— Posso acompanhar-te, Frank?
Antes que o jovem cowboy respondesse, Don Hopkins pôs-se de pé e aproximou-se dos dois rapazes, trovejando:
— Voa falar-lhe a sério, Franklin Murray. Não respondo pede que possa acontecer com este patife aqui. Só nos causaria embaraços...
— Calma, Hopkins — recomendou Murray. Vamos resolver o caso democraticamente, por votos. Você vota contra, não é verdade? E a Mabel ?
Ainda mais uma vez, Don Hopkins se interpôs a qualquer réplica:
— Evidentemente que voto contra, como qualquer pessoa de bem. Queria que desejasse a companhia do filho de um foragido?
Nick olhou ansiosamente para a rapariga, como se da sua boca saísse a decisão suprema,
— Mabel — rouquejou. — Nós mão temos culpa alo que os nossos pais fizeram. Sou tão vítima como tu.
— Não — acudiu o implacável Don. — O pai dela já expiou a falta. E o teu pode ter sido o assassino do dela!
Instantaneamente, um revólver surgiu na dextra do ruivo e a vida de Hopkins correu perigo durante um segundo.
— Nick! — exclamaram ao mesmo tempo Mabel e Franklin.
Hunter conteve-se. Pôs-se de pé de revólver em punho, e disse:
— Quero saber qual é o teu voto, Mabel!
— Assim, de revólver em punho? — ironizou Murray. — Bonita maneira de conseguir votos...
— A Mabel bem sabe que eu seria incapaz de lhe fazer mal — proferiu o ruivo, guardando a arma.
Os três homens fitaram a rapariga com curiosidade. Nick, com mais da que isso. Ansiedade, mesmo. A adolescente respondeu tão baixo que mal se ouvia:
— Acho melhor voltares para Hill City, Nick.
Se o ruivo empalideceu, a luz das chamas não permitiu verificá-lo. Mas baixou a cabeça, e, sem dizer mais nada, afastou-se. Montou a cavalo e desapareceu, num galope curto.
Hopkins respirou fundo. Comentou qualquer coisa em surdina. Franklin Murray aconselhou:
— Bem, agora vão descansar. Ficarei ou de guarda até às duas da madrugada.
Mabel e Hopkins enrolaram-se nas respetivas mantas. Antes de adormecer, Don Hopkins proferiu:
— Afinal, você não chegou a votar, Frank. Ainda gostava de saber qual seria a sua vontade...
O «cow-boy» reencheu de tabaco o pequeno cachimbo. Respondeu vagamente:
— O mais sensato seria votar contra… Sim, nunca se sabe o que ele faria no primeiro encontro com o pai e John Peter... Votaria contra, evidentemente.
Ergueu-se e as chamas iluminaram a sua nobre figura.
— Mas não recusaria a companhia dele lá por ser filho de quem é. Você, Hopkins, foi muito duro para ele e deixar-me-ia embaraçado se Nick tivesse disparado...
— Ah! -- resmungou Don, voltando-se para o outro lado. — Se não fosse você ele não teria saído vivo daqui. Oxalá esse fedelho não torne a ficar ao alcance das minhas manápulas...
Poucos minutos depois ressonava, rivalizando com os mil e um ruídos desagradáveis da campina.
Ao invés, Mabel tardou a conciliar o sono. A imagem do jovem vizinho, a retirar-se meio vergado ao peso de uma negativa sua, não lhe saía do pensamento. Misturava-se com a do cadáver dia pai, numa obsessão macabra, que lhe causava insónia.
Fitou a figura imóvel de Franklin Murray, que parecia observar um ponto distante: o caminho, mergulhado nas trevas, que Nick seguira. Soergueu-se para olhar também. E viu, como Franklin, que a uma escassa milha de distância, uma fogueira rivalizava com a deles, num sinal de vida que fazia palpitar o seu coração virgem...
Antes que o jovem cowboy respondesse, Don Hopkins pôs-se de pé e aproximou-se dos dois rapazes, trovejando:
— Voa falar-lhe a sério, Franklin Murray. Não respondo pede que possa acontecer com este patife aqui. Só nos causaria embaraços...
— Calma, Hopkins — recomendou Murray. Vamos resolver o caso democraticamente, por votos. Você vota contra, não é verdade? E a Mabel ?
Ainda mais uma vez, Don Hopkins se interpôs a qualquer réplica:
— Evidentemente que voto contra, como qualquer pessoa de bem. Queria que desejasse a companhia do filho de um foragido?
Nick olhou ansiosamente para a rapariga, como se da sua boca saísse a decisão suprema,
— Mabel — rouquejou. — Nós mão temos culpa alo que os nossos pais fizeram. Sou tão vítima como tu.
— Não — acudiu o implacável Don. — O pai dela já expiou a falta. E o teu pode ter sido o assassino do dela!
Instantaneamente, um revólver surgiu na dextra do ruivo e a vida de Hopkins correu perigo durante um segundo.
— Nick! — exclamaram ao mesmo tempo Mabel e Franklin.
Hunter conteve-se. Pôs-se de pé de revólver em punho, e disse:
— Quero saber qual é o teu voto, Mabel!
— Assim, de revólver em punho? — ironizou Murray. — Bonita maneira de conseguir votos...
— A Mabel bem sabe que eu seria incapaz de lhe fazer mal — proferiu o ruivo, guardando a arma.
Os três homens fitaram a rapariga com curiosidade. Nick, com mais da que isso. Ansiedade, mesmo. A adolescente respondeu tão baixo que mal se ouvia:
— Acho melhor voltares para Hill City, Nick.
Se o ruivo empalideceu, a luz das chamas não permitiu verificá-lo. Mas baixou a cabeça, e, sem dizer mais nada, afastou-se. Montou a cavalo e desapareceu, num galope curto.
Hopkins respirou fundo. Comentou qualquer coisa em surdina. Franklin Murray aconselhou:
— Bem, agora vão descansar. Ficarei ou de guarda até às duas da madrugada.
Mabel e Hopkins enrolaram-se nas respetivas mantas. Antes de adormecer, Don Hopkins proferiu:
— Afinal, você não chegou a votar, Frank. Ainda gostava de saber qual seria a sua vontade...
O «cow-boy» reencheu de tabaco o pequeno cachimbo. Respondeu vagamente:
— O mais sensato seria votar contra… Sim, nunca se sabe o que ele faria no primeiro encontro com o pai e John Peter... Votaria contra, evidentemente.
Ergueu-se e as chamas iluminaram a sua nobre figura.
— Mas não recusaria a companhia dele lá por ser filho de quem é. Você, Hopkins, foi muito duro para ele e deixar-me-ia embaraçado se Nick tivesse disparado...
— Ah! -- resmungou Don, voltando-se para o outro lado. — Se não fosse você ele não teria saído vivo daqui. Oxalá esse fedelho não torne a ficar ao alcance das minhas manápulas...
Poucos minutos depois ressonava, rivalizando com os mil e um ruídos desagradáveis da campina.
Ao invés, Mabel tardou a conciliar o sono. A imagem do jovem vizinho, a retirar-se meio vergado ao peso de uma negativa sua, não lhe saía do pensamento. Misturava-se com a do cadáver dia pai, numa obsessão macabra, que lhe causava insónia.
Fitou a figura imóvel de Franklin Murray, que parecia observar um ponto distante: o caminho, mergulhado nas trevas, que Nick seguira. Soergueu-se para olhar também. E viu, como Franklin, que a uma escassa milha de distância, uma fogueira rivalizava com a deles, num sinal de vida que fazia palpitar o seu coração virgem...
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