as terras do «Pretty Ranch».

— Sim, senhor. A noite foi muito agradável, senhor Wax. — E Nolan levantou o seu chapéu numa saudação trocista, antes de iniciar a marcha a galope.

Recordando a expressão dos olhos amarelentos de Wax Jones, Nolan sentiu compaixão por qualquer «intruso» faminto que tentasse roubar uma rês do «Pretty Ranch», ou qualquer coisa com esta marca.

Mas, por enquanto, Evelyn Leblanc não possuí ainda a marca do «Pretty Ranch». Acampou longe não acendeu o fogo. Envolto na manta, evocou Lloyd Leblanc. Também ele tinha sido um rebelde escorraçado por todos.

Com a responsabilidade da hipoteca do pequeno rancho e recém-casado, Lloyd Leblanc tinha entrado no «saloon» para ir perder numa partida de poker pouco dinheiro que possuía. Dinheiro que Brod Nola ganhou.

Ébrio, Leblanc atirou o conteúdo de um copo a rosto de Brod, que, também já um pouco alcoolizado lhe atirou com uma cadeira. Um vaqueiro apanhou revólver de Leblanc, levando-o ao bebedouro dos cavalos para refrescar-lhe as ideias. E a questão parecia te terminado ali.

Uma hora depois, acabada a partida, Nolan abandonou o «saloon» com um lucro de trezentos dólares.

Passando junto de uma esquina, um homem saltou-lhe em cima, esgrimindo um cacete. Brod Nolan disparou, e Lloyd Leblanc caiu morto com uma bala no peito.

«Não tinha revólver — havia dito o advogado. O réu admite-o?».

«Sim, admito. Mas, bastava aquele cacete para m fazer saltar os miolos», havia replicado Nolan.

Não podia sentir o menor remorso, pois Leblanc tinha tentado matá-lo. E na obscuridade da noite, ele não podia adivinhar se além do cacete, não havia conseguido uma arma em qualquer sítio.

Sentira pena por Evelyn Leblanc, apenas casada há dois meses. Ela não o acusou, mas sempre que olhava, os seus olhos transbordavam desprezo e rancor. Tinham-no soltado, reconhecendo que a sua atitude fora em legítima defesa. Mas, desde então, sempre o atormentara a recordação de Evelyn Leblanc.

Pouco depois de amanhecer, despertou, e foi banhar-se no riacho. Desjejuou umas fatias de toucinho ressequido e, montando, seguiu para o norte.

O rancho Leblanc, anexo às terras de Miller, era pequeno. De longe, os edifícios de madeira pareciam velhos, como tudo o que Leblanc havia possuído. Mas, de mais perto, Nolan comprovou que os telhados tinham sido reconstruídos e o pátio apresentava um aspeto novo e agradável.

Da chaminé saía fumo. Possivelmente, Ron Miller interpretaria aquela visita como um desafio. Mas ele tinha de correr aquele risco. Nolan pensou: «Afinal, fui eu que trabalhei que nem um escravo nas minas, que levantei a hipoteca deste rancho e paguei as reparações».

Por instantes, pensou com certo pânico em voltar as costas e fugir dali. Mas Evelyn Leblanc saía já de casa limpando as mãos enfarinhadas ao avental. A jovem olhava-o em silêncio. E ele, um tanto receoso, murmurou:

— Sou Brod Nolan, senhora.

— Sei muito bem quem é.

Era alta, de formas cheias e bem desenhadas, cabelo negro formando grossas tranças. Os seus grandes olhos escuros, mostravam prudência e bom-senso, apesar dos seus vinte e um anos.

—Eu quis vê-la depois do julgamento, para explicar-lhe...

— Explicar-me o quê, Nolan?

— É difícil, senhora. Mas vim agora para dizer-lhe que lamento muito o que sucedeu.

— Lamenta por si?

— Não. Nem tão-pouco por Lloyd, esta é que é a verdade. Lamento-o pela senhora.

— É estranho — comentou ela, com a mesma firmeza que desde o princípio a havia caracterizada desde o dia do julgamento. — Durante algum tempo odiei-o, Nolan. Se fosse homem teria tentado matá-lo. Mas agora... agora mete-me pena, Nolan.

—E porquê? — indagou ele, assombrado.

— Porque então tinha você tudo... e tudo deitou perder.

— Agora está a falar como o meu irmão Hart.

Em atitude firme, ela exclamou:

—Então, já dissemos tudo o que tínhamos a dizer

— Um momento, senhora, por favor... Conseguiu viver sem dificuldades?

— Defendi-me. Tenho dois vaqueiros com que reparto os lucros. E o meu vizinho, o senhor Miller foi muito amável.

