Logan desmontou lenta e agilmente. Betty e Johnny olhavam agora da porta da cabana. O pistoleiro envolveu-os num rápido olhar e depois cravou o olhar no rosto tenso de Terrel.
— Parece que não o surpreende a minha visita, Terrel...
— Esperava-a. Mas não podia imaginar que fosse você.
Logan assentiu.
— Sim... Tão-pouco eu soube, até ontem à tarde que se tratava precisamente de você. Por isso vim.
Aguentaram o olhar, em silêncio. Logan interrompeu-o de novo:
— Neste mundo ocorrem coisas estranhas, Terrel. Coisas que deveriam fazer-nos pensar, não acha? Eu pensei bastante ontem à tarde.
Terrel disse a Betty:
— Prepara café para o nosso visitante, Betty.
— Sim, Andy...
Com um olhar apreensivo ao rosto de Logan, a jovem entrou na cozinha.
Terrel avançou uns passos. Logan afastou-se também da cabana. A uma distância conveniente, detiveram-se.
— Quanto lhe ofereceu Ed Colton para me matar e a Danvers, Logan?
— Mil dólares. Tenho-os aqui.
— Pensa ganhá-los?
— Que acha?
— Em Kansas e Nebraska ouvi falar de Vance Logan. Diziam que era um pistoleiro que sempre cumpre os seus pactos.
— Assim é.
— Não sou grande coisa com o revólver, mas...
Logan levantou a mão, lentamente.
— Terrel, eu estava morto quando você me encontrou naquela cova do Cimarron. Devo-lhe a vida. Sou um assassino que paga as suas dívidas.
Terrel respirou fundo.
— Que veio aqui fazer, Logan?
— Vê-lo, e ver essa rapariga. Você ama-a. É sua esposa?
— Sê-lo-á.
— Esse Danvers, pai dela, que tal é?
— Um homem honrado.
— Você também é um homem honrado. Ed Colman saiu-me ao caminho quando eu fugia de Dodge, entregou-me ligaduras, comida e whisky. Mas foi porque me necessitava aqui, vivo, para matar por ele. A sua irmã, a formosa Stella, saiu-me ontem à tarde ao caminho, próximo de Mesa. Ofereceu-me linheiro e algo mais para que eu o matasse a si e a essa rapariga. Pelo contrário, você no Cimarron, sabendo ou suspeitando que eu era um foragido, tratou-me e salvou-me a vida, perdendo duas semanas a tratar-me. Não perguntou nada, nada pediu. É a diferença entre um homem honrado e um que o não é. Agora, temendo que eu viesse matá-lo, oferece-me uma chávena de café. Sei, que quando for ver Ed Colton ele tremerá e gritará. É a diferença entre um homem e uma rata raivosa...
Terrel voltou a hesitar, compreendendo.
— Que vai fazer, Logan?
— Já lhe disse. Pagar a minha dívida. Posso ver a cabana?
Terrel virou-se e caminhou para a entrada, seguido em silêncio pelo pistoleiro. Entraram.
Betty estava a deitar o café nas chávenas. O seu olhar apreensivo foi de um ao outro rosto. Logan olhou em redor.
— Sim, isto é um lar — disse rapidamente, como que para si. — Um sítio formoso e quente onde um homem deve sentir-se em paz. Sabe que eu nunca tive nada parecido, Terrel?
— Suspeitava-o.
— Essa é, talvez, a minha única desculpa...
Avançou dois passos, estendendo a mão e agarrando uma das chávenas. Levantou-a enquanto Terrel agarrava a outra.
— Bom café. Acho que a senhora o preparará assim, muitas vezes, para Terrel. É um homem de sorte. Serão os dois muito felizes.
Betty assentiu, sem saber o que fazia. Um sexto sentido dizia-lhe a identidade do visitante, mas a sua conduta desconcertava-a. Logan acabou de beber o café e pôs a chávena em cima da mesa.
— Bem, acabou a visita. Creio que não nos voltaremos a ver. Desejo-lhe toda a felicidade do Mundo.
— Obrigada, Vance Logan. Não prefere que o acompanhe?
— Não. Você não é homem para esta espécie de, tarefas. O seu posta é aqui, junto a esta formosa., jovem que suspeita quem eu sou e, no entanto, me, serviu café. Adeus.
Terrel estendeu a mão direita. •
— Obrigado, amigo. Sei que nenhuma observação o fará mudar de ideias.
Logan pareceu perder por momentos a impassibilidade. Apertou com força a mão estendida.
— Não. E obrigado por me chamar amigo. Ë o primeiro homem honrado que assim me chama.
Betty fez então alga puramente intuitivo. Dando a volta à mesa aproximou-se dos dois homens e olhou para Logan.
— Veio para matá-lo, não é verdade?
Logan aguentou o olhar.
— Não. Vim dizer-lhe que podia respirar em paz.
Betty duvidou. Depois disse:
— Não sei quem é, nem o que fez. Mas, se veio para isso e é amigo de Andy, desejo-lhe muita sorte no que vai fazer e... muito obrigado.
Logan olhou incredulamente para a mão estendida da jovem. Depois a sua cara perdeu a impassibilidade.
— Chamo-me Vance Logan — disse roucamente. — Um pistoleiro a soldo, um assassino... Não posso manchar-lhe a mão.
— Isso sou eu que devo julgar, senhor Logan. Quer dar-me a sua?
Logan olhou-a intensamente durante quase um minuto. Depois estendeu a mão direita e apertou a fina mão de Betty, timidamente.
— Se tivesse conhecido uma rapariga como você, eu...
Calou-se, deu meia volta e saiu da cabana. Montou rapidamente e afastou-se. Voltou-se ao entrar no bosque, e saudou com um gesto Betty e Terrel que, juntamente com Johnny, estavam à parta. Depois perderam-no de vista.
— Vance Logan... — murmurou a rapariga, apertando-se instintivamente contra Terrel. — Que homem tão terrível! Os seus olhos pareciam de fogo... E o seu modo de falar... Na verdade veio para matar-te, Andy?
— Sim. Mas eu tinha-lhe salvo a vida, no Cimarron.
A jovem estremeceu.
— Ë terrível... Mas justo, também. E dá-me pena esse homem, Andy. Não é tão mau, pois soube ser agradecido. Creio que rezarei por ele.
— Bem o necessita—disse Terrel, olhando para o bosque.
— Parece que não o surpreende a minha visita, Terrel...
— Esperava-a. Mas não podia imaginar que fosse você.
Logan assentiu.
— Sim... Tão-pouco eu soube, até ontem à tarde que se tratava precisamente de você. Por isso vim.
Aguentaram o olhar, em silêncio. Logan interrompeu-o de novo:
— Neste mundo ocorrem coisas estranhas, Terrel. Coisas que deveriam fazer-nos pensar, não acha? Eu pensei bastante ontem à tarde.
Terrel disse a Betty:
— Prepara café para o nosso visitante, Betty.
— Sim, Andy...
Com um olhar apreensivo ao rosto de Logan, a jovem entrou na cozinha.
Terrel avançou uns passos. Logan afastou-se também da cabana. A uma distância conveniente, detiveram-se.
— Quanto lhe ofereceu Ed Colton para me matar e a Danvers, Logan?
— Mil dólares. Tenho-os aqui.
— Pensa ganhá-los?
— Que acha?
— Em Kansas e Nebraska ouvi falar de Vance Logan. Diziam que era um pistoleiro que sempre cumpre os seus pactos.
— Assim é.
— Não sou grande coisa com o revólver, mas...
Logan levantou a mão, lentamente.
— Terrel, eu estava morto quando você me encontrou naquela cova do Cimarron. Devo-lhe a vida. Sou um assassino que paga as suas dívidas.
Terrel respirou fundo.
— Que veio aqui fazer, Logan?
— Vê-lo, e ver essa rapariga. Você ama-a. É sua esposa?
— Sê-lo-á.
— Esse Danvers, pai dela, que tal é?
— Um homem honrado.
