A bala veio da porta, que se havia entreaberto silenciosamente sem que nenhum dos dois desse por isso. A bala disparada duma posição tanto forçada, foi disparada contra Moira, e arrancou alguns cabelos da cabeça desta. A rapariga teve um desmaio e caiu de joelhos ao chão, mas Ted e ela souberam imediatamente que o tiro não fora mortal.
O homem saltou de costas enquanto o revólver vomitava outra vez fogo, passando agora a bala inutilmente pelo centro do quarto. Ted não pôde saber quem tinha disparado, embora tivesse chegado a ver uma mão masculina empunhando um revólver.
Saltou até à porta com a arma em riste e chegou a abri-la.
A bala deixara-o quase cego.
Alguém tinha disparado à queima-roupa e o projétil passou junto dos olhos de Ted, tão perto que quase lhe queimou a ponta das pestanas. O rapaz atirou instintivamente, encolhendo-se e isso salvou-lhe a vida porque, ao menos, obrigou o inimigo a ocultar-se precipitadamente.
Seguindo a sua técnica de pistoleiro, segundo a qual nunca se deve perder o contacto com o inimigo para que este não se possa esconder, saltou para o meio do corredor, a descoberto, enquanto a sua arma ia vomitando fogo. O inimigo ia fazendo o mesmo e durante uns segundos as balas sibilaram naquele ponto do hotel, convertendo-o num inferno. Mas o desespero com que atiravam, concorreu para que nenhum dos dois pistoleiros se atingisse.
Por fim, o que atacara de surpresa, fugiu.
Pegando-se à parede, retrocedeu agilmente, fazendo sempre fogo. Ted viu-o num relance quando no seu percutor existia uma única bala. Era Boskam! Precisamente esse sinistro pistoleiro, Boskam!
— Quieto! — ordenou. — Quieto, Boskam!
O pistoleiro girou com a velocidade dum réptil para saltar para o outro lado do corredor e assim desbaratar toda a posição de tiro do antagonista. A sua técnica e agilidade eram diabólicas. Devia estar contando que o inimigo só teria agora uma a duas balas.
Quado o viu passar voando na sua frente, Ted Curtis apertou o gatilho.
Uma bala...
O projétil penetrou o peito de Boskam, fazendo-o largar um gemido.
Caiu pesadamente por terra, largando a arma e deixando sair da boca um fio de sangue.
Ted correu para ele e deu com o olhar do ferido, um olhar feroz, angustioso, de agonia.
—Por que disparaste, Boskam? — perguntou Ted. — Para que tentaste matá-la tu, se me encarregaste desse trabalho?
—Porque tu nunca te decidirias... imbecil. E porque... mesmo que a tivesses matado... virias depois buscar-me.., a mim.
O fluxo de sangue tornou-se mais intenso.
— Foi realmente ela quem te acompanhou, Boskam? — sussurrou Ted. — E quem era o que tinha de me dar o dinheiro?
Boskam ainda ergueu o rosto. Por um segundo o seu olhar animou-se, tornou-se fulgurante, metálico, sinistro, tal como quando ainda não lhe tinha sido cravada a bala no peito. Ia para falar, mas nesse momento foi acometido dum acesso de tosse. O afluxo de sangue avolumou-se e Ted viu logo que nunca mais poderia pronunciar uma palavra sequer. De facto, segundos depois, Boskam, o foragido, deixou cair a cabeça e fechou os olhos para sempre.
— Morreu... — pensou Ted. — Morreu sem falar... — disse.
—E para que precisavas que falasse? —disse então uma voz suave. — Para que precisavas tu de saber se vais morrer também?
O homem saltou de costas enquanto o revólver vomitava outra vez fogo, passando agora a bala inutilmente pelo centro do quarto. Ted não pôde saber quem tinha disparado, embora tivesse chegado a ver uma mão masculina empunhando um revólver.
Saltou até à porta com a arma em riste e chegou a abri-la.
A bala deixara-o quase cego.
Alguém tinha disparado à queima-roupa e o projétil passou junto dos olhos de Ted, tão perto que quase lhe queimou a ponta das pestanas. O rapaz atirou instintivamente, encolhendo-se e isso salvou-lhe a vida porque, ao menos, obrigou o inimigo a ocultar-se precipitadamente.
Seguindo a sua técnica de pistoleiro, segundo a qual nunca se deve perder o contacto com o inimigo para que este não se possa esconder, saltou para o meio do corredor, a descoberto, enquanto a sua arma ia vomitando fogo. O inimigo ia fazendo o mesmo e durante uns segundos as balas sibilaram naquele ponto do hotel, convertendo-o num inferno. Mas o desespero com que atiravam, concorreu para que nenhum dos dois pistoleiros se atingisse.
Por fim, o que atacara de surpresa, fugiu.
Pegando-se à parede, retrocedeu agilmente, fazendo sempre fogo. Ted viu-o num relance quando no seu percutor existia uma única bala. Era Boskam! Precisamente esse sinistro pistoleiro, Boskam!
— Quieto! — ordenou. — Quieto, Boskam!
O pistoleiro girou com a velocidade dum réptil para saltar para o outro lado do corredor e assim desbaratar toda a posição de tiro do antagonista. A sua técnica e agilidade eram diabólicas. Devia estar contando que o inimigo só teria agora uma a duas balas.
Quado o viu passar voando na sua frente, Ted Curtis apertou o gatilho.
Uma bala...
O projétil penetrou o peito de Boskam, fazendo-o largar um gemido.
Caiu pesadamente por terra, largando a arma e deixando sair da boca um fio de sangue.
Ted correu para ele e deu com o olhar do ferido, um olhar feroz, angustioso, de agonia.
—Por que disparaste, Boskam? — perguntou Ted. — Para que tentaste matá-la tu, se me encarregaste desse trabalho?
—Porque tu nunca te decidirias... imbecil. E porque... mesmo que a tivesses matado... virias depois buscar-me.., a mim.
O fluxo de sangue tornou-se mais intenso.
— Foi realmente ela quem te acompanhou, Boskam? — sussurrou Ted. — E quem era o que tinha de me dar o dinheiro?
Boskam ainda ergueu o rosto. Por um segundo o seu olhar animou-se, tornou-se fulgurante, metálico, sinistro, tal como quando ainda não lhe tinha sido cravada a bala no peito. Ia para falar, mas nesse momento foi acometido dum acesso de tosse. O afluxo de sangue avolumou-se e Ted viu logo que nunca mais poderia pronunciar uma palavra sequer. De facto, segundos depois, Boskam, o foragido, deixou cair a cabeça e fechou os olhos para sempre.
— Morreu... — pensou Ted. — Morreu sem falar... — disse.
—E para que precisavas que falasse? —disse então uma voz suave. — Para que precisavas tu de saber se vais morrer também?
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