sexta-feira, 9 de outubro de 2015

PAS546. Na hora de salvar Lizzy

Fred deteve o galope do malhado e observou s altos penhascos, em todas as direções.
Nada. A quietação da paisagem agreste só era perturbada pelos pássaros que voavam de árvore em árvore.
Amanhecia e todo a Natureza parecia preparar-se para a chegada do sol. Fred sentia uma sensação opressiva, como se aquele silêncio augurasse algum mal; era como se qualquer coisa de ameaçador, de invisível e de sinistro, pairasse no ar tranquilo da manhã que nascia.
Fred roçou as esporas pelos flancos do cavalo, e este galgou em poucos minutos o íngreme declive que conduzia ao anfiteatro onde se erguiam as barracas dos bandidos.
Aí a montada do jovem estacou e, agitando a cabeça, soltou um relincho estranho. Sob os raios do sol nascente, a terra cheirava a pólvora e a sangue.
Um negro pressentimento invadiu Fred.
— Lizzy!... — exclamou.
Nem um único dos homens de Wallace tinha escapado à carnificina. Estavam estendidos por terra e a maioria deles empunhava ainda as armas.
Fred desmontou de um salto e correu para a barraca de Wallace. Ia como doído, os dentes cerrados, crispados os punhos, os olhos brilhantes.
Empurrou a porta e entrou, como um ciclone. Na barraca não havia o menor sinal de vida. Tudo estava em silêncio, como morto. Uma cadeira estava caída }unto da mesa.
—Lizzy!
Agora foi um grito rouco, o que saiu da garganta do rapaz.
Compreendia tudo! Rudyard e outra parte do seu bando tinham estado ali durante a noite, aproveitando a ausência de Wallace e dos homens que o tinham acompanhado a Skinnoy, e acabara com o resto do bando, raptando Lizzy.
Era um plano digno do cérebro tortuoso de Rudyard.
De súbito, um palpa dobrado, que estava caído sob a mesa, chamou a atenção de Fred, que se apressou a apanhá-lo e a ler o seu conteúdo:
Umas quantas linhas, escritas nervosamente, diziam:
«Os homens ide Rudyard Boles estão a atacar-nos. Cercaram-nos. Cada vez se aproximam mais. O fim é Inevitável. Meu Deus! Antes queria morrer!... Salva-me, Fred!».
A curta mensagem não tinha assinatura, o que indicava que Lizzy acabara de escrevê-lo pouco antes de cair nas mãos dos homens de Rudyard. Só tivera tempo para dobrar o papel e atirá-lo para o chão.
Por um tremendo esforço de vontade, Fred conseguiu serenar. Até àquele momento não compreendera ainda o que Lizzy significava na sua vida. E ela deixava-lhe aquela mensagem de angústia o de desespero!
O jovem começou a pensar com fria serenidade. Sentia-se disposto a tudo para salvar Lizzy das mãos de Boles, sem se importar com e número de inimigos que tivesse de enfrentar.
Salvaria Lizzy custasse io que custasse, tal como havia prometido ao pai dela, à beira da morte. Mas essa não era a única razão. Fred sentia que estava apaixonado pela rapariga, que a amava com todo o ímpeto da sua natureza fogosa e selvagem.
Salvá-la-ia!
Para conseguir isso a única solução estava em conseguir entrar para a quadrilha de Rudyard mas isto não consistia num obstáculo demasiadamente grave. Nenhum dos homens de Boles o conhecia.
Apresentar-se-ia a Boles como um istoleiro e aceitá-lo-iam. Aceitá-lo-iam fosse como fosse. Ele poria em jogo a sua imaginação fértil.
E então...

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