— Ontem à noite vi o Miller. Sinto-me satisfeito por as coisas lhe terem corrido bem. Pedi trabalho a Miller, mas recusou-mo. A causa é a senhora...

—E veio para pedir-me que interceda por si, a si favor?

— Oh, não! O homem com quem vai casar é dono desta comarca. Só desejo que ele não me torne a vida difícil, porque penso ficar.

— Não o compreendo. Que importância tem isso para Ronald? Por mim, pouco me importa o sítio onde você trabalhar.

— Obrigado, senhora. Era precisamente isso que queria saber. Se o disser a Miller, ficar-lhe-ei muito reconhecido.

Ela desceu os degraus da casa e olhou-o com uma expressão estranha.

—Porque voltou ao vale, Nolan? Com certeza que este sítio não lhe pode ser grato.

— Talvez não — e Nolan contemplou a cordilheira distante, o céu azul sulcado por um gavião. Acrescentou: — Creio que sentia nostalgia. Não acredita?

— Acredito. Depois que Lloyd... morreu, quis ir-me embora, porque odiava estes campos, a cidade, tudo... Mas fiquei. E agora considero esta comarca como minha terra natal. Este rancho pertence-me, sabe?

— Sinto-me sinceramente satisfeito, senhora... Bom... — e tocando com as pontas dos dedos na aba do chapéu, Brod Nolan despediu-se: — Adeus e obrigado.

—Obrigado, porquê? — E os negros olhos expressavam rancor. — Não torne a voltar aqui, Nolan. Não torne a voltar mais aqui...

Cavalgando por entre uma fila de carros que estavam estacionados no pátio, Nolan pensou que acabava de pagar outra dívida. Murmurou entre dentes:

—E que esperas tu, imbecil? A banda de música e um discurso do governador? Uma coroa de flores para o filho pródigo? Deitaste tudo a perder, como ela acaba de afirmar. A tua rapariga casou-se, o teu melhor amigo foi-se embora. Porque não te afastas, vagabundo? Aqui não tens nada que fazer. Volta para o Arizona, vadio.

A duzentos passos da casa, Brod deteve a montado ao ver sair do arvoredo um cavaleiro: Ronald Miller que cavalgando a toda a brida levantou um pó danado ao intercetar-lhe o passo. Montava como um oficial de cavalaria, com a mão direita apoiada na cintura, ereto, limpo desde botas polidas até à camisa. E não era nenhum fanfarrão. Sempre o tinha visto assim, resistindo dia após dia, recolhendo gado, vencendo os mais exímios vaqueiros. Também o tinha visto na mesa do póquer Frio como o aço.

— Creio que não entende o meu inglês, Nolan. Quando lhe disse que não a incomodasse, falei-lhe muito a sério!

Voltando levemente a cabeça, Brod viu que Evelyn Leblanc estava no umbral da porta, protegendo os olhos com a mão, gritando qualquer coisa que a distância não permitia ouvir. Desde o dia anterior que Brod Nolan guardava dentro de si uma tempestade de emoções. Explodiu:

— Oiça, cavalheiro... Porque não põe Wax de guarda a Evelyn, em vez de atiçá-lo contra os intrusos»?

Miller corou, ao responder:

— Lamentará o que acaba de dizer, Nolan.

— É possível. Mas você, Miller, não manda em mim. Nem sequer pela nona parte que lhe corresponde como membro dos dez jurados.

— Quem sabe? Posso ter votado contra si, porque entre Brod Nolan e Lloyd Leblanc não havia muita diferença. Estavam um para o outro.

Nolan sorriu agressivamente.

— Parece-me que lhe fiz um grande favor em Leblanc. Portanto, estamos pagos, Miller. Eu fico com uma morte na consciência e você fica com a viúva.

Os músculos das mandíbulas sobressaíram no rosto Ron Miller. Nolan compreendeu que acabava de feri-lo no seu orgulho.

— Se à sua cintura pendesse um «Colt», matá-lo-ia, Nolan!

— Pois claro. Mas eu não trago revólver.

— Então procure um revólver e saia desta comarca. Não encontrará trabalho por aqui.

— É uma ameaça?

— É uma promessa. Vou pô-lo na lista negra e ninguém lhe dará trabalho.

— Bom... isso é lá consigo. Mas a vida é como o póquer. Há que saber jogá-la. E, para mim, tanto se me dá gozar a vida na ponta de uma bala...

Bateu com os joelhos no lombo da égua e afastou-se do potro que Ron Miller montava. Dez minutos antes, Brod estava disposto a abandonar o vale. Mas, meia dúzia de palavras, tinham alterado os seus propósitos. Ficaria em Cliff Town.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário