Em casa de Joan Winter, Nancy esperava. Não pensava em Lewis, mas sim em Marty Munroe. Ela conhecia-o bem. Sem o ver, sem saber onde estava, era capaz de adivinhar qual o pensamento que obcecava Marty.
Matar o único homem que se havia atrevido a bater-lhe...
E Marty não era homem para atacar de frente. Tinha a certeza de que àquela hora estava a preparar uma emboscada. Qual e onde?
Sentada junto de uma janela, via nascer um novo dia. A sua atenção ia apenas para a casa de Marty Munroe. E viu-o sair, fechando a porta, rebrilhando a espingarda que levava na mão direita.
Pouco depois passou a uns vinte passos dela, ocultando-se nas sombras. Dominou a tentação de disparar contra ele. Seria um assassínio e perderia por isso a sua liberdade. Teria de esperar até que não coubessem dúvidas sobre as intenções de Marty.
Seguiu-o, quando Marty entrou por uma das ruas laterais. Ali havia apenas silos, celeiros e estábulos, cujas frentes davam para a praça principal, num dos lados da qual estava a prisão e o escritório do xerife.
Viu entrar Marty num barracão que pertencia a Jim Purvis, barracão utilizado como armazém.
Escondida entre os sacos de farinha, Nancy viu Munroe subir a escada vertical que conduzia ao sobrado. Ouviu gemer as tábuas debaixo dos pés de Marty.
E comprendeu.
Dali, Marty podia ver completamente a forca. Disparar contra Farnum ser-lhe-ia fácil, e, aproveitando o nervosismo provocado pela execução, era quase certo que ninguém conseguiria descobrir o local donde procedia o tiro que matasse o xerife.
Marty poderia escapar e de novo faltariam provas contra ele.
Pensou em ir avisar Farnum. Mas não podia considerar-se um crime o facto de estar com uma espingarda no armazém de Purvis. Talvez fosse difícil a Marty explicar o que fazia ali, mas bastava-lhe negar-se a dar explicações. E não havia provas suficientes que justificassem a sua prisão.
Não lhe restava senão um recurso: tinha de subir lá acima e esconder-se até que Marty se dispusesse a disparar. Então, sim, podia ela matá-lo.
Foi subindo a escada lentamente, e assomou a cabeça. Marty não se via. Certamente estava sentado entre os sacos, junto da janela que dominava a praça. Conseguiu, sem ruído, chegar ao sobrado. E foi então que o viu. Por detrás dela, sorria sardonicamente.
E ao mesmo tempo, golpeou-a na cabeça com o cano da espingarda. Ela caiu num abismo de trevas.
O Sol brilhava com intensidade, quando voltou a si. Entrando pela janela do armazém o sol batia-lhe em cheio no rosto. Sentia uma forte dor de cabeça.
Ouviu a voz de Marty:
— Levaste tempo a despertar, rapariga.
Estava caída de costas, atados os tornozelos, os pulsos e os cotovelos. Retorcendo-se, conseguiu rastejar até ficar sentada a um canto.
No outro lado, de espingarda na mão, Marty fitava-a.
— Tinhas encontrado, por fim, uma maneira de te livrares de mim, não? Mas isso vai-te custar a vida, porque não quero que haja testemunhas. Tencionava gastar apenas um cartucho, mas agora serão dois. Um para o xerife e o outro para ti.
Ela procurava libertar-se, mas compreendeu que era inútil qualquer esforço. Marty tivera tempo de sobra para a prender solidamente. Era-lhe impossível libertar-se, mesmo que possuísse a força do xerife Farnum.
— Que horas são? — perguntou Nancy com ansiedade.
— É a minha hora.
Marty não demonstrava o menor nervosismo. Tinha a certeza de que iria acabar com o xerife de Noland...
— Não querias perder Alma. Por isso odeias Farnum... e também porque te bateu.
— Pelas duas coisas, sim. Vou matá-lo por essas duas coisas.
— Foste sempre um, cobarde, Marty...
Ele olhava através de duas tábuas da janela. Voltou-se, lívido:
— Nancy, cala-te. Se voltas a falar abro-te a cabeça à coronhada.
Não dispararia contra ela, porque o estampido atrairia gente. Teria, entretanto, de esperar em silêncio a morte— e sem poder avisar o xerife, que, ao acompanhar Benson ao patíbulo, caminhava também, sem o saber, para a morte.
Matar o único homem que se havia atrevido a bater-lhe...
E Marty não era homem para atacar de frente. Tinha a certeza de que àquela hora estava a preparar uma emboscada. Qual e onde?
Sentada junto de uma janela, via nascer um novo dia. A sua atenção ia apenas para a casa de Marty Munroe. E viu-o sair, fechando a porta, rebrilhando a espingarda que levava na mão direita.
Pouco depois passou a uns vinte passos dela, ocultando-se nas sombras. Dominou a tentação de disparar contra ele. Seria um assassínio e perderia por isso a sua liberdade. Teria de esperar até que não coubessem dúvidas sobre as intenções de Marty.
Seguiu-o, quando Marty entrou por uma das ruas laterais. Ali havia apenas silos, celeiros e estábulos, cujas frentes davam para a praça principal, num dos lados da qual estava a prisão e o escritório do xerife.
Viu entrar Marty num barracão que pertencia a Jim Purvis, barracão utilizado como armazém.
Escondida entre os sacos de farinha, Nancy viu Munroe subir a escada vertical que conduzia ao sobrado. Ouviu gemer as tábuas debaixo dos pés de Marty.
E comprendeu.
Dali, Marty podia ver completamente a forca. Disparar contra Farnum ser-lhe-ia fácil, e, aproveitando o nervosismo provocado pela execução, era quase certo que ninguém conseguiria descobrir o local donde procedia o tiro que matasse o xerife.
Marty poderia escapar e de novo faltariam provas contra ele.
Pensou em ir avisar Farnum. Mas não podia considerar-se um crime o facto de estar com uma espingarda no armazém de Purvis. Talvez fosse difícil a Marty explicar o que fazia ali, mas bastava-lhe negar-se a dar explicações. E não havia provas suficientes que justificassem a sua prisão.
Não lhe restava senão um recurso: tinha de subir lá acima e esconder-se até que Marty se dispusesse a disparar. Então, sim, podia ela matá-lo.
Foi subindo a escada lentamente, e assomou a cabeça. Marty não se via. Certamente estava sentado entre os sacos, junto da janela que dominava a praça. Conseguiu, sem ruído, chegar ao sobrado. E foi então que o viu. Por detrás dela, sorria sardonicamente.
E ao mesmo tempo, golpeou-a na cabeça com o cano da espingarda. Ela caiu num abismo de trevas.
O Sol brilhava com intensidade, quando voltou a si. Entrando pela janela do armazém o sol batia-lhe em cheio no rosto. Sentia uma forte dor de cabeça.
Ouviu a voz de Marty:
— Levaste tempo a despertar, rapariga.
Estava caída de costas, atados os tornozelos, os pulsos e os cotovelos. Retorcendo-se, conseguiu rastejar até ficar sentada a um canto.
No outro lado, de espingarda na mão, Marty fitava-a.
— Tinhas encontrado, por fim, uma maneira de te livrares de mim, não? Mas isso vai-te custar a vida, porque não quero que haja testemunhas. Tencionava gastar apenas um cartucho, mas agora serão dois. Um para o xerife e o outro para ti.
Ela procurava libertar-se, mas compreendeu que era inútil qualquer esforço. Marty tivera tempo de sobra para a prender solidamente. Era-lhe impossível libertar-se, mesmo que possuísse a força do xerife Farnum.
— Que horas são? — perguntou Nancy com ansiedade.
— É a minha hora.
Marty não demonstrava o menor nervosismo. Tinha a certeza de que iria acabar com o xerife de Noland...
— Não querias perder Alma. Por isso odeias Farnum... e também porque te bateu.
— Pelas duas coisas, sim. Vou matá-lo por essas duas coisas.
— Foste sempre um, cobarde, Marty...
Ele olhava através de duas tábuas da janela. Voltou-se, lívido:
— Nancy, cala-te. Se voltas a falar abro-te a cabeça à coronhada.
Não dispararia contra ela, porque o estampido atrairia gente. Teria, entretanto, de esperar em silêncio a morte— e sem poder avisar o xerife, que, ao acompanhar Benson ao patíbulo, caminhava também, sem o saber, para a morte.
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