— Você também é um homem honrado. Ed Colman saiu-me ao caminho quando eu fugia de Dodge, entregou-me ligaduras, comida e whisky. Mas foi porque me necessitava aqui, vivo, para matar por ele. A sua irmã, a formosa Stella, saiu-me ontem à tarde ao caminho, próximo de Mesa. Ofereceu-me linheiro e algo mais para que eu o matasse a si e a essa rapariga. Pelo contrário, você no Cimarron, sabendo ou suspeitando que eu era um foragido, tratou-me e salvou-me a vida, perdendo duas semanas a tratar-me. Não perguntou nada, nada pediu. É a diferença entre um homem honrado e um que o não é. Agora, temendo que eu viesse matá-lo, oferece-me uma chávena de café. Sei, que quando for ver Ed Colton ele tremerá e gritará. É a diferença entre um homem e uma rata raivosa...
Terrel voltou a hesitar, compreendendo.
— Que vai fazer, Logan?
— Já lhe disse. Pagar a minha dívida. Posso ver a cabana?
Terrel virou-se e caminhou para a entrada, seguido em silêncio pelo pistoleiro. Entraram.
Betty estava a deitar o café nas chávenas. O seu olhar apreensivo foi de um ao outro rosto. Logan olhou em redor.
— Sim, isto é um lar — disse rapidamente, como que para si. — Um sítio formoso e quente onde um homem deve sentir-se em paz. Sabe que eu nunca tive nada parecido, Terrel?
— Suspeitava-o.
— Essa é, talvez, a minha única desculpa...
Avançou dois passos, estendendo a mão e agarrando uma das chávenas. Levantou-a enquanto Terrel agarrava a outra.
— Bom café. Acho que a senhora o preparará assim, muitas vezes, para Terrel. É um homem de sorte. Serão os dois muito felizes.
Betty assentiu, sem saber o que fazia. Um sexto sentido dizia-lhe a identidade do visitante, mas a sua conduta desconcertava-a. Logan acabou de beber o café e pôs a chávena em cima da mesa.
— Bem, acabou a visita. Creio que não nos voltaremos a ver. Desejo-lhe toda a felicidade do Mundo.
— Obrigada, Vance Logan. Não prefere que o acompanhe?
— Não. Você não é homem para esta espécie de, tarefas. O seu posta é aqui, junto a esta formosa., jovem que suspeita quem eu sou e, no entanto, me, serviu café. Adeus.
Terrel estendeu a mão direita. •
— Obrigado, amigo. Sei que nenhuma observação o fará mudar de ideias.
Logan pareceu perder por momentos a impassibilidade. Apertou com força a mão estendida.
— Não. E obrigado por me chamar amigo. Ë o primeiro homem honrado que assim me chama.
Betty fez então alga puramente intuitivo. Dando a volta à mesa aproximou-se dos dois homens e olhou para Logan.
— Veio para matá-lo, não é verdade?
Logan aguentou o olhar.
— Não. Vim dizer-lhe que podia respirar em paz.
Betty duvidou. Depois disse:
— Não sei quem é, nem o que fez. Mas, se veio para isso e é amigo de Andy, desejo-lhe muita sorte no que vai fazer e... muito obrigado.
Logan olhou incredulamente para a mão estendida da jovem. Depois a sua cara perdeu a impassibilidade.
— Chamo-me Vance Logan — disse roucamente. — Um pistoleiro a soldo, um assassino... Não posso manchar-lhe a mão.
— Isso sou eu que devo julgar, senhor Logan. Quer dar-me a sua?
Logan olhou-a intensamente durante quase um minuto. Depois estendeu a mão direita e apertou a fina mão de Betty, timidamente.
— Se tivesse conhecido uma rapariga como você, eu...
Calou-se, deu meia volta e saiu da cabana. Montou rapidamente e afastou-se. Voltou-se ao entrar no bosque, e saudou com um gesto Betty e Terrel que, juntamente com Johnny, estavam à parta. Depois perderam-no de vista.
— Vance Logan... — murmurou a rapariga, apertando-se instintivamente contra Terrel. — Que homem tão terrível! Os seus olhos pareciam de fogo... E o seu modo de falar... Na verdade veio para matar-te, Andy?
— Sim. Mas eu tinha-lhe salvo a vida, no Cimarron.
A jovem estremeceu.
— Ë terrível... Mas justo, também. E dá-me pena esse homem, Andy. Não é tão mau, pois soube ser agradecido. Creio que rezarei por ele.
— Bem o necessita—disse Terrel, olhando para o bosque.
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